sexta-feira, 29 de maio de 2009

Para interessados em estágio em Publicidade


Agradecimentos a Fernanda Martinez, pelo anúncio cedido por e-mail
(Sim, publicitários. Aceitamos peças de propaganda entre as matérias do blog)

Queda no repasse do Fundo de Participação dos Municípios deixa prefeituras em alerta

Para conter os efeitos da crise financeira mundial, que se intensificou no fim do ano passado, o governo federal adotou medidas que afetaram diretamente a rotina das prefeituras do Brasil. A iniciativa mais contestada foi a diminuição dos impostos de Renda (IR) e sobre Produtos Industrializados (IPI), formadores da principal fonte de receita de 81% das cidades brasileiras, o FPM (Fundo de Participação dos Municípios).

As novas regras, que entraram em vigor a partir de janeiro deste ano, acarretarão em R$ 8,4 bilhões a menos nos cofres públicos da União, retirando R$ 1,386 bilhão dos mais de cinco mil municípios brasileiros. O objetivo da medida, segundo o governo, é garantir recursos suficientes no bolso dos consumidores e evitar que o encalhe de estoques nas empresas se transforme em uma onda de demissões.

Para o consultor da ONG ‘Transparência Municipal’, que coopera com órgãos e entidades ligadas ao poder público na aplicação de recursos, François Bremaeker, o governo brasileiro procurou minimizar os efeitos da crise e sinalizou no sentido da manutenção dos investimentos do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), mas acabou prejudicando as administrações municipais.

“Foi uma boa atitude para não criar um ambiente de pânico no país. Entretanto, com o intuito de estimular alguns setores da indústria, a União promoveu isenções tributárias que refletiram nas finanças do município, sob a forma de redução dos repasses do FPM”, destacou.

Nas cidades de Guaratinguetá, Lorena, Cachoeira Paulista, Cruzeiro, Lavrinhas e Queluz – ambas da Vale do Paraíba, em São Paulo -, a queda pôde ser observada nos primeiros meses deste ano. Em relação a janeiro de 2009, a verba repassada em fevereiro teve uma média de 6,7% de redução.

Em Lorena, o corte obrigou a prefeitura a rever gastos e a buscar novas opções de receita. O município, que tem uma estimativa do orçamento mensal para 2009 de aproximadamente R$ 7 milhões, depende em 21% do valor proveniente do FPM.

De acordo com o secretário adjunto de Finanças, Benedito Carlos Bravin, a prefeitura já colocou em prática algumas soluções para aumentar a fiscalização quanto ao recebimento de outros recursos, como o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), o ISS (Imposto sobre Serviço) e o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). “Tudo isso para evitar a sonegação e aumentar a arrecadação municipal. Não podemos ser tão dependentes do FPM, pois a tendência é que ele caia cada vez mais”, afirmou.

Desconto no IPTU foi uma das formas de driblar a crise

Já em Cachoeira Paulista, onde 13% do valor do FPM é destinado para a Saúde e 25% para a Educação, as medidas foram mais intensas. O prefeito Fabiano Vieira assinou um decreto com diretrizes para combater a crise. Os maiores cortes são de gastos com o pessoal, custeios de verbas e adiantamentos, auxílio econômico e material a festas populares e suspensão do uso ou empréstimo de carros oficiais. Além disso, as contas de água, luz e telefone estarão sob responsabilidade dos secretários municipais que deverão comprovar a sua exatidão.

Mesmo com essas iniciativas, o economista José Augusto Ribeiro acredita que não existem soluções imediatas para o problema. Para ele, o momento pede que se mantenha um número elevado de crédito. “O que deve ser feito é o alto investimento, crédito sempre constante dos bancos nas casas de câmbio e o governo apoiando as empresas na produção. Para, com isso, diminuir o desemprego e, assim, reduzir os efeitos deste mau momento da economia”.

O que é FPM?

O Fundo de Participação dos Municípios é uma transferência constitucional, composta de 22,5% da arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) do país. A distribuição dos recursos é feita de acordo com o número de habitantes das cidades. São fixadas faixas populacionais cabendo a cada uma delas um coeficiente individual. O mínimo é de 0,6 para municípios com até 10.188 habitantes e, o máximo, é de 4,0 para aqueles acima de 156 mil.

Os critérios atualmente utilizados para o cálculo dos coeficientes de participação estão baseados na Lei nº. 5.172/66 (Código Tributário Nacional) e no Decreto-lei nº. 1.881/81. Do total de recursos, 10% são destinados às cidades das capitais, 86,4% para as demais e 3,6% para o fundo de reserva a que fazem jus os municípios com população superior a 142.633 habitantes (coeficiente de 3,8), excluídas as capitais.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é o órgão responsável pela realização do Censo Demográfico e o Tribunal de Contas da União pela publicação dos coeficientes dos municípios. Os recursos do FPM são transferidos em três parcelas, sendo os dias 10, 20 e 30 de cada mês, sempre com a arrecadação do IR e IPI do decênio anterior ao repasse.

Matéria produzida por Ariane Fonseca e Leonardo Souza

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Como não torcer para esse time?

Nunca simpatizei muito com o Barcelona. Na Europa, desde 1999 meu time é o Manchester United, após aquela vitória histórica contra o Bayer de Munique. Na Espanha, sempre torci para o Real Madrid. Culpa de um tal de Zidane. Ou seja, tinha todos os motivos do mundo para torcer contra o Barcelona na final de ontem contra o (meu) Manchester. No entanto, toda esta torcida que já encontrava uma tremenda dificuldade para se manter em pé, foi derrubada. Derrubada ao mesmo tempo em que eu me erguia para aplaudir o time de Josep Guardiola.
Como resistir a um time que tem como filosófia de jogo o ataque puro e simples? Bola no chão, passando de pé em pé, até encontrar algum espaço na defesa adversária. Como resistir a um time que, numa época onde a posição mais valorizada pelos técnicos é o volante, joga com apenas um? Como resistir a um time que joga 61 partidas no ano e marca 157 gols, média de 2,57?
O que ocorreu ontem foi o duelo entre a melhor defesa do mundo, armada como um muro intransponível por Alex Ferguson, e que encontra nas figuras de Cristiano Ronaldo e Rooney sua válvula de escape para o ataque, contra o melhor ataque do mundo, um time armado de forma que 90% dos técnicos atuais considerariam suicida, baseada não apenas no talento sobrenatural de Messi, mas também na genialidade de Iniesta, na eficiência de Eto’o e na experiência de um Henry que nunca deixou de ser encantador. Atrás, uma defesa que era considerada inconstante, que encontra apenas em Puyol uma âncora sustentável.
O Barcelona da temporada 2008/09 entrou para a história como o Barcelona mais vitorioso da história, conquistando a tríplice coroa, e vencendo mais que qualquer outro. E tal fato é emblemático. Numa época em que até mesmo Brasil e Argentina vêem adotando o futebol pragmático e retranqueiro, a esperança vem da Espanha, que mostra ainda ser possível sim vencer jogando um futebol ofensivo, leve e, até mesmo, bonito.

Se a seleção espanhola havia espantado o mundo no ano passado com a conquista invicta da EuroCopa, o Barcelona deste ano, com um time primordialmente montado com jogadores formados pelo próprio clube, nos dá a adorável esperança -quem sabe ilusão – de que o futebol é cíclico, e esta falta de criatividade crônica seja apenas temporária.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Castroneves e suas lágrimas de leite


Dois dias já se passaram, e o mundo do automobilismo não se esqueceu. Em um esporte onde uma vitória não dura mais que alguns dias, o que ocorreu em Indianápolis, estado do Michigan nos EUA, foi algo que ficará marcado para sempre na história deste esporte que já tem muitas delas. Não apenas pelo lugar, não apenas pela prova. As 500 milhas de Indianápolis, disputadas no centenário Indianapolis Motor Speedway é a prova mais importante do ano. Quem vence lá, entra para a história. Imagine então, quem vence três vezes? Foi o que aconteceu com Hélio Castroneves neste domingo, quando terminou a última das 200 voltas da prova.

A história de Hélio (nada dessa mania boba de diminutivo que nós temos) em 2009 talvez seja a mais intensa do automobilismo. O homem que há 2 meses atrás via como imagem de seu futuro um macacão laranja, sem patrocínios, acompanhado de algemas nas mãos e nos pés, cruzou a linha de chegada aos prantos, esquecendo por alguns minutos aquele personagem que ele mesmo ajudou a criar.

Hélio sempre foi o cara mais simpático, o mais carismático, sempre com um sorriso de 120 dentes que fazia com que qualquer um torcesse por aquele garoto que saiu das pistas de kart em Ribeirão Preto, e chegou aos EUA, seguindo as portas previamente abertas por Emerson Fittipaldi e Gil de Ferran. Participou do Dance with the Stars, foi entrevistado por todos os apresentadores de talk-show do país... enfim, era fácil amar e era fácil odiar Hélio Castroneves. Mas ele sabia disso, e arcava com esse risco, sempre vivendo na corda bamba que a adoração a si mesmo proporciona.

No entanto, quando se viu investigado pelo governo americano, sendo acusado de fraude tributária, a máscara caiu. Os EUA ficaram chocados com a possibilidade daquele ídolo estrangeiro, que de certa forma havia personificado o sonho americano, ir parar atrás das grades. No Brasil, como sempre fazemos, acabamos por condenar Hélio antes mesmo da justiça. A justiça absolveu Hélio. Após mais de 2 meses de julgamento, com todos os aspectos sendo analisados, Hélio, sua irmã e seu pai foram inocentados em um processo que de tão minucioso não deixou dúvidas em relação à sua credibilidade. Então ele voltou, e que volta.

