sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Larissa Ferretti fala sobre sua participação na Intercom 2008

Larissa Minutti Ferretti, estudante do 4º ano de Rádio/TV da Faculdade Cásper Líbero e atualmente estagiária do SBT, fala em entrevista para o site do CIP sobre sua experiência ao expor sua pesquisa de iniciação científica na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, durante a Intercom Júnior 2008 promovida durante o XXXI Congresso de Ciências da Comunicação, realizado pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares em Comunicação (Intercom), de 4 até 6 de setembro de 2008.

Por Pedro Zambarda




Larissa, qual trabalho você apresentou em Natal, no Expocom 2008? Como foram as exposições? E a reação do público?


A apresentação, ao contrário do que o pessoal normalmente imagina, não foi em um grande auditório, mas em uma sala de aula comum da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Dessa forma, me senti como se estivesse na Cásper, apesar de haver pessoas do país todo. Foram cerca de 7 projetos expostos em 30 minutos, com debate mediado por uma professora local ao final. Apesar desse tempo estipulado, a mediadora não fez restrições ao pessoal que se apresentou, passando um pouco do horário previsto. Minha apresentação, com o nome Cenário: mensagem e concretização de um universo fantástico, foi bem semelhante ao exposto no 6º Fórum de Pesquisa. A minha pesquisa despertou mais curiosidade sobre cenários e programas infantis, pois a maioria dos jovens que estavam ali haviam visto o programa.

Como foi todo o processo de iniciação científica?


A idéia do meu projeto veio no meu 2º ano de Rádio/TV, durante as aulas de Métodos e Técnicas de Pesquisa com a professora Eliany Salvatierra. Ao realizar uma pequena pesquisa, um “pequeno TCC”, eu escolhi o tema de cenografia infantil e fiz, nesse trabalho, algumas entrevistas que foram usadas na iniciação, posteriormente. Não tinha muita fé que passaria na iniciação científica, apesar dos elogios. Classificada e aprovada no processo seletivo do CIP, em 2006, pude ter a chance de ser orientada pelo professor Hamilton Dertonio, pesquisador do psicólogo soviético Lev Vygostsky e suas teorias nas propagandas infantis. No trabalho mostrei a função da cenografia do programa Castelo Rá-Tim-Bum, exibido na TV Cultura na década de 1990, e sua relação com o conceito de “brinquedo de Vygotsky. Usei como exemplo o próprio castelo, fruto das criações do doutor Victor, que é um criador de imaginário. Durante o primeiro semestre, tive muita empolgação para aprofundar os referenciais teóricos, consultando inclusive livros na biblioteca da ECA (Escola de Comunicação e Artes, da USP) e realizar entrevistas, principalmente com os cenógrafos do Castelo, Luciene Greco Ferreira e Marcelo Oka. No segundo semestre, eu tinha muita informação e menos tempo. Era um material muito rico e complicado de colocar no papel


Quais projetos interessantes você viu em Natal?

Olha, foi muito legal perceber que há pessoas no Brasil todo pesquisando audiovisual, e não apenas na região sudeste, como muita gente imagina. Vi uma menina do Amazonas expondo uma iniciação científica sobre o filme Clube da Luta. Sendo no nordeste, a Intercom promoveu acesso a um pólo de pesquisas diferenciado. No sudeste, é mais raro ver os mesmos pesquisadores de lá, porque é complicada a vinda deles até aqui. E é até mesquinho pensar que só o sudeste faz bons eventos ou boas pesquisas.


No que a iniciação científica influiu na sua vida? Mudou sua perspectiva de estudos?


Antes de começar, eu ia nos fóruns de pesquisa na Cásper Líbero e via os estudantes de jornalismo se destacarem nas apresentações. Por isso, me espantava com o trabalho deles. Não sabia do meu potencial para escrever, apesar do que o pessoal me falava. Durante a pesquisa, descobri como é legal entrevistar, ver trabalhos de cenografia e pesquisar com mais aprofundamento um assunto, além de várias teorias. Iniciação é muito trabalho muito produtivo, que mudou meu ponto de vista sobre os estudos. Trabalhando no SBT hoje, vejo que estou cada vez mais interessada nesse assunto. Mas não sei ainda como continuá-lo, se será por um mestrado ou de outra forma.

Feliz Samhaim!

Feliz fim do verão do hemisfério norte!

A origem do halloween remonta às tradições dos povos que habitaram a
Gália e as ilhas da Grã-Bretanha entre os anos 600 a.C. e 800 d.C., embora com marcadas diferenças em relação às atuais abóboras ou da famosa frase "Gostosuras ou travessuras", exportada pelos Estados Unidos, que popularizaram a comemoração. Originalmente, o halloween não tinha relação com bruxas. Era um festival do calendário celta da Irlanda, o festival de Samhain, celebrado entre 30 de outubro e 2 de novembro e marcava o fim do verão (samhain significa literalmente "fim do verão" na língua celta).

Origem Pagã

A origem pagã tem a ver com a celebração celta chamada
Samhain, que tinha como objetivo dar culto aos mortos. A invasão das Ilhas Britânicas pelos Romanos (46 A.C.) acabou mesclando a cultura latina com a celta, sendo que esta última acabou minguando com o tempo. Em fins do século II, com a evangelização desses territórios, a religião dos Celtas, chamada druidismo, já tinha desaparecido na maioria das comunidades. Pouco sabemos sobre a religião dos druidas, pois não se escreveu nada sobre ela: tudo era transmitido oralmente de geração para geração. Sabe se que as festividades do Samhain eram celebradas muito possivelmente entre os dias 5 e 7 de novembro (a meio caminho entre o equinócio de verão e o solstício de inverno). Eram precedidas por uma série de festejos que duravam uma semana, e davam início ao ano novo celta. A “festa dos mortos” era uma das suas datas mais importantes, pois celebrava o que para nós seriam “o céu e a terra” (conceitos que só chegaram com o cristianismo). Para os celtas, o lugar dos mortos era um lugar de felicidade perfeita, onde não haveria fome nem dor. A festa era celebrava com ritos presididos pelos sacerdotes druidas, que atuavam como “médiuns” entre as pessoas e os seus antepassados. Dizia-se também que os espíritos dos mortos voltavam nessa data para visitar seus antigos lares e guiar os seus familiares rumo ao outro mundo.

