sábado, 31 de janeiro de 2009

Arte em gotas

Agradecimentos e créditos especiais a Larissa Lima Zanini, que me ajudou na aquisição toda de dados sobre o pintor.

Por Pedro Zambarda de Araújo

Nesta última quarta-feira, dia 28, foi aniversário do já falecido pintor Paul Jackson Pollock, norte-americano de Wyoming. Nascido em 1912, Pollock foi um artista distinto, especialmente em seus métodos de trabalho.

O alcoolismo fez parte desde sua adolescência até o falecimento, em 1956. No entanto, apesar dos problemas pessoais que surgiram com esse vício, veio também a companhia e parceria com a pintora abstrada Lee Krasner, com quem se casou em 1945.

Quadros como One, representado abaixo, mostram suas técnicas inovadoras e o conceito do expressionismo abstrato na pintura. Pode ser interpretado como representação de diversos espaços onde o observador está imerso e, ao contrário de críticos que consideram o quadro "uma mancha", demonstra sim um padrão de arte. Por quê? Pollock não usou cavaletes, nem pincéis, mas sim objetos diferentes do padrão, como escovas de dente, espátulas e latas furadas, deixando a tinta cair em gotas pela tela, enquanto ele caminhava por cima.


Pintura One: Uma floresta? Teias? Use sua imaginação!

Muitos consideram essa técnica de conceber quadros por gotas, chamada nos EUA de dripping, uma forma mais primordial de pintura. Sem muitos traços ou pontos, como na arte pontilhista, as manchas possuem uma natureza própria que, segundo o próprio movimento abstrato que Pollock fez parte, tem sua inspiração no inconsciente psicológico.

Homenagem da Google ao artista

Um acidente de carro foi a causa de seu falecimento. A "ação" dele ao pintar será sempre rememorada, lembrada, por toda uma geração de artistas. Prova disso é que até a empresa Google, em sua página principal de Search, fez uma versão em gotas, como se Pollock tivesse feito o logotipo. Confira abaixo um vídeo desse grande artista em ação.




Para brincar "de Pollock", clique aqui.

Artigo mais completo, em inglês, sobre abstracionismo, na Wikipédia.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Virando o jogo

Depois de toda a barulheira sobre o apoio a Sarney para a presidência do Senado, o PSDB declarou-se do lado de Tião Viana (PT-AC), trazendo uma nova dinâmica para o pleito que era considerado ganho pelo PMDB. Ao que tudo indica, Sarney foi deixado de lado porque o PSDB não conseguiria todos os cargos no Senado que pleiteava em troca do apoio - que incluem a vice-presidência e a quarta secretaria da Casa. Para completar, Viana declarou-se contra a PEC [proposta de emenda constitucional] do terceiro mandato, principal exigência dos tucanos. Negociatas à parte, não deixa de ser estranho ver o PSDB apoiando uma candidatura do Partido dos Trabalhadores para um cargo tão importante dentro do governo.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Ticketmaster divulga preços para show do Kiss


Dessa vez é pra valer. Durante o ano passado, fiquei esperando pelo show do Kiss - em vão. Os rumores sobre a vinda da banda se mostraram infundados. Agora, o site oficial deles já divulgou as apresentações oficialmente: uma em São Paulo e outra no Rio.
Na capital paulista eles tocarão na Arena Skol Anhembi. O site da ticketmaster já divulgou os preços dos ingressos - nada baratos, como era de se esperar. Você pode optar pela Pista (R$170,00) ou pela Pista Vip (R$350,00).
A partir do dia 5 de fevereiro, a venda estará oficialmente aberta. Fico pensando se vai acontecer a mesma coisa que de fato aconteceu no show do Bob Dylan: preços altíssimos (chegando a R$900,00) e ingressos esgotados em um dia. Na dúvida, já estou poupando dinheiro.

Agora o Bola da Foca também está no BlogBlogs

No sistema BlogBlogs, o Bola da Foca está devidamente linkado e com palavras-chaves para aumentar nossos acessos diários. Para mais detalhes, clique Aqui

Fogo Amigo

O PSDB declarou que apoiará a candidatura de José Sarney à presidência do Senado, em troca do boicote a qualquer tipo de "golpe" do governo em busca do terceiro mandato para Lula. Para quem não se lembra, o deputado Devanir Ribeiro começou seu devaneio há pouco mais de um ano, se não me engano, quando lançou no ar a idéia de uma emenda constitucional que permitiria a Lula se "re-reeleger".

Muito já foi dito à época sobre a necessidade da alternância de poder para a saúde de uma democracia, o que, para bons entendedores, foi o bastante para que parássem com aquela besteira de "o FHC deu o 'golpe da reeleição'".

Noves fora, em janeiro surgiram notícias preocupantes. No último dia 16, durante uma entrevista coletiva em El Dilúvio, no norte da Venezuela, o Presidente Lula defendeu a iniciativa de Hugo Chávez de buscar a reeleição ilimitada (ressaltando que essa não é uma opção para o Brasil). Até ai, sem problemas, o referendo é uma ferramenta legítima e pode ser usada de tempos em tempos. No entanto, ontem (28), em campanha pelo tal referendo, Chávez declarou que haverá guerra civil na Venezuela se a oposição voltar a governar o país. Resta saber qual será a repercussão disso nos próximos dias, e qual será o comentário de Lula sobre essa atitude do companheiro Chávez.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Novo álbum de Bruce Springsteen é impecável

Bruce Springsteen é a encarnação do "Sonho Americano". Desde a década de 1970, ele lançou vinte e seis álbuns, cantou tudo o que a América tem de bom e até mesmo levantou a moral de seus conterrâneos depois do 11 de setembro. Agora, o músico volta com um novo disco, Working on a Dream, que é impecável.

Sem exceção, todas as músicas são boas. Meu destaque particular vai para Outlaw Pete, que mostra que Bruce ainda canta muito, What Love Can Do e a música vencedora do Globo de Ouro The Wrestler. Só essa canção, inclusive, já vale a compra do álbum.

De maneira geral, Bruce "desacelerou": o disco contém muitas baladas. Claro que sua pegada mais roqueira está presente (como na já citada What Love Can Do), mas não é uma constante. De qualquer maneira, esse detalhe não tira a graça do lançamento.

Se ainda assim você estiver receoso de desembolsar R$85,00 para adquirir essa pequena obra-prima importada, não fique desesperado. Bruce disponibilizou o disco inteiro em sua página no MySpace. Então, não perca tempo. Corra e confira!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

1, 2, 3 indiozinhos...4, 5, 6 hippiezinhos...

O que os índios norte-americanos e os hippies têm em comum? De acordo com a moda, o estilo folk! O termo surgiu em meados da década de 60, explodiu nos anos 70, e agora volta neste inverno, menos hippie e mais sofisticado. Entenda agora de onde vem as tachas, franjas e afins.

A inspiração no folk é tendência certa do próximo inverno. Esse termo é usado pelos profissionais da moda para definir um estilo adepto às peças étnicas, que fazem parte do folclore de determinadas culturas. Geralmente, é marcado por peças, acessórios e tecidos que compõem o vestuário dos índios norte-americanos, como franjas, couro artesanal, parkas, penas e mais uma variedade de detalhes. Entre as décadas de 60 e 70, o folk se inclinou para o hippie, onde houve a junção dessas vestimentas com batas, calças boca-de-sino e sandálias rasteiras.
Antes, esse visual era desencanado, despojado e, muitas vezes, totalmente descompromissado com a moda, algo como “não ligo para o que estou vestindo”. Essa idéia de liberdade nas vestimentas persistiu até 2002, quando o folk estourou nas passarelas. Este ano, porém, os estilistas mostraram a releitura desse estilo que, apesar de ser composto por tecidos pesados, é mais suave (visivelmente) e promete trazer mais elegância. Grifes, como Gucci, Cavalli e D&G, investiram nesse conceito e ressaltaram a feminilidade da mulher. Quem acompanhou a semana de moda sabe do que estou falando.
Algumas grifes nacionais que apostaram: Giulia Borges, Cantão, Redley, Érika Ikezili e Cavalera

Mamãe, quero ser folk!
Aprenda a fazer sua composição
1. Produção mais que básica: minivestido + meia-calça opaca + bota sem salto
2. Estampas: Persas, orientais, psicodélicas e modernistas
3. Cores: Do off-white ao café. Mesclar cores fortes - laranja, turquesa, roxo, vermelho
4. Acessórios: Enormes! Chapéus, lenços, cintos...Tudo é válido!
5. Detalhes: Tachas, franjas e bordados
6. Peça-chave: minivestido com estampa étnica/ calça boca-de-sino/ saia ampla e franzida/ camisa xadrez
7. Calçados: botas sem salto e ankle boot (bota de cano curto)
8. Esse ano é a vez do: Rústico! veludo, camurça e couro.
9. Make: Na semana de moda, vários makes surgiram como sendo "a cara do inverno" - para usar uma expressão fashionista. Mas como estamos tratando do folk...O bom é combinar maquiagens em tons terrosos ou puxado para o laranja, além dos olhos bem marcados.
10. O folk também é um estilo musical. Confira algumas bandas/cantores - e entre no clima!
1) Little Yellow Spider - Devendra Banhart
2) Mushaboom - Feist
3) Stay Out of Trouble - Kings of Convenience
4) Come on! Feel the Illinoise! - Sufjan Stevens
5)Elephant Gun - Beirut
Vale lembrar: Nem toda tendência é regra! Sejamos criativos, por favor. Algumas grifes fugiram do óbvio e montaram coleções inusitadas, como, por exemplo, o "nerd" da Osklen e a "realeza" da Triton.


