segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Isadora Faber, Diário de Classe e os reais sintomas da educação brasileira


Ela tem 13 anos. Estuda em escola pública no Brasil. Ela poderia ser mais um retrato sobre a miséria da educação nacional, da falta de investimentos do Estado. Mas Isadora Faber foi além, muito além.

Ela registrou os problemas de sua escola. Sem fazer o discurso aceito por educadores e professores, que pedem mais investimento e devem receber mais investimento, ela apontou, problema por problema, os deslizes que existem dentro das instituições. Isadora, da sua forma, foi fazendo o típo mais eficiente de crítica: A diária. E o Diário de Classe transformou-se em uma página no Facebook com 528 mil fãs, comentada por 13 mil pessoas no momento.

A iniciativa de Isadora foi criada em julho de 2012 e se tornou fonte de inúmeras reportagens. A autora, assim como seu tema polêmico, já foi vítima de professores que não aceitam a crítica. Neste último dia do ano, acho que não custa lembrar desse tipo de engajamento, que foi apontado na época como "sintomas de um novo tipo de jornalismo".

Não acho que é um novo tipo de imprensa, mas, sim, é um tipo novo e eficiente de crítica.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Os 10 posts mais lidos em 2012


Não é um costume aqui no Bola da Foca, mas, para que os leitores conheçam melhor o blog, selecionamos os 10 textos mais lidos em 2012. Confira abaixo quais são eles, junto com os links.

1 - Herói de HQs, Homem-Aranha completa 50 anos em 2012

2 - Por que 2012 é ano bissexto?

3 - O que é humano em Battlestar Galactica?

4 - Os 30 anos da morte de Randy Rhoads

5 - Como fazer uma boa resenha?

6 - Viper, banda de André Matos, volta aos palcos em julho de 2012

7 - Forbes diz: Por que jornalismo é a melhor profissão?

8 - Edu Falaschi sai do Angra depois de quase 12 anos

9 - Toda hora é hora de aventura!

10 - Os Vingadores: Filme que agrada fanáticos por detalhes de quadrinhos. E só

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Um baita texto sobre Amazing Spider-Man #700 e a morte de Peter Parker, no Judão


Renan Martins Frade, do site brasileiro Judão, fez um texto muito bom sobre o gibi Amazing Spider-Man número 700, que foi lançado neste último dia 26 de dezembro de 2012. O gibi narra a morte de Peter Parker no papel de Homem-Aranha através da troca de alma com o Doutor Octopus. Frade faz um resumo fantástico da história do gibi, de como funciona o mercado de super-heróis e como os quadrinhos estão decadentes.

"O Escalador de Paredes foi criado para possuir uma forte ligação com o leitor. Lá no começo, em Amazing Fantasy #15, Peter Parker é um garoto zoado na escola que, por um acidente, ganha aquilo que todo mundo gostaria: superpoderes. Só que a vida não fica mais fácil por causa deles. Ainda continua difícil se destacar na escola, pagar as contas, enfrentar os problemas do dia-a-dia e tudo mais, fora a lição mais importante: grandes poderes trazem grandes responsabilidades".

O texto está muito bom. Leia, mesmo, aqui.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O desafio de fazer arte diariamente: O projeto 366 Músicas de Nick Ellis


Nick Ellis é um figura conhecida nos sites de notícias e nos blogs de tecnologia. Foi um dos fundadores do TechTudo, site de tecnologia da Globo.com, e criou o blog Digital Drops. Também mantém o site Meio Bit, além de colaborar no podcast Nerdcast. A novidade em 2012 é que Nick resolveu fazer um projeto pessoal no YouTube. Como o ano é bissexto, o blogueiro resolveu tocar covers de músicas famosas no violão, na guitarra, no ukulele e até no iPad.

O projeto chama-se 366 Músicas. Nick Ellis fez melhor do que muitas bandas famosas, mantendo uma produção regular mesmo com as dificuldades do seu dia-a-dia estressante. Ele diz que fez o projeto como uma terapia pessoal. O que as pessoas testemunharam pela internet foi uma iniciativa que envolveu pessoas que curtiam suas músicas, pessoas que sugeriam novas e até amigos que se dispuseram a tocar junto com Nick.

Não conhece detalhes do projeto? Confere o canal do YouTube e embarque nas versões de Nick das músicas. Ele não se importa em fazer versões fiéis ao The Who, ao guitarrista Jimi Hendrix e outros diversos artistas nacionais e internacionais. Nick apenas tenta prestar homenagens, dividir músicas e emoções. Vale pela tentativa de fazer um pouco de arte diária. E faltam apenas 6 músicas para o 366 terminar neste ano.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Megadriver lança música em homenagem ao filme Hobbit


Nino Megadriver, um músico que faz rock e heavy metal com trilha sonoro de videogames, lançou, no dia 13 de dezembro, um vídeo em homenagem ao filme Hobbit, que chegou aos cinemas pelas mãos do diretor Peter Jackson. 

