terça-feira, 30 de junho de 2009

Borat e Johnny The Monkey no OUTs

Com um repertório passando por músicas como Ruby, do Kaiser Chiefs, até mesmo Hit The Road Jack, do saudoso Ray Charles, a banda novata Johnny The Monkey trouxe um show focado em um rock moderno, descompromissado. Retirado do filme Borat: O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América, o nome da banda demonstra o jeito despojado da apresentação deles.

Por Pedro Zambarda.

Mas ser uma banda que não faz tanta questão de ter um nome sério não significa uma apresentação sem qualidade. No último dia 20, no palco do OUTs, casa de shows da Rua Augusta, nº486, o grupo tocou um repertório curto, mas que mostra claramente suas influências.

Além de Ray Charles e Kaiser Chiefs, Reptilia dos americanos do Strokes soou fiel a original e, por outro lado, Miss You dos Rolling Stones teve a personalidade da vocalista Bárbara Monteiro ao mudar a voz desse clássico sem se perder na execução, assim como a moderna Still Taking You Home, do Arctic Monkeys.


Just, cover de Radiohead, mostrou a habilidade na guitarra de Vinicius de Oliveira, que pegou o timming do solo com distorção pesada de Johnny Greenwood, auxiliado por sua pedaleira Boss. You, primeira música executada em público pela banda, mostra um lado mais feminino da vocalista Bárbara, que possui uma voz grave o suficiente para covers masculinos. Base e alguns solos do guitarrista conhecido como "Tuts" também se destacaram na apresentação, além da bateria rápida e forte de Jay Viegas.

Você não sabe o que perdeu, da banda Cachorro Grande, fechou a noite, como um "extra" (o show teria se encerrado com Hit The Road Jack), contando o vocal de apoio do baixista Alex Scoch. Mostrando mais um pouco da língua portuguesa no rock, Johnny The Monkey encerrou uma apresentação curta e que pode ainda ser mais diversa e com mais produção. Mesmo assim, pra uma banda iniciante com vocalista feminina, mostrou potencial com o repertório escolhido.

Pra quem quiser conferir Ruby, que foi tocada no OUTs, dia 20, veja o vídeo abaixo:

domingo, 28 de junho de 2009

#forasarney em Brasília

De maneira descentralizada (embora alguns blogueiros como André Dutra tenham ajudado a fundamentar a idéia), uma manifestação contra o atual presidente do Senado, José Sarney, está sendo disseminada e organizada pela rede social digital Twitter, com quase total exclusividade.

Tendo por base palavras-chaves (trends ou tags), que ajudam a localizar assuntos no sistema, #forasarney é um termo que está sendo repetido diversas vezes nas mensagens de brasileiros dentro do sistema, reforçando o repúdio ao político, que está no cargo desde fevereiro deste ano, ou relacionando a palavra com a passeata que ocorrerá dia 1º de julho, na frente do Congresso Nacional, começando às 19h. Embora a propaganda possa não corresponder ao número físico manifestantes, é interessante notar como a internet está se tornando uma boa plataforma de disseminar outras idéias políticas, com crítica sólida.

Há uma conta twitter @forasarney que está organizando outras passeatas. Quem estiver interessado, fique atento às mensagens.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Rock Pesado e Pop à Mineira


Os dicionários e definições comuns sobre a palavra epifania chegam em "compreensão e manifestação espiritual". Os jovens Rodrigo Vilaça, na guitarra; Paloma Luiza, nos vocais; Fabiano Evangelista, na bateria; e Marcus Brina, no contrabaixo, procuram trazer essa "aura" em suas músicas. Epifania começou em 2007, com a união inicial de Paloma e Vilaça nos primeiros acordes e sons do grupo, em Belo Horizonte.

Para quem pode conferir o MySpace deles, a linha de composição é um pop rock eclético, que abusa de baladas com letras simples e diretas. Alguns riffs e melodias dão um peso agradável para o ouvinte, chamando atenção para a música, mas sem exageros.

Com pedais wah-wah, Pra te ver do teu lado traz uma letra romântica com melodia instrumental em sincronia com a voz de Paloma. A música não corre, mas mantém uma velocidade que não distrai o ouvinte, não soando nem lenta e nem impossível de absorver. O solo no final é repleto de feeling e muito bem preso ao refrão principal: "pra te ver / pra te ver do meu lado".

Dias Assim tem um violão que abre suave antes de guitarras mais pesadas. Os outros integrantes fazem coro com o refrão pop da música, parecida com Avril Lavigne. Já Algo Mais traz, dentro da temática romântica o choque entre relacionamentos casuais e longos, uma guitarra bem semelhante a do Slash do Guns´N´Roses, bem "encorpada" (e não simplesmente com peso).

Mudando o tom, Apuros traz a vocalista Paloma mais agressiva, falando sobre brigas em relacionamentos com muitos bends e uma "cozinha sólida" de instrumentos e vozes, uma banda sólida. Em seguida, com um fraseado digno do Metallica, E daí abre com guitarras abafadas e mais distorcidas do que as demais músicas, além de quebras no tempo da música, efeitos na voz da vocalista e artifícios interessantes para o rock.

Me escondo limpa as guitarras e deixa todos os instrumentos fluírem, para contar a história de sentimentos reprimidos e mais profundos. O solo retorna com feeling e sintonia com a vocalista Paloma. Resumindo: a banda se centra em manter uma linha comum de melodia, coisa rara nas bandas dissonantes de hoje. Especialmente aquelas com influência do heavy metal (que eles tem, mesmo que seja menor).

Para pessoas que não apreciam tanto a música pop internacional, a banda pode não agradar tanto como rock, mesmo com o peso. Para os de "cabeça aberta", vale ouvir e prestigiar os mineiros. Certamente o som deles não vai ferir seus ouvidos, especialmente com a boa edição que foi feita nas faixas.

Agradecimentos a Rodrigo Vilaça, pelas informações no e-mail e a paciência.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Luto


Me recuso a falar sobre seus problemas pessoais. Me recuso a falar sobre acusações, sobre dividas, sobre excentricidades... hoje me sinto obrigado a falar sobre o artista. O artista com A maiúsculo. O maior cantor do pop que o mundo já viu ou chegará a ver.

Michael Jackson causava arrepios em qualquer ser humano com a menor sensibilidade musical. Desde o início de sua vida, com apenas 8 anos, chocou o mundo com sua voz. Ele roubou a atenção de uma familia inteira no Jackson 5. Conforme o tempo passava, o mundo viu que aquele garoto prodigio não iria desaparecer como muitas outras crianças. O Jackson 5 se foi, mas ele continuou.

Em um show em 1979, James Brown, o criador do funk americano, parou sua apresentação para anunciar a presença de "um garoto timido, com vergonha, mas que fazia seu sangue gelar toda vez que cantava e dançava". Esse garoto era Michael. Sua carreira solo começou de forma avassaladora, compondo músicas com uma qualidade que o mundo nunca vira. Era a energia de James Brown com a magnitude de Elvis Presley.