(Giulia Borges e Cantão. Fotos de Márcio Madeira)



O que é uma festa para a tecnologia?

Quem pensou que eu estava de fora da conhecida "maior festa de tecnologia" do país, estava enganado. Com o apoio e patrocínio da EDGY Experiências Digitais - a empresa em que trabalho, ultimamente, como bloggeiro e navegando pela internet -, pude conferir algumas das principais atrações desde o dia 21 de janeiro, uma quarta-feira, até o último dia de palestras, dia 24 (embora o evento só tenha fechado as portas totalmente no dia seguinte, após os festejos de encerramento). Para quem quiser uma cobertura mais detalhada, confira o blog da EDGY. Por aqui, segue um resumo do evento.


O que é essa tal feira tecnológica? Quem são os "campuseiros"? Bom, confesso que eles não diferem dos otakus de eventos de animes (talvez pensem mais, programem e sejam especialistas, em muitos casos. Mas podem ser tão nerds quanto o fã de desenhos japoneses, que são obsecados). Na verdade, quem pensa que é um indivíduo distante da realidade, se engana muito nessa convenção: são pessoas minimamente interessadas por informática, acostumada ao mundo que se expandiu com a internet e dispostos a conhecer novos horizontes, a socializar e interagir de novas maneiras.

Na área gratuíta, o destaque era para estandes fazendo exbições de jogos eletrônicos da Nintendo, Playstation e Xbox, tais como Mario Kart, Rock Band, Guitar Hero e Wii Sports. Também era disponibilizadas muitos computadores e uma área enorme chamada "Inclusão Digital". Nela, pessoas recebiam palestras sobre como criar e-mails e instrumentos virtuais que são indispensáveis no mundo atual. Era uma exposição para pessoas de dentro e fora da tecnologia, incluindo as exibições da TV HD3D (televisão em alta definição e com capacidade de reproduzir 3D), feita por pesquisas da Poli-USP em conjunto com o canal Cultura, da rede aberta.

Pagando R$150 e enfrentando o mau humor do supervisor espanhol da Telefônica, para adquirir seu cartão de acesso (e pagando mais R$150, se você quiser refeição gratuíta. Tenda e local para dormir já estão incluídos no primeiro preço), você tinha acesso a uma área maior, os fundos do Centro de Exposições Imigrantes, com diversos palcos com palestras rolando ao mesmo tempo. É ai que o potêncial do Campus Party se revelou, especialmente, em 2009: discussões promovidas pelo fórum online do Arenammo trouxeram, por exemplo, a fabricante Electronic Arts, responsável pelo MMORPG Warhammer. Eles ainda pretendiam convidar a Blizzard (ô sonho...).

Outras palestras, como, por exemplo, sobre o Projeto de Lei Azeredo, reuniu professores da Cásper, como Sérgio Amadeu, que é contra a legislação, e o assessor do próprio senador, João Portugal. Causando tumulto por tantos campuseiros reunidos para protestar junto com Sérgio e o professor da Fundação Getúlio Vargas, Ronaldo Lemos, a palestra transformou-se em um protesto de internautas contra a quebra do anonimato e um possível monitoramento da comunidade online. Isso tudo aconteceu no dia 23, simultâneamente com outras discussões e oficinas, como as de linguagem Java e Podcast, além de robótica.

No sábado, 24, era possível ver um robô montado com latas de energético Red Bull. Foi montado, também, um andróide com a configuração de SO em Linux, próximo dos notebooks em frente ao palco do Software Livre. Também não faltara figuras e mascotes. Um pinguim foi visto chamando a atenção de todos e andando até em caixas de lixo no dia 23, fazendo também propaganda de programas open source. As coelhinhas da Playboy que foram capa da edição de dezembro também participaram de todo o evento, perambulando nos estandes da Abril Digital e fazendo propaganda do conteúdo para o smartphone Vaio, da Sony.

Bloggeiros famosos também passaram por lá e deram palestras. Desde a gaúcha Dany Koetz, do Ah! Tri Né!, até Beatriz Kunze, cirurgiã dentista, comentarista de cibercultura na CBN de Curitiba e dona do Garota Sem Fio. Celebridades como Rafinha Bastos do CQC também apareceram na madrugada de sábado, 24.

Na área chamada Campus Verde, houve a presença de índios da tribo dos Tupinambás, comercializando cachimbos e fumos folclóricos, além de artesanato. Os indígenas também utilizaram computadores, contrariando o senso comum de que supostamente não conhecem a tecnologia.

Por fim, não poderia deixar de mencionar confusões. Dia 22, à 1h da madrugada, ocorreu a "Revolução dos Nerds" no Campus Party 2009: o funkeiro De Leve foi expulso após fazer um show no palco da Telefônica, sob vaias e ameaças. Outro problema foram as constantes sobrecargas do servidor 10GB do evento, que ficava lento várias vezes. Também foram expulsos campuseiros com bebidas alcóolicas.

Confira, abaixo, o vídeo que postaram no youtube sobre a "Revolução dos Nerds".

domingo, 25 de janeiro de 2009

Freud explica


Em setembro deste ano serão setenta anos da morte do mais conhecido psicanalista moderno, Sigmund Freud. Nascido na Morávia (atual República Checa), o médico neurologista deixou uma longa lista de admiradores, como Carl Jung e sua própria filha, Anna Freud. Considerado o pai da psicologia moderna, Freud causou uma revolução ao afirmar que o ser humano é movido pelo inconsciente. Sua linha de estudos foi amplamente discutida, seguida e também criticada, mas Sigmund continua sendo o maior exemplo de profissional em sua área.

Ainda era criança, Freud se mudou para Viena, onde se estabeleceu num apartamento na Rua Bergasse 19. Foi nesse endereço que o psicanalista viveu por quase 50 anos com sua família, e onde também organizou seu espaço de trabalho: seu consultório.

O Sigmund Freud Museum Viena, aberto em 1971 por Anna Freud, parece ainda fazer parte do século XIX. Enquanto um lado do apartamento foi reformado, tendo todos os móveis retirados, as paredes pintadas de branco e as salas repletas de fotos de seu famoso inquilino, exposição de artefatos e citações no alto das paredes, o consultório permanece intacto.

Logo na entrada, é possível conhecer os pertences do Dr. Freud, como seu chapéu, mala, bengala e capa, todos no hall do apartamento. Toda a mobília da sala de espera é original, e atualmente está cercada de quadros com fotos das obras e medicamentos usados pelo médico. Sua sala de consulta tem as paredes forradas por imagens explicativas, como a do pote de cocaína, utilizada por Freud e também administrada em seus pacientes.

O museu conta ainda com uma sala de vídeo, parte da coleção de antiguidades do psicanalista, uma das maiores bibliotecas psicanalíticas da Europa, documentos sobre a história de Freud e da psicanálise, além de sala de exposição e uma loja de souvenirs, onde é possível adquirir canetas com citações de Freud para sua esposa, Martha, e obras de autoria do médico.

A visita ao museu é acompanhada por uma pasta com os textos explicativos de cada imagem e objeto, para que o visitante se aprofunde ainda mais na complexa visão de Freud. Entre os textos, há citações tanto de Sigmund quanto de seus pacientes e esposa sobre as obras e os hábitos do médico judeu.

Toda a cidade austríaca é repleta de pontos antes freqüentados pelo psicanalista, como a Universidade de Viena e diversos cafés locais. E a sensação de visitar a casa de uma personalidade tão importante para o desenvolvimento do estudo humano... bem, só Freud explica.

Uma revista com engajamento social

"Prezados/as leitores/as,

A OCAS, que desde 2002 proporciona à população em situação de risco social meios para alcançar uma vida digna, como já noticiamos em dezembro de 2008, continua num período de entressafra de apoios e ainda necessita da sua ajuda para não interromper as atividades.