Difícil acreditar que alguém não tenha se emocionado no domingo, quando Hélio Castroneves escalou a grade do Motor Speedway. A partir de agora pouco importa se ele for campeão da temporada da Indy, até porque, as 500 Milhas é a única prova no mundo mais importante que o campeonato em si. Um filme com um roteiro perfeito (por mais clichê que isto soe) teve seu final rodado na linha de chegada feita de paralelepípedos, banhado não com champagne, mas com leite, a verdadeira bebida de luxo do automobilismo. Logicamente, Hélio voltará a ser a personagem que sempre fora, odiado por muitos, e adorado por muitos mais. Mas uma coisa é certa, ele acaba de entrar para a história com a maior voltar por cima que o esporte já viu, comparável apenas, quem sabe, ao retorno de Ronaldo em 2002.
ps: Foto retirada do blog do Fábio Seixas, na UOL.

domingo, 24 de maio de 2009

Entre os bits e bytes


Bate-papo, amizade, namoro, pesquisa. A internet oferece aos jovens uma infinidade de conexões. De clique em clique, eles vão acumulando endereços, imagens e textos que se sucedem de forma ininterrupta. Mas não é somente entretenimento que a nova geração busca na web. Contrariando as estatísticas, há quem use a rede mundial de computadores para mostrar o que sabe de melhor: o seu trabalho.

O designer Guilherme Serrano, de 22 anos, é um exemplo. O primeiro emprego do jovem, em 2004, foi fruto do seu site sobre tecnologia. “Durante a entrevista falei sobre minha página na web e, no mesmo momento, o entrevistador o acessou e gostou. Eu tinha 17 anos e não possuía currículo. Naquele momento eu vi como, por meio da internet, era fácil mostrar o que sabia”.

Hoje, Serrano passa mais de doze horas por dia no ciberespaço, no qual concilia as suas atividades do trabalho com a manutenção de um site colaborativo sobre design e tecnologia (www.andafter.org), seu portfólio online e também uma ferramenta para monetização de blogs. Além de participar de comunidades no Orkut sobre sua área de atuação e manter sua networking (rede de contatos) no Twitter, MSN e Gtalk.

“Expor os conhecimentos em redes sociais mostra que você tem interesse em aprender e que é uma pessoa informada na sua área. Isso conta pontos para qualquer um que pesquise mais sobre você na internet. Já consegui clientes e parcerias profissionais pelo Orkut e Twitter”, relata o jovem.

O estudante de webdesigner, Yury Veiga, de 21 anos, também descobriu na rede uma aliada profissional. Ele administra, edita e escreve em três blogs; conversa com clientes; envia currículos e marca entrevistas de emprego pela web. Seu principal trabalho é com o blog Trocistas. “Invisto na internet porque ela é um meio de acesso mundial. É muito mais fácil do que qualquer outro tipo de veículo e o retorno financeiro é rápido também”.

Para o Analista de Novas Tecnologias, Paulo Moraes, qualquer ferramenta disponível na web pode ajudar o jovem na divulgação do seu trabalho, desde que ele seja objetivo e estrategista em seu foco. “A internet tem um potencial enorme, pois dá ao internauta a liberdade de expressão e a possibilidade de acessar um conteúdo, aderi-lo e fazer parte integrante dele. É o que chamamos de geração da colaboratividade onde todos têm espaço livre para apresentar seus talentos e qualificações profissionais”.

Mas esse cenário ainda não é explorado como pode no Brasil. Jovens como Guilherme e Yury ainda são raridades na rede. Segundo uma pesquisa da Revista Veja – divulgada na edição 2100, de 18 de fevereiro de 2009 – o jovem gasta, diariamente, 3 horas e 40 minutos navegando na internet fora do trabalho ou do ambiente escolar. Nesse período, mais de 80% do tempo é dedicado a entretenimento no Orkut e MSN.

A psicóloga Angelita de Souza acredita que a ferramenta ainda não é tão explorada pelos jovens no âmbito profissional porque eles buscam nela uma afirmação autônoma, um lugar onde exercitam critérios de amizade e onde buscam padrões de comportamento. “Jovens não costumam apreciar burocracias e intermediações e, na internet, seus desejos são acessados diretamente. A tecnologia parece ajudá-los a lidar com os dilemas típicos dessa faixa etária – identidade, personalidade, desejos e auto-expressão”, finaliza.

Onde divulgar meu trabalho na web?

Veja aqui algumas ferramentas gratuitas da internet que você pode utilizar para divulgar o seu trabalho:

Twitter
www.twitter.com

Rede social e servidor para microblogging que permite que os usuários enviem atualizações pessoais contendo textos de 140 caracteres via SMS, mensageiro instantâneo, e-mail, site oficial ou programa especializado.

Blogger
www.blogger.com

Ferramenta de publicação de blogs grátis do Google que permite aos usuários compartilhar seus pensamentos facilmente com o mundo. Basta se cadastrar e escolher um dos temas disponibilizados.

Via6
www.via6.com

Rede de conteúdo que conecta profissionais de todas as áreas. O objetivo é fazer com que a vida profissional dos usuários se aprimore adquirindo novos conhecimentos e informações, bem como aumentando sua rede de relacionamentos.

Scribd
www.scribd.com

Serviço gratuito definido por alguns como uma espécie de "Youtube para documentos". Atualmente o site hospeda, em várias comunidades, mais de 350.000 documentos como e-books, apresentações, ensaios, artigos acadêmicos, álbuns de fotos, trabalhos escolares, entre outros.

Regrinhas para um bom twitter


Texto original do blog Wii Are Nerds.

Pensou que era apenas postar 140 caracteres e só? Esse pequeno guia vai apontar alguns toques fundamentais para você se manter nessa rede social. Caso contrário, é muito provável que você ache que ela virou um porre (e talvez você seja interessante a ponto de precisar de uns toques...).

1 - Faça SUA política de following/follow. Não siga a idéia "preciso seguir menos pessoas do que as me seguem". Se você quer seguir 1 milhão de pessoas, você pode, desde que saiba os endereços dos twitters que realmente importam (pra não ficar procurando atualização na página inicial, aquele trabalhinho bacana...). E, bom, seguir alguém não se trata apenas de ler a pessoa, mas em muitos casos você pode/deveria interagir. Nunca esqueça disso (mandando mensagens "@" e repassando com "RT:").

2 - Seja um "twitteiro com bom senso". Isso significa: NÃO responder a pergunta "what are you doing?" do sistema. Ninguém quer saber quantas vezes você vai ao banheiro e, às vezes, repito, às vezes, seu cotidiano chega a ser interessante. Mas você não é a "última bolacha do pacote". Simples.

3 - Comente as informações e links que recebe. Com o tempo, você vai notar que o twitter aos poucos pode até substituir seus leitores RSS. E há uma vantagem adicional nisso: você pode conversar diretamente com os autores dos textos. O @marcelotas, com seus quase 70 mil seguidores, pode ser que não te responda, mas blogueiros menores sim. Isso é ótimo.

4 - Faça reflexões bizarras. Pode não ser legal o tempo inteiro, mas é interessante uma discussão saudável por alguma idéia suspensa em 140 caracteres.

5 - CUIDADO com o que você posta. Seu chefe pode ler, sua mãe (se ela usa PC) pode ler e o Google tá ai pra isso. Twitter é público, mas o povo costuma esquecer esse detalhe.

6 - Quer ficar popular no twitter? USE. POSTE. Mas tenha consciência que você precisa ser o @manomenezes de fato pra ter a popularidade dele.

7 - Utilidade do twitter no celular: cobertura de eventos e em situações onde o PC não é possível. Esse recurso é batido, mas é muito interessante se usado da maneira correta.

E vale lembrar: se você acha o twitter inútil, se acha que ele vai virar outro orkut, pode se retirar, fechar conta e o caramba. Mas tenha consciência de uma coisa: o Facebook não criou nada inovador, o Myspace é pouco funcional e, mesmo assim, eles são populares. O que conta nesses sistemas não é o que eles fazem, mas a eficiência. Se você quer ir pra um sistema que ninguém conhece, mas é melhor, vá em frente. Só que a falta de pessoas é um problema.

Depois não diga que eu não avisei.

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E caso queira acompanhar o Bola via twitter, clique aqui.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Valer

Hoje, às 12h20, um homem berrava na Avenida Brigadeiro Luís Antônio que "paulistas não valem nada". Segundo o homem, ele estava passando fome desde o dia anterior e ninguém se dignou a lhe pagar uma refeição.

Repreendia as pessoas, o motorista do ônibus Terminal Capelinha, os balconistas de boteco e até vociferava aos céus. Resta saber se alguém conseguiu ajudá-lo, uma vez que a fúria o afastava de todas os presentes.

Poucos metros dali, no cruzamento da Paulista com a Brigadeiro, sentido Jardins, o Capelinha conseguiu evitar um atropelamento de uma mulher jovem por pouco mais de 2 metros. Auxiliada por um homem, a moça foi retirada da rua.

Vale a pena falar sobre isso?