A música, chamada Song of Lonely Mountain, é dedicada à história do longa-metragem The Hobbit: A Unexpected Journey, que narra a história de 13 anões expulsos pelo dragão Smaug de seu reino natal. A lenda, escrita pelo autor J. R. R. Tolkien, narra também a história do mago Gandalf, que ajuda os anões e recruta o hobbit Bilbo Bolseiro para essa vingança.

Já fizemos resenhas e críticas sobre o Megadriver, a banda do rapaz que tem uma guitarra do console Mega Drive e outra do Sonic, no Bola da Foca. Você pode conferir os textos aqui.

Confira abaixo o vídeo com a nova música do Megadriver e deixe suas opiniões nos comentários:


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Joaquim Barbosa: O perfil de um juiz controverso


Joaquim Barbosa foi o primeiro homem negro a assumir um cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal. Mineiro de Paracatu, foi indicado pelo presidente Lula ao posto de juiz supremo, em 2003. Assumiu também o cargo de ministro relator no caso do mensalão, o maior incidente de corrupção durante o primeiro governo de Lula. Foi uma figura notável de 2012. Com o início do julgamento do processo, em agosto deste ano, ganhou os holofotes da mídia e passou a ser tratado por setores da sociedade brasileira como o "Batman Brasileiro".

O motivo?

Barbosa seguiu o raciocínio da Procuradoria Geral da República e da Polícia Federal e ordenou a condenação da maioria dos réus envolvidos no processo. De 38 réus, 25 pessoas foram condenadas. Entre elas, o ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, o ex-presidente do PT, José Genoíno, e o candidato à prefeitura de Osasco, João Paulo Cunha. Todos pertenciam ao Partido dos Trabalhadores, o partido do ex-presidente Lula. O mesmo Lula que indicou Joaquim Barbosa para seu cargo no STF.

Para alguns, Barbosa é um herói por ter condenado réus investigados por corrupção no topo da pirâmide política. O problema do processo todo é que as investigações da Polícia Federal carecem de provas, sobretudo, sobre os detalhes do esquema de compra de votos que motivou o mensalão, que era o pagamento promovido por parte do governo à parlamentares de outros partidos políticos.

Para os que são radicalmente a favor do presidente Lula ou de seus aliados, a atitude de Joaquim Barbosa contrariou leis constitucionais, que podem acabar com a prisão de réus sem uma investigação ou uma apuração cuidadosa do processo.

O clamor popular pela condenação de políticos gritou mais alto nas decisões do próprio Joaquim Barbosa. E ele, sem dúvida alguma, aproveitou a exposição do julgamento no STF para promover sua figura, considerando que as sessões eram gravadas ao vivo e exibidas por boa parte da imprensa.

Independente de uma conclusão fechada sobre o ministro e o juiz que Joaquim Barbosa é, sua figura ficará na história de um dos processos políticos de acusação de corrupção mais falados no começo do século 21 no Brasil. Agora promovido ao cargo de presidente do Supremo Tribunal Federal, Barbosa deve ser visto como uma figura notável, que exibe tanto uma tentativa da justiça brasileira em combater os crimes na política nacional quanto as falhas óbvias e burocráticas que recheiam o Poder Judiciário.

Mais do que tecer um perfil definitivo sobre este jurista, deixo com vocês um texto de Paulo Nogueira, criticando fortemente a atuação de Joaquim Barbosa, e um texto da revista Época, mais favorável à importância do relator do processo do mensalão. Há também uma entrevista muito boa da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, sobre as opiniões do ministro sobre Lula.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

12/12/12 Concert: Músicos com parcerias inesperadas e impressões


O concerto de música pop e rock'n'roll dedicado às vítimas da tempestade Sandy nem terminou, mas já coloco aqui, no Bola da Foca, algumas impressões dos shows do 12/12/12 Concert:

- Eddie Vedder, ex-Pearl Jam, fez um dueto impressionante com Roger Waters na música Confortably Numb. Roger Waters, por sua vez, conseguiu emendar peças do The Wall com Dark Side of The Moon.

- Bon Jovi cantou, muito bem, com Bruce Springsteen, que estava acompanhado por uma banda de dar inveja, com metais e muita voz.

- Show dos Rolling Stones foi performático, mas morno. O The Who conseguiu puxar melhor seu público.

- Chris Martin, do Coldplay, cantou de forma inspirada com Michael Stipe, do R.E.M.

- O povo no Madison Square Garden vibra, mas é comportado na maior parte das apresentações.

EDIT: Paul McCartney tocou a música Cut Me Some Slack os ex-integrantes do Nirvana - Pat Smear, Krist Novoselic e Dave Grohl. Esperava-se que o ex-beatle fosse ocupar o lugar de Kurt Cobain na apresentação, mas foi apenas um jam entre os músicos.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Roger Waters, Rolling Stones e músicos farão concerto por Sandy em 12/12/12



Roger Waters, Rolling Stones, Bruce Springsteen, Eddie Veder, Dave Grohl e The Who, entre outras atrações, farão o concerto 12.12.12: The Concert for Sandy Relief, evento beneficente após o temporal e a tempestade Sandy que afetou Nova York e os Estados Unidos. 