Agradecemos a todos que já colaboraram e reforçamos que toda contribuição será bem-vinda. Se puderem repassar esta mensagem a seus amigos e conhecidos, talvez tenhamos mais chance de sair da desconfortável situação financeira, afinal, quanto mais pessoas conhecerem o projeto, mais chances teremos de receber apoio.

Quando iniciamos a campanha de arrecadação, fixamos um valor de R$ 22 mil, com prazo até 5 de janeiro, porque estávamos numa corrida contra o tempo para evitarmos endividamento e juros bancários. Infelizmente não conseguimos alcançar nossas metas e tornamos a pedir ajuda de todos.

Continuamos otimistas, crendo que a partir de abril parcerias se renovarão e novas surgirão.
Até a presente data, contabilizando entradas e saídas para pagamento de despesas de praxe, já foram levantados R$ 8.535,90, valor ainda insuficiente para cobrir todas as despesas até abril. Apesar das dificuldades a edição de janeiro/fevereiro entrará em circulação nos próximos dias de janeiro.
Para doar qualquer quantia, gentileza fazer depósito em nome da:
Organização Civil de Ação Social
CNPJ n.º 04.847.090/0001-01:
Banco Itaú S/A.
Agência n.º 0187
Conta-corrente n.º 44.013-6

Além de doações, as pessoas podem contribuir comprando a revista dos vendedores, no Rio de Janeiro ou em São Paulo. Se houver dúvidas sobre como adquiri-las escreva para ocas@ocas.org.br solicitando informações.
Cerca de 1500 pessoas já atuaram como vendedores da revista Ocas'' e de outras atividades de apoio que mantemos e os resultados foram tão positivos que a maioria fortaleceu a auto-estima, retomou a vida no ambiente familiar, voltou aos estudos e muitos até conquistaram um emprego, graças aos novos contatos que fizeram. Contribua você também com um projeto que preza por uma sociedade justa, democrática e participativa.

Nós, voluntários e vendedores da OCAS, agradecemos a sua colaboração e desejamos um ótimo 2009!

Equipe OCAS"

Reproduzi o pedido da revista divulgado no blog do professor Lira da Cásper. Vocês, jornalistas ou não, podem contribuir com artigos ou doações para a revista, que auxilia moradores de rua e pessoas em situação precária.

Eu tenho dois exemplares da revista em casa. São matérias alternativas de qualidade, com um fundo social digno. R$3 é um valor muito pequeno e simbólico por cada exemplar. Por isso, nestes tempos de crise, é necessário dar uma força para boas iniciativas.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Aécio vai à luta

Em entrevista publicada hoje pelo blog do Josias de Souza, o governador de Minas de Gerais, Aécio Neves, reinterou sua postura de pré-candidato à presidencia da República. Respondendo às perguntas do jornalista, Aécio afirmou, entre outras coisas, que o candidato do PSDB precisa ser escolhido de forma consciente e plausível, sem "rolo compressor" (uma forma velada de nomear na política, que José Serra faz dentro do partido). "(a decisão) Não pode ser construída no atropelo, em razão exclusivamente dos indicadores de pesquisa, que trazem, claramente, um recall".

Aécio considerou natural o fato de que José Serra largue na frente nas pesquisas, com pontuacões que variam entre 40% e 43%. No entanto, o que o partido precisa realmente levar em conta é a capacidade de crescimento e de aglutinação politíca de cada candidato. Tal aglutinação seria fundamental para traçar uma nova agenda política para o país em tempos de crise econômica. Neste ponto, Aécio se considera em uma posicão confortável: "Acho que eu tenho um diálogo talvez mais natural com partidos que hoje estão confortáveis sob o guarda-chuva do presidente Lula e amanhã podem não estar. Essa costura que fizemos na eleição para a prefeitura de Belo Horizonte, com o PSB, não é uma coisa à toa. Com o PDT também tenho um bom diálogo...".

O plano de pré-campanha do candidato já está definido. Primeiramente conversaria com várias lideranças dos principais partidos da oposição, além de iniciar uma caravana pelo país a partir de março, quando se dá a regulamentacão das prévias do partido. A intenção inicial é percorrer dois ou três estados por mês.

Vale lembrar que, desde as eleições de 2006, o PSDB vive um constante clima de racha dentro do partido. Na época, o então governador de São Paulo Geraldo Alckmim venceu José Serra na disputa pela candidatura à presidência. O racha ocorreu novamente nas eleições municipais de 2008, quando o partido decidiu apoiar o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (DEM) para a reeleição, no entanto uma pequena ala apoiou a candidatura de Geraldo Alckmim, que novamente saiu derrotado. A falta de união dentro do partido foi considerada a principal razão de ambas as derrotas. A questão agora é se a disputa entre Aécio e Serra sera pacifica ou se, novamente, muitos caciques do partido sairão dela com seus egos quebrados.

A entrevista completa está aqui: http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O fim de Guantánamo

O presidente Barack Obama assumiu o cargo mais cobiçado do mundo na terça-feira e já mostra para o quê veio. Assinou um decreto em que se compromete a dar fim a Guantánamo em um ano. Todas as prisões secretas da CIA ao redor do mundo também serão extintas, dando uma nova cara para a "guerra contra o terrorismo": o presidente afirmou que os valores da nação americana são suficientes como armas contra o terror.

Enviados especiais negociarão o fim dos conflitos no Paquistão e no Oriente Médio.

Obama tem uma responsabilidade gigantesca não só com os Estados Unidos, mas com o mundo inteiro, que espera dele tudo aquilo que nenhum outro presidente jamais foi capaz de colocar em prática.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Um ano sem Heath Ledger

Há um ano o querido ator Heath Ledger (1979, Austrália – 2008, N.Y.) faleceu de overdose acidental de analgésicos. A notícia chocou meio mundo e logo começaram as especulações. Depois de meses a imprensa aparentemente se convenceu de que tudo não passou de um incidente fatal. Mas essa não era a única polêmica ao redor de Heath. Poucos meses depois, seu penúltimo filme estreou nos cinemas, Batman – O Cavaleiro das Trevas, no qual fez o papel do vilão maluco Coringa. Foi, provavelmente, o filme mais comentado de 2008. 2008 foi o ano de Heath. O trabalho em Batman imortalizou Ledger e marcou o mundo cinematográfico de tal forma que a única coisa que restou foi dar prêmios.

Há pouco mais de uma semana saiu o primeiro, um Golden Globe. Quando foi anunciado, a platéia de estrelas hollywoodianas aplaudiu de pé. Hoje, exatamente um ano após a morte de Ledger, saiu a indicação do segundo (e mais esperado): a indicação póstuma do Oscar, concorrendo na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Batman).Enquanto o último filme, The Imaginarium of Doctor Parnassus, não sai, esperamos com tristeza e figas nos dedos que o Oscar vá para as mãos de Matilda, única filha de Heath e Michelle Williams.

A cinematografia do ator conta com 10 Coisas que Eu Odeio em Você, O Patriota, Coração de Cavaleiro, Casanova, O Segredo de Brokeback Mountain, Os Irmãos Grimm, Eu Não Estou Aqui e, mais recentemente, Batman – O Cavaleiro das Trevas e The Imaginarium of Doctor Parnassus. Esse último filme Heath não teve a oportunidade de terminar e seu papel foi assumido por Johnny Depp, Jude Law e Collin Farell, para arrecadar dinheiro para Matilda, que ficou sem nada do pai devido a falta de atualização do testamento.

Para fechar com chave de ouro, "Why so serious?"

Oscar 2009 - Indicações

O ator Forest Whitaker (O Último Rei da Escócia) e o presidente da Academy of Motion Picture Arts and Sciences, Sid Ganis anunciaram hoje a lista de indicados ao Oscar 2009. A cerimônia será no dia 22 de fevereiro e contará com o ator Hugh Jackman como apresentador.

O centro das atenções deste ano ficou com a - já esperada - nomeação de Heath Ledger para o primeiro Oscar póstumo, na categoria Ator Coadjuvante por sua atuação magistral em Batman – O Cavaleiro das Trevas. O líder deste ano é Benjamin Button, nomeado em 13 categorias. Quem Quer Ser um Milionário? ficou atrás, com 10.