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Star Trek

J.J.Abrams indo ao nenhum diretor jamais foi

Quando o novo filme de Star Trek foi anunciado como um reboot, ou seja, uma retomada na história original, todos se questionaram: ainda existe espaço para Star Trek? Quem se encarregou de responder tal pergunta foi o diretor escalado, um tal de J.J. Abrams (aquele carinha que criou séries como Lost, Alias e Fringe, além de filmes como Missão Impossível 3 e Cloverfield), “O mundo precisa daquele otimismo de volta”. Essa declaração foi feita em meados de 2008, quando ainda vivíamos sob as rédeas de George W. Bush. O tempo provou que Abrams estava certo, e, ao invés de surgir como um último grito de otimismo e esperança, Star Trek surge como um marco de início da nova era Obama.

A primeira coisa a se dizer do novo filme é que Abrams é no mínimo um cara corajoso. Em vez de escolher retratar mais uma das inúmeras missões da S.S.Enterprise, o diretor colocou a mão no vespeiro e simplesmente rebobinou tudo, contando a gênese da tripulação liderada por James T. Kirk e Spock. Os fãs obviamente não gostaram muito quando ficaram sabendo disso, e desconfiaram ainda mais quando Abrams disse que sempre fora um “star wars guy”. Ou seja, não era nem de longe um profundo conhecedor do universo trekker.

O resultado disso tudo? Enquanto metade dos fãs foi aos cinemas otimista em relação à volta do maior ícone do sci-fi, a outra metade se reuniu em uma multidão raivosa munida de tochas e tridentes. Já o resto do mundo, e esse era o público que Abrams queria atingir, ficava cada vez mais curioso sobre o que seria e o que significava Star Trek.

Para que tudo funcionasse com perfeição, a primeira coisa necessária era um grande roteiro, algo que justificasse o novo filme. E pode-se dizer que tal meta foi atingida. O roteiro escrito pelos medianos Roberto Orci e Alex Kurtzman (dupla de Transformers), e supervisionado por J.J.Abrams, se vale do artifício clássico das histórias de ficção cientifica - a viagem no tempo - para criar uma história completamente nova, mudando aspectos essenciais da trama original.

A partir daí se ganhou a liberdade necessária para se trabalhar novamente àqueles personagens clássicos, com suas principais características mantidas, mas atualizadas para um público que necessita cada vez mais de ação e cada vez menos de "falação" (uma característica marcante da série). O resultado disso é uma histórica épica, fantasticamente bem amarrada, que carrega toda a grandiosidade que os tripulantes da Enterprise merecem para brilhar.

Outro ponto tão importante quanto o roteiro era a escolha do elenco. William Shatner, Leonard Nimoy, DeForest Kelly e companhia se tornarão verdadeiras lendas graças a seus personagens, e desta forma, qualquer deslize seria motivo suficiente para estragar todo o filme. Sabendo disso, Abrams e sua equipe fizeram uma das mais criteriosas escolhas de elenco pela qual um blockbuster passou recentemente. E boa noticia é que eles acertaram em cheio. Os primeiros nomes liberados foram os da equipe “coadjuvante” da nave. Simon Pegg como Scooty, Anton Yelchin como Chekov, John Cho como Sulu e Zoe Saldana como Uhura. E cada um caiu como uma luva em seus personagens, se mostrando tão carismáticos e únicos como a equipe original, e em alguns casos (leia-se Pegg e Yelchin) superando seus interpretes originais. Já o vilão Nero, personagem original do filme, ficou à cargo do talentoso Eric Bana, que o interpreta com um prazer que salta à tela.

Mas é claro que todos eles, apesar de suas qualidades, acabam funcionando como escadas para o trio principal, Kirk, Spock e McCoy. E se DeForest já não está mais entre nós, William Shatner e Leonard Nimoy devem ter ficado muito orgulhosos de Chris Pine e Zachary Quinto. Desde sua primeira cena percebemos a canastrice, arrogância e impetuosidade de Kirk, tudo junto a uma mente que a seu modo se torna genial. Das duas uma, ou Chris Pine é um excelente ator ou o filho bastardo de William Shatner. Já Zachary Quinto, que admitiu ter tido aulas com o próprio Nimoy, não deixa dúvidas de que aquele que vemos na tela é a versão mais jovem e inexperiente de Spock. Um jovem que preza pela lógica como todo Vulcano, mas que dentro de si ainda guarda a erupção emocional de todo ser humano. Por fim, Karl Urban assusta em sua semelhança com o Leonard McCoy original. Desde o modo de falar, passando por todos os trejeitos físicos, até sua mente altamente passional. Todos eles brilhantemente dirigidos por um Abrams inspirado, que não erra em nenhuma cena (erros que nunca foram graves, mas que se tornaram comum em seus filmes), e acerta a medida certa de nostalgia, algo necessário, mas que ,em excesso, poderia comprometer a obra.

Para encerrar, um parágrafo para o melhor ator do filme. A participação de Leonard Nimoy não era segredo para ninguém, mas que ela fosse tão significativa, foi uma surpresa. Nimoy não surge como o Spock de Quinto, mas como o seu próprio Spock, do universo original de Star Trek (é necessária uma certa dose de concentração para entender viagens no tempo). E a sua interpretação é simplesmente espetacular. Mais de 25 anos depois, Nimoy ainda sabe que o Spock pensa, indo além do próprio roteiro, fazendo com que qualquer direção de atores se torne desnecessária. O antigo Spock surge como uma força carregada de serenidade, experiência, sabedoria e, mais do nunca, emoção.

J.J.Abrams ainda não é nenhum George Lucas ou Steven Spielberg, embora sua idolatria aos mestres seja clara. No entanto, o americano com cara de nerd ousou remoer o ícone máximo do sci-fi para provar que ainda existe espaço para o genêro em sua forma clássica, sem a necessidade das artimanhas deste século que ele próprio ajudou a criar. Pode ser que ainda lhe falte um Star Wars ou um E.T., mas Star Trek prova que ele pode ser sim a salvação de um genêro que há muito já era dado como morto.

México: gripe, desinformação e incompetência

Por Eduardo Álvarez.

Estudante de Ciências da Comunicação na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM).

Direto da Cidade do México para o
Bola da Foca.


Na noite de 23 de abril, com uma mensagem em cadeia nacional emitida pelo Secretário de Saúde, José Ángel Córdova Villalobos, tomou-se conhecimento de que as atividades nas escolas públicas e privadas, da pré-escola até a universidade, foram suspensas no Distrito Federal e na zona metropolitana devido a um surto de gripe.

Neste dia começou um ambiente de medo e incerteza entre os mexicanos que habitamos na capital. Para mim e meus amigos da faculdade, não era possível acreditar em uma emergência sanitária surgida de um surto de gripe comum.

As horas se passaram e os meios de informação mexicanos se concentraram em explicar que, desde os primeiros dias do mês de abril, mais de 13 pessoas haviam morrido por causa da gripe. E devido às mortes ainda continuarem, o governo tomou a decisão de suspender as atividades escolares somente como um modo de prevenção, pois segundo as autoridades oficiais, a epidemia encontrava controlada.

Surgiu, de repente, uma tensão total. As ruas se esvaziaram e as pessoas deixaram de sair com essa confiança costumeira que uma vida ativa pode proporcionar. O México mudou da noite para o dia e somente os setores privados e governamentais continuaram trabalhando. Descobriu-se, em princípio, que era uma nova doença, com componentes genéticos próprios, que chamaram “vírus da gripe suína”.

Os espetáculos, as atividades culturais e esportivas foram suspensas do dia 23 de abril a 6 de maio. No total, 35 000 restaurantes do Distrito Federal tiveram que parar de vender alimentos nos locais e, somente com o pedido por parte das autoridades sanitárias, puderam vender alimentos “para viagem”. Nove partidos de futebol jogaram a portas fechadas. Aumentou em 300% a venda de antigripais. O exército e o governo do DF distribuiu 8 milhões de máscaras em território federal.

No total, 30 mil milhões de pesos (0.3 do PIB e correspondente a cerca de 4.6 milhões de reais) se perderam a nível nacional, segundo a Secretaria da Fazenda, combinado com inúmeros empréstimos, que incluem o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Mundial (BM) e a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Estranhamente, foi neste período quando a Câmara dos Deputados aprovou reformas a diversas leis sobre o uso de drogas, obras públicas, o uso de força pública por diversas corporações de polícia e de aquisições e serviços do setor público. A maioria das leis foi aprovada por unanimidade e sem oposição alguma.

Depois que o governo mexicano deu a conhecer o nome do vírus da gripe A/H1N1, Argentina e Cuba suspenderam seus vôos ao México. China colocou em quarentena 70 mexicanos e se iniciou uma xenofobia contra eles.

Mas, como a mídia deu a conhecer a informação no México? No caso das televisões mexicanas mais importantes, Televisa e TV Azteca, que formam um duopólio da comunicação no México, a forma em que orientaram seus conteúdos ao receptor foi de maneira superficial e não deixaram dúvida alguma de que uma pandemia iminente estava a ponto de acabar com a vida de milhões de mexicanos, se não acatássemos as novas regras de higiene que implantaram de imediato.

A falta de análises dos conteúdos midiáticos acabou com a capacidade de criticar, semeando medo, pânico e um pouco de ceticismo entre a população. Os números de mortos de um dia para o outro aumentavam e diminuíam às vezes sem sentido. Debatia-se no governo sobre dizer se as pessoas que haviam morrido naquele dia haviam se contagiado por gripe ou morreram por outra enfermidade.