Origem Cristã

Desde o século IV a Igreja da Síria consagrava um dia para festejar “Todos os Mártires”. Três séculos mais tarde o
Papa Bonifácio IV (615) transformou um templo romano dedicado a todos os deuses (panteão) num templo cristão e o dedicou a “Todos os Santos”, a todos os que nos precederam na fé. A festa em honra de Todos os Santos, inicialmente era celebrada no dia 13 de maio, mas o Papa Gregório III (741) mudou a data para 1º de novembro, que era o dia da dedicação da capela de Todos os Santos na Basílica de São Pedro, em Roma. Mais tarde, no ano de 840, o Papa Gregório IV ordenou que a festa de Todos os Santos fosse celebrada universalmente ( o que é claro todo mundo obedeceu). Como festa grande, esta também ganhou a sua celebração vespertina ou vigília, que prepara a festa no dia anterior (31 de outubro). Na tradução para o inglês, essa vigília era chamada All Hallow’s Eve (Vigília de Todos os Santos), passando depois pelas formas All Hallowed Eve e “All Hallow Een” até chegar à palavra atual “Halloween”.

Direto da festa do fim do verão no hemisfério norte...

Procurando o Saci.

Bob Rabbit

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Saci"s

Não dá para determinar com precisão a origem do Saci e dos vários outros seres do nosso folclore.
É que essas criaturas mágicas nasceram de um emaranhado de civilizações diferentes, unindo até mitos indígenas com lendas européias. Mas, segundo o grande folclorista Câmara Cascudo, que pesquisou a história dos mitos nacionais na obra Dicionário do Folclore Brasileiro, os primeiros relatos sobre o Saci são do século XIX. Comprovando que tais criaturas são fruto de uma grande mistureba cultural, Cascudo especula, por exemplo, que o gorro vermelho do Saci possa ser uma herança romana, enquanto sua personalidade gozadora e zombeteira possivelmente seja uma influência do folclore português. É ainda mais difícil precisar a origem desses seres porque eles são apresentados de maneiras diferentes em cada região do Brasil.
As descrições do Curupira, por exemplo, uma lenda muito difundida entre os índios, variam até mesmo dentro de um só estado. "É calvo, com o corpo cabeludo, no rio Negro (AM) (....) Dentes azuis ou verdes e orelhudo no rio Solimões (AM), sempre com os pés voltados para trás e de prodigiosa força física", escreveu o pesquisador e folclorista Barbosa Rodrigues. Esse relato, citado por Câmara Cascudo no Dicionário do Folclore Brasileiro, dá uma bela amostra dessa confusão toda. O curioso é que algumas lendas indígenas, como a do Boitatá e a da Iara, lembram lendas européias da Antiguidade - apesar de terem surgido bem antes de essas diferentes culturas se misturarem. "O mito é uma linguagem universal e as variações dele são expressões das formas inconscientes do espírito humano", diz a antropóloga Lúcia Helena Rangel, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

O menino negro de uma perna só é uma entidade zombeteira que costuma andar por florestas e fazendas criando confusão, assustando viajantes e aprontando outras traquinagens. Um personagem similar - que às vezes era visível, outras vezes invisível - é de Portugal.

Direto da terceira margem do rio

bob rabbit

O fim da espera

Após quase quinze anos de espera, o disco Chinese Democracy, do Guns N'Roses, tem data de lançamento anunciada para 23 de novembro.




O álbum vinha sendo prometido desde 1994, quando a banda começou a declinar, com a saída de alguns de seus membros, algo que se tornou constante desde então. Seu lançamento era adiado ano após ano, enquanto algumas músicas vazavam na internet e eram baixadas por fãs do mundo inteiro.

Tudo mudou com o comunicado oficial da Geffen Records e da Best Buy sobre a data de lançamento do álbum. No mesmo dia, o single Chinese Democracy começou a ser tocado nas rádios. Antes disso, a música Shackler's Revenge havia sido incluída no game Rock Band 2.

A arte da capa foi divulgada no site da Best Buy. Antes disso, já circulavam na rede seis capas fictícias, criadas por fãs. O disco também já está disponível para compra antecipada no site da loja.

As quatorze faixas contam com um grande time de músicos, que incluem desde o guitarrista Buckethead (que não toca mais com o Guns) até o atual baterista Frank Ferrer. Brian May, o lendário guitarrista do Queen, gravou o solo de Catcher in the Rye.

O empresário da banda, Andy Gould, explicou o motivo da demora do lançamento para a revista Entertainment Weekly: “Quando eles pediram para Michelangelo pintar a Capela Sistina, não disseram 'Pode fazer isso pra ontem?'. Às vezes, obras-primas levam tempo para serem concluídas".

Mais um ano


Em quatro anos, o exército brasileiro cumpriu sua missão no Haiti. Acabou com os grandes grupos armados e, com a ajuda da população, estabeleceu certa paz em um país onde tiroteios no meio das ruas eram comuns. A ONU, entretanto, acredita que o Haiti ainda é uma ameaça à “paz internacional e à segurança da região”, como afirmou o órgão.

Em 2004, quando a missão de paz começou, os soldados brasileiros foram investidos com os poderes previstos no Capítulo VII da Carta das Nações Unidas, que libera o uso da força na imposição da paz e na proteção aos civis. Assim, as tropas conquistaram, à bala, espaços preciosos no Haiti e tornaram a vida de ex-militares e chiméres, as gangues utilizadas por políticos, cada vez mais difícil. Tudo isso sem uma única baixa causada por troca de tiros.

Com o fim dos conflitos armados constantes, surgiu a hipótese de que os soldados fossem mantidos no país, seus poderes seriam limitados ao Capítulo VI da Carta, onde o uso da força não é previsto na manutenção de paz. Mas nesse “país falido”, como foi denominado o Haiti pelo Coronel André Luiz Miranda Novaes , porta-voz do Comando Militar do Leste, falta de tudo: “serviços públicos, justiça, saúde, educação, noções de política – nada funciona mesmo”.

O Haiti, o segundo país da América a obter a independência, há 204 anos, sofre com graves problemas ecológicos – já que grande parte de sua vegetação foi extraída para a fabricação de carvão – e políticos: em toda a sua história de país livre, apenas um presidente conseguiu cumprir seu mandato sem ser morto ou deposto. Seu exército deixara de existir e a polícia, sem uma Justiça efetiva, fazia de tudo com seus criminosos.

A situação mudou com a chegada do Brasil. Após grandes operações, alguns locais dentro de território inimigo – os “pontos fortes”, como explica o Coronel – foram tomados e, a partir deles, a paz começou a ser estabelecida. Com a lenta, porém eficiente participação da população, as gangues foram praticamente extintas. “Antes, via-se pessoas andando com rifles nas ruas; hoje, isso acabou”, garante o Coronel, que já chefiou tropas no Haiti.