Abaixo a lista completa:

Melhor Filme
Frost/Nixon
O Curioso Caso de Benjamin Button
O Leitor
Milk - A Voz da Igualdade
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Ator
Brad Pitt, por O Curioso Caso de Benjamin Button
Sean Penn, por Milk
Frank Langella, por Frost/Nixon
Mickey Rourke, por O Lutador
Richard Jenkins, por The Visitor

Melhor Atriz
Meryl Streep, por Dúvida
Anne Hathaway, por O Casamento de Rachel
Kate Winslet, por O Leitor
Angelina Jolie, por A Troca
Melissa Leo, por Rio Congelado

Melhor Ator Coadjuvante
Josh Brolin, por Milk - A Voz da Igualdade
Robert Downey Jr., por Trovão Tropical
Philip Seymour Hoffman, por Dúvida
Michael Shannon, por Foi Apenas Um Sonho
Heath Ledger, por Batman - O Cavaleiro das Trevas

Melhor Atriz Coadjuvante
Penélope Cruz, por Vicky Cristina Barcelona
Viola Davis, por Dúvida
Amy Adams, por Dúvida
Taraji P. Henson, por O Curioso Caso de Benjamin Button
Marisa Tomei, por O Lutador

Melhor Diretor
O Leitor, Stephen Daldry
O Curioso Caso de Benjamin Button, David Fincher
Quem Quer Ser Um Milionário?, Danny Boyle
Milk - A Voz da Igualdade, Gus Van Sant
Frost/Nixon, Ron Howard

Melhor Filme Estrangeiro
Valsa com Bashir
The Baader-Meinhof Complex
Entre Les Murs
Departures
Revanche

Melhor Filme de Animação
Kung Fu Panda
Wall-E
Bolt - Supercão


Melhor Roteiro Adaptado
Dúvida
Quem Quer Ser Um Milionário?
O Curioso Caso de Benjamin Button
Frost/Nixon
O Leitor


Melhor Roteiro Original
Milk - A Voz da Igualdade
Wall-E
Na Mira do Chefe
Simplesmente Feliz
Rio Congelado

Melhor fotografia
A Troca, Tom Stern
O Curioso Caso de Benjamin Button, Claudio Miranda
Batman - O Cavaleiro das Trevas, Wally Pfister
O Leitor, Chris Menges e Roger Deakins
Quem Quer Ser um Milionário?, Anthony Dod Mantle

Melhor direção de arte
O Curioso Caso de Benjamin Button, Donald Graham Burt, Victor J. Zolfo
A Troca, James J. Murakami, Gary Fettis
Foi Apenas Um Sonho, Kristi Zea, Debra Schutt
Batman - O Cavaleiro das Trevas, Nathan Crowley
A Duquesa, Michael Carlin, Rebecca Alleway

Melhor figurino
Austrália, Catherine Martin
O Curioso Caso de Benjamin Button, Jacqueline West
A Duquesa, Michael O'Connor
Milk - A Voz da Igualdade, Danny Glicker
Foi Apenas Um Sonho, Albert Wolsky

Melhor documentário em longa-metragem
The Betrayal (Nerakhoon), Ellen Kuras, Thavisouk Phrasavath
Encounters at the End of the World, Werner Herzog, Henry Kaiser
The Garden, Scott Hamilton Kennedy
Man on Wire, James Marsh, Simon Chinn
Trouble the Water, Tia Lessin, Carl Deal

Melhor documentário em curta-metragem
The Conscience of Nhem En, Steven Okazaki
The Final Inch, Irene Taylor Brodsky, Tom GrantSmile Pinki, Megan Mylan
The Witness - From the Balcony of Room 306, Adam Pertofsky, Margaret Hyde

Melhor montagem
O Curioso Caso de Benjamin Button, Kirk Baxter e Angus Wall
Batman - O Cavaleiro das Trevas, Lee Smith
Frost/Nixon, Daniel P. Hanley e Mike Hill
Milk - A Voz da Igualdade, Elliot Graham e Gus Van Sant
Quem Quer Ser Um Milionário?, Chris Dickens

Melhor maquiagem
O Curioso Caso de Benjamin Button
Batman - O Cavaleiro das Trevas
Hellboy 2

Melhor trilha sonora original
O Curioso Caso de Benjamin Button, Alexandre Desplat
Defiance, James Newton Howard
Milk - A Voz da Igualdade, Danny Elfman
Quem Quer Ser Um Milionário?, A.R. Rahman
Wall-E, Thomas Newman

Melhor Canção
Wall-E, com Down to Earth
Quem Quer Ser Um Milionário?, com Jai Ho
Quem Quer Ser Um Milionário?, com O Saya

Melhor Curta-Metragem de Animação
La Maison de Petits Cubes, Kunio Kato
Lavatory - Lovestory, Konstantin Bronzit
Oktapodi, Emud Mokhberi, Thierry Marchand
Presto, Doug Sweetland
This Way Up, Alan Smith, Adam Foulkes

Melhor Curta-Metragem
Auf der Strecke (On the Line), Reto CaffiManon on the Asphalt, Elizabeth Marre, Olivier Pont
New Boy, Steph Green, Tamara Anghie
The Pig, Tivi Magnusson, Dorte Høgh
Spielzeugland (Toyland), Jochen Alexander Freydank

Melhor Edição de Som
Batman - O Cavaleiro das Trevas, Richard King
Homem de Ferro, Frank Eulner, Christopher Boyes
Wall-E, Ben Burtt, Matthew Wood
Quem Quer Ser um Milionário?, Tom SayersProcurado, Wylie Stateman

Melhor Mixagem de Som
O Curioso Caso de Benjamin Button
Batman - O Cavaleiro das Trevas
Quem Quer Ser Um Milionário?
Wall-E
Procurado

Melhores Efeitos Visuais
O Curioso Caso de Benjamim Button
Batman - O Cavaleiro das Trevas
Homem de Ferro

Bola da Foca é NanoBlog também!

Com o intuito de divulgar melhor nossas matérias pela web, sem repetir assuntos de outros blogs, inscrevi o Bola da Foca no projeto NanoBlogs, promovido pelo Blogando e Andando.

Um sidemeter vai avaliar as visitas desse espaço mês a mês, com relatórios mandados para o projeto. Se for provado que há poucas visitas, o NanoBlogs vai ajudar a divulgar nosso bolinha.

Se você não entendeu absolutamente nada, clique no link acima (ou aqui).

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Armados de voz

O movimento cultural hiphop (que une música, dança, poesia e pintura) surgiu na década de 1960 nos subúrbios estadunidenses. O RAP (Rhythm And Poetry), encarado por muitos como a trilha sonora do hiphop ou ainda como sinônimo deste - a despeito das evidentes diferenças -, nasceu na Jamaica, mas logo foi levado para os EUA por uma onda de emigração.

Essas manifestações têm como característica forte as letras de protesto, agressivas e engajadas. Munidos de rimas, lutam contra a realidade suburbana, logo dentre os temas mais abordados estão: drogas, violência, racismo e pobreza.

Na contemporaneidade, discute-se não só o valor e o papel dessas expressões populares, mas também tem sido abordado o papel da cultura negra nesse contexto, e o quão intrínsecos, ou não, as duas coisas são. Há quem diga que hiphop é a cultura em si, e que não se trata de uma manifestação da cultura negra, que são articulações distintas, apesar de se misturarem, uma vez que o hiphop abriga todas as etnias, r
aças e idades. Contudo, os negros sempre tiveram grande visibilidade dentro desse meio, por adotarem o estilo hiphop de vida, e toda a sua ideologia.

A cultura hiphop já é velha conhecida dos brasileiros. Temos artistas de renome, sobretudo representantes das periferias cariocas e paulistanas. No Oriente Médio não é diferente. A juventude palestina tem se articulado e manifestado toda a sua agonia através dessas letras, muitas vezes chocantes e emocionadas.

Refiro-me ao grupo DAM (em português: sangue), que está na ativa desde a década de 1990, e é composto por Mahmoud Jreri, 24, e pelos irmãos Tamer Nafar, 27, e Suhell, 23. Eles se definem como uma mistura entre o leste e o oeste, combinando percussão e ritmos árabes e melodias do Médio Oriente com a urbanidade do hiphop. Recebem muitas influências dos contínuos conflitos entre Israel e Palestina, mas o leque de temas de suas composições, todas autorais, abrange também o terrorismo, as drogas e os direitos das mulheres.

Seguem abaixo vídeos do grupo e destaco, ainda, a merecida observação atenta que devemos dar a esses jovens de realidade conturbada, tão vítimas de uma conjuntura social dura quanto os milhares de brasileiros que vivem em meio ao fogo cruzado e da disputa entre facções criminosas. Eles se manifestam, armados da própria voz.


Vídeo 1: clipe do DAM "Who's the Terrorist?" (legendas em inglês)

Vídeo 2: entrevista com rappers palestinos

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Hoje

Qualquer tentativa de poesia ou lirismo sobre o dia de hoje esbarra no simbolismo do mesmo. Nada pode ser mais forte que a imagem de 2 milhões de americanos parados, sob o frio congelante de Washington, acompanhando a posse do 44 presidente dos EUA. Louvar, analisar, ou quem sabe até se emocionar com esse dia vai muito além do que um estrangeirismo que o primeiro nacionalista ou anti-americano se apressaria em acusar. Significa que a esperança que tomou conta dos EUA hoje não se restringe apenas aquele país, àquela nação, mas ao mundo como um lugar único.