Os shows serão no Madison Square Garden, em NY, ainda hoje.

VH1 Brasil e Multishow farão transmissões das apresentações às 22h30, aproximadamente.

Informação via Tenho Mais Discos do que Amigos

Roger Waters, The Wall e como o rock'n'roll permanece vivo em 2012


A revista Pollstar afirmou, em julho deste ano, que os shows da turnê "The Wall Live", do músico Roger Waters, ex-Pink Floyd, faturaram 158,1 milhões de dólares nas bilheterias do mundo todo no primeiro semestre de 2012. Um músico de rock progressivo, apresentando um CD conceitual de 1979, bateu Bruce Springsteen, Lady Gaga, Coldplay, Madonna e outros astros do mundo pop no faturamento. Ficou em primeiro lugar da lista, contrariando as expectativas.

Com sua apresentação envolvendo um muro imaginário, baseado no Muro de Berlim, Waters certamente se beneficiou de ingressos caros e dos fãs fiéis do Pink Floyd em seus concertos ao redor mundo. No entanto, sua liderança neste ranking de 2012 surpreende por mostrar que o rock clássico ainda cativa mais público do que muitos artistas recentes.

Roger Waters prova que, apesar cerca de 60 anos de história de rock'n'roll, o estilo não perdeu carisma e, com apresentações de qualidade, sua música permanece viva entre os fãs.

Para saber como foi a passagem de Waters pelo Brasil, por São Paulo, confira a resenha do show de seu muro aqui.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

VGA - um grande "bem vindo" ao novo


Game of the Year. De uns anos pra cá, esse título passou a ser cada vez mais lembrado por jogadores e, principalmente, produtoras de games. Afinal, receber o prêmio, seja lá de quem for, se torna apenas mais um pretexto para relançar o jogo com uma nova caixa mais bonita, repleto de extras que já foram lançados anteriormente e com um lindo selo escrito “GOTY”. E dentre estas premiações, a maior delas é o Video Game Awards (VGA), que chegou a sua décima edição na sexta passada.

Melhor jogo do ano?

O VGA, prêmio organizado pela Spike TV, nunca foi dos prêmios que os jogadores levaram mais consideração, pelo fato de muitos simplesmente não prestarem atenção. Contudo, desta vez a premiação chamou a atenção. Os dois games vencedores da noite, que arrecadaram mais prêmios, foram os independentes, pequenos e disponíveis apenas para download The Walking Dead e Journey. O primeiro, adaptação dos quadrinhos e da série de TV, recebeu o famigerado “Game of the Year” e mais três reconhecimentos, enquanto o segundo foi o melhor jogo de PS3, com mais dois prêmios. A questão é: por que isso importa?

Ok, vamos listar alguns dos jogos que estavam indicados para os dois prêmios. Mass Effect 3, Assassin’s Creed III, Call of Duty: Black Ops 2, Boderlands 2. O que existe em comum entre eles? Todos são sequências de franquias consagradas, custaram milhões de dólares para serem produzidos e mais alguns milhões em suas campanhas de marketing. E, sem exceção, faturaram mais alguns milhões (Black Ops 2 caminha a passos largos para se tornar o game mais vendido da atual geração).

A premiação foi tão polêmica, que não foram poucos os fãs e até mesmo produtores e analistas da indústria que se revoltaram, ou seja, pessoas que de fato trabalham para saber o que é bom, acusaram o VGA de leviandade. E todos eles tem seus pontos. The Walking Dead e Journey vão na contra mão do que a indústria de games se tornou nos últimos 10 anos.  São experimentos, frutos de uma mistura de ousadia, baixo orçamento e um sentimento de “foda-se, vou fazer o jogo que eu quero”. E, por mais que ame blockbusters e mega-lançamentos, uma parte de mim está bem feliz por este reconhecimento.

Sério...jogue isso
Não posso falar por The Walking Dead, já que ainda não joguei, mas posso falar por Journey. Quando o ano começou, eu tinha 3 jogos em mente, Mass Effect 3, Max Payne 3 e Assassin’s Creed III. Contudo, entre um período e outro, depois de ler alguns reviews e saber que custava apenas R$25, joguei Journey. Duas horas e meia depois de começar, o jogo já estava finalizado. Simples e curto assim. Mas posso dizer com certeza que foram as duas horas e meia mais revigorantes que tive em um jogo em anos. Foi como sair de uma sala de cinema sabendo que eu tinha acabado de ver um filme que ficará para sempre na minha memória, mesmo se nunca mais vê-lo. Journey era, além de ser absurdamente bom, diferente de tudo. Se quiser saber mais, pode ler minha análise aqui.

O grande mérito do VGA deste ano, e este provavelmente é o primeiro mérito que este prêmio conseguiu ter em sua história, é premiar o diferente. A indústria de games se tornou absurdamente homogênea, igual. Ela criou as próprias regras e as segue ano após ano, com êxitos e fracassos, é verdade. Apenas dê uma olhada na quantidade de sequências que foram listadas neste texto, e na quantidade de sequências que você vem jogando nos últimos anos.

