sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Um político está preso. Qual o preço?


Desde novembro de 2009, o governador Arruda desvia dinheiro de empresas públicas para parlamentares da Câmara Legislativa. Essa notícia passaria ilesa diante de tantas outras acusações que tramitam pela justiça nacional, além de escândalos envolvendo a cúpula do governo federal e tantas outras instituições. No entanto, a data de 11 de fevereiro marcou tanto o início das festividades do carnaval de 2010 quanto a prisão de José Roberto Arruda pelo Supremo Tribunal Federal, para prevenção de mais crimes.

Suspeitava-se que Arruda conseguisse habeas corpus ou recursos que o liberassem do cárcere. Nada disso aconteceu. Nenhum sinal da impunidade tipicamente brasileira se mostrou, no caso.

Mas a que preço isso aconteceu? Com quais interesses? Arruda era o único governador eleito pelo partido Democratas (DM) em todo o território nacional. A justiça se fez ou ela foi forçada?

Não se trata de absolver a vítima, mas fortalecer o questionamento para nossa própria segurança: houve uma punição justa ou um ato estratégico? Todas as gravações de acusação foram conclusivas e levadas a sério? Mantenham suas perguntas, se isso é possível em nossa polêmica política governamental brasileira.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Alan Moore e a crítica ao conservadorismo

1981. Ronald Reagan torna-se presidente norte-americano por dois mandatos consecutivos, consolidando um retorno às políticas do capitalismo tradicional pelo neoliberalismo e acabando com as disparidades econômicas entre os EUA e a URSS pela queda do Muro de Berlim e a abertura comercial das nações socialistas. Um presidente que aliou reconciliação com conservadorismo, conquistando e consolidando seu eleitorado. Dois anos antes, em 1979, Margaret Thatcher assume o cargo de primeira-ministra britânica, diminuindo a atuação política trabalhista na Inglaterra e, junto com seus parceiros americanos, fortalecendo o poder do mercado sem regulagem do Estado pelo mundo.

Entre 1982 e 1983, o roteirista Alan Moore dá vida aos quadrinhos de V for Vendetta, ambientado em uma Inglaterra opressora. Entre 86 e 87, nasce a liga de super-heróis Watchmen, que é uma paródia dos mascarados norte-americanos durante a Guerra Fria, especialmente nos Estados Unidos. Ambos os desenhos, além de integrarem obras importantes do século XX, mostram uma clara crítica de Moore, um escritor polêmico por suas crenças no obscuro e na bruxaria, questionador quanto aos regimes vigentes e ao conservadorismo em geral.

O herói V é um anarquista que luta contra uma Inglaterra dominada por um ditador, Adam, muito semelhante ao poder popularizado de Tatcher. Os super-heróis de Watchmen não possuem poderes especiais, exceto um homem de pele azulada e brilhante chamado Dr. Manhattan, que sobreviveu a experimentos nucleares e pode desintegrar, integrar e manipular todo o tipo de matéria, sendo praticamente um deus do mundo físico. Outros personagens, como o Comediante e a Espectral, refletem a natureza decadente de heróis afetados por uma sociedade que não os aceita, mais próxima da realidade, se um super-homem existisse.

Moore conviveu com Tatcher e Reagan e, ao contrário deles, teceu uma realidade crítica do fim da Guerra Fria e do mundo real em que vivemos, mesmo através de desenhos. Transformou mitos norte-americanos dos anos 50 e 60, como super-heróis, em espelhos de uma realidade suja das ruas oprimida por políticos que não estão em contato com o cotidiano comum. Seja pelo poder estatal ou das corporações em mercados livres, Alan Moore criou novos mitos críticos no último século que passou. Portanto, mesmo que você não concorde com o anarquismo de V, ou com os heróis comuns de Watchmen, é recomendável ver seus quadrinhos neste começo de século.

Lançado em 2006, a adaptação cinematográfica de V for Vendetta adaptou toda a mensagem anti-fascista em uma história mais contemporânea, envolvendo caça ao terrorismo dentro da trama original, além da poesia e dos dotes artísticos do protagonista. O filme transformou-se em uma interpretação fiel de quadrinhos. A mensagem de que V pretendia tornar a explosão do parlamento inglês um símbolo de sua rebeldia contra o governo e um exemplo para sua população alienada é mantido, revivendo os ideais de Guy Fawkes no século XVII.