E então, chegou 1982. E o mundo se chocou com Thriller. Se chocou com o melhor disco pop da história. Se chocou com as vendas do album: mais 60 milhões de cópias. Se chocou com seu clip, que foi o melhor de todos os tempos.

Meu Deus, o que era aquilo? Aquele homem que dançava como o demônio, e cantava como ninguém. Mas era além disso... ele também compunha. E como compunha. Só Michael Jackson para trazer Eddie Van Halen para uma disco pop e misturar tudo de forma única. Só Michael Jackson para misturar tudo de uma forma única, em músicas impossíveis de resistir. Michael se transformava no palco. Deixava de ser um homem frágil e se tornava um monstro invencível, uma figura que não encontrava paralelo.

Ele não parou por aí, Depois de Thriller veio Off the Wall e Bad. A genilidade era pulsante. Entrou na década de 90 e mudou tudo. Pisou mais fundo no soul, se aventurou pela música romântica, tudo feito com magnificiência. Com a música Black and White ousou misturar o rap ao rock. E finalmente, em 1996, fez um dos trabalhos de composições mais espantosos de sua carreira. No Brasil, na favela da Rocinha, Michael trouxe o Olodum. Nunca, jamais, se viu o Olodum tocar como tocou naquela música. Nunca se virá aquilo. They Don't Care About Us era a prova que seu talento ainda pulsava.

O dia 25 de junho de 2009 acaba de entrar tristemente para a história. Escrevo estas linhas com as mãos trêmulas e um nó na garganta. Uma parte muito, muito grande da música morreu hoje.

Michael Jackson nunca será superado. E é, e sempre será, o único rei do pop.

Vírus H1N1 chega à Cásper

A direção da Faculdade Cásper Líbero informou esta tarde, por volta das 16h40, através de um e-mail direcionado a seus alunos e professores que "está antecipando as férias escolares a partir das 19h de hoje (25/6)".

O motivo da suspensão seria a confirmação de dois casos da gripe A pela Vigilância Sanitária em duas alunas da Cásper Líbero, que estariam sendo monitoradas desde então.

Ainda de acordo com o e-mail, as atividades (provas e entregas de trabalho) previstas para os últimos dias letivos (entre 26 e 30 de junho) seriam remanejadas para o início das aulas, a partir do dia 31 de julho.

Logo após a chegada da mensagem, a Profa. Jurema Brasil Xavier aconselhou a todos os alunos que estavam nos laboratórios que "deixassem a faculdade até às 19 horas "com o intuito de evitarem lugares fechados". Adiantou também que as aulas "estavam suspensas" e que "nenhum professor viria à Fundação".

O clima com o recebimento da notícia era de muita confusão e gerou inúmeros comentários via MSN, e-mail e Twitter. O conteúdo do e-mail pode ser agora acessado pelo próprio site da faculdade (http://www.facasper.com.br/) em forma de Comunicado Oficial.

Os alunos são orientados a não comparecerem à Faculdade pelo menos até o término das aulas. Qualquer nova instrução será comunicada novamente por e-mail. Os outros setores da Cásper estão funcionando normalmente.

Michael Jackson morre em Los Angeles

O cantor pop Michael Jackson morreu nesta tarde, vítima de uma parada cardíaca em sua casa em Los Angeles.

O cantor, de 50 anos, deixa 3 filhos: Michael Joseph Jackson, Jr., Paris Michael Katherine Jackson e Prince "Blanket" Michael Jackson II além de um enorme legado para a música pop.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Questão do diploma gera manifestação

Estudantes e profissionais de jornalismo queimam jornais em protesto a Gilmar Mendes

Por Bruno Podolski, Juliana Koch e Paulo Pacheco

Nesta segunda-feira, dia 22, em São Paulo, estudantes de jornalismo de faculdades como Mackenzie, PUC de Campinas (PUCCamp), Metodista, Anhembi Morumbi, Cásper Líbero e UFRJ manifestaram contra a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de suspender a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão.

O protesto começou por volta das 10 horas em frente à estação Consolação do Metrô. Vestindo roupas pretas e narizes de palhaço, os estudantes traziam utensílios de cozinha e gritavam “somos jornalistas, não somos cozinheiros”, “informação não é comida” e “diploma não é lixo”, em resposta à declaração do ministro Gilmar Mendes, que, na última quarta-feira, comparou a profissão de jornalista a de cozinheiro: "Um excelente chefe de cozinha poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima estarmos a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área".

Em seguida, dirigiram-se ao Hotel ver foto Renaissance, na Alameda Santos, onde Mendes participaria do almoço-debate "A Justiça, o homem e a lei", com o Grupo de Líderes Empresariais (Lide). A estimativa da Polícia Militar era de 80 pessoas. Pouco depois, representantes da PUCCamp se juntaram ao grupo, que seguiu rumo à Fundação Cásper Líbero, onde agregaram mais participantes.

“Vão acontecer duas coisas: as universidades pequenas, as chamadas universidades ‘de esquina’, que não investem no jornalismo, vão fechar, pois não vão conseguir se sustentar; e os estudantes de jornalismo vão se dedicar ainda mais, porque a concorrência será maior. Mas eu ainda acho que o jornalismo precisa ser regulamentado, precisa do diploma”, afirmou Murilo Nascimento, 20 anos, coordenador-geral do diretório acadêmico da PUCCamp. Para ele, a decisão do STF foi política e a justificativa de que o diploma iria de encontro à liberdade de expressão não procede, pois há o jornalismo opinativo e o informativo.

O movimento, segundo o presidente do Sindicato de Jornalistas de São Paulo, “surgiu espontaneamente nas universidades”. José Augusto Camargo declarou ainda que “os cursos precisam resistir, porque a luta pela qualificação de jornalista tem quase 100 anos no Brasil e a resistência das universidades é fruto dessa luta. A Cásper Líbero, primeira faculdade [de Jornalismo] do Brasil, foi criada muito antes da necessidade do diploma”.

O protesto terminou por volta das 13 horas, em frente ao Hotel Renaissance, onde os manifestantes atearam fogo em jornais, convidando o ministro a “almoçar” as notícias com eles. Mesmo sem conseguir um encontro com o ministro, Nascimento considerou como dever cumprido a passeata: “Que esse seja o ponto inicial de um futuro que traga o diploma [obrigatório] de novo”.