 De certa forma, é até um caminho natural para um mercado que faz rodar tanto dinheiro investir em apostas seguras, não é necessariamente um pecado (e se tem alguém que gosta de jogar estas “apostas seguras” sou eu). Contudo, reconhecer e premiar a inovação é uma mensagem clara para todos que fazem e jogam videogames hoje em dia: o novo é bem vindo. Mesmo que sejam com gráficos ultrapassados, mesmo que seja com uma jogabilidade simplista, mesmo que custe apenas U$10 em uma loja virtual, o novo vale a pena. Afinal de contas, Final Fantasy, The Legend of Zelda e um certo encanador saltitante já foram apostas um dia.  

domingo, 9 de dezembro de 2012

Sobre o Diário do Centro do Mundo, de Paulo Nogueira


Paulo Nogueira foi jornalista das revistas Veja, Veja SP, EXAME e Época. Desde 2009, mantém o blog Diário do Centro do Mundo, criado com esse nome em homenagem ao marco zero das horas, Greenwich, que fica em Londres, onde ele atualmente mora. No começo, o site trazia textos sobre a carreira de Nogueira, suas considerações sobre jornalismo e opiniões sobre atualidades.

O site foi se mantendo e, aos poucos, Nogueira fez uma reforma de layout que organizou melhor os textos por temas. Agora, ele agora está publicando textos de colaboradores e de uma equipe que auxilia ele no blog. O Diário do Centro do Mundo está percorrendo um caminho muito bom e eficiente para blogs, especialmente de jornalismo: Investindo em colaboração, em textos de qualidade, que são diferenciais.


Além disso, Nogueira aproveita para dar um ponto de vista sobre assuntos internacionais de quem está acompanhando a crise europeia de perto, sendo que ele está na capital do Reino Unido.

Para quem faz blogs voltado para a imprensa, sua ideia é uma boa inspiração. Se vai dar sucesso ou não, isso depende do que será feito do site progressivamente. O importante é continuar acompanhando.

Chris Anderson sai da revista WIRED para dirigir um negócio de robótica


Chris Anderson saiu da revista de tecnologia WIRED, uma referência no setor, para dirigir a 3D Robotics, focada na produção de drones, em novembro deste ano. Segundo o editor, escritor e jornalista, a revista americana continuará tendo influência na "revolução digital", cada vez mais.

Em entrevista com a revista EXAME, Anderson afirmou que seu livro Makers defende uma "Terceira Revolução Industrial, onde pessoas comuns podem criar indústrias através de impressoras 3D e software. Anderson já escreveu sobre negócios na internet em Long Tail e sobre o modelo de negócios gratuito, como funciona no Google, no livro Free. Agora ele sai do jornalismo para fazer parte do que ele considera um momento único na industrialização.

Ele tomou a decisão correta? Em 12 anos de WIRED, ele tirou a revista da contracultura para chegar ao mainstream, com tiragem de 825 mil edições por mês.

(Em tempo: Eu critiquei a teoria do Long Tail neste post. Também citei Anderson em um livro sobre blogueiros neste link. Há neste blog também uma resenha sobre Free)

Uma ideia de Eric Hobsbawm sobre a Guerra Fria: Uma farsa


Nascido em Alexandria, no Egito, e criado no Reino Unido, Eric John Ernest Hobsbawm morreu no dia 1º de outubro de 2012. Historiador, o escritor foi lembrado em obituários por seu marxismo militante durante a vida, que foi polêmico ao defender a União Soviética em pleno colapso do Muro de Berlim.

A questão é que a maioria dos textos jornalísticos não lembrou das teses mais interessantes da pesquisa histórica de Hobsbawm sobre o capitalismo, a industrialização e as revoluções. Em primeiro lugar, Hobsbawm estabeleceu na trilogia "A Era das Revoluções", "A Era do Capital" e "A Era dos Impérios" uma divisão histórica diferente sobre o período entre 1789 e 1914: Ele pensou os processos de democratização, capitalização e expansão da Europa na África como etapas particulares e próprias da era contemporânea. E, ao tratar do século XX no livro "A Era dos Extremos", ele mostrou como os conflitos militares alcançaram proporções globais, assim como as ciências e a economia.

O segundo dado interessante, e uma tese genuinamente peculiar, é que Eric Hobsbawm não acreditava na Guerra Fria, o terceiro conflito do século XX, como uma guerra real. Hobsbawm colocou as diferenças entre URSS e EUA como uma farsa de nações acomodadas com as conquistas adquiridas na Segunda Guerra. Sobre essa farsa, diz o historiador marxista:

A peculiaridade da Guerra Fria era a de que, em termos objetivos, não existia perigo iminente de guerra mundial. Mais que isso: apesar da retórica apocalíptica de ambos os lados, mas sobretudo do lado americano, os governos das duas superpotências aceitaram a distribuição global de forças no fim da Segunda Guerra Mundial, que equivalia a um equilíbrio de poder desigual mas não contestado em sua essência. A URSS controlava uma parte do globo, ou sobre ela exercia predominante influência - a zona ocupada pelo Exército Vermelho e/ou outras Forças Armadas comunistas no término da guerra - e não tentava ampliá-la com o uso da força militar. Os EUA exerciam controle e predominância sobre o resto do mundo capitalista, além dos hemisfério norte e oceanos, assumindo o que restava da velha hegemonia imperial das antigas potências coloniais. Em troca, não intervinha na zona aceita de hegemonia soviética.