O problema foi explicar claramente para manter a credibilidade, pois as contradições que surgiram das mesmas mídias oficiais terminaram com a confiança da maioria dos mexicanos. Dia 5 de maio, um dia antes de iniciar de novo com as atividades, as pessoas saíam de novo nas ruas, deixando de lado as precauções como o uso de máscaras.

O que a gripe suína demonstrou no México? Sem contar as evidentes falhas da ciência e infraestrutura médica, revelou-se um uso exagerado de informação na mídia. Segundo Marc K. Siegel, epidemiólogo estadounidense, o governo e o presidente do meu país, Felipe Calderón, manipularam indevidamente a informação.

Siegel explicou que a transmissão da doença se enfraquece diariamente com a transmissão de um humano para outro; que as pessoas que sofrem do mal podem controlar e curar com medicamento, desde que se trate a tempo; e que as conferências de imprensa dadas pelo governo serviram para que os meios exagerassem nas informações, resuntando em uma epidemia de medo.

A triste realidade é que o México foi o foco de atenção internacional e está pagando as consequências econômicas e sociais por diversos erros que o governo mexicano cometeu. Tanta publicidade, não ajudou para nada.

Por outro lado, é difícil saber se algum dia se desatará a pandemia de gripe A/H1N1 como se veio anunciando há alguns dias. O que é fato é o aparecimento de uma série de boatos e verdades conspiratórias geradas pela doença que começam a expandir-se por todo o planeta.

No México, as páginas da internet começaram a se encher de mensagens que variavam de música, piadas e teorias conspiratórias. Entre elas:

1) Foi um vírus que pode ter sido elaborado por bioterroristas para assassinar o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, quem esteve em visita oficial dia 16 e 17 de abril.

2) Foi uma bomba viral criada em “laboratórios secretos” com o objetivo de enfrentar mudanças climáticas.

3) Foi somente um beta test para preparar um futuro ataque decisivo.
4) Acionistas de grandes laboratórios farmacêuticos provocaram esta situação para vender milhões de vacinas.

5) É parte da doutrina do choque (existe um vídeo muito bom feito por Naomi Klein e o cineasta mexicano Afonso Cuarón: http://www.youtube.com/watch?v=_nNJM0kKrDQ).

6) E muito mais...

Se analizamos a teoria do papel assumido pelos rumores e as teorias conspiratórias, nos daremos conta que sua função é preencher um vazio, introduzir um sentido supostamente lógico. Os psicanalistas chamam de racionalização essa tendência de inventar ou aceitar explicações por mais absurdas que sejam.

Quanto aos megacomplôs, o francês Pierre-André Taguieff, autor de L’imaginaire du Complot Mondial, disse que com o desenvolvimento dos meios de comunicação de massa, deu-se ainda mais força a utopia de transparência e se aprofundou o desejo de ter chaves para a compreensão e domínio do mundo.

Então, diante do inexplicável e da incerteza, confere-se aos cidadãos a credibilidade dos rumores e das teorias de conspiração que estão apoiadas em supostas verdades ocultas.

Às vezes o fascínio pelo oculto e as conspirações são mais fortes que o racionalismo baseado em análises das estruturas sociais organizadas. Mas por enquanto, os cidadãos do México metaforizamos a palavra gripe no gradual descrédito da palavra oficial.

Hoje são poucos os mexicanos que seguem as medidas preventivas conrea o novo vírus. Este desdém surge porque pesquisas oficiais revelam que 92% dos habitantes da República Mexicana não conhece nada que se pareça com a “gripe suína”.

O mais grave do assunto é a confusão que se criou. A pesar da quantidade de maios midiáticos e trasmissores de dados, a sociedade mexicana está tão mal informada como há 50 anos. Notas, artigos de opinião e mexericos banais vão e vêm contradizendo-se uns aos outros.

Contudo, novos operadores tecnológicos surgem na Internet para tornar crítica e participativa a consciência social. Por acaso, com nossas prosas, versos e opiniões estimulamos um espaço alternativo de comunicação? Eu acredito que sim, e este vínculo entre México e Brasil demonstra isso.


Tradução e contato com a fonte: Luma Ramiro



Post scriptum
: Ryszard Kapuściński dizia que não podia existir um mundo sem jornalistas que trabalhassem por vontade e vocação. Lugares como este demonstram isso. Do México, muitos parabéns e agradecimentos pelo convite.

Fantasias, aventuras e romance com 17 anos

O lançamento do primeiro livro da jovem escritora Selène D’Aquitaine, será no próximo dia 23 de maio, a partir das 18h, na livraria Cultura do Shopping Villa-Lobos, em São Paulo. Ela receberá o público para a tarde de autógrafos de O Jardim das Rosas Negras.

Selène D’Aquitaine é, na verdade, um heterônimo de Adriana Barbosa Ferreira, jovem de 17 anos que cursa o 2º ano do ensino médio. Sua inclinação para a literatura começou aos 12 anos, quando começou a esboçar seus primeiros contos e textos. Além do dom com a escrita, divide seu tempo entre a escola, a natação, as aulas de dança egípcia, de inglês e francês. Adora ler e foi em meio aos livros de grandes autores que, aos 15 anos, começou na literatura e lançou sua primeira obra, Diário de Rabiscos. Agora trabalha numa trilogia, finalizando seu segundo volume.

A autora quer ser conhecida como Selène D’Aquitaine. E ela explica o motivo: “minhas histórias têm muita magia, aventura, sonoridade nos nomes dos meus personagens e dos lugares das histórias que crio, por isso optei também por criar um heterônimo. Selène D’Aquitaine é muito mais sonoro”.

O Jardim das Rosas Negras, em 192 páginas, conta a história de Samantha, uma fada “mestiça”, filha de Helena e de um demônio perverso que abandonou sua ingênua mãe ainda grávida. Tudo se passa em Fairytz, o reino das fadas. O nascimento dela é temido, pois uma vidente temerosa profetiza que a fadinha trará a destruição e o completo domínio das trevas. Mas, protegida por sua tia Elryn, a rainha das fadas, Samantha nasce e aprende a domar seu lado negro, administrando seus talentos de fada e habilidades advindas do lado paterno.

Quando sua tia Elryn é dada como morta, ela é banida de Fairytz. Com a ajuda de suas primas e amigos, a heroína irá desvendar o que há por trás da tal profecia. Samantha então viverá muitas aventuras e perigos, para reverter seu destino e o de todos no reino.

O livro faz parte da coleção de livros infanto-juvenis da Ícone Editora e traz ilustrações de Giulia Yamasaki Souza.

Agradecimentos a Lara Nishi, pelas informações cedidas por e-mail.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Entrevista com Soninha Francine

Soninha Francine, 41 anos, é jornalista e comentarista da ESPN Brasil. Em 2008, após um mandato de vereadora pelo PT, candidatou-se à prefeitura pelo PPS, ficando em quarto lugar. Hoje, é subprefeita da Lapa na atual administração do prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. Adepta da bicicleta, Soninha conta os desafios para harmonizar as ruas da Lapa e de São Paulo com tanta diversidade de meios de locomoção.

Paulo Pacheco – Há algum projeto da subprefeitura da Lapa para a construção de ciclovias ou de algo que harmonize a relação entre ciclistas e motoristas?

Soninha Francine – A primeira providência que faremos aqui na região da subprefeitura será a instalação de para-ciclos. Quem não anda de bicicleta talvez nem pense nisso, mas quem anda sabe a dificuldade que é não ter onde deixá-la. Instalaremos em frente ao Mercado Municipal, ao Parque da Água Branca, no prédio da subprefeitura, no Tendal da Lapa, em frente a bibliotecas e a teatros, perto do corredor de ônibus, para que o ciclista possa estacionar sua bicicleta e pegar um ônibus em direção ao centro. A instalação será feita desde que não atrapalhe os pedestres e que seja útil para os ciclistas. Além disso, estamos encomendando um estudo técnico para a implantação de um sistema cicloviário na Lapa, porque a ciclovia é um corredor totalmente segregado para as bicicletas, seja no canteiro central, seja na avenida, seja junto à calçada, e deve haver alguma separação física. Há muitas ruas onde é possível ordenar o trânsito de bicicletas e de veículos motorizados simplesmente traçando uma faixa no chão. Isso não é possível em avenidas muito movimentadas e com fluxo de veículos pesados, como a Marquês de São Vicente e a Ermano Marchetti, mas nas ruas da Vila Romana, como a Rua Faustolo e a Rua Tito, que são mais largas e com quarteirões mais curtos, impossibilitando os carros de desenvolver altas velocidades, é possível pintar uma faixa no chão.

PP – Como a faixa cidadã para motocicletas, na Rua da Consolação?

SF – Sim, mas para bicicleta ainda não temos em São Paulo. Na Avenida Sumaré há uma faixa para motos.

PP – Na Avenida Sumaré, há no canteiro central um...

SF – Um arremedo de ciclovia, não é? Ela será uma ciclovia de verdade. Temos um projeto em orçamento para depois buscarmos recurso, ou da prefeitura ou com patrocínio de alguma empresa.

PP – A faixa cidadã pode incentivar a harmonia entre ciclistas e motoristas, reivindicação de muitos cicloativistas?