As Forças Armadas do Brasil também levaram ao país um “choque de civilidade”, como definiu o Coronel as ações sociais feitas pelos soldados. Atendimento médico, mantimentos e até aspectos culturais, como o futebol – “que faz um sucesso danado” -, fizeram a alegria de muitas pessoas em um país onde as casas são instaladas em meio a escombros e montes de lixo.

O Coronel Novaes aponta a missão de paz no Haiti como um sucesso militar, mas assegura que o dilema ainda são os gravíssimos problemas sociais. O ambiente estável e seguro, uma atribuição ao exército brasileiro, foi conseguido. As outras duas metas pretendidas pela ONU, o respeito aos direitos humanos e a consolidação de um processo político ainda não foram atingidas. Mas essas metas estão além da capacidade das forças armadas.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Embaixador norte-americano visita Faculdade Cásper Líbero

Embaixador no Brasil desde 2006, nomeado pelo presidente George W. Bush, Clifford M. Sobel fez uma visita para divulgação e esclarecimentos sobre as eleições americanas e o sistema americano. Sua apresentação foi feita em palestra para alunos de jornalismo da Faculdade Cásper Líbero, ontem, às 19h15min, com perguntas da platéia formuladas pelo coordenador do curso, professor Carlos Roberto da Costa.

Sobel falou que a formação dos colegiados eleitorais americanos, que são proporcionais ao número de eleitores e que realmente decidirão quem será o futuro presidente americano em novembro, colocando a população que vota facultativamente em segundo plano - uma espécie de eleição indireta. No entanto, mesmo com essa diferença de sistema, o embaixador destacou que as eleições nos EUA são semelhantes ao Brasil na campanha dos candidatos, que devem cativar público e mídia.

Para Sobel, a chapa dos republicanos ter uma mulher como vice, Sarah Palin, e a chapa democrata ter um negro como candidato a presidente, Barack Obama, realmente representa uma mudança positiva para a república norte-americana. Sobel também se mostrou impressionado com o sistema de urnas eletrônicas típico do Brasil - os norte-americanos ainda votam utilizando papéis magnéticos, para evitar fraudes -, além de destacar que a disputa de cada candidato é tão acirrada lá quanto aqui. "It´s good for democracy this kind of competition" enfatizou o embaixador, concordando com a troca de acusações entre Obama e seu adversário republicano, John McCain.

Escoltado por seguranças e cônsules da embaixada americana no Brasil, o embaixador Sobel foi recebido pela diretora da faculdade antes e após a palestra, professora Tereza Cristina Vitalli. Os alunos assistiram a palestra através de fones de ouvido sintonizados com uma tradutora em uma cabine, dentro da Sala Aloysio Biondi, local da apresentação, que fornecia tradução simultânea.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

“Av. Paulista, 900: A História da TV Gazeta”

Este é o título do livro que Elmo Francfort prepara para 2009.

A história por trás de uma “emissora-escola” e das escadas para lugar nenhum.


Por Julia Corradi e Luma Ramiro Mesquita

“Sabe quantos anos tem este senhor que manda para o programa essas informações históricas? 80 anos? Não. Apenas 18!” As aspas são do jornalista Paulo José de Andrade, referindo-se a Elmo Francfort, durante o programa “O Pulo do Gato” da Rádio Bandeirantes.

Agora com 26 anos, Elmo Francfort é pesquisador. Oriundo de uma família de pioneiros e profissionais de diversos ramos da comunicação no Brasil, também dentro da TV Gazeta, foi um dos pioneiros na Internet sobre sites de história da televisão brasileira. Hoje é responsável pelo Museu da TV na Internet (www.museudatv.com.br) e assessor da presidência da Pró-TV, responsável pela curadoria do acervo da Associação dos Pioneiros da TV. Também escreveu o livro Rede Manchete,aconteceu virou história, sobre a história da antiga TV Manchete.

Pesquisador apaixonado por história, Elmo tinha apenas 12 anos e já ajudava seu irmão, Arthur Ankerkrone, coordenador de uma parceira da TV Gazeta em Santos, levando fitas para a sede. Ele destaca: “A TV Gazeta nunca deu grandes passos, porém é uma escola para muitas emissoras”.

Elmo afirma convictamente: “Na História da TV, a Gazeta é uma injustiçada!”. Explica que a injustiça deve-se a pouca valorização e reconhecimento que a emissora tem. Afinal, ela sempre lança nos meios midiáticos, pessoas muito talentosas como: Fernando Meirelles, Marcelo Tas, Carlos Nascimento, Silvia Popovic, Paulo Marcum, Serginho Groisman, entre outros. Além disso, ele diz que a TV Gazeta é uma emissora “Co-Irmã”, isto é, ela não coloca a disputa por audiência acima da cordialidade. Diversas vezes ela ajudou outras emissoras, como emprestando equipamentos para a Rede Globo, após o famoso incêndio. Houve também muitas co-produções como o programa Vila Sésamo, produzido pela TV Cultura e TV Globo, com equipamentos da TV Gazeta.

De acordo com ele, nas primeiras coberturas a cores de corridas de Fórmula 1, a TV Gazeta possuía os melhores equipamentos da América Latina. O segundo slogan da TV faz alusão justamente a isso: “Imagem colorida de São Paulo”. A corrida de São Silvestre também foi idealizada por Cásper Líbero e realizada exclusivamente pela Gazeta por muitos anos.

Outro aspecto importante é a identidade extremamente paulistana da Gazeta, cujo jornal impresso, foi o meio que mais apoiou a Revolução de 32. Como muitos paulistas não faziam idéia do que acontecia na capital, A Gazeta foi responsável por esse intercâmbio de informações. Atualmente, a TV possui um caráter menos regionalista.

Assiduamente empenhado neste novo projeto, Elmo pode revelar sobre a TV Gazeta o que muitos que passaram e ainda estão no meio não sabem. Ele teve acesso inclusive ao projeto inicial da planta do prédio que “é o coração da Avenida Paulista” e cujo objetivo era ser o mais alto da América Latina. No entanto, a planta original do prédio foi bastante modificada, mesmo ao longo de sua construção. Elmo atribui a isso a existência de elementos absurdos no prédio como elevadores que ninguém conhece e escadas para lugar nenhum.

A Rede Gazeta, criada em 1991, permite que os funcionários cresçam: alguns dos melhores câmeras de São Paulo começaram como office-boys. A Fundação Cásper Líbero possibilita também que muitos alunos e ex-alunos continuem na fundação trabalhando. Por ser criada a partir do testamento de Cásper Líbero, é mantida com carinho pelos funcionários e mostrou-se uma fundação solidária.