Em Watchmen, na adaptação aos cinemas de 2009, o plano de unificação na Guerra Fria é transformado em várias bombas nucleares explodindo em diferentes locais do globo, e não um ataque alien, como no gibi, tirando um pouco da surpresa original. Mas todos os personagens característicos de Moore estão presentes, mantendo sua criatividade como autor do conservadorismo social, estampado em seus heróis errantes.

Apesar de rejeitar as versões cinematográficas de suas obras, Moore é um autor que deve ser reaproveitado em tempos de Barack Obama na presidência, com esperanças que o mundo aguarda de um novo Estado americano. Esses novos mitos na verdade não diferem do mundo pessimista de Alan Moore, que possui sim retratos ideais, mas que estão distorcidos pela realidade em que vivem, não sendo pura fantasia e mantendo sua conexão com a crítica, sempre válida socialmente e individualmente.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Como ver tweets antigos?

Alguns usuários mais nostálgicos do Twitter podem ficar mais tranquilos agora. Existe um pequeno truque que possibilita que o usuário veja seus tweets mais primórdios (e de outros usuários também) sem ter que clicar dezenas de vezes na barrinha de "More".

Apesar de ser extremamente impreciso, esse método é bem simples e funciona também na página das replies (vezes em que você foi citado). É bom lembrar que isso depende também da boa vontade dos bancos de dados do Twitter. Muitos usuários dizem que seus tweets mais antigos sumiram... Enfim, vamos ao que interessa.

AVISO: Esse método não funciona se você quiser ver os tweets de uma pessoa que os mantém bloqueados.

1. Primeiramente, acesse seu endereço (ou qualquer outro) no Twitter. Para isso funcionar, você precisa estar no endereço direto e não na home (ex: twitter.com/Cauefabiano). Isso acontece ao clicar no perfil da pessoa. Ao final da página, você logo verá a barrinha "More".


2. Com o botão direito, clique sobre ela e selecione "Copiar Atalho". Para usuários de Firefox e Chrome, por exemplo, o termo é "Copiar endereço do link".

3. Cole na barra de endereço do seu navegador. Eis que a mágica acontece: quase no final, está escrito page=2. Altere esse número de página, aperte Enter e pronto! Coloquei '100' para demonstrar.


Tudo isso depende do número de Tweets de cada pessoa. Caso o número da página extrapole os tweets, será exibida uma página em branco. Para os nostálgicos, é bacana ir tentando até chegar ao primeiro Tweet.

Existe também um site na internet que diz a quantos dias o usuário utiliza o Twitter. Trata-se do http://www.whendidyoujointwitter.com/ . É possível colocar qualquer usuário do Twitter, e ele informa a data e há quantos dias a conta foi criada.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Bola da Foca concorrendo ao The BOBs: Prêmio internacional

Hora de chamar a mamãe, o papai e todo mundo que você conhece. Depois de conquistar o certificado TOP BLOG no TOP100 Comunicação, o Bola está participando do The BOBs - Blog Awards, uma premiação alemã internacional para blogs, em especifico os de comunicação. Para saber mais detalhes de como indicar e em quais prêmios, basta clicar no link do BOBs no lado direito desta página.

Podemos ser indicados para as premiações Best Weblog, Reporters Without Borders Award, Blogwurst Award, Special Topic Award Climate Chang e Best Weblog Portuguese. A partir do dia 15 de fevereiro, as inscrições acabam e um júri irá avaliar o blog (sim, em português, mesmo sendo uma premiação alemã). O resultado final será publicado no mês de abril deste ano.

Sobre textos e comentários

Pra quem escreve, essa não é novidade nenhuma. Divulgados hoje via twitter, instantaneamente para seguidores de um autor ou amigos seus, partes de blogs menores ganham popularidade. Sites e blogs com mais nome na internet conseguem essa frequência de visitação mais facilmente, mas o que interessa é que determinadas curiosidades do cotidiano, textos com humor e mensagens simples costumam atrair discussões e muitos leitores para sua página, elevando sua audiência.

Toda a platéia tem seu bônus e ônus.

Existem comentadores de diversos tipos. Há aqueles que comentam por inércia, sem realmente opinar no texto e buscando, talvez, sua própria audiência nos comentários. Há provocadores com várias especialidades: os que buscam equilíbrio e construtividade, os que criticam mas não chegam a firmar seu ponto de vista e aqueles que apenas querem destruir o texto. Há pessoas que só comentam pelo alto número de comentários. Há outros que preferem comentar onde não há ninguém prestando atenção. Audiência, mesmo massificada e classificada por oradores que falam e não ouvem muito, guarda uma diversidade tão grande e intensa que merece uma atenção especial.