Sabemos muito pouco, ou, melhor dizendo, nada do que acontecerá daqui pra frente. Se sairemos disso decepcionados ou realizados. O ponto é que sabemos o que significou esse 20 de Janeiro de 2008. Algo muito além de imagens e sons: um sentimento chamado esperança.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Contra as "pessoas de vontade fraca"

Jornalista de Araraquara, interior de São Paulo, Jonas Gonçalves tem podcasts na internet, já foi assessor de comunicação, trabalhou em revistas e possui todo seu material reunido em seu blog. Em entrevista ao Bola da Foca, ele falou sorbe o que aprendeu quando estudou na Cásper Líbero, entre 2002 e 2005, e sobre suas crenças no jornalismo.

Por Pedro Zambarda

Bola da Foca: Como é ser jornalista político, utilizando principalmente blog, na internet? É o que você pretendia desde o começo como profissão?

Jonas Gonçalves: Não, foi algo que surgiu com mais força somente no ano passado, com as eleições municipais. Antes, eu apenas era alguém que gostava de estudar a história e saber sobre Política. Porém, no jornal em que eu trabalhava em 2008, havia uma necessidade: ter um repórter cobrindo a área. Então, me propus a isso antes mesmo das eleições, e já mantinha o blog na internet, inclusive. O processo eleitoral só serviu para intensificar algo que estava se tornando cada vez mais natural. E eu acho que é gratificante informar as pessoas a respeito do assunto, ainda mais por se tratar de um assunto com alto nível de complexidade, que muitos nem tem paciência para entender. E por utilizar a internet, sinto-me inserido no contexto atual, de uma forma dinâmica.

BF: Entendo. E para explicar melhor seu antigo trabalho, em qual jornal você cobria política? Como foi a experiência lá?

JG: Trabalhei na Folha da Cidade, de Araraquara, de maio de 2006 a dezembro de 2008. Nesse período, comecei como repórter e acabei virando editor geral, por diversos motivos. O principal deles foi a dificuldade da empresa em formar uma estrutura de redação. Não havia como contratar um jornalista mais experiente para exercer a função. Portanto, acabei herdando o posto, pois o antigo ocupante faleceu em setembro de 2006. Porém, sempre gostei de ser repórter. Ser editor, a meu ver, exige experiência e também muita paciência, pois não é fácil ficar "preso" na redação, apenas "canetando" matérias, propondo pautas e organizando os textos diariamente. Por isso, quis ser repórter de algum assunto, mesmo que de maneira esporádica. Daí escolhi a Política. Posso dizer que, a partir de 2007, comecei a ser um "editor/repórter de Política".

JG: É uma editoria difícil, complicada, mas que me atrai, até por chamar a atenção dos leitores para fatos relevantes, que mexem com toda a sociedade. Cobrindo a política local, no meu caso, a de Araraquara, pude ver como a coisa se desenrolava de forma interessante: os acordos, os bastidores, quem é quem. Já nas eleições de 2006, tive uma amostra, pois cheguei a lidar com o assunto mais diretamente. E a coisa só foi crescendo. Porém, ainda precisava de uma grande experiência que alavancasse o processo. E ela veio a ocorrer nas eleições municipais de 2008, que se tornam, naturalmente, assunto predominante em um jornal local.

BF: Essa grande experiência veio em seu novo emprego?

JG: Não, veio antes. Quando ocorreram as eleições de 2008, eu ainda estava na Folha da Cidade. Só fui me mudar para a Tribuna Impressa no final do ano passado, em dezembro. Aliás, o trabalho que desenvolvi, tanto na Folha quanto no site, me ajudaram consideravelmente a me projetar como jornalista.

BF: Claro. Mas, apesar da experiência dos bastidores e de todos os detalhes da política e dos políticos, você presenciou uma desorganização do jornal em si, quando era editor? Existiram dificuldades em se tornar jornalista, Jonas?

JG: Sim. Acredito que, quando uma empresa carece de recursos tanto financeiros quanto humanos, fica difícil você pensar na execução de um projeto jornalístico. Quando cheguei na Folha, em 2006, era um diário rotulado como sendo "sensacionalista", vivendo basicamente de fatos policiais. Não era isso que eu queria fazer. Portanto, quando me tornei editor, pude fazer mudanças. E tentei torná-lo um jornal mais "palatável", digamos assim, sem essa imagem negativa. Um jornal que fosse voltado para os interesses da comunidade, que desse atenção à política, à economia, aos problemas do cotidiano. Claro que fatos policiais continuaram tendo espaço, mas não aquilo que havia antes, praticamente um monopólio. Ao longo do tempo, aos poucos, a situação foi melhorando, mas nunca foi fácil.

JG: O que constatei é o seguinte: se você quiser ser jornalista, tem que enfrentar o que vier pela frente. Tem que ter muita determinação e saber exatamente aonde se quer chegar.

BF: Essa vontade de "enfrentar o que vier pela frente" você já tinha quando estudou na Cásper Líbero? Como foram as experiências antes de obter o diploma?

JG: Sim, desde os tempos de faculdade, já sabia exatamente o que queria. Claro que você vai descobrindo várias coisas e os interesses podem até mudar de alguma forma, mas nada que me desviasse do meu principal objetivo: adquirir experiência em jornal diário. Porém, antes de obter o diploma, não tive oportunidade em jornal. Fiz dois estágios, o primeiro em uma revista semanal.

BF: Qual revista?

JG: A revista se chama About. Ela é dedicada ao setor de propaganda e marketing. Tanto que o site dela se chama Portal da Propaganda. Escrevi tanto para a revista quanto para o site. Foi uma experiência interessante, mas que não durou tanto, infelizmente. Fiquei lá de setembro de 2004 até janeiro de 2005.

BF: Interessante. Agora, falando sobre a Cásper, o que te marcou nela? Professores? Alguma coisa em especial aconteceu lá e é uma recordação recorrente?

JG: Várias coisas me marcaram. Uma delas era o fato de que se podia aprender muito conversando com as pessoas não só do Jornalismo, mas dos outros cursos também. Havia uma ironia recorrente de que "o pessoal do Jornalismo sempre foi fechado", ou seja, quando eu conversava com gente dos cursos de PP e RP (depois também surgiu o de Rádio e TV), era considerado uma surpresa.

JG: Muitas aulas foram marcantes. Lembro das explicações de História do professor Sidney Ferreira Leite, que sempre entremeava suas falas com passagens da história do Cinema. Também havia muita cultura sendo ensinada, não apenas o ensino do conhecimento espcífico do Jornalismo. Também destaco as aulas do Clóvis de Barros (Métodos e Técnicas de Pesquisa), do Celso Unzelte (Administração de Produtos Editoriais), do José Arbex (História da Comunicação), entre outros. Do Arbex, tem uma passagem engraçada: ele dançou "Like A Virgin", da Madonna, durante uma aula. Foi só um trecho, mas todo mundo caiu na risada, com ele cantando desafinado e dançando. Teve várias passagens "lendárias", digamos assim.

BF: Nossa, devem ter sido. E foi muito complicado estudar em São Paulo sendo de Araraquara?

JG: No começo foi, pois tive que me adaptar ao ritmo de São Paulo. Quando entrei na Cásper, estava morando na capital há um ano, mas ainda não tinha me desligado completamente do modo de vida do interior, que é mais tranquilo. Ainda estava me ambientando também a enorme diversidade de pessoas que é possível encontrar em uma metrópole. Acabei me acostumando e gostando muito da experiência. Até porque, em São Paulo, as pessoas estão habituadas a ver gente de tudo quanto é lado chegando lá para estudar ou trabalhar. Então, é um processo normal. O que é frequente no início é repararem no sotaque, muito diferente do que é comum entre os paulistanos. Isso acaba se tornando bem engraçado.

BF: E, além do sotaque, é muito diferente trabalhar em Araraquara do que trabalhar na capital?

JG: Muito diferente. Em termos de ritmo, a história é completamente outra. O nível de exigência, então, nem se fala. A concorrência em São Paulo é enorme. Existe uma grande quantidade de pessoas qualificadas. A oferta de emprego é bastante ampla, pois existem muitas empresas no mercado. Porém, não é tão simples arranjar emprego, pois você precisa mostrar que possui qualificação suficiente.