SF – Isso mesmo. Os cicloativistas da ONG Transporte Ativo dizem isso: se as bicicletas circularem em uma via totalmente segregada, todo o esforço de separação cria, em algum momento, uma dificuldade de convivência. O encontro em um cruzamento, por exemplo, será inevitável. Nos EUA, há uma cidade famosa por ser “amiga das bicicletas”. Lá há muita discussão sobre fazer ou não ciclovias, e estão chegando à conclusão de que em alguns lugares a ciclovia é a melhor opção e a mais segura. É nisso em que acredito. A ONG acha que não deve haver ciclovia nenhuma, que as pessoas têm que saber dividir o espaço da via civilizadamente. Mas estamos entrando em um sistema que já está consolidado. Então acho que temos de admitir que em alguns lugares o mais recomendável é a segregação mesmo, mas não em todos os lugares.

PP – De acordo com a Agenda 2012, a prefeitura pretende construir 100 quilômetros de ciclovias. Você tem acesso aos lugares onde haverá essas ciclovias?

SF – Tenho, porque a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente fez no fim do ano passado uma audiência pública exatamente para apresentar quais serão esses percursos. Alguns incluem circuitos na periferia, na zona leste, acho que em Guaianazes, Ermelino Matarazzo.

PP – Além do trânsito de bicicletas, a rua 12 de Outubro também conta com trânsito de pedestres, dificultado pela invasão de camelôs nos últimos anos. Há algum tempo foi concedido alguns Termos de Permissão de Uso (TPU). Isso foi interrompido?

SF – A concessão de novos termos, sim. Acabamos de fazer uma atualização cadastral porque, resumidamente, já virou uma zona. O TPU é intransferível, mas sabemos que um ambulante, que apresentou toda a sua documentação para obter um TPU e ter o direito de vender tal mercadoria em determinado local, às vezes passa adiante como se tivesse passando um negócio. O que fizemos: botamos ordem na casa do ponto de vista da documentação. Acabamos de fazer um processo de atualização cadastral dos ambulantes. Às vezes, a fiscalização fica na roubada: “afinal, quem está falando a verdade, quem tem o direito mesmo?”. Agora vamos tirar essa dúvida, não será quem chegou primeiro, mas quem está com tudo em ordem. Falar é mais fácil do que fazer, porque é muita gente e se fiscalizamos de dia e não voltamos à tarde, pronto. E não é só isso: tem o lado humano, sócio-econômico na história também. Eu não quero só espantar os camelôs e proibi-los de trabalhar, quero poder oferecer alguma alternativa. Essa é a parte mais complicada.

PP – Um revezamento de camelôs não resolveria?

SF – É uma ideia, mas desde que possamos garantir que não terá conflito, porque sempre tem um horário que tem mais movimento. O que podemos tentar é: um lugar fora do passeio público para fazer um camelódromo. Estou conversando com a CPTM para ver se eles concedem permissões de trabalho dentro da estação, porque toda estação tem uma área de passagem que atrai o comércio ambulante. É um problema de conflito entre muitos direitos: ao trabalho, a ir e vir e o nosso direito de circular em um passeio desimpedido. Esse é um dos problemas mais complicados que temos aqui.

PP - A subprefeitura da Lapa abrange quais distritos?

SF - São seis distritos: Barra Funda, Perdizes, Lapa, Vila Leopoldina, Jaguaré e Jaguara.

PP - Em Perdizes, o trânsito é ruim na Rua Cardoso de Almeida. Ali não seria possível instalar uma ciclovia?

SF - Na Cardoso, não. Mas na Traipu, que é paralela, dá para se pensar nisso.

PP - Na região tem a PUC. Muitos estudantes poderiam ir de bicicleta.

SF - Conversamos com a PUC sobre a instalação de para-ciclos, sugerindo que a própria faculdade faça a instalação. Algumas coisas acontecerão a médio e longo prazo que vão ajudar a melhorar o trânsito, como a linha Amarela do Metrô. Uma parte do trânsito que hoje passa pela Rua Cardoso de Almeida talvez seja absorvida pela linha que sobe a Rua da Consolação. Depois, haverá a linha que vem da Freguesia do Ó...

PP - Haverá mesmo essa linha?

SF - Está aprovado, já estão contratando o projeto. Então disso já não há dúvida nenhuma. Agora, nunca é rápido. Fazer metrô é muito demorado. Se for mais rápido cai! Terá a linha Amarela, que passa por Pinheiros, pela Consolação e está quase pronta. A da Freguesia não está bem adiantada, mas é garantido que vai acontecer. A CPTM vai fazer uma grande remodelação na linha que passa por aqui. Terá uma nova estação, com certeza, na Avenida Santa Marina, na altura da UNIP...

PP - Ali já existe a estação Água Branca...

SF - Mas de um lado tem a Água Branca e do outro tem a Lapa. A CPTM vão unir os dois ramais. Eles também querem fazer uma estação na Pompeia, isso não está certo ainda. À medida que a integração do transporte coletivo melhora, em tese alivia as condições de tráfego de automóveis. Em tese por quê? Porque nem sempre é verdade. Já há muitos lugares onde é muito melhor ir de ônibus do que de carro, e nem por isso as pessoas abrem mão do carro. Então tem um outro investimento que é preciso fazer, o de incentivar o uso transporte coletivo, sim, e desestimular o uso do carro também. Por isso que eu defendo o pedágio urbano.

PP - Como incentivar o uso de um ônibus já lotado?

SF - O ônibus não é lotado o dia inteiro e as ruas já estão lotadas o dia inteiro. O ônibus está lotado desde as 4 da manhã. Até as 7 está lotado. A partir das 9 da manhã, pode olhar na rua, o ônibus não está lotado e a rua está lotada de carros com uma pessoa só dentro. E não adianta: por mais perto que seja a estação do metrô, ela não é tão perto quanto a garagem do prédio. O transporte coletivo implica em um outro jeito de se comportar, de se planejar, de se mover por aí. Então é assim: para as pessoas mudarem essa acomodação, esse costume, além de melhorar o transporte, é preciso pressioná-las a aderir ao transporte coletivo, quando isso já é possível e vantajoso.

PP - Para você, o pedágio urbano seria uma alternativa?

SF - Sim. No pedágio urbano, delimita-se uma área da cidade onde realmente as ruas estão muito saturadas, porque quem dirige nessas áreas está fazendo um uso muito privilegiado do espaço público, todo mundo está apertado e a pessoa está sozinha no carro. Então, se não quiser pagar pedágio urbano, a pessoa não vai de carro naquela hora. Portanto, ou ela vai se reprogramar, ou vai em um outro horário, ou em vez de ir todo dia resolver uma coisinha ou outra ela concentra todas as atividades em um dia. Em Londres aconteceu muito isso: o comércio diminuiu o movimento durante a semana e aumentou no sábado, porque as pessoas se reorganizaram.

PP - No sábado é liberado?

SF - Sim. Ou podem combinar o revezamento com um amigo, um dia vai no meu carro, um dia no seu, cada um paga metade do pedágio, ou adere ao transporte coletivo, ou vai de táxi, ou de bicicleta. Há muitas alternativas e, se não quiserem nenhuma dessas, tá bom, mas vai pagar pedágio urbano. Até quem insistiu em pagar o pedágio, por opção ou pelas características do trabalho, é beneficiado também, porque a gente não presta atenção no quanto gasta no congestionamento, porque é diluído, a pessoa abastece no começo da semana, não é como o pedágio, que é um desembolso mais palpável, mas o fato é que o congestionamento custa muito mais caro para os motoristas do que o pagamento do pedágio urbano. Então isso serve para desestimular o uso do automóvel, que é dispensável mesmo, supérfluo, e arrecadar mais recursos para o transporte coletivo. Tudo que entrar de pedágio urbano tem obrigatoriamente que ser usado na melhoria do transporte coletivo.

PP - Esse projeto é semelhante ao do vereador Carlos Apolinário, em que ele até estipulou o preço de R$ 4,00, e que foi usado pela Marta Suplicy durante a campanha eleitoral?

SF - O Executivo mandou um projeto para a Câmara que era a Política Municipal de Mudanças Climáticas, que estabelecia algumas metas, algumas obrigações e algumas possibilidades. Entre elas, a de um dia ter pedágio urbano. E aí era época de campanha eleitoral, a Marta chamou a atenção para isso e o Kassab, em uma atitude para mim equivocada, retirou o projeto e cortou essa parte do pedágio urbano, quando ele devia, na verdade, ter explicado para as pessoas. Mas o Apolinário, que era líder do partido do Kassab na Câmara, foi além e defendeu a ideia de pedágio urbano. Eu vou falar que, embora eu discorde em quase tudo do Apolinário, a defesa que ele fez é exatamente a mesma que eu faço. Quanto ao valor, isso é um estudo a ser feito. Ele não pode ser tão barato que não sirva para desestimular o uso do carro, nem pode ser tão caro que se torne super excludente e só rico consiga pagar, e porque para rico não faz falta nenhuma. É uma medida muito justa que tem que ser do valor do pedágio urbano.

PP - Quem vem das rodovias e passa pela Marginal Tietê, será obrigado a pagar um possível pedágio?

SF - Ele pode, por exemplo, escolher um outro horário. É inevitável; a gente vive em um espaço coletivo muito disputado, isso implica em restrições e renúncias. Fazemos restrições e renúncias para viver coletivamente, só que o motorista do automóvel é o que menos quer fazer restrições, e ele já é quem está melhor do que os outros. Então, isso é impopular, por isso que nenhum candidato fala que quer fazer pedágio urbano. Quem quer pagar mais uma taxa?

PP - Agora tem bicicletário no Metrô e na CPTM. O projeto ainda é muito restrito?

