sábado, 29 de novembro de 2014

O que precisa ser dito sobre a morte de Roberto Bolaños, o Chaves

Por Pedro Zambarda

Morreu ontem o ator mexicano Roberto Bolaños (1929-2014), intérprete de Chaves e Chapolin em programas retransmitidos pelo SBT no Brasil. E o que precisa ser dito sobre ele está abaixo.


Chaves, a saga de um menino pobre que praticamente morava num barril e ganhou popularidade na TV de um ex-camelô. Vai deixar saudades. 

terça-feira, 18 de novembro de 2014

O Passaralho existe. O Ficaralho é de todos os jornalistas.

Por Pedro Zambarda

Estou neste momento com um texto pra entregar que eu deveria estar escrevendo, mas resolvi interromper tudo e escrever isto aqui.


Li, no ano passado, o texto do Bruno Torturra chamado "O Ficaralho". O conceito por trás dele é interessante. As redações jornalísticas têm promovido demissões sistemáticas por problemas de gerência, o advento da internet e um público que cada vez mais consome informações gratuitamente. Os demitidos sofrem "Passaralhos", um apelido que pegou no meio profissional. Para Bruno, quem fica na redação sofre o "Ficaralho", ou seja, acumula funções do demitido ao mesmo tempo em que a corporação enxuga a folha de pagamento. Nenhum jornal físico escapou disso, nem mesmo as televisões ou rádios. Recentemente tive notícias de demissões em massa até nos sites.

O problema que vi no texto do Bruno, e conclui com o tempo, é que sua conclusão ainda é muito otimista. Ele iria depois montar o Mídia NINJA, que fez história fora das redações cobrindo os protestos, e agora toca o estúdio Fluxo, que faz entrevistas igualmente interessantes. Acredito que ele esteja feliz com suas novas ocupações. Eu também estou com as minhas.

Mas devo dizer, depois de quase cinco anos formado em jornalismo e seis deles atuando no mercado, que jornalismo nunca foi fácil, não é fácil e não será fácil.

As pessoas que são demitidas de redações, sejam grandes ou pequenas, logo buscam empregos como freelancers e podem ter a oportunidade de ganhar melhor, trabalhando para mais veículos. A chance de maiores colaborações tem seu ponto fraco: Você trabalhará tanto quanto um jornalista sobrecarregado na redação. Ou mais.

Outras pensam em empreender e criar um negócio próprio. "Para ganhar tanto quanto meus chefes", dizem eles. Por um acaso você acompanha o balanço das empresas de comunicação? Sabe o quanto elas são problemáticas financeiramente?

O Ficaralho, neste contexto, é totalmente democrático. Atinge todos os jornalistas sem distinção.

Se você ficar na redação, terá que arcar com mudanças que estão enxugando suas estruturas, ao mesmo tempo em que seu público leitor está cada vez mais exigente ou engajado.

Se você vive de freelances (meu caso), terá que aprender a organizar o tempo, seu maior inimigo. Também terá que lidar com a demanda de não ter seguros trabalhistas. Esquece férias por um tempo, a menos que você tenha um "pé-de-meia". Esqueça aqueles benefícios bacanas de qualquer CLT.

Se você quer empreender (coisa que pretendo), você deve pensar como um freelancer e ainda como um administrador de empresas. Dá nó na cabeça quando você quer monetizar um trabalho que quase sempre começa de graça.

Não é fácil. Nunca foi.

O jornalismo teve avanços, retrocessos e mudanças. Agora enfrenta a barreira da transformação do mundo digital. Mas ele carece de empresas e de um mercado sólido que dê segurança para quem se aventura por esta carreira.

Enquanto o meio não der subsídios mais humanitários para seus profissionais, o jornalismo consistirá de Ficaralhos. De pessoas que acumularam funções que não gostariam, ou que estão sobrecarregadas contra a vontade delas.

O sindicato tem mais é que brigar por aumentos salariais. Os profissionais, se não estivessem tão desgastados, deveriam fazer greves se isso fosse necessário. O problema é que, mesmo com tantos problemas visíveis e necessidades de mudanças, ainda somos desunidos como classe. Cada um pensa no seu contracheque no fim do mês e poucos são instigados a pensar criticamente a profissão, isso quando não são mal-vistos pelos outros colegas.