Bola: Por que você resolveu fazer o livro? Quem te pediu isso?
Elmo: Trabalho há mais de dez anos como pesquisador de TV. E recentemente lancei o livro “Rede Manchete: Aconteceu, Virou História” (“Coleção Aplauso”), da Imprensa Oficial do Estado. Para mesma pesquisei os livros sobre a Tupi, Excelsior e Paulista. E aí, o Rubens Ewald Filho, coordenador da “Aplauso”, me convidou para escrever outro livro sobre televisão.

B: O que você pretende com o livro?
E: Minha meta é registrar a história da TV Gazeta, de forma que a coloque no seu merecido lugar na trajetória da televisão brasileira. Foi a grande pioneira da TV colorida. O primeiro programa colorido, com transmissão regular, foi “Vida em Movimento” (da Vida Alves, que prefaciará o livro). Ele estreou antes da estréia oficial da TV em cores (transmissão que foi capitaneada não apenas pela Globo, mas também pela Gazeta). Muitos pioneirismos a Gazeta teve. Inaugurou até a TV colorida da Argentina. Grandes talentos surgiram aqui, como Sérgio Groismann, Faustão, Cléber Machado, Joelmir Betting, Silvia Poppovic, Paulo Markun, Marcelo Tas, Fernando Meirelles, entre outros. A TV Gazeta fez muito pela televisão. Até socorreu a Globo e a Cultura com seus equipamentos quando foram afetadas por incêndios. É uma história que merece ser registrada. E luto para que, com esse livro, a Rede Gazeta seja ainda mais respeitada pelo meio televisivo. Com a obra a maioria passará a conhecer a história da TV Gazeta. E como a "Coleção Aplauso" chega até fora do Brasil, além de todos os estados, quem sabe ajude na expansão da rede de emissoras da TV Gazeta.

B: Com a ajuda de quem você está contando?
E: O primeiro contato foi com o Sérgio Felipe dos Santos, Superintendente Geral da Fundação. Num efeito viral, fui ganhando a colaboração de todos, tanto da direção da Fundação, como da TV. Dentro da emissora, Silvio Alimari e o Fabio Rolfo foram os primeiros a me apoiarem. Hoje, sinto que a receptividade nos mais diversos departamentos. Na Gazeta Doc, que me abriu os arquivos, no Tráfego da TV Gazeta, entre os funcionários do canal, e até na biblioteca da faculdade. Era isso que eu queria: um livro feito por todos. Aliás, quem quiser dar sua entrevista, mande um e-mail para mim no elmo@francfort.com.br ou deixe um recado para mim na Supervisão de Operações da TV (6º andar) com os contatos.

B: Por que a Gazeta?
E: O Rubens sabia de minha relação com a TV Gazeta e da dificuldade em encontrar bibliografia sobre a emissora. Quando falei que possuía material e meios de conseguir mais, ele ficou entusiasmado com a idéia. Meu tio, Luiz Francfort, guardou muita coisa. Ele esteve na Gazeta por duas vezes. Ocupou cargos de chefia, como diretor artístico de Rádio e TV, e diretor-adjunto do Marco Aurélio Rodrigues da Costa (1ª diretor-geral do canal 11). Ele diz que a TV Gazeta é a “filha” dele e tenho imenso respeito por essa “prima”. Foi aqui na Gazeta que ele conheceu minha tia. Décadas depois, meu irmão (Arthur) implantou a sucursal CNT Gazeta Baixada Santista. Eu o ajudava a carregar as fitas com as matérias locais lá para o tráfego. Digo que aqui foi meu primeiro trabalho, como “office-boy”. Freqüento esses corredores desde garoto, me sinto em casa. E fico feliz de ver tantos amigos daquela época ainda hoje dando sangue pela TV Gazeta. A relação familiar que tenho com a Fundação vem antes de sua inauguração, quando meu avô Julio Francfort escrevia para “A Gazeta”. Ele conheceu Cásper Líbero. Mas isso conto em outro momento! Histórias não faltam.

A previsão de lançamento é no primeiro semestre de 2009, próximo do 120º aniversário de Cásper Líbero (2 de março). O livro chegará em um momento oportuno: próximo dos 40 anos da "nossa" TV Gazeta (25 de março de 2010).

Jornalismo Cultural: é propaganda ou é crítica?

Por Pedro Zambarda
1ºdia/noite – Semana de Jornalismo 2008 - Faculdade Cásper Líbero

A discussão sobre cultura e suas vertentes no jornalismo trazem a tona temas como a dimensão da arte atualmente - sua propagação para as massas e o esvaziamento de seus antigos discursos. Trazendo um diretor de teatro e um musicista, o debate feito durante a Semana de Jornalismo permitiu contato dos próprios artistas com a imprensa, trazendo sugestões e novos caminhos para a crítica artística, sem ficar presa em press-releases e nas resenhas que se limitam nas descrições.




Com 15 minutos de atraso, às 19h15, a palestra de debate sobre jornalismo cultural se iniciou no primeiro dia de eventos da Semana de Jornalismo 2008 na Faculdade Cásper Líbero, dia 21 de novembro. Iluminados apenas por um feixe de luz fraco ao centro do palco, os jornalistas Heitor Ferraz e Manuel da Costa Pinto iniciaram suas falas após uma apresentação rápida do evento e das discussões da mesa feita pelo coordenador do curso de jornalismo da Cásper Líbero, também professor de História da Comunicação e Design em Revistas, Carlos Roberto da Costa.

Heitor Ferraz, que também é professor da Cásper na disciplina de Jornalismo Cultural, iniciou a palestra relembrando uma tese do crítico das chamadas “culturas de massa” Theodor Adorno: “arte não é apenas cultura, é também economia, é também administração”. Dessa forma, Heitor Ferraz retratou que as análises críticas dadas por essa categoria de jornalismo estão esvaziadas em seu discurso, que desconsidera co-relações com o mundo capitalista que domina toda a bagagem cultural e a transforma em produto. “Relacionada com avanços tecnológicos e as possibilidades técnicas, a cultura é cada vez menos um espaço de crítica” frisou Heitor, trazendo, em uma única frase, a problemática de abordar esse assunto.