SF - É um dilema que temos sempre na administração pública: tem o ideal, enquanto não se chega a ele, não se faz nada? Eu não acho, acho que temos que fazer tudo o que for possível. O fato de o Metrô permitir bicicleta no fim de semana, como foi na primeira abertura que o Metrô fez para as bicicletas, foi um grande avanço. Permitir que as pessoas tenham a experiência de andar de bicicleta na rua e no transporte coletivo, mesmo que seja no fim de semana a lazer, vai fazer bem para o ciclista que usa a bicicleta como meio de locomoção durante a semana, porque isso amplia o olhar. Depois o Metrô ampliou a permissão de bicicleta para durante a semana depois das 8h30 da noite, o que já é um avanço. Por que não permitiu antes disso? Porque o metrô está sobrecarregado. Também não adianta forçar a barra. Por que as pessoas não usam muito ainda? Porque a circulação de bicicletas na rua ainda é muito desconfortável, ainda é muito arriscado e hostil. Não era para ser, mas é. Enquanto não melhorarmos as condições de circulação, não vai ter tanta atração para integrar bicicleta e metrô. Mas não importa que sejam dez pessoas, e não são, são muito mais que isso. Toda pessoa tem o direito de circular com segurança, tem que ser. A gente sempre procura atender bem o carro. Tem que atender os outros meios de locomoção também e essa é uma maneira de começar a atender melhor quem já usa bicicleta e aos poucos ir incentivando o uso de bicicleta pelas outras pessoas.

Anúncio de afastamento

É com muita tristeza que venho anúnciar meu afastamento da função de editor do Bola da Foca. O motivo é a total falta de tempo devido a um emprego que irá me consumir 9 horas diárias, além dos afazeres da faculdade.

No entanto, como não poderia deixar de ser, continuarei colaborando com o Bola da Foca sempre que possível, mesmo que em menor número. Este afastamento não é definitivo, e assim que tiver mais tempo livre (espero que em julho) retornarei às funções normalmente. Até lá, tenho certeza absoluta que o Bola estará sob os cuidados das melhores mãos possíveis.

Assim sendo...Até mais!

Thiago Dias
criador e ex-editor do Bola da Foca

segunda-feira, 18 de maio de 2009

"Sempre Alerta" para abrir os olhos

O jornalismo de hoje já não possui aquele caráter “romântico” que foi marca no passado, sendo que a lógica empresarial penetrou nos veículos impressos, um dos principais motivos para tal perda. E é exatamente essa profissão, que passou por substanciais modificações nas últimas décadas. O jornalista Jorge Claudio Ribeiro analisa essa situação no livro Sempre Alerta (Olho D’água/ Editora Brasiliense, 224 pág.). Através de seu trabalho nas redações dos jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo, Ribeiro apresenta suas impressões, ou melhor, “condições e contradições”, como ele mesmo coloca, sobre o campo jornalístico.

Tais “condições e contradições” se manifestam, por exemplo, no aliciamento e na coerção, dois mecanismos explorados com afinco pelo autor no livro. Para Ribeiro, os jornalistas que ingressam nas redações são logo tentados a alcançar cargos mais altos, e os próprios jornais geram uma série de “promessas”, de modo a estimular o envolvimento dos profissionais da área. Uma dessas juras seria, para o autor, a assinatura de uma matéria, que é, afinal, uma “forma de acumular capital de prestígio, capaz de elevar o valor do jornalista no ranking profissional e, portanto, conferir-lhe maior poder de negociação quanto a salário ou condições de trabalho”.

Em contrapartida, esses mesmos jornalistas são constantemente bombardeados pelo mecanismo de coerção, que os prendem às regras do veículo de comunicação. E, de fato, é o que acontece: todos devem ser fiéis ao manual de redação, cumprir as exigências e os métodos de produção do jornal (que acaba sendo uma produção industrial, aliás). Além desses fatores, controle exercido sobre os jornalistas vai além disso. Ribeiro demonstra como a própria organização da redação contribui para a coerção, já que a inexistência de divisórias entre as mesas dos repórteres facilita a editores e diretores manterem constante vigilância sobre seus funcionários.

Obviamente, Sempre Alerta ainda analisa o jornalismo sobre outros ângulos. Ribeiro aponta que no campo jornalístico há até uma religião – algo que se destaca por ser, até certo ponto, curioso. O autor desmonta como esse caráter "espiritual" também contribui para a coerção já mencionada.

Ao ingressar na redação, o repórter passa por rituais, executados pelos jornalistas que trabalham lá. É semelhante a um rito de passagem mesmo, já que, a partir daquele momento, o mesmo terá que seguir a lógica empresarial, deixando de realizar tarefas ao seu modo, como realizava anteriormente. Ribeiro mostra como esse caráter religioso ultrapassa as fronteiras físicas da redação – e podemos dizer que psicológicas do jornalistas. De fato, espera-se do repórter uma “missão jornalística”, ou seja, que ele noticie algo de interesse público, mesmo que fora do horário de serviço.

Seguindo linhas fortemente enraizadas nos grandes jornais brasileiros, Jorge Claudio Ribeiro analisa, com maestria, uma profissão repleta de contradições e que se modifica com a penetração da lógica empresarial. São várias as promessas aos jornalistas dentro de uma redação, diversos anseios e muitas regras e até intimidações por parte do veículo comunicacional. Cabe ao repórter transformar seu emprego em uma outra religião a seguir, já que a expectativa do jornal é que o mesmo “esteja sempre alerta, num estado de crispação permanente, que ameaça siderar o conjunto de sua vida e negar-lhe qualquer dimensão de autonomia”.

Para donos de jornais, é desejável que os jornalistas estejam sempre de olhos bem abertos para a notícia. Mas para estudantes de Jornalismo que lêem esse livro, os olhos se abrem para uma profissão que já não é tão “romântica” quanto imaginam.

domingo, 17 de maio de 2009

Manifestação contra Lei Contra Cibercrimes

Na noite de quinta-feira, dia 14, às 19, ocorreu uma manifestação contra a aprovação da Lei de Cibercrimes formulada pelo senador Eduardo Azeredo, do PSDB. Segundo a Folha Online, o protesto contou com cerca de 300 pessoas em frente a Assembleia Legislativa de São Paulo, tendo personalidades políticas como o sendor Eduardo Suplicy, do PT.

O projeto, que tornará criminosa a transmissão de dados P2P (ponto a ponto) e exigirá um cadastro por parte do usuário além do número de IP (o padrão atual) na internet, foi chamado no movimento de "AI-5 Digital". Ainda não há data prevista para sua votação.

Noruega ganha o 54º Eurovision

Rybak com a bandeira da Noruega e com o prêmio na mão

O bielo-russo Alexander Rybak ganhou ontem o Eurovision Song Contest 2009 com a canção "Fairytale". O cantor, que representava a Noruega, recebeu 387 pontos, a pontuação mais alta da história do festival. A Islândia, da cantora Yohanna e sua romântica "Is it true?", ficou com o 2º lugar e o Azerbaijão, de Aysel & Arash da moderninha "Always", em terceiro.

O Eurovision ocorre anualmente desde 1956 e é considerado o Oscar da música pop européia. O festival funciona da seguinte maneira: cada país seleciona uma música para participar de eliminatórias que ocorrem durante uma semana. Durante esse período, o público vota na que será considerada a “música mais popular da Europa”. A canção deve ter uma letra na língua oficial do país que irá representar e a sua tradução para o inglês, sendo que é nessa língua que a canção será vista pela Europa inteira por meio das emissoras licenciadas pela EBU, empresa que organiza o evento. Para se perceber a importância do Eurovision, basta lembrar que a banda ABBA teve a fama internacional alavancada pela sua apresentação no concurso de 1974. Muito criticado por “pasteurizar” a música européia e por tentar esconder problemas políticos e socioeconômicos, o festival se defende alegando que não tem com intenções políticas, além de divulgar a cultura européia.

Finalistas do Eurovision 2009
1 - Alexander Rybak - "Fairytale" (Noruega) - 387 pontos
2 -Yohanna - "Is It True?" (Islândia) - 218 pontos
3 - AySel & Arash - "Always" (Azerbaijão) - 207 pontos
4 - Hadise - "Düm Tek Tek" (Turquia) - 177 pontos
5 - Jade Ewen - "It's My Time" (Reino Unido) - 173 pontos
6 - Urban Symphony - "Rändajad" (Estônia) - 129 pontos
7 - Sakis Rouvas - "This Is Our Night" (Grécia) - 120 pontos
8 - Patricia Kaas - "Et S'il Fallait Le Faire" (França) - 107 pontos
9 - Regina Bistra - "Voda" (Bósnia-Herzegovina) - 106 pontos
10 - Inga & Anush - "Jan Jan" (Armênia) - 92 pontos
11 - Anastasia Prikhodko - "Mamo" (Rússia) - 91 pontos
12 - Svetlana Loboda - "Be my Valentine!" (Ucrânia) - 76 pontos
13 - Brinck - "Believe Again" (Dinamarca) - 74 pontos
14 - Nelly Ciobanu - "Hora Din" (Moldova) - 69 pontos
15 - Flor-de-lis - "Todas As Ruas Do Amor" (Portugal) - 57 pontos
16 - Noa & Mira Awad - "There Must Be Another Way" (Israel) - 53 pontos
17 - Kejsi Tola - "Carry Me In Your Dreams" (Albânia) - 48 pontos
18 - Igor Cukrov feat. Andrea Lijepa - "Tena" (Croácia) - 45 pontos
19 - Elena - "The Balkan Girls" (Romênia) - 40 pontos
20 - Alex Swings Oscar - "Miss Kiss Kiss Bang" (Alemanha) - 35 pontos
21 - Malena Ernman - "La Voix" (Suécia) - 33 pontos
22 - Chiara What - "If We" (Malta) - 31 pontos
23 - Sasha Son -"Love" (Lituania) - 23 pontos
23 - Soraya - "La Noche Es Para Mí" (Espanha) - 23 pontos
25 - Waldo's People - "Lose Control" (Finlândia) - 22 pontos



"Fairytale" - Alexander Rybat na apresentação como vencedor do Eurovision 2009

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Pelo Metal Nacional

Embora muito diferentes entre si, as bandas Sepultura e Angra fizeram uma apresentação histórica no último dia 9, reunindo repertório musical variado, fãs fiéis e muito peso. Death/Thrash Metal e o chamado Metal Melódico não são tão diferentes assim, no final das contas.

