Folha Online: "criança de 5 anos morre ao cair de sexto andar de prédio em SP"; "criança morre ao cair de prédio em SP; perícia diz que proteção foi cortada" (30/03); "mãe de Isabella vai a show de padre Marcelo"; "família de Isabella distribui camisetas da menina em show do padre Marcelo Rossi"; "dois são levados à delegacia após tumulto em frente à casa dos pais de Anna Carolina"; "em show do padre Marcelo em SP, Xuxa comenta o caso Isabella" (21/04); "para polícia, gritos de ajuda podem ter sido do irmão de Isabella"; "polícia ouve avô e tia de Isabella; defesa aponta irregularidades no inquérito"; "para promotor, Alexandre e Anna Carolina choraram mais durante entrevista à TV" (22/04); "perícia completa trajeto da garagem para o apartamento dos Nardoni"; "morador do 1° andar participa da reconstituição da morte de Isabella" (27/04); "saiba como foi a simulação da morte de Isabella" (28/04) . Foram, ao todo (e por enquanto), 230 reportagens tratando da menina, das quais muitas chamadas remetiam às opiniões de celebridades, da população ensandecida e de amigos de amigos de vizinhos dos Nardoni - entre outros comentários pertinentes.
TV Record: o programa jornalístico Balanço Geral, apresentado por Geraldo Luís, tem garantido muitos pontos de audiência à transmissora. Valendo-se de uma abordagem extremamente emocional e um discurso que, não raro, apela por justiça e ordem, o apresentador explora o caso Isabella de todos os possíveis (mesmo inimagináveis) ângulos.
Revista Época: uma reportagem de seis páginas sobre a menina, publicada no dia 07 de abril - pouco mais de uma semana depois de inferido o assassinato, ainda sob investigações. O que poderia ter sido um conciso e objetivo relato de laudos técnicos e depoimentos, fora estendido a uma tese de duas páginas sobre exemplos de casos envolvendo crianças e os possíveis motivos que levariam pais a matar os próprios filhos.
Revista Veja: "Para a polícia, não há mais dúvidas sobre a morte de Isabella: FORAM ELES" é a manchete de capa da última semana. A reportagem traça pequenos perfis que remontam ao tipo de vida que levavam a mãe, o pai e a madrasta de Isabella. Para quem lê a revista, Alexandre Nardoni é o típico trabalhador de classe média, formado advogado sem, contudo, poder exercer a profissão - repetira o exame da OAB umas três, quatro vezes. Um rapaz que, na juventude, fazia o tipo "mauricinho" e ainda hoje conta com uma pequena ajuda financeira do pai. Resumindo, ele não tinha absolutamente nenhum motivo para ter cometido tamanha atrocidade... Tinha?
Termos como "com exclusividade", "comoveu o país" e "menina indefesa" sobrecarregam até os jornais ditos mais respeitáveis. Enquanto isso, tantas outras Isabellas, de 5 anos de idade, indefesas e igualmente felizes são assassinadas Brasil afora todo dia.
O exaustivo acompanhamento da mídia ao caso da menina gerou um acúmulo de informações repetitivas e outras tantas desnecessárias. Amostras de um jornalismo cansado e, para não dizer inconveniente, descuidado. O apelo à figura inocente da menina e a incessante correlação estabelecida entre as evidências apuradas um milhão e novecentas mil vezes e o casal incriminaram os Nardoni muito antes de qualquer avaliação pericial.
Apesar do engodo midiático, vale destacar a atuação da polícia que, magistralmente, conseguiu apurar o caso em um mês. Esta polícia, porém, que chegou, inclusive, a entrar com uma ação judicial em favor do bloqueio do espaço aéreo do tal Edifício London e arredores para reconstituição do crime - e ganhou a causa -, é a mesma dos milhões de casos arquivados, dos milhões não resolvidos, dos mil e um encaminhados para algum departamento, dos prisioneiros com celulares e dos criminosos refugiados.