O problema, para nós escritores, é que precisamos não abaixar diante de uma crítica que destrói nosso texto, e não se gabar tanto de elogios. Com esses dados, e muitos outros que este texto não conseguiu abordar, falhando miseravelmente, é possível ter uma visão equilibrada de manifestações tão humanas sobre seu texto, seu conteúdo em qualquer suporte ou mídia?

A pergunta fica no ar para quem tem 200 ou mesmo 0 comentários.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Metal de videogame

Fazer um espetáculo com música de videogame, no Brasil, é pra poucos. A banda Megadriver, que abriu shows para o espetáculo Video Game Live (VGL) ano passado, fez uma apresentação aberta dia 30, na Campus Party, área da Petrobrás. Nino lidera essa banda que mescla heavy metal e clássicos dos games ao lado da guitarra base discreta de Ricardo, a bateria de Jeff, o baixo de Rubão e o estreante vocalista Allan Big Thunder. Antes de começarem o espetáculo, foi apresentados aos presentes pelo músico internacional Tommy Tallarico, que lidera a VGL em turnê pelo mundo todo e que se mostrou admirador da música dos garotos.

Por Pedro Zambarda

Mas os caras não apenas executaram versões de Greenhill, do game Sonic, ou a música-tema de Metal Gear Solid. Buscaram uma interação diferente com a platéia. Durante a performance de Mad Racer, do jogo Top Gear do Super Nintendo, um convidado tocou a música no software Frets on Fire, uma espécie de Guitar Hero, open source, simulando em game um guitarra. Na execução de temas de Street Fighter, outro espectador foi chamado para enfrentar o personagem Ken num simulador do game Street Fighter II. Os presentes vibravam tanto com a música quanto com o combate na telona.

Durante a execução de temas de Final Fantasy, o telão mostrou um apanhado de todos os games. Enquanto acontecia o espetáculo de cenas nostálgicas, Nino fez solos improvisados, enquanto Ricardo executou o tema original na íntegra, sendo um dos ápices do show.

Em pouco mais de uma hora, vimos temas de jogos como Castlevania, Golden Axe e várias passagens de rock pesado criadas pela própria banda. Allan Big Thunder estreou com um vocal muito semelhante ao de banda de heavy metal melódico, abusando da potência de agudos e outras variações de voz.

A platéia estava sentada no chão e deitada nas redes da bancada da Petrobrás no inicio do show. Nino conseguiu convocar todas as pessoas a levantarem e vibrarem com ele e a banda. "Vamos gente, vamos fazer o show aqui na frente, pulando" disse o frontman, convencendo seu público.

Sua guitarra, que possui o corpo com o rosto do Sonic, atraiu a atenção de boa parte dos presentes, incluindo fotógrafos e cinegrafistas. A banda começou por conta das modificações de instrumentos que Nino fez, criando uma guitarra com a carcaça de um console Megadrive. Hoje já é uma banda de heavy metal com reconhecimento internacional pela VGL.

Na Campus Party, após a apresentação, os músicos venderam exemplares autografados do CD Metalhog, com temas de Sonic. Apesar desse comércio para ajudar a banda, você pode acessar hoje mesmo o site dos caras e baixar gratuitamente as MP3, sem gastar nada e prestigiando esse projeto que exalta os games. Os jogos eletrônicos encontram melodia e peso na música do Megadriver.


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Drops Bola da Foca e Wii Are Nerds na Campus Party 2010

Gravamos um pequeno podcast (Drops) na Campus Party dando um apanhado geral do que vimos no evento. Feito por Pedro Zambarda, editor dos dois blogs, às 23 horas do dia 29 de janeiro(sexta-feira), vocês podem ter noção da barulheira e do movimento que é a maior festa de tecnologia do Brasil.

Em breve teremos um novo Wii Are Nerds Podcast com entrevistas feitas no evento, mas esse fica pra próxima. Se você tiver alguma dúvida/reclamação/elogio/xingamento, mande e-mail para boladafoca@gmail.com.

ERRAMOS: Palestra do Jovem Nerd foi na terça-feira, não segunda, conforme mencionado no cast.