Foto do fotolog shamangra
Por Pedro Zambarda

Apresentar-se na Via Funchal tem vantagens e desvantagens: a pista é em níveis, o que não prejudicou o público e nem o fez “levantar o pescoço” pra ver o show, especialmente a galera dos fundos. No entanto, o som da banda Angra enfrentou oscilações, que ora comprometiam a voz do vocalista Edu Falaschi, ora prejudicavam algum dos instrumentos. Já a grande dificuldade do Sepultura era o quanto o som embolava em determinados momentos, apesar de ter uma qualidade boa, o peso característico e um volume constante.

Mas foi muito bom rever os rapazes do Angra reunidos após 2 anos com problemas empresariais e brigas internas – que infelizmente acabaram com a saída de Aquiles Priester. E, além dessa boa sensação, a banda mostrou realmente uma mudança nítida nos integrantes. Não poderia haver uma surpresa melhor do que essa.

Foto do fotolog shamangra

Rafael Bittecourt estava solando de forma limpa, improvisada e inspirada (e absurdamente rápida em determinados momentos), dando um acabamento diferente para músicas como Nothing To Say, Heroes of Sand, Angels Cry e Carolina IV. Felipe Andreoli manteve o capricho em suas execuções de baixo, se destacando em The Course Of Nature e Nothing To Say. Kiko Loureiro manteve sua pegada marcante, mas cometeu alguns tropeços de velocidade em Spread Your Fire, apesar do capricho mantido em Carry On/Nova Era (fusão de duas músicas sensacionais da banda). Já Edu Falaschi não forçou sua voz para parece André Matos, dando sua interpretação para as músicas de épocas antigas, e acertando nas novas. Daniel dos Santos, da banda Dream Theater Cover e músico da turnê, criou arranjos diferentes para o teclado, com o auxílio de um Macbook. Por fim, a última surpresa não poderia ter sido melhor: Ricardo Confessori conseguiu tocar na velocidade de Aquiles e executou as músicas novas com maestria, dando, em determinados momentos, seu toque característico na bateria.

Apesar de entrarem atrasados, cerca de 30 minutos, a apresentação do Angra concentrou boa parte dos presentes em relação a seguinte. Infelizmente, por serem de estilos muito diferentes, muitas dessas pessoas foram embora antes da entrada do Sepultura, às 23h30. Perderam uma performance de arrepiar, mesmo para quem não curte vocais gutuais e um peso praticamente dobrado.

A trupe do gigante Derrick Green entrou com as duas músicas que abrem A-Lex, seu último álbum: Moloko Mesto e Filthy Rot. A bateria do novato Jean Dolabella não pecou em nada em relação ao seu antecessor, Igor Cavalera, com toda a sua força e presença. Andreas Kisser se mostrou inspirado e até mesmo aberto ao público. A banda tocou Inner Self quando o povo pediu e mandou até Bloody Roots, dos primórdios da história deles. O show estava feito.

Após o Sepultura tocar um pouco de Back in Black (AC/DC), Breaking the Law (Judas Priest) e Seek and Destroy (Metallica), o Angra retornou ao palco e as duas bandas executaram Imigrant Song, cover do Led Zeppelin. Derrick e Falaschi dividiam os vocais, enquanto as guitarras literalmente brincavam entre si, em um Jam descompromissado. Juntou-se a eles Marcelo Pompeu, da banda também brasileira Korzus, e Guerreiros do Metal entoou por toda a platéia, fazendo uma verdadeira homenagem a música que fazemos neste país.

Por fim, Paranoid do Black Sabbath fechou de forma excelente a festa dos metaleiros. Para muitos, talvez outros shows do Angra ou do Sepultura tenham sido mais memoráveis. Para outros, aquelas apresentações são uma prévia do que pode vir nos próximos anos. E, embora a Via Funchal não estivesse lotada (talvez pelo fato do show do Oasis ter sido no mesmo dia e horário), quem esteve lá, gostando ou não, presenciou uma apresentação dedicada aos verdadeiros fãs. Angra e Sepultura foi uma grande reunião de amigos, mesmo que sejam tão diferentes entre si.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Little Boy

2 bilhões de dólares.

Esse foi o custo total do resultado do Manhattan Project, responsável pela criação da bomba atômica e pelo fim na Segunda Guerra Mundial.

Chamada carinhosamente de Little Boy, a bomba foi atirada do avião americano Enola Gay em 6 de agosto de 1945, e matou mais de 100 mil pessoas na cidade de Hiroshima, Japão.

Três dias depois, outra bomba foi lançada sobre a cidade de Nagazaki, matando mais de 80 mil pessoas.

As mortes foram diversas. Em um raio de 5km, diversos "sortudos" foram incinerados instantaneamente, sob um calor de 1 milhão de graus Celsius, o equivalente a 10 sóis.

Outros azarentos morreram posteiormente, devido às queimaduras, ou à exposição a radiação, que vitimou mais sobreviventes, seus herdeiros, e inutilizou os solos das cidades durante anos.

As palavras do Sr. Presidente dos Estados Unidos da América, Harry Truman? "Isto é a coisa mais formidável da História."


2 bilhões de dólares.

Na década de 40, era muito mais do que é atualmente.


2 bilhões de dólares.

Hoje, o equivalente a 4 bilhões de reais.

A cada 6 segundos, uma criança morre de fome.*


2 bilhões de dólares.

Dava para comprar**:

418.410.041 sacos de 1kg de arroz;

358.422.938 sacos de 1kg de feijão;

561.797.752 caixas de 1L de leite e

101.112.234 pacotes com 12 bananas.


2 bilhões de dólares.

Usados para matar mais de 200 mil pessoas.


2 bilhões de dólares.

Empregados na auto-destruição da humanidade.


2 bilhões de dólares.

Você não sente orgulho em ser americano?



* Fontes: http://www.granma.cu/portugues/2009/abril/mier8/crian%C3%A7a.html
** Fonte: www.paodeacucar.com.br

domingo, 10 de maio de 2009

5º Concurso Universitário de Jornalismo CNN - Maio e Junho

A CNN está promovendo um concurso de matérias em vídeo com até 2 minutos, no Youtube. O vencedor terá o direito de conhecer os estúdios da CNN International, além de ter seu vídeo exibido no canal.

Os participantes podem enviar quantos vídeos quiserem, desde que esteja ligado ao tema "O uso da tecnologia no desenvolvimento social". O concurso está no ar desde março no site oficial e só acabará no dia 29 de junho.

Caso alguns participantes ou leitores do Bola queiram participar, boa sorte! E se quiserem, mandem para nosso e-mail - boladafoca@gmail.com - para ter seu vídeo publicado no Vídeosdafoca, nosso canal no Youtube.

Agradecimentos a Patrícia Perez, que nos forneceu dados do evento via e-mail.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Erro no servidor Google

Hoje, por volta das 16h30 da tarde, os servidores Google não aceitaram acessos de computadores brasileiros. Entre 15 e 20 minutos, internautas não tiveram acesso principalmente ao Gmail, mas tendo problemas, também, com Google Search.

Em outros lugares do mundo, como Seattle, nos EUA, e a Argentina, também tiveram seus serviços online bloqueados por até 40 minutos

Os problemas foram narrados por inúmeros usuários pelo sistema de microblogs Twitter. Progressivamente as pessoas recuperaram o acesso às páginas, madando simultaneamente mensagens como "o mundo não vive sem Google", entre outras similares.

A INFO Online fez uma matéria mais completa sobre o acontecimento. Clique aqui, para mais informações.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Use sem moderação

"Nothing is bitter without the sweet" ("Nada é amargo sem o doce"). Além da referência óbvia no nome, a banda americana Bitter:Sweet faz dessa frase uma regra. A combinação de estilos diversos, que vão do jazz-retrô e o pop-moderninho, faz com que a música de Shana Halligan e Kiran Shahani tenha um som diferente, leve e elegante. Segundo o comentário de um fã sobre um vídeo deles no Youtube: “Bitter:Sweet faz músicas para se dançar com um copo de champagne na mão”. Profundo? Nada além do que eles de suas influências no MySpace: “Portishead encontra Zero 7 com um pouco de Serge Gainsbourg e Everything But The Girl misturado junto”.