JG: No interior, há uma carência de mão-de-obra aliada a baixa oferta de vagas. Então, é uma dificuldade tanto para as empresas quanto para quem procura trabalho. Porém, se a pessoa tiver qualificação e bons contatos, é possível pleitear e conquistar uma vaga. Mas é preciso ter paciência pois, no interior, geralmente as coisas são resolvidas de uma forma mais lenta. Para conseguir meu atual emprego, que é no maior jornal da região, tive que esperar três anos por uma oportunidade.

BF: E você conseguiu na editoria em que você é especializado, não é? A Política?

JG: Infelizmente, não. Mas isso não se constitui em um problema. Acredito que ainda tenho muito a aprender no Jornalismo. E tenho plena consciência de que, para ser um repórter de Política, é preciso ter muito conhecimento e muita experiência. Considero que já tenho um nível razoável tanto de um quanto de outro, mas ainda não o suficiente.

JG: Por isso, mesmo sendo na editoria de Cidades, o trabalho na Tribuna Impressa tem me ajudado bastante. Estou aprendendo a escrever mais e melhor, a ser mais dinâmico e também acredito que o meu currículo está ficando mais rico.

BF: Sobre especializações, você acredita que mestrado e doutorado são bons para melhorar o profissional? Você acredita no conhecimento acadêmico ou prefere que ele se consolide apenas no cotidiano das redações e da reportagem?

JG: Antes de mais nada, essa é uma ótima pergunta.

JG: Acredito que o conhecimento acadêmico pode contribuir muito para que um jornalista fique mais preparado. É importante frisar que um mestrado e um doutorado, atualmente, são importantes para qualquer carreira. O problema é que, durante muito tempo, títulos acadêmicos não significaram nada no Jornalismo em termos práticos. Felizmente, isso mudou. Hoje, é impensável alguém se contentar apenas com a graduação.

JG: No meu caso específico, quero fazer um curso de especialização em Jornalismo Político. Acredito que será um grande diferencial em minha carreira. Mas a experiência prática, de reportagem, e a vivência em redações, é absolutamente essencial e indispensável. É preciso viver a coisa como ela é para poder assimilar a experiência e depois transmitiíla no ambiente acadêmico, seja por meio de aulas ou de pesquisas.

BF: Você acredita na transmissão do conhecimento prático na academia?

JG: Sim, acredito. É possível fazer uma boa transmissão de conhecimento nas faculdades, desde que se tenha uma preparação adequada. Um jornalista de renome pode ser um péssimo professor. Entretanto, um jornalista sem fama, mas com o devido comprometimento com a função de professor, pode fazer um trabalho acadêmico excelente. É preciso ter didática e uma boa dose de flexibilidade.

JG: Nenhum conhecimento é imutável. O Jornalismo continua passando por diversas transformações. Se os professores não se reciclarem e não buscarem se atualizar, ocorrerão sérios problemas.

BF: Falando sobre problemas, ao entrar no mercado, além das questões administrativas, quais outros problemas você testemunhou sobre o jornalismo de hoje?

JG: Infelizmente, muitos jornalistas saem das faculdades completamente despreparados. Existem diversos tipos de deficiência. A mais aguda é a deficiência técnica. Tem pessoas que podem até saber escrever, mas não de uma forma jornalística. Simplesmente não sabem escrever uma reportagem ou mesmo um release de assessoria de imprensa. Mas a culpa não é toda das faculdades. Isso é um reducionismo que leva pessoas até mesmo a acreditarem no absurdo de que "jornalista não precisa de diploma".

JG: Isso é uma falácia. As pessoas precisam ter um melhor nível educacional, nos ensinos Fundamental e Médio, para chegarem ao Ensino Superior pelo menos com os conhecimentos básicos em dia. E, ao mesmo tempo, as faculdades e universidades precisam melhorar continuamente, tanto em termos de estrutura física, como de corpo docente, métodos de ensino, biblioteca, entre outros aspectos.

BF: Certo, Jonas. Pra fechar, qual mensagem você daria pra quem se interessa por jornalismo e para os jornalistas políticos considerados "veteranos"?

JG: Para quem se interessa por Jornalismo, posso resumir em um lema: "Nunca desista". Sempre é possível atingir os objetivos, mas é preciso ser duro na queda. Pessoas de vontade fraca não sobrevivem à dureza do período de desemprego que a maioria tem que passar depois da faculdade, não suportam trabalhar ganhando pouco, entre outros problemas. É preciso ter coragem e força de vontade.

JG: Aos jornalistas políticos veteranos, que tenham consciência da enorme responsabilidade que possuem para com a sociedade, que nunca se metam em jogos de poder e se entreguem a políticos ou partidos. O jornalista deve servir à sociedade, acima de tudo. E, na Política, em especial, o trabalho precisa ser impecável, pois as pessoas dependem das informações dos jornalistas para serem cidadãs.

Gaza


domingo, 18 de janeiro de 2009

Sobre as operações em Gaza

Ocorridos desde 27 de dezembro de 2008, pouco depois do Natal, bombardeios e ataques (para ocupação territorial) promovidos por militares israelenses em represália ao grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza - área entre o Egito, Israel e Cisjordânia, no Oriente Médio - geraram feridos entre palestinos, com estimativas além de 3.000 pessoas.

O Bola da Foca não se pronunciou antes, sobre tais conflitos, para não assumir posições precipitadas. No entanto, agora é preciso expor, pelo menos, uma opinião: como a imprensa brasileira (e ocidental como um todo) ousa defender os israelenses em investidas que atentaram a vida de inocentes?

Sim, o Hamas não negocia. Sim, o Hamas certamente é radical e anti-governamental, indo contra tudo o que os judeus conquistaram territorialmente no Oriente Médio, atentando inclusive contra a ONU e suas leis internacionais. Mas não se responde na mesma moeda em pleno início de 2009. Aliás, largando a hipocrisia das datas comemorativas, não se defende um genocídio ou um bombardeio por conta de ações de militantes radicais isoladas, que não respondem pelo restante da população.

Isso é tarefa da espionagem, até da diplomacia, e de forças muito além de aviões e bombas. No entanto, creio que os conflitos religiosos e políticos ali são tão enraizados que, talvez, seja necessário um golpe contra ambos os lados. E, convenhamos: se a ONU e os Estados Unidos não tivessem praticamente forçado a entrada judaica no Oriente Médio, se tivessem realmente feito valer sua "democracia mundial", jamais teríamos um xenofobismo secular bem peculiar como o que existe entre judeus e palestinos. É uma relíquia (ou, melhor, maldição) do século XX.

Nicholas Sarkozy esteve em reunião com chefes de Estado europeus e árabes hoje, em Sharm el-Sheik, no Egito, e fez um apelo a Israel. Hamas declarou cessar-fogo e exigiu a retirada das tropas israelenses de Gaza. Os invasores, de fato, parecem estar retirando suas tropas.

É importante lembrar que, para informações mais detalhadas, a rede Al Jazeera possui um twitter com informações atualizadas constantemente sobre a violência em Gaza. Algumas poucas revistas nacionais, como a Istoé, defenderam que, de fato, isralenses também estão sendo incoerentes em seus ataques (ver capa "O terrorismo de Israel").

Nota sobre o Show de Elton John, exibido na Rede Globo


Show iniciado às 23h de ontem, dia 17, no Arena Skol Anhembi, em São Paulo, conta com exibição simultânea na TV Globo e no canal por assinatura Multishow.

A filmagem está excelente, mas é visivel notar uma péssima tradução feita pela emissora de televisão. Palavras como sky foram traduzidas como "firmamento" e o pronome "te" foi trocado por "lhe". As traduções também desaparecem ocasionalmente da tela, justamente por ser uma exibição ao vivo. Por isso, não deixo de opinar: era melhor, simplesmente, não traduzir, especialmente para os que não conhecem a música do pianista inglês.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Theatrum político

A bela entre as feras

E volta a Ministra Dilma,
ao Planalto.
Bonitona e arrumada,
um tanto recauchutada,
como aslfato.

Mas brincadeiras à parte,
ficou bom.
Um trabalho de primeira,
que dispensa até maquiagem
e batom.

E nada mais condizente,
afinal,
do que arrumar o que se vê,
para o nosso Presidente,
que não lê.


*Theatrum político é uma coluna semanal que pensa que é poesia

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Melhores filmes de 2008

* Atencão: Esta lista reflete apenas a opinião do autor e é referente aos filmes lançados entre Janeiro de 2008 nos EUA e Dezembro de 2008 no Brasil. Este é o motivo pelo qual obras como Benjamin Button, Slumdog Millionare e A Troca estão de fora.

