domingo, 16 de agosto de 2009

Desenvolvimento Sustentável – Uma Antiga Novidade

Antes se falava em ecologia, e hoje se luta pelo desenvolvimento sustentável. Este novo termo, apesar de tratar de uma preocupação antiga, tem como objetivo unir o desenvolvimento da humanidade e a sustentabilidade dos recursos naturais do planeta. Depois de décadas tratando o meio ambiente como fonte inesgotável, é difícil mudar drasticamente o comportamento, embora seja necessário. O aquecimento global, os buracos na camada de ozônio, o desmatamento, e a diminuição das reservas de água potável poderiam ter sido evitados ou, pelo menos, atenuados por iniciativas dessas.

Desde a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento em Estocolmo (Suécia, 1972) a raiz dos problemas ambientais ficou exposta, apontando falhas na educação, inclusão social, saúde, desigualdade, pobreza, crescimento populacional e consumismo. É uma exploração desenfreada de recursos. As Conferências em Estocolmo e no Rio de Janeiro (ECO-92) - onde a Agenda 21 foi assinada por aproximadamente 170 países - e o Protocolo de Kyoto (1997) já alertavam das causas e consequencias do mau uso dos recursos naturais que vemos e vivemos atualmente.

Hoje, quase 40 anos depois, ainda se discutem formas de conscientizar a população sobre os problemas globais. Então as escolas, ONGs e projetos entram em cena fazendo palestras, feiras e atividades para educar crianças e adultos. Um exemplo é a FIBoPS (Feira Internacional para as Boas Práticas Socioambientais) que este ano terá sua segunda edição e apresentará diversas palestras e seminários.

Para Marilena Lavorato, diretora do Instituto Mais, realizador da Feira, o problema ambiental será resolvido com mudanças de comportamento e no uso da tecnologia. “Você tem que mudar seus hábitos, tem que ter inovações tecnológicas, e tem que ter incentivo nessa direção. Uma demanda por qualidade de vida, ou por produtos que não coloquem em risco essa qualidade de vida, vai ser essencial”. Além disso, Marilena diz que falar o óbvio é muito difícil, que a evolução é demorada, e que palestras são importantes para acelerar o tempo de migração para o modelo sustentável.

Laureano Silveira, no livro Desenvolvimento Humano e Desenvolvimento Sustentável: O Papel da Escola no Século XXI (de 2005), dá à escola “a enorme responsabilidade de conduzir a humanidade para um estádio de conscientização que a proteja das irracionalidades locais e globais”. Marta Campos, coordenadora geral da área de comunicação e apoio pedagógico do Ensino Fundamental da Escola Viva, trabalha com educação socioambiental, garantindo que as crianças aprendam desde cedo - e diariamente - a importância da sustentabilidade.“Vira rotina, vira parte, se apropriar do valor e exercer esse valor na prática, esse é o fundamental.”

Além da FIBoPS, que é gratuita e acontecerá nos dias 1 a 4 de setembro no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, e da Escola Viva, há inúmeros projetos e encontros no Brasil. As abordagens são diversas: algumas usam palestras e educação, como o Criança Ecológica, em São Paulo; e os Embaixadores do Meio Ambiente, no Guarujá. Outras iniciativas utilizam novas técnicas e tecnologias, como o site clickarvore, espaço onde você pode "plantar" uma árvore por dia; o Prêmio EcoPET, na área de reciclagem de materiais; e a academia ecológica ECO FIT, em São Paulo.

Apesar dos esforços, o conceito de desenvolvimento sustentável ainda não atingiu a expansão necessária para garantir uma longa e saudável vida para as próximas gerações. Mas, como disse a antropóloga norte-americana Margaret Mead (1901-1978), “nunca duvide que um pequeno grupo de cidadãos comprometidos e preocupados pode mudar o mundo. Na verdade, ele é o único que alguma vez já conseguiu."

Nenhum comentário:

Posts mais lidos