Link pro post no outro blog.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Boca Livre Especial: Crítica da Blogosfera/Internet

Programa especial com jornalistas estudantes da Cásper Líbero, o Boca Livre Especial apresenta um novo Bola da Foca podCast em uma conversa descontraída. Lidia Zuin do blog Count 0 Write 1_, Cauê Fabiano do Raposa na Quebrada, Rafael Lacerda do Macaco de Fralda e Pedro Zambarda, editor, debatem sobre seus blogs favoritos, referências e curiosidades da internet.

Além deste programa dinâmico, que funciona como uma conversa, estamos estreando uma seção de e-mails para futuros podcasts do Bola. Então, se você tem alguma dúvida/comentário/elogio/xingamento de nossas gravações, não hesite em mandar e-mail para boladafoca@gmail.com

(Perdão pela falta de regularidade nas gravações, mas trabalhos recentes e a preocupação por editar bem podcast não permitiram que este episódio saísse em janeiro)

Boa audição!

Muito além do Heavy Metal: Kirk Hammet


Solo executado antes de Nothing Else Matters. Merece destaque pelo feeling do guitarrista solo do Metallica, Kirk Hammet, ao captar os nuances do som limpo, enquanto a platéia se encontrava no êxtase. Morumbi lotado. São Paulo, dia 30 de janeiro de 2010.

Agradecimentos a Priscila Jordão, por ter me enviado o vídeo.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Heavy Metal belo e grandioso


Variando das faixas A-Lex I/Moloko e Sepulnation, o som do Sepultura, às 19h do último domingo, dia 31 de janeiro, estava baixo em comparação com outros concertos da banda. No entanto, o Morumbi tremeu com os pulos das pessoas ao som de Roots Bloody Roots. Mesmo enfrentando muitas horas na fila, sob sol forte, e a chuva que apertou durante a performance de Andreas Kisser, Derrick Green, Jean Dolabella e Paulo Jr, os fãs do Metallica encararam a abertura com muita energia, mas guardando os gritos e a vibração mais extrema para a atração principal.

Quem é fã de Metallica deveria ter ido na apresentação de São Paulo nesse dia. Não há muitas contras a esse show. Eles cancelaram show em 2003 e mancaram com os fãs? Mancaram. Certos álbuns dessa banda pesada são considerados ruins pelos próprios fãs? São. Mas essa apresentação mostrou como eles souberam envelhecer, resgatar clássicos, explodir fogos de artifício e aproveitar completamente três telões que causam inveja a qualquer exibição full HD no DVD de sua casa, com Home Theater.

O palco possuía duas arenas laterais, uma central (onde o baterista Lars Ulrich permanecia em sua bateria Tama) e uma superior, na frente de um enorme telão. Creeping Death abriu o show atrasado em 15 minutos, quase às 21h. A empolgação da banda e o som equalizado dos instrumentos causavam êxtase nos presentes. Em seguida, veio a surpresa: Ride The Lighting. Um repertório que honraria o novo Death Magnetic, mas dando ênfase a carreira clássica da banda, estava por vir.

Fuel abriu a pirotecnia da atração, com labaredas de fogo surgindo ao longo do estádio do Morumbi. A banda tocava empolgada e a platéia aumentou o coro de vozes em Sad But True. Acompanhada por um violão, e mais pesada do que na versão original, The Unforgiven contagiou os fãs do álbum preto. James Hetfield perguntou em seguida para a platéia sua opinião sobre o CD Death Magnetic. A maioria não pulou muito na sequência das novas That Was Just Your Life/The End Of The Line, mas estavam todos concentrados em ver a banda. Welcome Home (Sanitarium) novamente chamou os fãs de tempos antigos.

A ritmada Cyanide de Death Magnetic foi seguida por My Apocalypse, que sintetiza o novo material do Metallica e se assemelha a clássicos como Master, apesar de ter menos trechos melódicos. O show de fogos e labaredas voltou na introdução de One, simulando um clima de campo de guerra. Os telões exibiram todos os membros da banda em preto e branco, dando toda a roupagem e o clima das letras.

A canção mais bela do heavy metal, segundo Ozzy Osbourne, Master Of Puppets, foi emendada inesperadamente em seguida de One, com James ajoelhado e de costas para a platéia. Notava-se o vigor restabelecido de Lars Ulrich, executando a música no tempo certo. Fight Fire With Fire resgatou os fãs da fase mais thrash da banda, com muito empurra-empurra, enquanto Nothing Else Matters caiu nas graças do coro de vozes. Enter Sandman pareceu ser a finalização ideal para o show.