Chamado por Heitor de “fonte para todas as pautas em jornalismo cultural”, Manuel da Costa Pinto iniciou sua fala intensificando a crítica de Heitor e adequando ao nosso contexto. Para chegar nesse nível de atualidade, Manuel, jornalista do Guia da Folha de S.Paulo e da TV Cultura, fez um panorama da crítica historicamente, passando por obras clássicas como a Poética de Aristóteles até a primeira enciclopédia, de Diderot. “O ideal artístico na época clássica era a imitação. Diferente de hoje, a arte era considerada perfeita seguindo parâmetros rígidos que constituíam um método” explicou Manuel da Costa Pinto. Na fase do renascimento cultural na Europa, após o surgimento da prensa de Gutemberg no século XV, surge a figura do crítico de arte e dos periódicos literários que, segundo Manuel, “profissionalizam o trabalho de crítica cultural”. Com o advento do século XX e a ampliação dos meios de comunicação até a criação de um público considerado “de massa”, o jornalista colocou que a “administração e a economia que Adorno se refere, em sua crítica sobre a cultura está relacionada ao enorme controle que a mídia passou a ter com a cultura massificada”.

Finalizando seu panorama, Manuel colocou que essa crítica especializada dos jornais, após o término da Segunda Guerra Mundial, começou a ser dissipada por conta a formação das faculdades de letras por todo o mundo. “Surgiu então a figura do acadêmico, que, preso aos limites da academia, isola seu potencial crítico ao grande público. Não preciso nem entrar em detalhes que existem centros universitários com formações doutrinárias” enfatizou. Por fim, para Manuel da Costa Pinto, o crescimento da publicidade e a incorporação tecnológica e informática ao fazer da arte transformaram a crítica em apenas divulgação. “Proliferam hoje os press-releases ao invés das críticas aprofundadas.

Fábio Cárdia de Carvalho, mestre em comunicação e semiótica com atuação nas áreas de música, artes e dança, além de ser compositor da trilha-sonora da série da TV Cultura chamada O Mundo da Lua, foi o primeiro a trazer críticas fora do jornalismo até a própria imprensa. “As perguntas que o jornalista traz, sem nenhuma pesquisa, são vazias e burras. Muitos deles não sabem sequer quem é o entrevistado, muitos deles nem me conhecem. É difícil para o músico viver sem a crítica, pois dessa forma ele não faz sucesso entre os ouvintes” explicitou Fábio, apoiado também pelo diretor Eduardo Tolentino, do grupo do Teatro Amador Produções Artísticas (TAPA).
Em tom de humor, Fábio, com comentários de Eduardo Tolentino, também lembrou que a revolução tecnológica que se opera nas artes também afetou sua vida. “Sou da época do clássico Telejogo, meados dos anos 1980. Hoje, diante de um videogame Playstation 2, fico estático. Fora as 500 músicas que você pode baixar em uma madrugada pela internet, considerando que você não ouvirá nem metade delas”. Manuel da Costa Pinto completou a indagação de Fábio e fez uma confissão: “hoje há uma nítida diferença entre nós, que viemos de uma cultura de leitura e precisamos nos adaptar ao mundo digital, enquanto existem crianças hoje que já nasceram inseridas nesse contexto. Aliás, eu devo explicar aqui que nunca joguei um Playstation 2 e que, para mim, isso é totalmente estranho”.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Até onde vai o Corinthias?

O que esperar do Corinthians a partir de agora? O que esperar de um time que faz até aqui a segunda melhor campanha da história da série B (a melhor campanha até o momento é a do Palmeiras)? O que esperar do time que fracassou previsivelmente no Paulista, surpreendeu e ao mesmo tempo decepcionou na Copa do Brasil e que emocionou o país na Série B?
Ao que parece, Mano Menezes continuará no Timão em 2009, e boa parte do time atual também permanecerá. Não se fala ainda em reforços, e os que são comentados não chegarão: Washington por exemplo, é melhor a torcida esquecer. Andrés Sanchez já afirmou que o jogador que negou defender o Corinthians na Série B, não joga pelo tima agora na Série A . Afinal de contas, terá o Corinthians campeão de 2008 condição de disputar o título, Libertadores ou ao menos brigar pela Sul-Americana em 2009? A torcida, corretamente empolgada, já clama a taça do Brasileiro e a Libertadores de 2010.

Desde que o campeonato brasileiro se tornou uma disputa por pontos corridos em 2003, 5 times grandes já caíram: Botafogo, Palmeiras, Grêmio, Atlético-MG, Corinthians. Ao contrário do que os empolgados (de novo, com justiça) torcedores corinthianos pensam, a torcida do Timão não foi a única a acompanhar fielmente seu time, dando show e recordes de público em cada jogo. As torcidas de Palmeiras e Atlético-MG fizeram um papel memorável, enquanto a avalanche azul do Grêmio (a torcida mais fanática do país na opinião deste colunista), fez história. Existe uma coincidência em três desses times até aqui. Botafogo, Palmeiras e Grêmio voltaram mais fortes do que foram, brigando por títulos e vagas em Libertadores. Isto levou a muitos torcedores e analistas a acreditar que uma queda é algo benéfico para um time que está no fundo do poço, como o Corinthians 2007. No entanto o que não é lembrado é o investimento que a reorganização política que tais times sofreram após a queda. O Corinthians viveu uma reestruturação semelhante, mas o time ainda precisa de mudanças, e não são poucas as vezes que falta seriedade à aparentemente empolgada gestão de Andres Sanchez. Não é errado a torcida estar empolgada com seu time, mas um dirigente não pode pensar com este olhar, e o presidente do Corinthians seguidas vezes mostra-se deslumbrado com seu time.


Mano Menezes, o grande técnico que levou o Grêmio da segunda divisão para a final da Libertadores, parece uma ilha de serenidade e racionalidade dentro do clube. E provavelmente deve-se a ele o acesso prematuro à série A . O time sente grande falta de um goleador, alguém na frente que marque gols. Herrera é um bom atacante, mas não pode ser referência numa Série A onde se joga muito mais fechado e com defesas infinitamente melhores que as fracas zagas da segunda divisão. O grande diferencial do time é sua zaga, com Chicão funcionando como um xerife aos moldes de Lugano no São Paulo 2005, no entanto com menos técnica. E o grande problema mesmo está no meio. Douglas é uma verdadeira incógnita. Um jogador que nunca provou muita coisa no São Caetano, onde tinha um time jogando ao se redor, e que agora se destacou em um time que era muito superior aos seus adversários. É muito fácil armar um time contra equipes não tem a mínima noção de como se marcar um meia. A baixa qualidade técnica da série B, inferior a dos anos passados precisa ser admitida pelo Corinthians, e isso é o primeiro passo para o time se preparar bem para a série A .Em uma breve análise de elenco, comparando com 5 primeiros times que disputam o título do Brasileirão, podemos facilmente a conclusão que o Corinthians disputaria a Copa Sul-Americana, talvez disputando o sexto lugar ao lado de Internacional e Botafogo. Novamente, empolgação é coisa para torcedor, e não para dirigente e jogador.

