domingo, 19 de fevereiro de 2012

A Dama neoliberal de Ferro interpretada por Meryl Streep


Criticada por privatizar as empresas inglesas, por combater sindicatos e por declarar guerra contra a Argentina pelas Ilhas Malvinas (chamada pelo Reino Unido de Falkland), a ex-premiê e atual baronesa Margaret Thatcher ganha traços rígidos e sensíveis na pele da atriz Meryl Streep. Indicada ao Oscar de 2012 de Melhor Atriz, Streep faz sucesso no novo filme Iron Lady, que estreou na última sexta-feira. O filme parece agradar tanto quem simpatiza com essa pessoa, que foi a primeira mulher a assumir o posto de primeira-ministra, quanto aumentar o coro das pessoas que criticam seus planos de austeridade fiscal nos anos 80.

A polêmica do filme, principalmente para os ingleses, é mostrar Thatcher hoje em dia, isolada e sentindo falta de seu marido falecido, Denis Thatcher. Essa face envelhecida da premiê mostra sua fragilidade como pessoa, o que contrasta com a mulher que assume o posto de maior poder no Reino Unido. Com o cargo de primeira-ministra, Streep mostra que a sede de ambição da mulher foi sua principal fonte para ficar no cargo.

Um dos pontos altos no filme, principalmente para pessoas que gostam da política conservadora de Thatcher, é mostrar como ela via a administração doméstica como a saída ideal para lidar com crises econômicas. Ela, como uma mãe que cuida de compras de supermercado, não hesita em fazer cortes para formar reservas. Seus adversários usavam sua origem para atacar suas políticas. Thatcher era chamada de "quitandeira", por ser filha de um comerciante humilde, que sabia cortar gastos.

Outro ponto é a crise que Margaret Thatcher criou ao atacar as Malvinas argentinas. Nem os Estados Unidos queriam que o Reino Unido massacrassem as ilhas do país latino-americano. A ação bélica, na realidade, garantiu que Thatcher ganhasse seu segundo mandato, que formou um ciclo de 11 anos da mulher no poder.

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