Temos a escolha de pedir demissão, jogar tudo pro alto e mudar de carreira? Temos, claro. Ninguém é obrigado a estar neste meio, reclamando o tempo inteiro.

Mas é dolorido ver que o mercado age desta forma, de uma maneira quase desumana. A comunicação tem um papel de mudança com a sociedade.

Um país que não forma e não mantém bons comunicadores carece de boa cultura, de informações precisas e de qualidade. A consequência direta do Ficaralho no Brasil é esta.

Não gostaria de entregar um texto mais pessimista, mas sinto a necessidade de concluir isso. Gosto de ser jornalista e de acordar todos os dias para escrever e criar conteúdo.

Gostaria, apenas, que o Ficaralho não existisse.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Existe um site para discutir sobre videogames feitos no Brasil

Por Pedro Zambarda

Agora existe um site para noticiar, debater, apurar e exibir a cena brasileira de jogos digitais. Este é o Geração Gamer, uma página que nasceu originalmente como livro-reportagem em um TCC na Faculdade Cásper Líbero em 2010, tornou-se uma coluna semanal em 2013 e agora prossegue como um projeto independente.

G2, sustentado por aquele que vos fala, será um site com cobertura diária dos desenvolvedores brasileiros de jogos digitais, entusiastas da área e o grande público que pode consumir esses produtos. A filosofia do novo espaço é cobrir o local para atingir o mundial, especialmente em uma área que carece de jornalismo especializado.

Gostou do projeto? Visite, a casa também é sua: http://www.geracaogamer.com/

Celebração pelos 25 anos da queda do Muro de Berlim reúne 2 milhões de pessoas

Por Giselle Garcia, da Agência Brasil

Mais de 2 milhões de pessoas, de várias partes da Alemanha e de diferentes países, participaram hoje (9) da grande festa em homenagem aos 25 anos da queda do Muro de Berlim. As ruas que circundam o Portão de Brandemburgo, onde um grande palco foi montado para abrigar apresentações artísticas durante todo o dia, foram tomadas pela multidão, que aguardava com ansiedade o lançamento aos céus dos 8 mil balões que recriaram o trajeto do muro durante o fim de semana.



Pouco depois das 19h (16h da tarde em Brasília), com a presença do presidente Joachim Gauck, da chanceler alemã, Angela Merkel, e do ex-líder soviético, Mikhail Gorbachev, os pontos de luz ganharam os céus, relembrando a derrubada do muro e emocionando a multidão. Pessoas se apertavam em busca do melhor ângulo para registrar com suas câmeras o momento histórico. Alguns aplaudiam. Outros, se abraçavam. O alemão Uli Hochstadt, que em 9 de novembro de 1989 viu o Muro de Berlim ser derrubado pelo povo, não tinha palavras pra expressar o que sentia. “É um momento muito importante pra mim. Mal consigo falar, tamanha a emoção”, disse ele.

A festa, que começou cedo e avançou pela noite, contou com várias apresentações, entre elas a do cantor britânico Peter Gabriel, que encantou com uma versão da música Heroes, de David Bowie, acompanhado pela Ópera Estatal de Berlim. Um minuto de silêncio foi feito em honra aos que morreram tentando atravessar o muro. O brasileiro Luiz Alberto, que viu a barreira de concreto de perto quando era criança, em uma viagem à capital alemã, estava fascinado. “Eu vim aqui só pra acompanhar esse evento. É super emocionante, estou vendo a história acontecer”, disse ele.

Ao subir ao palco, Gorbachev, que é reconhecido pela sua importante contribuição para a abertura da ex-União Soviética, foi aclamado pela multidão, mas não discursou. No dia de intensas comemorações, Angela Merkel fez um único discurso durante um evento pela manhã, no Memorial do Muro de Berlim. Ela afirmou que o dia de comemoração da queda do muro é também um dia para pensar nos que morreram com sede de liberdade. “A queda do Muro nos mostrou que é possível realizar sonhos e que nem tudo deve ficar como está. Esse pensamento, nós queremos dividir com nossos parceiros em todo o mundo”, conclui a chanceler.

Posts mais lidos