Adiciona-se ao conjunto (à mídia cínica e à exemplar conduta investigativa) a característica justiça brasileira, que, cheia de recursos, prazos, processos, audiências e adiamentos, resulta numa promotoria à espera de um inquérito ainda a devir. Vem aquela sensação de que ao menos um dos departamentos tem funcionado normalmente - não tanto pela regularidade, mas sim pela demora...
A população ensandecida
Alexandre e Anna Carolina Nardoni foram indiciados por homicídio doloso. Ponto. O que a população tem a ver com isso?
Não raro, os brasileiros sofrem de surtos de indignação. Isso ocorre dentro de grupos específicos - quando estes determinam períodos de greves até que o Estado cuide dos reajustes salariais necessários - ou, mais raramente, dentro de grupos grandes e difusos de gente que dá valor a uma mesma causa. Têm início as caminhadas, as missas de sétimo dia, as homenagens, os protestos em forma de carnaval (Parada Gay), as mensagens de amor e paz.
Esse tipo de mobilização, porém, desanima frente aos altos impostos, assiste ao corte de verbas para a saúde pública, ri e faz piada de quem canta "uiarnuôud" - mesmo cantando igual. É irônica a atitude desse povo.
Quando aparece o senso de justiça, ele destoa em ataques pessoais e demonstrações pífias de inconformidade.
Os muros pichados, as tentativas de atingir o casal, tanto verbal quanto fisicamente, e o abuso à imagem da família Nardoni foram pseudo-protestos infelizes. O ser humano, quando em grupo, é fabricante de excessos.
Se excessos fabricados pela mídia, ou permitidos pela polícia, ou mesmo meras expressões individuais (levemente eufóricas), é difícil dizer. Fato é que são mostras gratuitas de incivilidade, uma moda que pega - e pega mal.
TV Record: o programa jornalístico Balanço Geral, apresentado por Geraldo Luís, tem garantido muitos pontos de audiência à transmissora. Valendo-se de uma abordagem extremamente emocional e um discurso que, não raro, apela por justiça e ordem, o apresentador explora o caso Isabella de todos os possíveis (mesmo inimagináveis) ângulos.
Revista Época: uma reportagem de seis páginas sobre a menina, publicada no dia 07 de abril - pouco mais de uma semana depois de inferido o assassinato, ainda sob investigações. O que poderia ter sido um conciso e objetivo relato de laudos técnicos e depoimentos, fora estendido a uma tese de duas páginas sobre exemplos de casos envolvendo crianças e os possíveis motivos que levariam pais a matar os próprios filhos.
Revista Veja: "Para a polícia, não há mais dúvidas sobre a morte de Isabella: FORAM ELES" é a manchete de capa da última semana. A reportagem traça pequenos perfis que remontam ao tipo de vida que levavam a mãe, o pai e a madrasta de Isabella. Para quem lê a revista, Alexandre Nardoni é o típico trabalhador de classe média, formado advogado sem, contudo, poder exercer a profissão - repetira o exame da OAB umas três, quatro vezes. Um rapaz que, na juventude, fazia o tipo "mauricinho" e ainda hoje conta com uma pequena ajuda financeira do pai. Resumindo, ele não tinha absolutamente nenhum motivo para ter cometido tamanha atrocidade... Tinha?
Termos como "com exclusividade", "comoveu o país" e "menina indefesa" sobrecarregam até os jornais ditos mais respeitáveis. Enquanto isso, tantas outras Isabellas, de 5 anos de idade, indefesas e igualmente felizes são assassinadas Brasil afora todo dia.
O exaustivo acompanhamento da mídia ao caso da menina gerou um acúmulo de informações repetitivas e outras tantas desnecessárias. Amostras de um jornalismo cansado e, para não dizer inconveniente, descuidado. O apelo à figura inocente da menina e a incessante correlação estabelecida entre as evidências apuradas um milhão e novecentas mil vezes e o casal incriminaram os Nardoni muito antes de qualquer avaliação pericial.