Ou seja, a crítica de Hobsbawm permanece atual no mundo em que vivemos, onde a Rússia nada mais é do que resultado de um acordo entre URSS e EUA. Para os que criticam o marxismo de Eric Hobsbawm, esta tese prova que ele sabe tecer uma crítica saudável sobre contrastes ideológicos que, por mais que fossem gritantes, não geraram uma guerra mundial de proporções reais. E tudo terminou em acordo das duas superpotências. 

sábado, 8 de dezembro de 2012

Europa em cinco países - França, Reino Unido, Itália, Alemanha e Finlândia

O irmão está fazendo um intercâmbio no exterior. Foi como um sonho: Aproveitando que irei visitá-lo, decidi fazer um tour por mais quatro países. Eram as primeiras férias dos trabalhos de jornalismo e de imprensa em três anos. E foi a minha primeira oportunidade para viajar fora e conhecer o continente europeu.



O desembarque em Paris ocorreu com uma brisa cinza, com uma chuva "quase londrina" e uma temperatura nem tão fria, mas nada quente. Era dia 4 de novembro deste ano. O aeroporto Charles de Gaulle tem um movimento tímido na parte da manhã e quase inexistente após as 22h, sem muitas burocracias ou lentidões na verificação dos passaportes. O caminho até o Roissy Bus mostra que é possível ir até a capital francesa sem gastar uma fortuna de táxi, mas uma quantia razoável de 10 euros por pessoa em um ônibus espaçoso.

Para quem imagina que Paris é uma cidade com quarteirões repletos de artistas e várias pessoas com semblante prepotente, a metrópole surpreende. A estrada até a cidade exibe pichações, prédios residenciais e uma Paris mais pobre que traduz a intensa imigração que afeta o país. Mais ao centro da cidade, outra realidade é mostrada: Uma cidade onde prédios históricos conseguem se misturar com um comércio que, certamente, não é 100% composto pelos franceses.



O metrô é espaço para pessoas locais, negros africanos, muçulmanos e árabes. O chão do metrô parisiense, mais do que São Paulo, é ocupado por bitucas de cigarro e sujeiras de um povo que não tem muita higiene. As ruas contrastam, pois a comida é cheirosa e os monumentos são grandiosos. O Arco do Triunfo se mistura com as inúmeras lojas que formam um shopping a céu aberto. Como a fala de Vincent Vega em Pulp Fiction, filme de Quentin Tarantino, o famoso sanduíche quarteirão é "Royale with Cheese". Todos os queijos são gostosos na frança e o pão, de tão mole e crocante, pode ser aberto na mão.


A Torre Eiffel não é um monumento apenas à França, mas sim à própria Europa. Na gigantesca torre estão grafados nomes de filósofos contemporâneos e importantes de físicos e engenheiros grafados. Eu achei que os sobrenomes Foucault e Morin eram em homenagem aos filósofos Michel Foucault e Edgar Morin. Mas, na verdade, eles eram referência a Jean Bernard Léon Foucault (físico) e a Arthur Morin (matemático e físico).


Se Paris respira arte e contradição, o Louvre é o seu coração cultural. As galerias de pinturas mostram muito mais do que o pequeno quadro de Mona Lisa: Exibem a grandiosidade de artistas franceses em auto-retratos, cenas históricas da modernidade, antiguidades egípcias e a evolução da sociedade greco-romana. O Louvre não é um patrimônio francês, é um patrimônio de quem aprecia arte, do mundo artístico. Sua entrada em forma de pirâmide mostra que ele é muito mais do que uma simples galeria de quadros.

Da estação Gare du Nord, o Eurostar é o trem que faz a conexão entre a capital da França e a capital do Reino Unido. Encostado em seus assentos estofados, o viajante pode saborear uma paisagem que varia da metrópole parisiense até a ausência de cidades, estradas com carros Peugeot e Citröen, cataventos de energia eólica, fazendas, vacas e grandes bosques.



Depois do túnel submerso, a Inglaterra começa a surgir com seus carros com mãos trocadas, seu cheiro de chá e de cidade grande. Gare du Nord é conectada, pelo Eurostar, com a estação St. Pancreas. É neste lugar que também está a King's Cross, a famosa estação de trem da série de livros infanto-juvenis do bruxo Harry Potter.