Simultaneamente, outras cidades aderiram à manifestação, como Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ), Teresina (PI) e Caxias do Sul (RS). Na quarta-feira (24 de maio), às 13 horas, está marcado mais um protesto, desta em Porto Alegre.

sábado, 20 de junho de 2009

Muito além do diploma

Não foram poucas as discussões sobre o fim da obrigatoriedade do diploma. Para tentar trazer uma luz sobre o tema e discutir o assunto mais a fundo, com maior base, a Faculdade Cásper Libero resolveu promover uma rodada de debates. A primeira se deu na última sexta-feira. Na edição noturna, às estiveram presentes na mesa os professoras Gilberto Maringoni, Rosangela Petta, Daniela Ramos, Heitor Ferraz, Celso Unzelte, Igor Fuser e Liráucio Girardi Jr. A atitude da Coordenadoria de Jornalismo foi louvável em dois sentidos: o primeiro é que não existe uma postura oficial da instituição, deixando que cada professor mantenha e defenda sua própria opinião. E o segundo é o próprio estimulo ao debate. O resultado dele, primordialmente, é que tal decisão vai muito além da simples discussão se a decisão foi correta ou não.
Jornalista sem diploma, Gilberto Maringoni foi incisivo ao contrariar a decisão, deixando claro a perigosa abertura que se segue a partir da mesma, lembrando uma entrevista concedida por Gilmar Mendes à Folha de S.Paulo na própria sexta-feira. “O ministro disse que não tem mais sentido o registro de jornalista já que o diploma não é mais obrigatório. Se isso ocorrer, nossa classe vai perder uma série de direitos que foram conquistados em mais de 60 anos de luta. Não podemos deixar isso acontecer”. Sobre a sentença escrita pelo Ministro, Heitor Ferraz foi mais duro. “Este senhor devia ser preso pelo que ele disse. Ele não apenas ofendeu o jornalista nos comparando a um cozinheiro, mas ofendeu o próprio cozinheiro. Vamos lembrar que para se tornar um grande chef, anos de estudos são necessários. Feijão com arroz, você faz em casa, e não vai ser lá muito bom”.

O mundo mudou. Quando a lei que obriga jornalistas a terem diploma foi feita, em 1969, o jornalismo era outro. Havia sim nesta lei uma intenção de segregar o jornalismo, evitando que qualquer pessoa escolhesse essa profissão. Com a deprimente desculpa de acabar com uma cicatriz da ditadura, Gilmar Mendes acabou com a lei com o mesmo intuito. “É claro que muitos, a partir de agora, desistirão de praticar a profissão. Ou, quem sabe, alguém simplesmente decida que não vale mais a pena fazer uma faculdade e corre direto para os cursos de 'Adestramento de Focas'. Olha que interessante: até o nome já fala sobre adestramento” afirma Igor Fuser em uma longa fala, lembrando sobre a pasteurização que o jornalismo vêm sofrendo nos últimos anos. “O jornalista que sair de um curso de adestramento não terá metade da formação que os quatro anos que um faculdade podem oferecer. Assim como alguém que fizer outro curso além de jornalismo, também terá menos formação. Não é nosso diploma que está sendo atacado, é nossa formação” conclui Fuser.
Foi sintomático o fato de que, logo após a revogação da lei, as principais associações que defendem os jornalistas terem soltado notas atacando a decisão, enquanto as que defendem os jornais, assim como os grupos Folha, Globo e Estado terem elogiado. Existe sim interesse político e comercial por trás da decisão. E não se pode fechar os olhos para isso. “É do interesse do patronato que os jornalistas pensem menos e estejam cada vez menos unidos” admite Heitor Ferraz. Para Celso Unzelte, jornalista freelancer há quase dez anos, o que existe é uma campanha de desmoralização e padronização da profissão de jornalista. “Há anos que somos contratados apenas como pessoas juridicas, ou freelancers. Desta forma, muitos direitos são perdidos e o dinheiro pago para o profissional jornalista, o cara que vai lá na rua, diminui. E olha que sou freelancer há muito tempo". E completou "decidi sê-lo porque as condições dentro das publicações não estavam melhores. As redações nunca foram tão pequenas, nunca se fez tão poucas reportagens como hoje em dia. Não temos que nos ater a discussão do diploma, mas sim na campanha de desvalorização que nossa profissão vem sofrendo há muitos anos.”
E esta é a questão que fica. Lembrar que é justamente a simplória discussão sobre o diploma ou não-diploma que o “ministro” Gilmar Mendes quer suscitar. Um homem que nunca escondeu seu desapreço pela imprensa, seu desconforto em ter que responder para jornalistas. Se nos mantivermos nesta simples discussão, nos perderemos. Esta decisão é apenas mais um ingrediente na crise pela qual nossa profissão passa a anos, seja no Brasil ou em qualquer outro país. Cada vez mais pessoas nas ruas desmerecem o jornalista, lembrando que uma informação pode ser conseguida por um blog qualquer, ou pelo twitter. Ninguém no debate negou o fato de que grandes jornalistas podem vir de qualquer lugar, seja um motorista do carro da companhia, como lembrou Celso, seja um advogado ou um médico. Mas todos ressaltaram a necessidade imprescindível de uma formação independente, a par dos grandes jornais ou grupos jornalísticos. Não para criar uma revolução ou algo assim, mas para criar o senso crítico em relação a própria profissão.
Se ser um jornalista sempre foi algo apenas para aqueles que amavam tal profissão, agora este amor precisa ser testado de forma mais dura. E devemos sempre nos lembrar de algo: ainda existem pessoas lá fora que confiam em nossas palavras, que ainda compram jornais pensando que o autor daquele texto estava a procura da verdade, e não apenas reproduzindo o texto de qualquer assessoria de imprensa. E são estas pessoas que devemos pensar e responder quando criamos qualquer debate ou tomamos qualquer decisão. O jornalista de verdade ainda faz, e sempre fará, a diferença.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O fim do maior circo do mundo

O dia 18 de junho de 2009 pode ficar marcado como um dos mais tristes da história do automobilismo. Aproximadamente às 19 horas (horário de Brasília) a FOTA, associação das equipes de Formula 1, anunciou o rompimento com a FIA e a formação de um novo campeonato a partir de 2010, com as oito equipes representadas. Ficaram de fora Williams e Force Índia, que já haviam se inscrito para o mundial do ano que vem. Na prática, este parágrafo poderia ser resumido em três palavras: A Fórmula 1 morreu.

A longa novela entre FIA e FOTA se iniciou a aproximadamente dois meses, quando a Ferrari liderou um levante contra a regra estabelecida por Max Mosley, presidente da FIA, de se ter um regulamento duplo. Um para quem aceitasse um teto orçamentário de 40 milhões de euros, com várias liberdades técnicas, e outro para quem não aceitasse, com inúmeras privações.

A pressão foi tamanha que Mosley abandonou a proposta de regulamento duplo. No entanto, ele manteve o teto, justificando que a redução de gastos imediata era necessária na Fórmula 1 devido a crise econômica. A intenção seria prevenir uma debandada de montadoras da categoria e ainda incentivaria a entrada de novas.

O primeiro sinal de racha se deu no GP de Mônaco, quando todos os dirigentes de equipes se reuniram e fecharam um pacto de apoio mutuo. A FOTA estava unida, e Max Mosley fora jogado na parede. No entanto, pouco tempo depois, Williams e Force Índia debandaram para o lado da FIA, afirmando ter um compromisso inevitável com a Fórmula 1. Coincidência ou não, ambas são times independentes, a exceção na Fórmula 1 de hoje, que também conta com a caçula Brawn.