Apesar do engodo midiático, vale destacar a atuação da polícia que, magistralmente, conseguiu apurar o caso em um mês. Esta polícia, porém, que chegou, inclusive, a entrar com uma ação judicial em favor do bloqueio do espaço aéreo do tal Edifício London e arredores para reconstituição do crime - e ganhou a causa -, é a mesma dos milhões de casos arquivados, dos milhões não resolvidos, dos mil e um encaminhados para algum departamento, dos prisioneiros com celulares e dos criminosos refugiados.
Adiciona-se ao conjunto (à mídia cínica e à exemplar conduta investigativa) a característica justiça brasileira, que, cheia de recursos, prazos, processos, audiências e adiamentos, resulta numa promotoria à espera de um inquérito ainda a devir. Vem aquela sensação de que ao menos um dos departamentos tem funcionado normalmente - não tanto pela regularidade, mas sim pela demora...
A população ensandecida
Alexandre e Anna Carolina Nardoni foram indiciados por homicídio doloso. Ponto. O que a população tem a ver com isso?
Não raro, os brasileiros sofrem de surtos de indignação. Isso ocorre dentro de grupos específicos - quando estes determinam períodos de greves até que o Estado cuide dos reajustes salariais necessários - ou, mais raramente, dentro de grupos grandes e difusos de gente que dá valor a uma mesma causa. Têm início as caminhadas, as missas de sétimo dia, as homenagens, os protestos em forma de carnaval (Parada Gay), as mensagens de amor e paz.
Esse tipo de mobilização, porém, desanima frente aos altos impostos, assiste ao corte de verbas para a saúde pública, ri e faz piada de quem canta "uiarnuôud" - mesmo cantando igual. É irônica a atitude desse povo.
Quando aparece o senso de justiça, ele destoa em ataques pessoais e demonstrações pífias de inconformidade.
Os muros pichados, as tentativas de atingir o casal, tanto verbal quanto fisicamente, e o abuso à imagem da família Nardoni foram pseudo-protestos infelizes. O ser humano, quando em grupo, é fabricante de excessos.
Se excessos fabricados pela mídia, ou permitidos pela polícia, ou mesmo meras expressões individuais (levemente eufóricas), é difícil dizer. Fato é que são mostras gratuitas de incivilidade, uma moda que pega - e pega mal.
Você usa a palavra irônica eu uso a palavra hipócrita. Pq essas reações são isso, nada além de hipocrisia detonada por uma mídia circense. É trágio e eu tudo mais, afinal uma filha foi assassinada por seu pai, mas tem limite pra exploração midiatica
ResponderExcluirO limite de exploração foi estrapolado há tempos.
ResponderExcluirÉ um dever nosso repensar nisso quando pegarmos nossos queridos diplomas. Não falo disso quando tivermos um chefe filho-da-puta nos mandando fazer besteiras, mas quando virarmos chefes de algumas redações.
Essa história toda tá muito massante mesmo... o que essa mídia não faz pra vender ou ter un pontinhos a mais de ibope?
ResponderExcluirÉ asquerosa essa mentalidade, mas é assim que os veículos da comunicação faturam! O mesmo repórter que denuncia drogas é preso com não sei quantos gramas de cocaína e sensacionaliza tragédias pra ganhar seu salário, tudo ao mesmo tempo.
Não tem como negar que a mídia é feita para o povo, e se este gosta de um belo circo, é isso que vai receber. De nada adianta meia dúzia de profissionais responsáveis metidos em emissoras de baixa popularidade. As grandes redes vivem da massa, e a massa parece não estar nem aí para a credibilidade.
ResponderExcluirAté que não falaram do caso Isabella hoje.
ResponderExcluirPelo menos pra isso serve o futebol... ¬¬'
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