O ano era 1996. Eu, uma criança que começava a acompanhar futebol pra valer, ouvia falar de um tal de Ronaldo que encantava a torcida do Barcelona. Aos poucos minha memória foi melhorando e percebi que este garoto jogou algum tempo antes no Cruzeiro, e o vi marcar alguns gols. Ele era muito bom, mas ainda não tinha ideia do quanto. Não precisava. Pois, todos os dias desde de 1996, esse garoto Ronaldo, que viria ganhar o apelido de Fenômeno, era lembrado pelos noticiários e pelos torcedores.
Hoje, 14 de fevereiro de 2011, é mais fácil lembrar de Ronaldo por seu sobrepeso nos últimos anos. Pelo fracasso na luta pela Libertadores com o Corinthians, ou até mesmo pelo escândalo com três travestis no Rio de Janeiro em 2009. Mas, daqui há algum tempo, talvez menos do que pensamos, a imagem que ficará de Ronaldo é a do maior artilheiro da história das Copas. Do cara que fazia aquilo que todos achavam impossível. Das seguidas voltas por cima quando todos – todos mesmo – acreditavam que sua carreira estava acabada.
Tendo explodido para o mundo no fim dos anos 90, Ronaldo foi também o primeiro e maior nome do “futebol midiático”. Seu rosto e seu nome extravasaram em muito a fronteira do futebol e dos cadernos de esporte. Cada movimento seu foi perseguido, fotografado e comentado nos últimos 15 anos. Não existe um buraco, um mistério na carreira de Ronaldo como existe na de Pelé ou de Puskas. Quem viu Ronaldo jogar, viu todos os seus gols, todos seus altos e baixos. E graças a isto, poucas vezes Ronaldo teve o direito ao Olimpio no qual os grandes gênios da bola possuem.
Com a vinda ao Brasil, ele se humanizou de uma vez por todas. Jogando pelo Corinthians, deixou de ser inquestionável para todos e muitos torcedores de times rivais esqueceram de tudo que ele fez. Mas agora tudo acabou. Não existe mais rivalidade clubistica. Não existe mais aquela dúvida sobre se ele dará mais uma última volta por cima. Chegou a hora do descanso de um dos maiores jogadores da história. Contudo, uma coisa é certa: Ainda ouviremos falar muito dele. E pessoalmente, só resta uma coisa a dizer depois de todos estes anos amando futebol. Muito obrigado, Ronaldo!
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