Não foram poucos que apostaram que um acordo iria sair. Ninguém acreditava que Luca di’Montezemolo, presidente da Ferrari e da FOTA, de um lado, e Max Mosley, do outro, iriam levar a cabo sua disputa a ponto de separar a Fórmula 1. No Brasil, pessoas do quilate de Livio Oricchio, Flávio Gomes, Fábio Seixas, Reginaldo Leme e tantos outros, apostavam para um acordo, onde ambos os lados perderiam e venceriam. No entanto, poucos levaram em conta o tamanho da arrogância de ambos os lados, e da teimosa de Mosley.

No fim da passada Mosley liberou a lista das equipes que disputariam o mundial de 2010 com três novas estreantes. Mas poucos repararam nisso. A atenção estava nos nomes de McLaren, Renault, Toyota e BMW com um asterisco, indicando a inscrição dependia da aprovação. Até aí tudo bem. O erro fatal de Mosley foi colocar Red Bull, Toro Rosso e Ferrari como presenças confirmadas. O alvo era claramente a gigante italiana. Mosley pagou para ver o blefe de Montezemolo. O italiano, moderadamente, rechaçou a inscrição definitiva, juntamente com as equipes austríacas, e juntamente com a FOTA, enviou uma última proposta a FIA.

O último ato, que parecia caminhar para um final feliz, foi um comunicado gigantesco da FIA na terça-feira, explicando a situação desde o início, ressaltando seus motivos por trás das novas regras. Argumento principal: na atual conjuntura econômica, é inimaginável custos astronômicos, aà vezes com dinheiro público de governos ajudando montadores – como a França fez com a Renault – serem gastos na Fórmula 1. A notícia que se seguiu foi a de que um acordo estava próximo e a novela iria acabar.

E por fim ela acabou. A FOTA diz ter negociado até o fim, mas foi impossível um acordo. Ferrari, McLaren e as outras seis estão fora da Fórmula 1. A categoria morreu. As atenções agora se voltam para a última esperança do esporte, um inglês de 1,55m de altura chamado Bernie Ecclestone. O homem que fez da competição o maior espetáculo esportivo anual do planeta. Somente ele poderá articular algo para que tudo possa se salvar. No entanto, as expectativas não são boas.

Triste fim para 60 anos de história de um esporte que deu tantas alegrias e criou tantos fãs.
ps: Aconselho o seguinte texto de Livio Oricchio para entender melhor toda a situação: http://blog.estadao.com.br/blog/livio/?title=o_que_penso_que_ira_acontecer_agora_depo&more=1&c=1&tb=1&pb=1

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Acabou

O STF decidiu ontem, por 8 votos a 1, que o diploma de jornalista não é mais obrigatório para o exercício da profissão

Na opinião do Ministro Gilmar Mendes, “o jornalismo ético não é formado através de um curso”. O ministro ainda declarou que nada impede que empresas exijam o diploma, e que ainda vê o curso como uma importante, mas não fundamental, ferramenta de formação.

Na opinião do ministro, o curso de jornalismo pode ser comparado ao um curso de moda ou de culinária, que dá maior embasamento ao profissional, mas não é fundamental para seu exercício.

A ABI e a FINAJ atacaram a decisão, argumentando ser “um duro golpe em mais de 40 anos de conquistas no Brasil”.

A ANJ (Associação Nacional de Jornais) elogiou os votos. Considera que eles apenas consagram o que já é feito na prática.




Não há muito o que dizer por enquanto. Apenas lamentar.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Boemia e libertinagem é comunicação?


No clima frio e parcialmente chuvoso de Santa Rita do Sapucaí, cidade interiorana do sul de Minas Gerais, estudantes universitários de comunicação fizeram a festa entre competições esportivas. O feriado de Corpus Christi, entre os dias 11 e 14 de junho, foi a data dos Jogos Universitários de Comunicação e Artes, evento conhecido como JUCA. Afinal de contas, entre cervejas e as chamadas “baladas”, há realmente comunicadores?

Por Pedro Zambarda

A Cásper Líbero, a Escola de Comunicação e Artes da USP (ECA-USP), a Universidade Presbiteriana Mackenzie, a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e Campinas (PUC e PUCCAMP), a Universidade Metodista de São Paulo, a Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), o Centro Universitário Belas Artes foram as instituições de ensino superior em comunicação presentes no evento. Nos jogos de inúmeras modalidades esportivas, os times dos mackenzistas se destacaram por consecutivas vitórias, classificações e campeonatos vencidos. Em compensação, a interação social tanto dos atletas quanto de sua torcida era geralmente agressiva com as outras escolas. A imagem do Mackenzie era associada a pessoas arrogantes.

Os rapazes da Metodista, especialmente torcedores, eram um misto de respeito e brincadeiras com os demais estudantes. “JUCA integração” eram as palavras da vez para escolas mais receptivas. Apesar de contar com estudantes de outras universidades em sua torcida, como a Anhembi Morumbi, Uniban, FMU e até da Politécnica da USP, a Cásper teve uma integração maciça de alunos com a ECA. Isso era visível quando estudantes embriagados comemoravam nas ruas do alojamento da Cásper na madrugada do dia 13, festejando em volta de um hidrante e falando impropérios sobre os mackenzistas diante dos semáforos e dos carros.

Mas a grande questão é: há realmente uma integração entre as escolas? Seus gritos de guerra, músicas, xingamentos e esportes são realmente comunicação? As torcidas, caso sirvam como comparação, apareceram com roupas personalizadas e fazem um show a parte, com baterias pesadas e contagiantes. Cásper Líbero foi reforçada pelo Aguante Rojo, uma torcida mais radical, que provoca com gritos constantemente e reforça o lado boêmio dos estudantes. O Mackenzie e a Faap trouxeram cheerleaders, as famosas torcedoras femininas com saias e pompons que instigam os observadores. Toda essa festividade se justificou?

Se nos interarmos sobre o que aconteceu nas festas juvenis, as baladas, talvez uma evidência fica mais clara sobre nossas dúvidas. Não aconteceram realmente muitas conversas lá dentro, mas uma música que absorveu os jovens, além da interação corporal quando eles resolveram “ficar”. Essa palavra curiosa surgiu de uma necessidade de classificar os beijos e carícias dados apenas por uma noite. Em outros casos, o contato se estendeu até a cabana ou dentro dos alojamentos das escolas, em relações sexuais casuais. É um contato intenso, mas não profundo, não pleno segundo os padrões familiares tradicionais.

O JUCA então foi um entorpecimento. Não se trata de classificá-lo como bom ou ruim. Os futuros “comunicadores sociais” não buscaram o mais completo entendimento em uma festança em Santa Rita do Sapucaí, mas apenas uma distração descompromissada, além de piadas e histórias a serem contadas e relembradas. Para alguns, foi um ritual de passagem dentro do meio universitário. Não foram necessárias muitas palavras para abordar uma garota, ou várias, nas confraternizações. Para outros, o evento foi apenas um bom feriado para passar com colegas de estudos, que estavam todo o tempo juntos e não apenas na sala de aula.