Por fim, bem-vindo de volta à séria A Corinthians. Tomara que, como a gloriosa música de Roberto Carlos diz, tenham voltado para ficar. A Série B não é lugar para um time como você. Não é lugar para uma torcida como a Fiel. Não é lugar para um estádio como o Pacaembu. E como eu vou gostar novamente de ver um São Paulo e Corinthians, já que afinal, um não vive sem o outro.

domingo, 26 de outubro de 2008

O que você vê?

Muito tem sido falado a respeito do papel da mídia no caso da menina Eloá, pois muitas opiniões que vão contra àquilo que foi feito, à abordagem e propagação dos fatos por parte do que se julga ser uma mídia abusiva, sem limites para publicar os fatos do assunto que mais chamou a atenção de todos na última semana.

Eu consigo ver os dois lados. Eu vejo o lado da mídia irresponsável e egoísta, que não pensa nem por um minuto no que de fato está acontecendo e nos envolvidos e o único objetivo é conseguir o mais novo furo de reportagem em primeira mão e, assim, destacar-se de todos os outros milhares de jornalistas que ali estão. E claro, por esse procedimento, receber uma recompensa. Alguns de nós, jornalistas, têm mesmo essa sede do novo, da notícia, e acaba por não ver limites para isso. Ultrapassa os parâmetros de respeito às vítimas e aos próprios colegas de profissão na corrida ao mais próximo possível da realidade da informação.

E, neste grupo, ainda se encaixam aqueles que, querendo ou não, desenvolvem uma humanização do bandido, do vilão da história. Transforma-o em pseudo-herói, assim como insistiram em fazer com Sandro do Nascimento no recente filme sobre o caso do Ônibus 174 e também no documentário que trata do mesmo assunto. Usando o mecanismo de mostrar uma história de sofrimento e dor do acusado, conseguem fazer com que alguns até acreditem que aquilo justifica seus atos, o que para mim, é mentira.

O último exemplo que vi foi em uma dessas revistas de atualidades, que na última semana rechearam suas edições falando sobre a Eloá. Em uma das matérias me deparo com o Limdemberg (até hoje não sei escrever o nome dessa criatura) sendo tratado pelo apelido de “Liso”, assim como era chamado pelos amigos do futebol, durante todo o texto. Com qual intenção isso é feito? Para criar uma aproximação do leitor com o assassino? Mostrá-lo como um cidadão normal, com detalhes normais, como qualquer um de nós? Isso é alguma forma de carinho? Pronto, ele foi humanizado. E tirar seu nome ao invés de repetí-lo, incansavelmente, diminui o impacto, só isso.

Mas vejo ainda o papel do jornalista que, apesar de consciente, está ali fazendo o seu trabalho, cumprindo o seu papel social de levar a notícia àqueles que querem saber. E fazendo-o da melhor forma possível, pois é como dizem: toda moeda tem seus dois lados.

Eu voltei, agora pra ficar. Porque aqui, aqui é meu lugar

A maior dor do corintiano passou. A desilusão pelo rebaixamento terminou. Finalmente, depois de 328 dias, o Sport Club Corinthians Paulista está de volta à elite do futebol brasileiro. Nessa tarde de 25 de Outubro de 2008, o Pacaembu gritou, riu, emocionou e, principalmente, viveu.
Quando o sistema de som do estádio Paulo Machado de Cavalho anunciou o resultado final de 2 a 1 favorecendo o Paraná frente ao Barueri, o goleiro Felipe não conteve a emoção. Logo ele, que viveu e sentiu de perto o sofrimento de um rebaixamento; logo ele, tão criticado pelo imbróglio envolvendo sua renovação; logo ele, que falhou na final da Copa do Brasil desta temporada, é Felipe, você prometeu e cumpriu: subiu com o Corinthians.
Foram 31 rodadas do calvário corintiano, em que os fiéis não abandonaram o time por um minuto sequer. A torcida mostrou seu amor incondicional perante ao time, que com muita competência, correspondeu as expectativas e trouxe o alvinegro de volta ao seu verdadeiro lugar.
O Ceará, mero coadjuvante, pouco dificultou a vida corintiana. Lula Pereira armou um esquema muito defensivo, permitindo a Douglas - o maestro corintiano nessa Série B - armar as jogadas ofensivas e marcar o primeiro gol.
Herrera, argentino, que raça! O camisa 17 chegou desacreditado e conquistou o coração da Fiel Torcida. Não é brilhante técnicamente, entretanto sua vontade e raça sobrepõe seu jogo. Na companhia de Dentinho, artilheiro do Corinthians com 13 gols, atormentou as defesas dos 19 adversários.
Chicão, o zagueiro artilheiro, quase ficou de fora da festa. Graças a redução se sua suspensão de 120 dias (absurdo) para 2 jogos, jogou e deixou sua marca, garantindo a vitória. Cristian, recentemente contratado do Flamengo, resume: "Não existe torcida igual a essa. Ela é fantástica, empurra do início ao fim e está de parabéns. A torcida do Flamengo também é maravilhosa, mas não dá para comparar".
Realmente, a Fiel é incomparável e a campanha desse time irreparável. Com muito merecimento, o Corinthians volta ao seu lugar, o gigante está de volta.
Sinto muito, parcialidade não entra no meu dicionário nesse 25 de Outubro de 2008, o dia em que a agonia de aproximadamente 30 milhões acabou, o dia em que , finalmente, o "Coringão voltou".

sábado, 25 de outubro de 2008

Jornalista sério também erra

Lemyr Martins é um dos maiores jornalistas esportivos do país. O cara é simplesmente considerado o papa do jornalismo de motor. Graças a ele hoje o Brasil é extremamente conceituado em sua cobertura do mundo do automobilismo, mesmo sofrendo por um patriotismo patológico em alguns casos (anti-Schumachers por exemplo).