O cover de Diamond Head, Helpless, soou pouco familiar para muitas pessoas presentes, mas outros aproveitaram essa música selecionada entre os covers da banda. Hit The Lights, apesar de soar diferente no vocal atual de Hetfield, mais grave do que na gravação, contagiou todos, até os que já estavam cansados. "Go home" dizia Lars Ulrich assim que a música terminou. Mas veio mais: Seek and Destroy. Os brasileiros tiveram ao longo da noite um set impecável, com uma banda que está aprendendo como envelhecer, sem perder as origens.

Os solos de Kirk Hammet abusaram de wah-wah sem soarem sujos, contagiando os fanáticos por guitarra. Bob Trujillo espancou o contrabaixo e girou com energia, com uma presença de palco notável. Milhares de palhetas foram atiradas para os presentes, assim como baquetas. O Metallica prometeu voltar em breve. Depois de tudo isso, quais foram os contras? O Morumbi mais vazio do que no dia 30. Quem não foi, deveria estar nesses locais vazios. Só isso.

Nenhuma das fotos dessa matéria são do show, mas foram retiradas do Google Imagens.

Metallica de volta ao Brasil


O Metallica fez sua última apresentação em São Paulo na noite de ontem, 31 de janeiro. Tanto no sábado quanto no domingo, a banda lendária de heavy metal que completa seus 29 anos, lotou o estádio do Morumbi, com camisetas pretas e empolgadas. No sábado, o Metallica recebeu no salão nobre do estádio, a condecoração pelo CD de ouro, "Death Magnetic", e a certificação de platina pelo DVD "Orgulho, paixão e glória: três noites na cidade do México".

Depois de onze anos de espera, o conjunto voltou ao país para divulgar seu mais recente trabalho, "Death Magnetic", lançado em setembro de 2008. Em 1999, a banda esteve por aqui para divulgar o Reload. O Metallica nasceu em 1981, quando o tenista dinamarquês de 17 anos, Lars Ulrich, mudou-se para a Califórnia e encontrou o aspirante a cantor, James Hetfield. Lars arriscava-se na bateria e juntos, iniciaram a banda que em algum tempo, mudaria o cenário da música pesada. Em 1990, o álbum Metallica (o álbum preto) veio finalmente a consagrar a banda. Mesmo depois de inovações como o Load e o Reload, que geraram críticas de fãs pouco à vontade com a mudança do estilo do som ou do figurino, o Metallica continua lotando estádios com apresentações inesquecíveis, músicas empolgantes e ingressos salgados.

A Magnetic Tour apresentou um set list um pouco diferente do usual, com canções já quase esquecidas do quarteto, que vão desde Four horseman a Fight Fire With Fire. No show de domingo, além da abertura do Sepultura, os fãs começaram o agito com uma música das antigas, Creeping Death. No primeiro bloco, o Metallica apostou nos clássicos, Ride the Lighting, Sanitarium, Master of Puppets.

Os fãs viram seus ídolos por três telões instalados no palco, permeados de um jogo de luz que acompanhou a batida pesada e forte, dando um clima de emoção à noite. O resto das surpresas ficaram por conta dos focos de fogo em Fuel, da atmosfera de guerra das luzes e fumaça em "One" e dos fogos de artifício em Enter Sandman. No segundo bloco, James Hetfield cantou os sucessos do novo CD, That was just your life, The end of the line, My apocalipse. Mas o público só se animou a cantar uma novidade com Cyanide.

No meio da apresentação, James perguntou a plateia: "vocês gostam de peso?", para logo em seguida mandarem uma Sad But True cheia de energia. Outra canção do álbum preto que não podia ficar de fora foi The Unforgiven. A banda ainda fez uma homenagem aos seus inspiradores, tocando Helpless, do Diamond Head, cover que já havia sido regravada pelo Metallica nos Garage Days. "É a banda que fez o Metallica ser o que ele é hoje", James explicou.

Para finalizar, "Hit the lights", a primeira música gravada pela banda, em 1982, quando Kirk Hammett ainda não havia substituído Dave Mustaine na guitarra. Encerrando o show, o Metallica tocou outra canção do primeiro álbum, Kill 'em all, Seek and destroy. Com muita simpatia, sorrisos e agradecimentos, o Metallica terminou o espetáculo deixando os fãs satisfeitos e querendo mais. O baterista Lars prometeu não deixar os fãs esperando por tanto tempo: "Brasil, nós vamos voltar em breve". Mas foi o baixista Robert Trujillo que definiu, em português, o espetáculo e a energia do público com precisão: "Do caralho".

Posts mais lidos