Há pessoas que ainda podem deduzir uma comunicação completa nesse tipo de evento: do jovem consigo mesmo. Dentro da sociedade, ele é obrigado a lidar com pessoas e situações pelas quais não está pronto. Uma festa com álcool, amigos e sexo permite que eles se libertem dos problemas cotidianos. Fazem isso entre berros, exageros e muito esporte.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Seleção de Dunga é um bom time. E este é o grande problema.

A seleção de Dunga está para completar 3 anos de idade. Uma data que merece ser comemorada pelo treinador , aquele que muitos duvidavam que chegaria a um ano. Começou cheio de desconfiança, chamando atenção pelas suas camisas espalhafatosas, desenhadas pela sua filha, e pela reserva imposta a Ronaldinho Gaúcho e Kaká. Dizia-se que Dunga colocaria ordem na zona em que Parreira deixou a seleção. Nada como o tempo para mudar as coisas.

As camisas de Dunga foram embora, proibidas pela CBF. A zona de fato acabou, dando lugar ao quartel que se tornou a concentração na Granja Comary. Ronaldinho Gaúcho voltou, se tornou imprescindível nas Olimpíadas, foi embora nas Eliminatórias, voltou de novo, e agora parece que se foi de vez. Já Kaká... esse Dunga aparentemente teve que engolir na seleção. Se o técnico realmente gostasse do jogador, já teria lhe dado a faixa de capitão.

Dunga de fato se mostrou uma surpresa após este tempo. É um técnico melhor do que muitos previam, embora os conselhos de seu assessor Serginho pesem tanto quanto suas decisões. Errou e acertou ao apostar em alguns nomes desconhecidos (Afonso Alves e Felipe Melo respectivamente), assim como errou e acertou ao bancar jogadores conhecidos apenas na seleção hoje, e perdidos em alguns clubes do mundo (Gilberto Silva e Elano). No entanto, suas escalações ficaram mais conhecidas por barrar jogadores que qualquer um chamaria, as opções óbvias para setores deficientes, como Fábio Aurélio, que Dunga parece desconhecer.

Mas o grande mérito de Dunga é ter finalmente dado uma cara a seu time. Este também é seu maior erro. Com exceção de dois ou três jogadores, o time base que Dunga hoje escala a seleção seria o mesmo de muita gente. O treinador fez do Brasil um time que jamais é brilhante, que raramente dá espetáculo, cujas grandes jogadas existem apenas em lampejos individuais de alguns grandes jogadores - leia-se Kaká. Dribles viraram malabarismos nos pés de Robinho, que raramente tem alguma objetividade quando toca na bola. Enfim, um prato cheio para seus milhões de críticos no Brasil. Contudo, o problema para estes críticos é que o time de Dunga é eficiente como poucos.

Mesmo que ocorra de uma forma oportunista, ou até mesmo sortuda, o fato é que o Brasil eventualmente fará pelo menos um gol em cada adversário. São raríssimas as partidas que o time termina sem marcar. O Brasil, capaz de partidas maravilhosas (contra a Itália) e sofríveis (como contra o Equador), geralmente é apenas um time que joga um futebol mediano, porém eficiente.
A cara do Brasil é de uma seleção com apenas um craque acima da média, um centro-avante eficiente e um goleiro fenomenal. O resto do time soa mediano: competente em alguns setores, mas capenga em outros. O resultado disso é uma seleção cujo time é bom, e apenas isso. Muito pouco para o Brasil. Muito pouco para alguém que ressalta orgulhosamente ser pentacampeão mundial. Seríamos apenas um time respeitável, mas esquecível, se não fossem por estas 5 estrelas em nosso peito.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Corpus Christi reúne mais de 12 mil fiéis em Cachoeira Paulista (SP)


A solenidade de Corpus Christi é uma manifestação pública da fé no Sacramento da Eucaristia. No Brasil, uma tradição ganha às ruas das cidades nesta data: os longos tapetes ornamentados que dão um colorido especial à festa.

Feitos de diversos materiais, os desenhos são variados mas recordam principalmente a presença de Cristo. Na cidade de Cachoeira Paulista, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, mais de 12 mil fiéis se reúnem na sede da Comunidade Canção Nova para a Festa de Corpus Christi.

Sob um tapete de 158 metros, confeccionado com desenhos de símbolos litúrgicos, os peregrinos expressaram sua fé e devoção. As atividades começaram às 7h, com a celebração da Santa Missa; e só terminam às 18h.

Corpus Christi

A Festa de Corpus Christi é a celebração em que solenemente a Igreja comemora a instituição da Eucaristia; sendo o único dia do ano em que o Santíssimo Sacramento sai em procissão às ruas. Embora a Quinta-feira Santa seja o dia oficial da instituição da Eucaristia, a lembrança da Paixão e Morte do Salvador não permitem uma celebração festiva.


Fotos: Ariane Fonseca

terça-feira, 9 de junho de 2009

Você não tem namorado? Veja dicas legais para se divertir no dia dedicado aos casais apaixonados


Sexta-feira pode ser um dia triste para muitas pessoas que ainda não encontraram a sua “metade da laranja”, a “tampa da panela” ou a “pessoa dos seus sonhos”. Mas isso não é motivo para ficar cabisbaixo. Tem muitas coisas legais que você pode fazer neste dia, mesmo que isso pareça impossível.

A dica mais óbvia, mas não menos importante, é sair para ir ao cinema com os amigos. Você se distrai, conversa e, de quebra, assisti aquele filme que queria a tempos. É juntar o útil ao agradável!

Outro coisa possível é aproveitar que você não precisa gastar dinheiro com presente, para ir ao shopping comprar acessórios para você mesmo. Quer coisa melhor que isso? Só dois disso!

Agora se você é mais reservada e não gosta de sair, a dica é ler um bom livro. Sempre tem aquele clássico que a gente sonha em ler, mas nunca sobra tempo. Essa é a sua chance!

A galera do Twitter também deixou as suas dicas. Confira:

  • A @Garota_TI sugeriu aproveitar o dia, que vai ser um 'feriadão', para estudar. Pois, como ela mesmo disse: “Sozinha sim, desatualizada nunca!”
  • Já a @maninha sugeriu colocar em prática o seu lado ambientalista. Ela acredita que plantar uma árvore seja uma boa ação para a data.
  • A @mandinhatorres e o @zepileque preferem uma sessão “gordura” liberada. Eles acreditam que assistir um bom filme com os amigos ou a família, acompanhada de pipoca e refrigerante seja perfeito.
  • A @maya_gf acha que viajar com as amigas para dar boas risadas e fofocar é a melhor saída. Vale lugares pertinhos de casa, só para a graça da companhia.
  • O @emersonanomia é o mais inusitado. Ele sugere criar um fórum na internet para discutir a vida de solteiro, uma forma de conhecer mais pessoas e interagir na web.
  • O @pedrosolidus recomenda comer fondue e se deliciar com o chocolate.

