sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Repetindo a História

Não pude evitar lembrar de certas coisas assistindo o debate - ainda em transmissão - pela Rede Bandeirantes de Televisão e Rádio Bandeirantes AM e FM dos candidatos à prefeitura da cidade de São Paulo. Uma delas foi um trecho do livro Retórica a Herênio, de Cícero, que diz o seguinte: Se os ouvintes forem persuadidos (...) começaremos indiretamente nossa causa. Assim, prometeremos tratar primeiro daquilo que os adversários consideram seu suporte mais firme, partiremos de algo dito pelo adversário, de preferência daquilo que ele disse por último, e nos serviremos do expediente da dúvida sobre o que é melhor dizer; ou perguntaremos, com assombro, a que responder primeiro. Se estiverem cansados de ouvir, partiremos de algo que possa provocar o riso: de um apólogo, uma fábula verossímil, uma imitação distorcida, uma inversão, uma ambigüidade, uma insinuação, uma zombaria, algo além do esperado...
Após reler o trecho, lembrei do filme Insurreição em que uma das personagens pergunta: Um homem moral pode manter seu código moral em uma sociedade completamente imoral? Adaptando ao tema: Um cidadão comum pode manter sua esperança em um conjunto de pseudo-sofistas que desejam administrar suas condições de vida?

Claro, existem casos que se salvam. Não estou falando do Geraldo Alckmin e do governo PSDB que deu um "aumento" de R$10,00 para os policiais civis da cidade de São Paulo após mais de 10 anos de pedidos, nem do Paulo "Ninguém-anda-um-quilômetro-em-São-Paulo-sem-pisar-em-construções-minhas" Maluf (ninguém simplesmente anda em São Paulo), nem da difamada Marta Suplicy, muito menos de Gilberto Kassab que passou um pouco em branco, assim como Renato Reichman, e nem de Ciro Moura que, quem viu o debate sabe, foi o resta-um. Soninha ainda passa a impressão de não ter caído a ficha, mas em conjunto com Ivan Valente, foram os únicos que não esbanjaram prepotência: responderam as perguntas sem enrolar demais, sem a famosa apelação e falso carisma e a imagem de "eu faço, eu aconteço" que os outros costumam passar.

Então, à moda da Esfinge, decifra-me: ainda resta esperança para depositarmos nesses "eleitos"? Há muito ouvi sobre os políticos que "são tudo a mesma bossa": será? Ou apostaremos mais 4 anos em alguém?

Aproveitando o momento político: vale a democracia!

8 comentários:

  1. Sou suspeita gosto dos seus textos e (momento vou ser detonada nos comentários) eu não suporto debates! Nunca acredito em nada, nem no que realmente é verdade. Se eu votasse em SP eu talvez votaria no Cásper ou Carlos Costa e fim.
    Beijos.

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  2. Vou escrever carlos costa e votar.

    (mentira)

    Enfim, a democracia, tal como é concebida na contemporaneidade, é autêntica, é fidediga, é honrosa? Ou é apenas uma democracia forçada, uma democracia fadada a ser esquecida? Uma democracia que se propõe apenas como sistema, não como princípio.

    Ouvi um candidato falar que a eleição é uma "grande festa". Só esqueceram de expor que, nessa festa, só a entorpecimento e troca de elogios.

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  3. Essa eleição em São Paulo vai ser fantástica. Uma série de candidatos que já governaram ou o Estado ou capital (em um certo caso os dois) tentando fazer o povo esquecer das besteiras que fizeram. E sabe ql o pior? O povo vai esquecer de tudo e vai acreditar nas mesmas promessas de antes...Ahh como eu adoro o espirito democratico do brasileiro

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  4. Em uma democracia o voto não deveria ser obrigatório.

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