1- Wall-e: São poucas as vezes em nossa vida que temos a chance de ver algo realmente único feito em seu próprio tempo. Tive esta sorte com alguns albuns, como Be do Pain of Salvation, e alguns games como Metal Gear Solid 3 e The Legend of Zelda: Ocarina of Time. Mas 2008 foi o ano que tive que tal sorte também no cinema - e percebi logo no momento que saí da sala de projecão de Wall-e. O nono filme da Pixar é também sua maior obra-prima. Andrew Stanton levou a filosofia da Pixar ao máximo ao elaborar sua fábula sobre o pequeno robô solitário na Terra que se apaixona e, na busca desse amor, acaba por salvar a raça humana de si próprio. De longe, o melhor filme do ano, e provavelmente a melhor animação já feita.

2- The Dark Knight: 2008 teve um dono. Não importa o vencedor do Oscar, 2008 será lembrado como o ano de Batman: Cavaleiro das Trevas e o chocante Coringa criado pelo falecido Heath Ledger. O Batman de Nolan revolucionou a forma de se fazer filmes de super-heróis, provando que podem ser mais sérios e pesados quanto qualquer outra obra. O filme também colocou Heath Ledger na história do cinema como uma das construcões mais amedrontadoras que já foi vista. Não foram poucos que comentaram o mal-estar sentido ao se deparar com a figura do Coringa. Tudo isto pode levar o filme a se tornar a primeira adaptacão de uma HQ vencedora de um Oscar.

3- Na mira do chefe - Infelizmente, é um filme pouco visto no Brasil. Mas para quem perdeu, vale a pena conferir agora que foi lançado em DVD. A história dos dois assassinos profissionais (Brendan Glesson e Colin Farrel) que precisam passar uma temporada na pequena cidade de Bruges, na Bélgica têm um dos melhores roteiros do ano. Em uma combinação de comédia e drama que faria inveja a Woody Allen, com várias piadas de humor negro e sequencias impagáveis, Na Mira do Chefe traz também a melhor atuação da carreira de Colin Farrel. Ele é justamente vencedor do Globo de Ouro por melhor atuação em comédia e musical.

4- Apaloosa : Parece que Viggo Mortensen não erra mais seus projetos. O único ator que realmente se deu bem com o fim de Senhor dos Anéis vem escolhendo seus filmes a dedo - e não parece errar mais. Depois de acertar em cheio em dois filmes de David Cronenberg, aqui ele acerta ao acatar o papel de coadjuvante neste faroeste de Ed Harris. Estrelado pelo próprio Harris, o filme volta com os velhos valores dos filmes de cowboys. O que poderia soar clichê, acaba se tornando um grito contra a falta de moral nos dias de hoje.

5- Speed Racer: Primeiro filme polêmico da lista. Muita gente ouviu falar. Poucos viram, e dos que viram, a maioria não gostou. No entanto, eu poderia apostar que a adaptacão dirigida pelos irmãos Wachowsky ainda será lembrada como um divisor de águas na mescla entre computacão gráfica e live-action. Alguns críticos supostamente bons, como um tal de Inácio Araújo, sairam por aí dizendo que o filme se perde nos efeitos e é mais videogame que cinema. Bom, sr. Araújo, não sei se o senhor sabe, mas existem gigantescas diferenças narrativas entre um game e um filme, e o simples uso de 3D não faz de uma obra cinematográfica algo que possa ser jogado com um controle. Poucos filmes foram tão bem construídos e montados como Speed Racer em 2008.

6- O Nevoeiro: Lista minha tem que ter filme de terror. E O Nevoeiro é o melhor espécime do gênero em muito tempo. Feito com baixo orçamento, com um elenco quase desconhecido e baseado em um conto também não muito conhecido de Stephen King, o filme traz um dos melhores finais do ano. Extremamente bem dirigido, consegue criar um clima de terror e claustrofobia que nenhuma obra com assassinos de máscaras consegue. Trazendo uma forte metáfora da sociedade americana da era Bush, direitista e guiada por preceitos religiosos acima da razão, o Nevoeiro também está entre as obras mais injusticadas do ano.

7- Vicky Christina Barcelona: Woody Allen de volta à velha forma. Como é bom saber disso. Depois do fraco Scoop e do vergonhoso Sonho de Cassandra, Allen volta a ser ele mesmo, com uma obra que discute nada mais e nada menos do que o amor. Sem complicações, como deve ser, Allen nos traz fantásticos personagens, especialmente femininas. Rebecca Hall está maravilhosa, Penelópe Cruz salta aos olhos e Scarlet Johanson prova com sucesso que é capaz de atuar bem, se for bem dirigida. Como único personagem masculino relevante, Javier Barden encarna como poucos um homem pragmático, sedutor e, acima de tudo, forte. Por favor Woody, continue atrás das câmeras. E com o cerébro afiado.

8- Ensaio sobre a cegueira: Ensaio sobre a cegueira é provavelmente um dos filmes mais dificeis do ano. Dificil de se dizer se ele agradou ou não. Tal dúvida vem com o fato de que Fernando Meirelles arrisca muito em todas suas obras. Todos seus filmes levam o espectador ao limite, nunca ficando em uma zona segura para que lhe traria muito mais fãs do que já tem. Ensaio sobre a Cegueira é assim, pois cada segundo de suas 2 horas de duração é um risco para o diretor e para o gosto do espectador. Seja pelas chocantes cenas dentro do campo de confinamento, ou pela controversa forma de representar uma cegueira com uma câmera, que é um paradoxo óbvio. Por arriscar tanto, e acertar quase sempre, que Meirelles merece um lugar em qualquer lista dos melhores do ano.

Pronto, 8 filmes, fugindo do clichê dos 10+. Aproveite a faça também sua lista.

ps* peço aos editores que por favor acrescentem os acentos que faltaram e as cedilhas, que não posso incluir por simplesmente não existirem no teclado sueco.

Jobs afastado da Apple

Steve Jobs, fundador e CEO (Chief Executive Officer, presidente-executivo) da Apple, mandou um e-mail aos funcionários da empresa dizendo que pediu um afastamento temporário do protagonismo dos negócios. A razão é um "desequilíbrio hormonal" que o (muito) bem-sucedido empresário alegou ser mais sério do que pensava (o tratemento foi iniciado dia 5 de janeiro deste ano).

A licença médica, anunciada nesta quarta-feira (14), será mantida até o final de junho, quando Tim Cook (chefe de operações) deve des-substituir Jobs nas operações cotidianas da Apple. Pouco foi dito - ou explicado - sobre a doença, e os rumores fizeram as ações a Apple caírem em 2% na última terça-feira do ano passado. Outros ainda especulam a saída definitiva de Steve.

Jobs é o criador de uma das principais empresas mundias atuais, responsável pelo bum chamado iPod e pelo outro bum chamado iPhone. E é o principal acionista da Walt Disney Company, pela venda dos estúdios Pixar de animação (antes seus, também).

Estimo melhoras!

fonte: Terra

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Patton, o poeta



Muita gente conhece o general George Patton graças ao filme homônimo. Aqueles que se interessam pela Segunda Guerra já ouviram falar desse genial estrategista. Outros não fazem a mínima idéia de quem foi esse soldado sorridente da foto. Eu explico.
George Smith Patton Jr. foi um militar que lutou na Primeira Grande Guerra como soldado. Na Segunda Guerra, foi um general do Terceiro Exército Norte-Americano, responsável por diversas vitórias importantes.
Na África, conquistou importantes pontos (na Tunísia, Argélia e Marrocos), encurralando o também genial Erwin "Raposa do Deserto" Rommel e seus Afrika Corps. Na Itália, libertou as cidades de Messina e Palermo do controle fascista. Na Europa, percorreu dois mil quilômetros e tirou de combate 1,8 milhão de soldados alemães de combate, entre mortos, feridos e prisioneiros, e teria chegado à Berlim se o ataque à capital alemã não tivesse sido cancelado.
Esse é apenas uma das facetas desse homem de múltiplos talentos. Apesar de suas excentricidades (insistia em desenhar seus próprios uniformes e carregava uma pistola com cabo de madrepérola), ele possuia também uma veia literária. Em meio aos registros militares de seus diários de guerra, Patton escrevia poemas. Você pode checar alguns no link Patton Poetry. Traduzi um poeminha só de desgustação:
Deus das Batalhas (1943)
Do orgulho e da vã confiança,
De cada credo desperto,
Do temido medo de temer,
Proteja-nos, Senhor, e nos guie.
Grande Deus, que através das eras
Abraçou a mão coberta de sangue,
Como Saturno, Júpitor e Woden
Lideraram seus bandos de guerreiros
Novamente buscamos Teu conselho,
Mas não em trajes baixos,
Não nos lamentamos por Tua misericórdia;
Para destruir, Senhor, nos faça sábios.
Por escravos que não fogem do destino,
Que não pedem Tua ajuda,
A Ti nós confiamos nossos espíritos
E nossos corpos, destemidos.
Apesar da dúvida e do temível mau presságio,
Nossos espíritos ainda guardam a Ti.
Torne forte nossas almas para conquistar,
Nos dê a vitória, Senhor.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

LOST e Prision Break - Canceladas


Sim, infelizmente é verdade. O ano de 2009 será o último da série Prision Break e o penúltimo para a sensação LOST.