Enfim, espero que uma dessas dicas sejam úteis para a sua sexta-feira. Vale lembrar que o mais importante é se divertir e esquecer que você ainda não tem um namorado. William Sheakespeare já dizia: “O segredo é não correr atrás das borboletas, mas preparar o jardim para elas venham até você!”

Livros mais vendidos:

FICÇÃO

A Cabana - William Young
Lua Nova - Stephenie Meyer
Crepúsculo - Stephenie Meyer
Eclipse - Stephenie Meyer
Leite Derramado - Chico Buarque

NÃO-FICÇÃO

Comer, Rezar, Amar - Elizabeth Gilbert
Mentes Perigosas - Ana Beatriz Barbosa Silva
Uma Breve História do Mundo - Geoffrey Blainey
Uma Breve História do Século XX - Geoffrey Blainey
Marley & Eu - John Grogan

AUTOAJUDA

Cartas entre Amigos - Fábio de Melo e Gabriel Chalita
Quem Me Roubou de Mim? - Fábio de Melo
O Código da Inteligência - Augusto Cury
Gêmeas, Não se Separa o que a Vida Juntou - Mônica de Castro
Vencendo o Passado - Zibia Gasparetto

Filmes que estreiam dia 12:

Intrigas de Estado
Sinopse: Um jornalista que coordenou a campanha de um político descobre uma conspiração de assassinato que envolve seu ex-patrão.

Romeu: o vira lata atrapalhado
Sinopse: Romeu é um cão abandonado pelos empregados de seus donos. Ameaçado pela gangue que domina a rua, consegue conquistá-los sugerindo um negócio. Porém, suas atividades vão despertar a ganância da máfia local e vão colocá-los em apuros. A única maneira de salvá-los, será entregar a cachorrinha por quem Romeu se apaixonou ao chefão da máfia.

Minhas adoráveis ex-namoradas
Sinopse: O fotógrafo Connor Mead adora liberdade, diversão e mulheres. Um solteirão convicto! Às vésperas do casamento de seu irmão, Connor recebe a visita dos 'fantasmas' de suas ex-namoradas que o levam a uma hilariante odisséia, visitando seus desastrosos relacionamentos do passado, presente e futuro.

Hannah Montana - O filme
Sinopse: Na medida em que a popularidade de Hannah Montana cresce e passa a tomar conta da vida da garota, Miley Stewart, encorajada pelo pai, sai em viagem a sua cidade natal, Crowley Corners, no Tennessee, para tentar compreender o que mais importa na vida.

E você, o que vai fazer?

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Exterminador do Futuro - A Salvação

Ficou faltando algo...

Em meados dos anos 80, um jovem diretor, até então desconhecido, revolucionou o cinema de ação com um roteiro incrivelmente ambicioso e complexo para o gênero, aliado a uma incrível criatividade e eficiência nas cenas de ação. O filme ainda transformou em astro um ator austríaco que ainda engatinhava nos EUA. O diretor? James Cameron. O filme? Exterminador do Futuro. O ator? Arnold Schwarzenegger. 25 anos depois, a quarta parte da franquia chega aos cinemas (quase) sem Arnold, sem Cameron e, pior, sem criatividade.

Exterminador do Futuro – A Salvação surgiu da necessidade que os produtores tinham de fazer renascer a série após o fiasco crítico (e não de público) que foi o terceiro episódio, ainda com Schwarzy (como irei chamá-lo aqui). Para isto foi decidido mudar tudo. Saí o cenário atual e entra o deserto pós-skynet (que poderia tranquilamente ser o cenário de qualquer Mad Max). Saí de cena o inimigo único de cada filme e entra em cena a luta contra a Skynet em si, com centenas de exterminadores, de todos os tipos imagináveis. E, naturalmente, saí de cena Schwarzy e um jovem John Connor e entram Christian Bale, na pele de um Connor que já lidera a fé da resistência, embora não seja o líder militar, e Sam Worthington, no papel que dá liga à obra.

No roteiro, assinado por John D.Brancato e Michael Ferris, o futuro em que Connor vive não é o mesmo que sua mãe havia lhe predito. A Skynet se tornou mais poderosa, a devastação foi maior do que a prevista e a resistência se resume a focos isolados em diversas cidades ao redor do mundo. As coisas mudam quando se descobre uma freqüência de sinal de ondas sonoras capaz de romper a conexão da Skynet com qualquer um de seus exterminadores. Simultaneamente, John precisa proteger seu futuro pai, o atual adolescente Kyle Reese. Para complicar ainda mais as coisas, John tem que descobrir quem é e o que planeja Marcus Wright (Worthington), um homem que supostamente morreu no século início do século XXI, mas acorda em 2008 sem se lembrar de nada. Resumidamente, o roteiro não é nem um pouco simples.

O ponto é que esta aparente confusão sempre esteve presente na série, que tem como base as viagens no tempo. No entanto, quando isso era colocado nas mãos de James Cameron, o diretor conseguia facilmente articular tudo de forma eficiente, desenvolvendo os personagens plenamente ao tempo que produzia as melhores cenas de ação da época. E este talvez seja o grande problema de T4: McG não é James Cameron.

Obviamente os vários furos no roteiro não são culpa de McG, mas a sua falta de habilidade para cuidar da parte dramática da historia se mostra algo extremamente problemático. Em nenhum momento o diretor se esforça para tornar John Connor o líder magnético que ele deveria ser. Só acreditamos em Connor graças ao natural carisma de Bale. Worthington até se mostra um bom ator em seu primeiro papel de destaque. No entanto, ele acaba se perdendo em meio a gritos desnecessários e uma inconstância irritante em seu personagem: ora é um cara heróico e simpático, ora é uma pessoa explosiva que grita com crianças e expulsa pessoas de carro na base da pancada.

Contudo é necessário reconhecer alguns méritos existentes na produção e na própria direção de McG. Embora não tenha a criatividade de Cameron, as cenas de ação se mostram incrivelmente eficientes. A seqüência do posto de gasolina é de tirar o fôlego. São quase 15 minutos de ação ininterrupta, com exterminadores de todas as espécies, jogos de câmera que dariam inveja a John Woo e uma mixagem sonora impecável. Mas ainda sentimos falta de algo a mais, daquela cena que ficará marcada na memória, como o tiroteio no bar do primeiro filme ou a perseguição do T-1000 em um caminhão no segundo.

No entanto, o grande feito da obra, se resume mesmo a uma única cena, sem nenhum mérito de McG ou dos roteiristas. A ponta de Arnold Schwarzenneger é uma das cenas mais fantásticas do cinema desde já. A cena é uma viagem no tempo que faz com que seja impossível não ficar atordoado ao ver ali na tela: em cenas inéditas, o T-800 de 1984, com trinta e poucos anos, está no auge da sua forma física lutando com Christian Bale.

Filmes de ação devem ser vistos e analisados de acordo com o que se propõem. É isto que faz com que cineastas como Michael Bay sejam bem sucedidos, pois eles entregam aquilo que prometem e nada mais. Exterminador do Futuro – A Salvação seria um ótimo filme se não fizesse parte de uma franquia tão completa como a criada por James Cameron. Porém, pertencendo a série, ele acaba no triste hall das continuações divertidas, porém esquecíveis.