Acontece que Lemyr lançou na semana passada um livro que vinha escrevendo a mais de 6 anos. Histórias, Lendas, Mistérios e Loucuras da Formula 1 foi lançado sob o conceituado nome de Lemyr e com a promessa da editora, a Panda Books, de conter revelações bombásticas sobre o mundo da Formula 1. E uma dessas revelações era um absurdo diálogo entre Rubens Barrichelo e a Ferrari alguns minutos antes de entregar a vitória para Michael Schumacher no GP da Áustria de 2002. Até ai tudo bem: isso seria um furo jornalistico se não fosse o conteúdo do diálogo. Nessa pérola, a Ferrari teria sequestrado a mãe de Rubens Barrichelo e sua cadela de estimação, forçando o brasileiro a entregar a posição. O diálogo é tudo, menos verossímil. Na verdade é uma piada que correu pela Inglaterra logo após o GP.

Como Lemyr e a Panda Books caíram nessa lorota é um mistério. E mais, o “conceituado” jornal Lance! caiu também. Deu primeira página para o assunto, com letras garrafais que diziam “O dialogo de Rubinho”. Enfim, é muita bobagem de muita gente boa. Lemyr se pronunciou sobre o caso e disse que tudo era muito estranho, mas publicou mesmo assim, porque a fonte era confiável. Ainda disse que o Lance não o procurou nenhuma vez e não sabe como ele conseguiu o conteúdo do livro antes de ser publicado. A única coisa certa até aqui é a credibilidade de Lemyr, que não deve ser questionada sob nenhuma circunstância.

Aqui segue a transcrição completa do “dialogo”:

Legenda:
VOZ 1 - Jean Todt, então chefe de equipe da Ferrari
VOZ 2 - Rubens Barrichello, piloto da Ferrari
KS - Karl Scheister , o procurador-chefe da Ferrari
VOZ 4 - Idely, mãe de Barrichello

Início da conversa:

"VOZ 1: Rubens, você está pilotando muito bem, otimamente, continue com o bom trabalho. Faltam 5 voltas, agora

VOZ 2: Obrigado, Jean. O carro está excelente, realmente muito bom hoje. Eu nem sei como agradecer a vocês. Diga a minha mãe que eu vou dar-lhe o melhor Dia das Mães da sua vida.

VOZ 1: É bom ouvir isso, Rubens. Ela está adorando assistir à corrida conosco. Eu irei passar para ela. Ela está muito orgulhosa! Ouça, você se importaria de desacelerar um pouco e deixar Michael ganhar?

VOZ 2: Obrigado por dizer a ela, Jean. Ela ficará tão feliz. Vocês são os melhores, simplesmente os melhores! [estática, intelegível]

VOZ 1: Ah, nós também te admiramos, Rubens. Você tem sido de grande ajuda para a equipe. Michael também acha. Faltam 4 voltas agora. Ah, a distância de Michael ainda é de 3 segundos. VOZ 2: Tá bom

VOZ 1: Ah, Rubens, acabamos de falar com Michael novamente. Ele diz que a distância ainda é de 3 segundos.

VOZ 2: Que ótimo! Nós teremos 1º e 2º! Obrigado, meu Deus! Incrível! [sons de choro ouvidos pelo rádio]

VOZ 1: Tá bem, Rubens, faltam só 3 voltas agora. Nós precisamos fazer um ajuste na tática, garotão.

VOZ 2: [ainda chorando] Claro Jean! O que você disser! Como está o meu combustível?

VOZ 1: Não se preocupe, o combustível é suficiente. Ouça, só uma pequena mudança na tática. Nós queremos que Michael ganhe.

VOZ 2: (risos) Não me façam rir, gente, eu quase errei a freada na curva Lauda. Obrigado por quebrar a tensão. Eu aprecio isso. Vocês são os maiores!

VOZ 1: Ah, Rubens. Eu não estou brincando.

VOZ 2: [estática, intelegível]

VOZ 1: Você me entende, Rubens?

VOZ 2: [mais estática, intelegível]

VOZ 1: Rubens, a gente já passou por essa rotina antes. Não vamos passar por isso novamente.

VOZ 2: Sim, entendido. Eu achei que você tivesse me dito para me curvar e assumir a traseira de Michael de novo, seu sapo francês magrelo.

VOZ 1: Rubens, agora não seja assim. Faltam 2 voltas agora, ele está bonito.

VOZ 2: Não é justo! Ele já ganhou um zilhão de vezes, e eu só uma vez, e só porque vocês pagaram a Mercedes para usar aquela placa idiota e correr pela pista depois que o garoto Mickey se ferrou.

VOZ 1: Rubens, não tenho idéia do que você está falando. Eu tenho alguém que quer falar com você. É Karl Scheister, o procurador-chefe da nossa corporação.

KS: Oi, Rubens. Grande corrida!

VOZ 2: Se manda, seu incorporado doente [opa!]

KS: Você está terrível, muito bem! Ouça, eu estou lendo o seu contrato agora Rubens, e eu cito, "considerando a parte primeira" - que é você, por acaso - "deveria ultrapassar o carro principal do grupo da parte segunda" - que somos nós, significando Michael e a Ferrari - "e recusar as ordens da equipe para corrigir a situação, a parte primeira estará sujeita a penalidades, o que inclui a perda total do salário..."

VOZ 2: Eu não ligo!

KS: "perda de direção..."

VOZ 2: Que seja!

KS: "...e a transferência de 'Lulu', canina mestiça pertencente à primeira parte e atualmente sob porte da segunda parte, para uma terceira parte inominada permanentemente".

VOZ 2: Seus desgraçados!! Eu ainda vou levar essa para casa! Eu mereço essa vitória!!

VOZ 1: Rubens, eu tenho mais alguém que gostaria de conversar com você, falta 1 volta, cara. A pressão do combustível está boa.

VOZ NÃO IDENTIFICADA 4: Rubens?

VOZ 2: Mãe?

VOZ 4: Rubens, eu estou com medo. Não consigo enxergar e não sei para onde eles me levaram. Meus pulsos doem! Deus me ajude! [sons abafados]

VOZ 2: Mãe? Mãe!! Seus desgraçados!! Seus doentes, doentes desgraçados!!

VOZ 1: Rubens, Michael está perguntando o que está demorando tanto. Falta 1 volta, cara.

VOZ 2: Está bem!! Está bem!! Vocês venceram!! Vocês venceram!! Só não machuquem a mamãe. E eu quero a Lulu de volta quando a temporada acabar.

VOZ 1: Sem problemas, cara. O Dia das Mães só ocorre uma vez por ano.

VOZ 2: Obrigado Deus... [sons de choro foram ouvidos]

VOZ 1: E um contrato é um contrato.

VOZ NÃO IDENTIFICADA 5: Uhhhhhuuuuu!!!!! Eu ganhei!! Eu ganhei!!