A Londres que eu conheci tem pessoas fechadas em suas vidas concentradas em smartphones, em músicas de fones de ouvido. O rock'n'roll de David Bowie e dos Beatles combina com o parlamento inglês repleto de guardas, com as casas residenciais na área periférica, na zona sul. A pizza afegã dos imigrantes combinam, estranhamente, com o fish and chips londrino. O chá é mais doce do que em outros locais. O London Eye, a roda gigante, mostra como Londres é iluminada e imponente na noite europeia.


O rush do metrô londrino é tão lotado quanto o horário de pico no transporte público no Brasil, mas o transporte é mais rápido e eficiente. Empresas disponibilizam, por publicidade em e-mail, um Wi-Fi de qualidade dentro dos transportes.



Diante do Palácio de Buckingham, da realeza da atual rainha, está uma escultura de Elizabeth, a primeira. O Green Park, perto dali, concentrava as folhas caídas do outono, juntamente com os esquilos, sempre imprevisíveis, diante de corredores e fotógrafos.


Nenhum dos dias em que estive na capital da rainha choveu, exceto no último, no dia da partida. O taxista indiano quase bateu duas vezes o carro, antes de chegar no aeroporto. Deixamos uma Londres que, no começo, estava com céu limpo. Na partida, fazia um tempo cinza, com chuva insistente.


Florença é uma cidade do interior da Itália, preenchida por arte e boa comida. As feiras de rua concentram vendedores insistentes, que querem provar que o couro de suas malas e carteiras é legítimo. Entre os comerciantes, árabes e imigrantes da América do Sul tentam conquistar clientes viajantes que estão conhecendo as terras italianas. Os vinhos da Toscana davam um perfume único às massas.


As vielas de Florença escondem catedrais, fortes e museus que impressionam pelo seu tamanho e pela beleza em cores. O Palácio Vecchio dá impressão de estar em contato com o assassino Hannibal, em seus filmes de terror e suspense. Nos museus, além das artes italianas, você vê a história da formação de uma nação que foi composta por várias regiões separadas entre si.


Existem três Davis de Michelangelo na cidade, além da escultura de Donatello, responsável pelas igrejas da cidade. O Davi original está na Galleria Della Academia e não pode ser fotografado pelos turistas, devido ao seu complexo trabalho de preservação. Na frente do Palácio Vecchio, há uma miniatura de Davi semelhante ao de mármore da Academia. Um terceiro, de bronze, está na Piazzale Michelangelo, onde é possível ver Florença inteira, após uma longa escadaria.

Bruschettas, spaghettis e diversas massas nos deixaram à vontade para experimentar uma variedade de molhos e combinações. A pizza florentina não tem muito sabor, foi a única decepção da viagem. Falta recheio e sobra massa. Os museus italianos cobram impostos, além da taxa para entrar.

Com mais um avião, seguimos de Florença até Frankfurt, outra cidade no interior, mas, desta vez, na Alemanha. Em Römer e Paulsplatz, você descobre, através dos museus locais, que foi o local de fundação do Sacro Império Romano-Germânico. O império era dos francos, a civilização que fundou tanto a França quanto parte da Alemanha. A viagem serviu para compreender uma conexão entre a história francófona com o passado germânico.


Frankfurt é rodeada por casas e tem, em sua costa, o rio Main. O centro, destoando do resto da composição da cidade, é preenchida por prédios gigantescos que guardam grandes bancos europeus. É nesse local que fica o Banco Central Europeu, o centro financeiro da União Europeia.




A casa de Johann Wolfgang Von Goethe foi transformada em um museu, com a escrivaninha preservada, onde ele escreveu a primeira parte do livro Fausto e outras obras. No subsolo do mesmo museu, uma exposição especial mostra a vida de Goethe fora de Frankfurt, como político e leitor curioso por economia alemã. O poeta alemão é um patrimônio da cidade e da nação. E seu museu é uma inspiração para qualquer um que faz literatura ou se sensibiliza por livros.

Outro dado peculiar de Frankfurt é a concentração de árabes no centro da cidade, administrando hotéis e restaurantes. As ruas com mais botecos fica no sul da cidade, em Sachsenhausen, bem alemã.

Berlim é distinta, muito diferente de Frankfurt. Sem o apelo de um centro financeiro, os centro político da cidade é forte, com um enorme parlamento próximo da estação central de trens, a Hauptbahnhof. O Portão de Brandemburgo, próximo do centro parlamentar, não é gigantesco, mas é um marco histórico tanto do povo alemão quanto de seus conquistadores.



O Muro de Berlim, que percorre toda a cidade, traz um misto de depressão e arte libertadora. No memorial do norte da cidade, na Bernauer Strasse, as histórias tristes de pessoas que tentavam pular de um lado para o outro, tentando reunir suas famílias, é deprimente. Em Ostbahnhof, na galeria do muro no leste, grafites baseados no álbum The Wall, da banda de rock Pink Floyd, inspiram uma libertação que certamente tomou os habitantes de Berlim durante a queda do muro.