Cidadão Boilesen


O documentário Cidadão Boilesen, de Chaim Litewski, fala sobre a vida e os feitos de um dos empresários mais famosos do Brasil, o presidente do Grupo Ultra (da Ultragás) nos anos 50-70, Henning Albert Boilensen. Dinamarquês naturalizado brasileiro, Boilesen era uma figura popular da época, frequentemente citado em jornais e revistas.

Litewski inicia o filme com uma série de entrevistas com pessoas que passam no logradouro Henning Boilesen, no bairro do Jaguaré, em São Paulo. Embora alguns morem nessa rua, nenhum soube explicar quem foi Boilesen exatamente. Depois, vemos uma série de entrevistas com amigos, parentes, professores e conhecidos do empresário, que ressaltam o quanto ele era carismático, bonito e mulherengo.

Em determinado momento do filme, é apresentado o papel que Boilesen teve na ditadura militar brasileira, arrecadando dinheiro para a OBAN – a Operação Bandeirante -, que eliminava militantes de esquerda, e qualquer opositor do governo, mas principalmente os do MRT e da ALN. As entrevistas passam a ser mais fortes, com ex-militantes, ex-torturados, e observadores ávidos da época, como o próprio ex-presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso.

Somos apresentados, então, à outra figura de Boilesen: a de frio, sanguinário, calculista e monstro. Segundo um dos responsáveis pelo assassinato do empresário, o link entre a repressão e a Ultragás foi feito quando várias pessoas sumiam, eram raptadas, e até executadas quando havia um furgão da companhia por perto.

Ninguém imaginaria que o garanhão Henning, criador da CIEE (Centro de Integração Empresa Escola, empresa que até hoje é responsável por contratos de estágio), era o principal “caixinha” da OBAN e, posteriormente, da DOI-Codi de São Paulo, o centro de torturas. Além de colaborar ativamente com a causa, Boilesen assistia às sessões de tortura – até participava de algumas -, e foi o responsável por trazer dos Estados Unidos a técnica de tortura que levou o seu nome, a “pianola Boilesen”.

Além de explorar com infinitos recursos a vida do empresário, o documentário cita outros nomes de famosos colaboradores da ditadura: a Folha de S. Paulo, que cedia furgões, a Camargo Correia, que fingia reformas e construções como fachada, e a Ford e a General Motors, que cediam carros. Porém, o filme deixa claro que houve exceções importantes, como Antonio Ermínio de Moraes, da Votorantim, e José Midlin.

Boilesen tornou-se o número 1 da lista de execuções dos militantes opositores, seguido por Peri Igel e Sebastião Camargo (da Camargo Correia). Finalmente, em janeiro de 1971, Henning Boilesen foi executado a tiros na Alameda Casa Branca, em São Paulo. Os outros nomes da lista não foram riscados.

No final do filme, fica o que seu filho disse: “Mataram o meu pai (...), e até hoje eu não sei o que ele fez.”

Fontes:
RodrigoViana.com.br, Guia da Folha, Cinequanon, Blogdaunr, JBOnline, Estadão, PalavraSinistra

domingo, 7 de junho de 2009

O choro de um gênio

A primeira foto é da final do Aberto da Austrália de 2009.

A segunda, da final de Roland Garros que ocorreu hoje.

Duas imagens semelhantes, mas com significados opostos,

imagens que só o esporte pode produzir.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Crise Financeira: Músicos em "formato compacto"

Leco Peres, pseudônimo de Alexandre Peres Rodrigues, é um músico paulistano, baixista, que estreou sua nova banda Klatu (http://myspace.com/bandaklatu) em 2008. Ele também escreve textos e peças de teatro. Disposto a falar sobre crise financeira, ele faz parte de uma série de pequenas entrevistas sobre esse assunto que serão divulgadas aqui no Bola da Foca, abordando profissionais de diversas áreas.


Por Pedro Zambarda

Bola da Foca: Leco Peres, como você trilhou o caminho até formar a banda Klatu? Como você se envolveu com poesia e música? A arte é o seu ganha pão?

Leco Peres: Eu sou funcionário público e é daí que eu tiro o meu ganha pão. Após alguns anos tocando na noite, desde 1994, eu percebi que não conseguiria me sustentar só com música e artes, tanto por causa do mercado, dos donos de bares, quanto pela pequena abertura a estilos que não são o mainstream. A opção que eu tinha para me sustentar seria deixar de lado a criação, a parte autoral, e passar a tocar covers e hypes, o que definitivamente não é o meu ideal de vida. Com isso, decidi arrumar um trampo que me desse condições de investir nos meus próprios projetos, de música e literatura. De dia, na repartição pública, de noite, nas entranhas da vida! (risos)

Juntei grana por um tempo, até conseguir bancar o disco de estréia do Klatu. Fiz em conjunto com a Carol Arantes, em produção independente e isento de restrições do mercado. O Klatu veio da idéia de gravar um disco solo, sem regras ou direcionamentos, o mais livre possível. O projeto ganhou corpo com a conceituação do "rock infinito" que vai dos temas das músicas até as letras engajadas. Lançamos o Cd em 2008 e estamos só começando a batalha.

Sobre poesia e escrita, é uma paixão minha desde adolescente. Eu venho focando mais isso desde 2006. Participei de uma coletânea de textos, escrevi peças de teatro e esquetes, e venho mantendo meu blog de crônicas. E, se com música é difícil, imagine com literatura? Não há uma opção de, por exemplo, "tocar na noite". Sempre é necessário montar uma grande estrutura para o teatro, ou investir bastante num livro que ninguém mais tem o hábito de ler...

Por isso é essencial manter uma estrutura: trabalhar todo santo dia na burocracia, para manter minha liberdade criativa. É o caminho dos que não têm "QI". O Klatu continua independente, estou montando meus esquetes teatrais, e vou levando.

E não tem jeito de não fazer assim no atual sistema. Quem tem essa veia artística, essa deliciosa maldição de querer se expressar pela arte, se não fizer, pira. No mal sentido.

BF: A banda Klatu prega o "rock infinito", um estilo musical que define a liberdade e a falta de regras como marca principal. Esse ecletismo na música também aparece nas letras? Vocês tentam inovar ou permanecem em temas familiares a outros gêneros do rock? Quais músicas apresentam a crítica do Klatu?

L: Então, a idéia do rock infinito é um estilo de vida. Pregamos a diversidade, para que a honestidade musical, a música feita com o coração, seja destacada na multidão daqueles que compõem simplesmente para ganhar uns milhões. Somos idealistas mesmo, ativistas, teimosos; afinal, de gente em cima do muro o mundo está cheio. E seguimos essa postura nas letras, no mesmo sentido.