Prision Break foi criada nos Estados Unidos em agosto de 2005 e chegou ao Brasil 2 meses depois, distribuída pela FOX. A série, que vai para a quinta e última temporada nesse ano, trata dos irmãos Lincoln (Dominic Purcell) e Michael (Wentworth Miller, jogado nos holofotes graças ao seu papel). Lincoln está no corredor da morte e será executado logo mais por um crime que Michael acha que ele não cometeu, o que o deixa desesperado. Como é um engenheiro civil e tem as plantas da prisão, Michael rouba um banco para ir para a mesma penitenciária do irmão, a estadual Fox River, e bolar um plano para tirar Lincoln de lá e provar sua inocência.

"PRISON BREAK tem semelhanças com diversos filmes, combinando a esperança de "Um Sonho de Liberdade", a camaradagem de "Golpe Baixo" e a tensão de "Fugindo do Inferno". Essa intrigante nova série irá relevar detalhes adicionais sobre o quebra-cabeça a cada semana, enquanto Michael continua seu jamais imaginado plano para completar a mais ousada fuga da prisão — e solucionar a conspiração nacional que foi o verdadeiro motivo para ter levado seu irmão à ser preso" explica o site Terra na sessão Séries Online.

LOST precisa de muito menos explicação. A série, que terminará em 2010 na sua sexta temporada, é um sucesso completo no Brasil desde a sua chegada em 2005 (6 meses depois da estréia nos EUA) no canal AXN. Diferente de tudo antes visto na televisão, o enredo prende o telespectador ao criar um enorme quebra-cabeças, que custa a ser resolvido, deixando todos desnorteados e intrigados para saber o final. Foram lançados livros, documentários e cada um tem a sua teoria, nunca realmente chegando a um ponto concreto. Como, quando e por que são perguntas frenqüentes em todos as temporadas.

A história do grupo de sobreviventes do vôo da Oceanic 815 roda principalmente sobre algumas pessoas: o médico - e líder - Jack (Matthew Fox, de Speed Racer), o bonitão Sawyer (Josh Holloway), a garota do triângulo amoroso com os 2 anteriores, Kate (Evangeline Lilly), o peso pesado Hurley (Jorge Garcia), o iraquiano Sayid (Naveen Andrews), o não-mais-paraplégico-na-ilha-com-mania-de-perseguição Locke (Terry O'Quinn), o navegador perdido Desmond (Henry Ian Cusick) e o malvado Ben (Michael Emerson).

A grande 'sacada' dos criadores foi conseguir fazer tantos segredos juntos se misturarem e se confundirem ao mesmo tempo, confundindo o telespectador no aspecto de se tal cena é importante ou não e por quê. Outras ótimas artemanhas são os flashs constantes entre passado, presente e futuro, a aventura e o suspense redobrado. Prova maior não há: a revista TIME fez uma lista com os 10 melhores episódios de séries em 2008 e Lost ficou no topo, com "The Constant", o 5º da quarta temporada.

A Rede Globo começou a passar a quarta temporada no domingo, dia 11/01.

Arquivos de Hemingway em Cuba são abertos para estudiosos


A combinação calor e umidade fazia do porão o último lugar adequado para guardar tantos documentos. Mesmo assim, pilhas e pilhas de papéis se acumulavam no chão e nos móveis. Os insetos faziam dessas folhas suas casas, abrindo buracos para acomodar suas numerosas famílias. Esses arquivos permaneceram esquecidos por quase cinquenta anos.

Desde 1939, quando se mudou para San Francisco de Paula, em Cuba, Ernest Hemingway acumulou todos os seus documentos (desde manuscritos de suas obras até correspondências, livros e recibos de lojas) no seu porão. Durante 21 anos, as pilhas só cresceram. Quando voltou aos Estados Unidos, sua casa ficou fechada e os arquivos, esquecidos.

Agora, vinte e sete anos após sua morte, esses arquivos, restaurados e arquivados no Museu Ernest Hemingway, foram disponibilizados para estudiosos que mostrarem interesse através de formulários específicos.

O escritor nasceu em 21 de julho de 1899. Participou da Primeira Guerra Mundial como motorista de ambulâncias até ser ferido nas pernas por fragmentos de um morteiro. Voltou aos Estados Unidos, mas não ficou muito tempo por lá. Foi a Paris, onde conheceu Gertrude Stein e, através dela, entrou em contato com o movimento artístico parisiense e toda a “geração perdida” – os artistas americanos expatriados na capital francesa.

Voltou aos Estados Unidos, mas quando estourou a Guerra Civil Espanhola seu faro de repórter falou mais alto e ele correu à Europa para testemunhar os conflitos. Lá, conheceu as touradas e acabou se apaixonando por elas. Depois de quatro anos no país, foi para Cuba, onde passou vinte e um anos. Recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1954, após o lançamento de seu clássico O Velho e o Mar. Em 1960, voltou aos EUA; um ano depois, Hemingway se suicidou com um tiro. Os motivos? Uma mistura de hipertensão, diabetes, arterioesclerose, depressão e falta de memória.

Sua obra literária é composta por dez romances, três peças, quinze livros de não-ficção e diversas coletâneas de contos. Por Quem os Sinos Dobram (um retrato da Guerra Civil Espanhola), O Sol também se Levanta (romance fortemente autobiográfico sobre a “geração perdida”) e O Velho e o Mar (uma pequena fábula sobre a luta entre um velho pescador e um marlim gigante) são alguns destaques.

Os arquivos cubanos disponibilizados mostram manuscritos de alguns de seus romances, relatos jornalísticos, documentos sobre sua busca por submarinos alemães durante a Segunda Guerra Mundial e até cartas onde o escritor fala sobre suicídio. Além disso, joga uma luz sobre um período pouco conhecido por seus biógrafos: sua estadia em Cuba.

Por enquanto, essas preciosidades só podem ser vistas ao vivo, em Finca Vigia – a casa de Hemingway na Ilha. Até o final do mês, cópias serão colocadas no museu John F. Kennedy, em Boston. Ada Rosa Alonso Morales, editora do museu Ernest Hemingway, afirmou, em entrevista a Reuters, que, apesar de os documentos não estarem disponíveis na Internet, a possibilidade de que isso ocorra existe.

2009 promete grandes filmes

Depois de um ótimo ano, com grandes lançamentos (como Batman, Wall-E e Vicky Cristina Barcelona, só para citar três exemplos), os cinéfilos devem se preparar para os filmes que chegarão às telonas em 2009.

Harry Potter e o Enigma do Príncipe, Transformers: a Vingança dos Derrotados, O Exterminador do Futuro: A Salvação, Jornada nas Estrelas, X-Men Origins: Wolverine, A Pantera Cor-de-Rosa 2, Street Fighter; Chun-Li, Uma Noite no Museu 2, Era do Gelo 3 e Sherlock Holmes são alguns dos destaques mais comerciais.

Quanto às adaptações, o videogame Prince of Persia, a série de quadrinhos Watchmen, a novelinha infantil Hannah Montana, o desenho animado G.I. Joe – Comandos em Ação, os livros Coraline, de Neil Gaiman, e Anjos e Demônios, de Dan Brown, e a série japonesa Dragonball prometem agradar os mais variados gostos. O filme Che, apresentado pela primeira vez na Mostra de Cinema de 2008, vai estrear nos cinemas a partir de fevereiro, dividido em duas partes.

Woody Allen já tem um novo filme pronto, que chegará aos EUA no começo de 2009 e não deve demorar a aparecer por aqui. Outro cultuado diretor é o sul-coreano Chan-Wook Park, que promete Thirst para o ano que vem. Quentin Tarantino também promete um novo longa, Inglorious Bastards; seu parceiro Robert Rodriguez está produzindo um remake do clássico de ficção científica Barbarella, que também deve sair em 2009.

O cinema em 3D também receberá muitos lançamentos novos. Muitas animações já tem data de lançamento, como Toy Story 3D. Mas alguns filmes com atores de verdade também devem ser aguardados.

Finalmente, o filme Batman – O Cavaleiro das Trevas voltará aos cinemas. O objetivo da Warner é alcançar $1 bilhão em faturamento – marca apenas alcançada pelos filmes Titanic, Senhor dos Anéis: o Retorno do Rei e Piratas do Caribe: o Baú da Morte.

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