O Portão de Brandemburgo também reúne jovens em festa. Um peruano vestido de Darth Vader tira foto com turistas. No dia que fui visitar o local, uma limusine chegou ao local tocando, em volume alto, Gangnam Style, do rapper coreano Psy. De dentro do carro, mulheres e um homem vestido de gorila faziam uma performance da música. Além de toda essa festa, dois homens estavam fantasiados de Mario & Luigi, personagens dos videogames.


Esse clima festeiro de Berlim foi impactado pela frieza e eficiência de Helsinki, outro ponto de minha viagem, a capital da Finlândia. Sede da Nokia, o país respira rock'n'roll e desfruta de poucas horas de sol quando se aproxima do inverno. Quando estávamos lá, anoitecia entre 14h e 15h, com lua cheia. O corpo começava a reclamar de sono quando o sol se punha, quase imediatamente. Você sentia um cansaço acima do normal e uma vontade de dormir que é bizarra para quem vive nos trópicos, ainda mais no Brasil, que tem um tempo regular de sol.


O inglês falado pelo finlandês é invejável e sua língua é diferente dos russos e dos suecos que dominaram o país por muitos anos. O salmão, os peixes salgados, o tender e a carne de rena (sim, eles comem o Rudolf do Papai Noel) são saborosos, bem temperados e conservados. Mas há comidas estranhas lá, como o Salmiakki, que é vendido em barras de chocolate, que são salgadas, ou em forma de bebida.

Lá comecei a sentir as temperaturas negativas. Entre 0 e -10ºC, há uma possibilidade de nevar, mas é um frio ainda ameno, onde o vento pode fazer sua pele sentir uma temperatura intensa. Quando a temperatura cai para abaixo dos -10ºC, o vento começa a machucar a pele, partes descobertas congelam e a necessidade de casacos (ou acessórios como luvas, cachecol e gorros) se torna mais urgente.

Helsinki possui um enorme Parlamento, bares de rock'n'roll e um museu nacional que aceita visitantes de graça entre 16h e 18h todas as sextas-feiras. Parti da capital finlandesa para Oulu, considerada a capital do Norte da Escandinávia. É uma cidade vazia, ocupada por prédios baixos e casas. Mas há um segredo lá: Uma enorme universidade que é bem servida de laboratórios de tecnologia e de centros de pesquisas em internet. O centro da cidade conta com um Wi-Fi público, diferente do de Londres, sem cobranças de publicidade.



Oulu tem vastos bosques, que ficam brancos com a neve, iluminando a noite. Oulu tem criminalidade zero e um monumento de um policial rechonchudo no centro da cidade. Oulu tem kebaberias chefiadas por árabes, mesmo sendo um país da escadinávia. Heavy metal, em Oulu, é a música popular comum.


Cheguei a encarar -16 ou -17ºC naquelas terras, minha memória não recorda ao certo. Dessa temperatura baixíssima, peguei três aviões até o Brasil. Da Finlândia até as terras brasileiras, o termômetro foi de -15 até 25ºC. Depois, aqui no Brasil, só esquentou mais, passando dos 30. E, Paris, uma das pontes aéreas na volta, fazia a temperatura amena de 5ºC. Eu tinha me habituado ao frio comum após um frio baixo. E voltei suportando melhor o nosso calor tropical.

Fotos de Andréa Corrêa Lagareiro, minha companheira de viagem.

Luma e suas viagens

Em 2008, a ex-colaboradora Luma fez um registro bastante rico de suas viagens no Brasil. Um dos próximos posts no Bola, que será feito baseado em viagens feitas na Europa, é inspirado nos textos de Luma neste site.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Homem-Aranha e seus 50 anos: As capas comemorativas da Marvel

Para comemorar os 50 anos de Spider-Man, a editora Marvel, propriedade da Disney, divulgou em 2012 capas sobre o herói. Confira cinco delas:


Homem-Aranha e suas variações: Aranha Escarlate, Homem-Aranha com novo uniforme e Kane, da Saga dos Clones, publicada na década de 1990.


Homem-Aranha com o traje simbiótico, que criou o vilão e anti-herói Venom


Homem-Aranha e sua primeira namorada, Gwen Stacy


O jovem Peter Parker picado por uma aranha que gerou seus poderes


Homem-Aranha e os heróis que fizeram parte do grupo Vingadores, da Marvel

Vi no Omelete.

Bola da Vez #18: Um tumblr para jovens que cresceram com literatura marxista, Freud, HQs e Animes



Se você tem a sensibilidade de relacionar O Capital, falos, Cavaleiros do Zodíaco e Batman, então você precisa conhecer a arte rápida e bem humorada de Adriano Kitami. O rapaz consegue relacionar Gregor Samsa e Kamen Rider e isso é tudo o que tenho a dizer sobre esta recomendação. Pirikart.

Bola da Foca permanece, pela quarta vez seguida, entre os 100 blogs de comunicação


Conseguimos um novo certificado no concurso TOPBLOG graças a você, que visita e acessa este weblog.

Obrigado por nos manter entre os 100 melhores blogs na categoria Comunicação!

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

007 - Operação Skyfall

O mundo ainda precisa de James Bond?