Os temas, no final das contas, são os mesmos de sempre: o ser humano em luta contra o ser humano, em todas as suas implicações. Mas os problemas são novos, como o tema do aquecimento global na música Vai Acabar. Outros temas são velhos, numa abordagem mais inusitada, como é o caso do comodismo e da massificação, em Mais 8 que 80 e Zé Eurico. O tema da paranóia é tão antigo quanto o blues, mas os tipos de paranóias também são atuais em Opus 67.

De resto, nossas músicas falam de viagens psicodélicas, atitude, e do próprio rock infinito.

BF: Agora vamos falar da crise financeira. Você acha que pode ocorrer uma mudança no cenário musical? Houve alguma mudança drástica no mercado de criação, na sua opinião?

L: Bom, ou essa crise só mostrou os dentes, ou ela é pura tática sensacionalista. De qualquer forma, o mundo está precisando pisar no freio, tanto pelo planeta, como pelas relações humanas, sociais e espirituais. Não há como continuar do jeito que está, e me parece que essa é uma oportunidade de mudança de parâmetros. Eu torço para que esse consumismo selvagem, que rola hoje, diminua ou pelo menos fique mais consciente.

Em relação ao mercado artístico, de criação, eu acho que a longo prazo retornaremos ao formato de "compacto". Ou seja, os artistas abandonarão álbuns e conceitos, e haverá uma descentralização dos hits, com muitos artistas lançando apenas uma ou duas músicas, ao invés de um disco completo.

Esse cenário já está se formando. A cena independente também está fortalecida. Enquanto as gravadoras estão derretendo, os grandes estão se enfraquecendo e se engajando nesse movimento, vide o Rick Bonadio em seu Myspace.

Com menos grana, e a demanda do público persistindo, a cena terá que ser suprida pela massa dos heróis talentosos e criativos do "submundo". Isso a longo prazo, quando o público conseguir distinguir quem é honesto, quem quer dizer as coisas, de quem quer ficar apenas posando de popstar, às custas do papai rico.

Até lá veremos mais atos desesperados da indústria fonográfica, mais pseudo-artistas, mais críticos de música bipolares, mais aberrações pedófilas...

BF: Em tempos de crise, você acredita no investimento financeiro maciço na internet? No que a internet se distingue das outras mídias? Como um artista pode se beneficiar com investimentos em inovação?

L: Acho que nem é por causa da crise, mas sim porque a internet é a plataforma do momento. Isso pode parecer piegas, mas é o que rola; a TV, o jornal, rádio, tudo está aos poucos disponível na net. Tudo no mesmo lugar, tudo a princípio democratizado.

Para o artista, isso é fundamental, pois não temos que nos submeter aos antros do Bixiga para ganhar 50 reais por show, ou ficar distribuindo filipetas de shows na padaria da esquina. O espaço está lá, o público tem ele disponível, e tudo de forma livre. As pessoas procuram o que lhes interessa, e não o que lhes vomitam na TV. Claro, há exceções, nem tudo é preto no branco assim, mas é uma tendência majoritária.

E toda novidade é útil para divulgação do artista. Desde que seja funcional, e não apenas simples novidade.

BF: Que outras áreas você acredita que serão fortalecidas após os problemas enfrentados com a escassez de empréstimos?

L: Ah, as áreas que controlam, as que mandam, as que têm a grana. Aquela história dos ricos ficarão mais ricos. Isso em termos econômicos, porque em termos humanos, todos sairão fortalecidos, mesmo que no primeiro momento as coisas estejam piores. Afinal, esse ajuste cósmico é necessário, não é? É a profecia anunciada pelos Beatles!

terça-feira, 2 de junho de 2009

James Cameron surge na E3 e revela mais de seu Avatar.

A E3 de 2009 pode ficar marcada como a edição em que o cinema e os games se ficaram marcados de vez como uma mídia complementar. Durante a apresentação da Ubisoft, a maior produtora da Europa (casa de Prince of Persia e Assassin’s Creed), o diretor James Cameron deu as caras e revelou pela primeira vez a história de Avatar, o filme que vêm sendo produzido há mais de 10 anos pelo diretor de Titanic.

Avatar não está sendo apenas aguardado pela sua demora, e por ser o primeiro trabalho cinematográfico de Cameron desde Titanic, mas também pela tecnologia que será usada. Com a intenção de ser projetado em forma de 3D estereocópico (tecnologia usada em Coraline, com os gráficos saltando da tela) a intenção de Cameron é fazer com que o espectador tenha uma experiência única, levando a tecnologia 3D a um novo patamar. Segundo as poucas pessoas que viram algumas cenas de Avatar, Cameron conseguiu o que queria.

Segue abaixo a apresentação de Cameron (em inglês):

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Microsoft: Games e Inovação na E3 2009

Após uma versão relativamente issossa ano passado (apenas Gears of Wars 2 e Wii Music marcaram mais, lembram?), a Electronic Entertainment Expo 2009 começou de uma maneira inovadora neste ano. O maior evento de games nos Estados Unidos trouxe novidades diretas da empresa que foi chefiada por Bill Gates. Entre jogos novos para o console Xbox360, como Halo 3 OSDT, Left4Dead 2 e até Metal Gear Solid Rising, que deve ter arrasado com os fãs da Sony e do Playstation 3 (o jogo anterior foi exclusivo na plataforma deles), surgiram também novidades para além dos games.

A Microsoft começou sua conferência sobre o Xbox360 às 14 hs de hoje. A grande novidade apareceu primeiro com o projeto de Peter Molyneux, da Lionhead Studios (a mesma que fez Fable II). Batizado de Milo, o game é uma interação com um personagem digitalizado que reconhece voz, expressões faciais e gestos da pessoa que estiver em frente ao videogame. A simulação transcendeu os limites do videogame ao revelar um cenário interativo. Pessoa física e o "menino digital" podem mexer nas águas, no cenário, de diversas maneiras.




Por último, um projeto maior da Microsoft foi revelado: Project Natal. A idéia, indo na tendência do Nintendo Wii de utilizar o corpo em um controle interativo (Wii Mote e o próprio Wii Fit), é um game totalmente sem joystick. O projeto é de um brasileiro chamado Alex Kipman, em homagem a Natal, cidade do Rio Grande do Norte.

Uma câmera registra os movimentos do corpo e está com um sistema aperfeiçoado de captação da voz. Ou seja: toda a interatividade do controle é anulada por um sistema eficaz de imersão do jogador dentro do game.




Outros surpresas do Xbox360 estão previstas para sua rede online, a XboxLive. Agora ela tem patrocínio de empresas como a Last.fm - que parece não cobrar a mais pelos servidores de registro de música dentro da Live -, Facebook - um "Orkut", rede social, dentro do videogame? Claro - e da Sky - exibindo filmes e programas de TV mediante pagamento.

Para um console que estava apenas no controle, utilizando DVDs, cujo o sistema de internet era o único atrativo, a Microsoft deu um passo definitivo para fugir da mesmice. A apresentação deles contou com celebridades como Hideo Kojima, criador de Metal Gear Solid, e até Steven Spilberg, que veio prestigiar a criação do Project Natal.

Posts mais lidos