Bitter:Sweet “se acha”, mas tem a razão na ponta da língua. Está no Top10 de mais ouvidas no iTunes Store, já entrou no Top 5 da rádio americana KCRW de CD mais pedido, já participou da trilha de diversas séries como Grey’s Anatomy, Smallville, Law and Order e Samantha Who?, e é a abertura da série Lipstick Jungle. Também já fez parte da trilha do desfile da Victoria’s Secret, foi trilha do filme O Diabo Veste Prada e muito mais. Comparado a outras bandas que a gente até se cansa de ouvir falar, é pouco. Mas, para uma dupla formada à partir de um anúncio de jornal e que se considera tão independente que mantem sob o selo da gravadora indie Quango, isso tudo é muito. Bitter:Sweet prova que na combinação de som e de sabores diferentes, quem sai ganhando é quem aprecia.


Vídeo feito com a música "The Bomb", abertura do seriado Lipstick Jungle

terça-feira, 5 de maio de 2009

Bola da Foca no TOP BLOGS

Criado pela MIX Mídia Digital, o concurso TOP BLOGS vai eleger o melhor blog em várias categorias - Celebridades, Cultura, Comunicação, Esportes, Games, Humor, Música, Política, Saúde, Sustentabilidade, Tecnologia e Variedades.

Através de voto popular e júri acadêmico, as votações de blogs estão disponíveis na internet desde 4 de maio e só se encerrarão em 11 de agosto. O mais votado e eleito pelo júri, em cada categoria, receberá uma premiação especial do concurso.

O Bola da Foca está participando do concurso na categoria Comunicação. Para votar, clique aqui ou no topo da coluna da direita. Coloque mamãe, papai, cachorrinho e todo o pessoal que você conhece na votação. Esse prêmio é muito importante para nós: focas, bolas e pretensos comunicadores.

Mais detalhes sobre o TOP BLOGS, aqui.

O cheiro do conhecimento

Cleo Velleda/Folha Imagem

O centro velho de São Paulo abriga muitos pontos importantes da capital paulista: a Catedral da Sé, o Fórum João Mendes, o Largo São Francisco e o marco zero. A atmosfera é de movimento constante, pessoas atrasadas, correria, shows a céu aberto, pregações religiosas. Atrás da Catedral, mais precisamente na praça João Mendes, existe um grande estabelecimento, que é diferente, movimentado e conta com seus 40 anos: um sebo; o Sebo do Messias.

Em meio a um trânsito confuso e garotas de programa, o sebo é grande, divido em três partes: duas unidades na praça João Mendes e a terceira em uma travessa da Praça da Sé. Na matriz, o acesso ao dono do sebo é simples e rápido, como se ele esperasse a entrevista. Com 68 anos, Messias Antônio Coelho é um workaholic. Em sua sala, ele atende clientes, recebe encomendas, despacha outras, atende ao telefone, coordena seus funcionários e não tira férias há 17 anos. Guarda em seu bolso um generoso bolo de dinheiro, que fica frequentemente à mostra devido ao grande fluxo de caixa.

Mineiro, tímido e de voz calma, nasceu no município de Guanhães, a 240 quilômetros de Belo Horizonte. Foi garçom na década de 60, e chegou a abrir o próprio restaurante, contudo, sem sucesso. Começou, então, como vendedor de livros de porta em porta, pela editora LEX, até que comprou sua primeira biblioteca, com 5 mil livros. Partindo dessa aquisição, iniciou sua carreira no sebo.

Messias se instalou em um pequeno escritório no mesmo lugar onde se encontra hoje e relatou que, aos poucos, foi aumentando seu espaço. Em 1973, comprou a parte térrea e, desde então, aumenta o espaço de acordo com a melhora da situação. O “Sebo do Messias” foi o primeiro sebo a participar da Bienal do Livro de 2008, obtendo muito destaque; era um dos stands mais movimentados e um dos mais procurados pelos preços, mais camaradas do que os outros da feira.

Seu acervo é organizado e numeroso: “[São] 150 mil livros, 20 mil DVD’s, 20 mil CD’s, 10 mil VHS’s, 10 mil LP’s”, enumera seu Messias. O tom de orgulho e tranquilidade o tomam e o seguem nas consecutivas vezes em que se levanta para atender clientes e avaliar as obras que lhe são oferecidas. É irredutível a propostas de desconto e estipula o preço de maneira sólida. Disse ter prática na hora de reconhecer uma obra, avaliar e dar seu preço, resultado de sua rotina “das 7 às 7”, quando o sebo fecha. Após receber alguns clientes, contou que em sua loja “entram mais de 400 pessoas por dia”, enquanto a página na internet (que é loja virtual) contou com 2 milhões de acessos no mês de março. “É o melhor site da América Latina. Demorou 2 anos para ficar pronto”, disparou. Contou também que os Correios passam duas vezes ao dia para levar as mercadorias, compradas virtualmente.

Em sua sala cheia e variada, mostrou algumas obras raras. Um livro extremamente carcomido e de cheiro forte tinha como título “Discursos proferidos” de autoria de Zacarias de Góis e Vasconcelos, datado de 1868. Outro, sobre a montadora Volkswagen, tinha uma longa dedicatória do presidente Juscelino Kubitschek, a qual mostrou sem qualquer apreço ou animação, sentimento que define sua estratégia: “vendo tudo, meu negócio é puramente comercial. Quero que [o livro] chegue na sua mão” confessa. Demonstrando desapego ao valor sentimental da obra, concluiu “se paguei barato, vendo barato”.

Sobre as diferenças entre os públicos antigo e atual, o dono do “Sebo do Messias” lembrou que, antigamente, as pessoas rejeitavam e tinham receio de comprar livros usados. Com sua mão acompanhando a fala delicada, declarou: “quem divulgou a palavra sebo fui eu”.

A triagem dos livros, de acordo com seu Messias, é constante e “todos os dias têm novidades”, lembra. Entre seus 65 funcionários, existe uma equipe específica que limpa, armazena e cataloga os livros. As estantes são harmoniosamente organizadas e, ao mesmo tempo, dão o aspecto de bagunçadas, comum nos sebos. Enquanto os clientes procuram suas obras, um dos funcionários fica no segundo andar do sebo tocando violino, construindo uma atmosfera muito interessante e única.

Grandes editoras não assustam seu Messias; pelo contrário, ele as vê como grandes aliadas. “Quanto mais as grandes livrarias venderem, mais livros virão para mim”, comemora. Ao se levantar novamente, um cliente negociava dois livros novos, lançados recentemente, e queria em troca outro livro, um best-seller conhecido, que ainda está nas livrarias. Messias o repassou para outro funcionário, para que ele terminasse a negociação, pois esta já havia lhe tomado muito tempo.

Não só pelas ilustres visitas (como o bibliófilo José Mindlin e o apresentador Jô Soares) é que o sebo faz sucesso; sua tradição e, principalmente, sua localização fazem-no muito conhecido e o tornam como referência. A livraria de seu Messias é promissora, talvez com uma pitada de sorte de suas ferraduras, penduradas ao lado de sua mesa.

Homenageado como melhor vendedor da Editora LEX, Messias brinca: “vou me aposentar aos 99 anos”. Completa revelando sua fórmula do sucesso: “tratar bem as pessoas, receber bem [...] com funcionários selecionados”. Ao final, após um rápido aperto de mão, seu Messias voltou ao trabalho, em meio aos muitos livros empoeirados. Antes da luz elétrica, a leitura à luz de velas deixava os livros engordurados, daí veio a palavra sebo. Tal citação encontra-se no marcador de páginas do “Sebo do Messias”, que termina com a frase: “no sebo está o conhecimento”.

Do que você tem medo?


“A única imagem totalmente verdadeira é a de um fóbico perante a sua fobia". É nessa teoria que se baseia o “falso-documentário” FilmeFobia. Originalmente, é making-of de um projeto de um documentarista (Jean-Claude Bernardet, um dos maiores estudiosos de cinema no Brasil) que explora, de forma discutivelmente sádica, os limites psicológicos dos seres humanos. Essa é a trama falsa do filme. A sua verdadeira história é tentativa em traçar a linha do real com a do ficcional. É claro que, contrapondo um fóbico com o que causa a sua fobia, a imagem seria amplamente real. Kiko Goifman, o idealizador do projeto, não trabalha apenas com fóbicos reais, mas também com atores, selecionados por meio de um estranho “detector de mentiras”, que informava o quanto de “verdade” havia na atuação deles como fóbicos. Alguns deles, de fato, são realmente portadores de fobias.

O diretor Kiko Goifman

Essa mistureba de realidade e ficção é o primeiro longa-metragem de ficcional de Kiko Goifman, que faz sucesso entre os amantes de curta-metragens. Goifman tem fobia de sangue e participou do filme. Durante as filmagens de suas “cenas”, ele desmaiou diversas vezes. Sendo uma delas na produção das “cartas de baralho grotescas”. Essas cartas tinham no lugar das imagens padrão, fotografias de cortes que a diretora de arte do filme, Cris Bierrenbach, fez com gilete na própria pele, formando um jogo de poker sangrento.

O filme, grande vencedor do festival de Brasília do ano passado, conta com uma trilha-sonora inusitada, que foi composta na hora por Lívio Tragtenberg, utilizando os batimentos cardíacos dos próprios fóbicos para montar uma “batida diferente”. Há uma “consultoria” do mestre dos filmes de terror, Zé do Caixão, que analisa as imagens e reações dos filmes. Então, perante esse jogo macabro e quase sádico do real, do imaginário e do terror, do que você tem medo?

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