50 anos é muito tempo. E se algo resiste a este tempo de forma relevante é porque aprendeu a se reinventar, a se adaptar e, principalmente, a se autoconhecer. Com a maior franquia da história do cinema não é diferente. O mundo em que 007 Contra o Satânico Dr.No estreou em 1962 em nada se assemelha ao mundo em que 007 – Operação Skyfall retrata. E se o primeiro e o mais novo filmes da franquia representam o ápice de sua longa história é porque apostam no único aspecto que permanece inalterado ao longo dos 23 filmes: Bond, James Bond.

O terceiro filme estrelado por Daniel Craig mantém o viés realista que foi introduzido em Cassino Royale, mas deixa pra trás a trama que amarrou o primeiro filme com Quantum of Solace, um filme que, se for esquecido, não fará falta nenhuma. Desta vez Bond é um agente que vê a própria decadência no horizonte, tanto por conta de sua idade quanto pela própria natureza de seu trabalho. Afinal, no mundo de hoje, onde terroristas com computadores ameaçam o mundo mais do que vilões com bombas atômicas, qual a real importância de um homem como James Bond?

Skyfall é acima de tudo um filme sobre personagens, e talvez por isso ele se distancie da maioria dos outros filmes da franquia. Esqueça as sutilezas que a respeito do passado de Bond em filmes como A Serviço de Sua Majestade ou Goldeneye. Skyfall faz uma verdadeira jornada de autoconhecimento e expõe todo o passado de Bond, para que assim ele possa se colocar no mundo atual, uma metáfora nada sútil com relação a existência da própria série. E a relação entre Bond e M é o fio condutor para que este objetivo seja alcançado.

Se M não era nada além de uma ferramenta na franquia por quase 30 anos, quando Judi Dench assumiu o papel em Goldeneye o chefe de 007, ela finalmente se tornou um personagem-chave, questionando e desafiando o agente secreto. Contudo as aparições, por mais fortes que fossem – e nenhuma é tão impactante quanto no próprio filme 1995, chamando 007 de “relíquia da Guerra Fria” e assim definindo o personagem nos anos 90 –, em Skyfall M é a razão do filme existir, que disseca sua relação conflituosa e quase maternal com Bond.

A peça definitiva, que move a relação entre ambos é o anti-007, o vilão que, pela primeira vez na franquia, não quer mais dinheiro que Deus ou dominar o mundo. Raoul Silva e a sua busca de vingança contra o serviço secreto britânico é a personificação do terrorismo atual: sem pátria, sem ideologia, convencido de que homens que puxam gatilhos não são nada além de obsoletos. E que belo vilão... Javier Barden veste o seu personagem e cria um jogo de contrastes com o Bond de Daniel Craig. Virilidade contra sutileza. Sexismo contra androginia. Certamente um dos mais memoráveis que a franquia já viu.

Skyfall não é um filme de 007 comum. Em seu ato final, ele parece menor, um pouco deslocado do que estamos acostumados, talvez até intimista, mas em nenhum momento se torna esquecível ou morno. A impressão que se tem quando os créditos finais sobem é que a reconstrução iniciada em Cassino Royale de um dos grandes mitos do cinema está concluída. Todos os elementos já foram devidamente posicionados. Mas, acima de tudo, agora sabemos quem realmente é James Bond. Conhecemos suas fraquezas e, desta forma, o personagem se fortalece mais do que nunca, tornando assim a grande questão levantada no filme muito fácil de ser respondida: sim, ainda há lugar no mundo de hoje para alguém como 007. Ou, ao menos, esse lugar existe no cinema.


domingo, 28 de outubro de 2012

Herói de HQs, Homem-Aranha completa 50 anos em 2012




Mostrado pela primeira vez na edição Amazing Fantasy #15, o super-herói dos quadrinhos Homem-Aranha (Spider-Man) surgiu em agosto de 1962. Criado por Steve Ditko e Stan Lee, que faria seu nome famoso na editora Marvel com ele, o herói foi pensado como um personagem conectado com a juventude da época. Ele é um autêntico "superhero teenager".

Ou seja, um jovem nerd criado pelos tios que foi picado por uma aranha radioativa que lhe concedeu grandes poderes de soltar teias e de escalar paredes. Neste ano, o personagem completa 50 anos.



Em 2012 foi lançado O Espetacular Homem-Aranha, filme que reinicia a saga do cabeça de teia nos cinemas. Segundo dados de arrecadação de ingressos, o longa-metragem é a terceira maior bilheteria do Brasil, com 60,5 mil reais em ingressos.

Com esses dados, é possível entender que o Homem-Aranha é uma representação fiel de como os quadrinhos estão migrando para assumir o topo do faturamento do cinema norte-americano. O herói, que é encarnado pelo franzino Peter Parker, um autêntico jovem excluído na escola, está ganhando fama e peso na indústria de entretenimento, com uma história que continua familiar a muitas pessoas. Mesmo após cinco décadas de vida.

Há uma história pela frente ainda para o cinquentenário Homem-Aranha.

Posts mais lidos