VOZ 1: Grande corrida, Rubens.

VOZ 2: Ah, calem a boca, seus tagarelas...

Fim da transmissão".

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Sem cabeça(s) e sem pé!

Teremos, na Cásper Líbero, a semana do saci.

Fique SACIado SACIsfeito.
Em terra de cego quem tem uma perna é Rei , ops errei!
Plagiando o Manifesto Antropofágico ou "comendo o biscoito fino" oswaldiano, contra a cultura internacionalizante tentaremos fazer nossa escola brasiliera focada (no blog do foca). Casperianos univo-nos! Façamos a semana do Bumba meu Boi, Boitatá, Cuca, Narizinhos e Pedros no Sitio do Pica-Pau amarelo; façamos com que a Brasileiridade vença o horror estrangeiro!
Façamos Quadrilhas em Julho (aquelas com Caipiras e pé de moleques e não as ideológicas) Comemoremos o Carnaval vestidos de alunos e mantenhamos as máscaras pelo resto do ano!
Contra o Natal, esta festa internacional capitalista!
Contra o dia de finados radicalizada na cultura judaico-cristã!
Contra a Páscoa, afinal coelho não põe ovos!
Tupi or not tupi...
Vamos tropicalizar tudo!
Viva o Saci!

Direto da Terceira Margem do Rio (de janeiro)

Bob Rabbit

O pesadelo de um ano

Por Mauro Beting

"Tive um pesadelo. Lembro de ter olhado no relógio a hora: 18h16min51s. O dia era dois de dezembro de 2007. Um domingo qualquer. Terminou o jogo. Parecia no Olímpico. Parecia o Grêmio do outro lado. Parecia o Corinthians. Mas só parecia: como poderia ser o campeão dos campeões, o maior vencedor do Paulistão, o campeão do mundo de 2000, o único do planeta que tem uma torcida que é dona do clube - apesar dos danados que o doaram pros primeiros forasteiros que arrombaram os portões e cofres com picaretas.

Não poderia ser o Timão aquele timinho. Como poderia uma equipe que só dependia dela entrar com mais de 20 minutos de atraso, atrás de todo mundo? Só poderia ser um time que ficaria atrás de quase todos no campeonato.

Não pode ser. Levou 14 anos para Dualib deixar o clube! Quando largou o osso ralado, era hora de voltar a ser Corinthians. De ser mais corintiano. Do povo. Da raça.

Mas ainda bem que era só um pesadelo. Até Clodoaldo fez gol pro Corinthians, no Olímpico. Só em sonho! Era só o Inter empatar em Goiás para salvar. Ainda bem que Clemer defendeu o pênalti de Paulo Baier. Ainda bem que time grande não cai. Sorte que árbitro não manda repetir duas cobranças de pênaltis...

Sei não. Tem gente que fala que não existe pesadelo. Mas será que tudo isso aconteceu? Não é possível. Como pode se em todo jogo em 2008 eu vi gente saindo pelo ladrão no Pacaembu, e não mais ladrão saindo com gente do Parque São Jorge? Eu vi gente acreditando como sempre desde 1910. Eu vi maloqueiro e sofredor, graças a Deus, não abandonando. Não parando. Acreditando. Corintianando.

Tem gente dizendo que eu dormi um ano todo. Parecia o Dualib. O Nesi. Parecia o time de 2007. Mas o que vejo em 2008 é o Corinthians de sempre. Em qualquer campo, em qualquer divisão, Timão é multiplicação. Tem muita gente dizendo que amanhã é o dia de subir. Mas ontem ninguém caiu. Fiel pode até ser rebaixado – mas não se rebaixa. Quem derrubou o Corinthians não foi corintiano.

Na boa, e com respeito a todos: raros sabem perder e ganhar como nenhum outro jamais venceu. Ainda mais raros (embora muitos) nasceram sabendo que quem ama não perde. Podem até ter times melhores. Mas mais amados? Parece utopia. Parece pesadelo. E esse de 2007 eu acho que não vi, nem vivi.

Não existe série A ou B. Só um fora de série. Só um Corinthians.

É por ele que o Pacaembu vai celebrar não se sabe ao certo o quê. Só se sabe que é Corinthians".

Panorama Eleições 2008: Caso São Paulo - quem é Gilberto Kassab?

"Segundo a pesquisa, 61% da população considera ótima ou boa sua gestão. A alta de Kassab foi obtida em boa parte durante a campanha eleitoral, ocasião em que o prefeito foi dono do maior tempo em TV e rádio no programa eleitoral gratuito".

"Pela pesquisa, Kassab tem hoje 25 pontos percentuais a mais do que a votação obtida no primeiro turno. O prefeito, que domingo teve 33,61%, atinge hoje 59% dos votos válidos. Marta, por sua vez, subiu apenas oito pontos: dos 32,79% saídos das urnas para os 41% registrados na pesquisa".

"O Datafolha ouviu 1.906 eleitores entre terça e quarta-feira (8). A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa está registrada no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo, sob o número 03700108-SPPE".

Dados da Folha Online de 9 de outubro, em uma matéria feita após divulgação dessas pesquisas com eleitores, tanto sobre a atual gestão quanto sobre a escolha do prefeito.

Agora, pense bem. Foram ouvidos cerca de 1.906 eleitores, correto? Vamos supor que a pesquisa feita pelo grupo Folha esteja dentro das regularidades de uma pesquisa imparcial - pessoas de diferentes locais de São Paulo consultadas e devidamente contabilizadas dentro desse número.

E quantas pessoas existem, no total, dentro dessa cidade?
Segundo o IBGE 2007, são cerca de 10.886.518 pessoas.

1.906 representam 10.886.518?

Talvez qualitativamente. Mas não de forma igual. Em regiões como zona sul, Kassab tem aprovação inferior a 40%, segundo o próprio DataFolha. Os dados, divulgados pelo mesmo instituto, não influenciam os demais 8.980.518 eleitores?

Por que Marta Suplicy só relembra o passado de Kassab? Se o candidato foi do PFL, isso não importa muito para o eleitorado paulistano, que foi conservador. Se Kassab foi ministro do planejamento de Pitta, isso interessa em termos, porque todo mundo sabe que quem incentivou projetos como Fura-Fila foi Paulo Maluf, que nunca fez parte do PFL. Especular se Kassab tem ligações com a ditadura militar é jogar no vazio - ele apenas estudava engenharia na época.

Por que Marta nunca disse que Kassab é, como Collor foi, como FHC foi, como Lula foi, um "vencedor" do DataFolha?

Por que as pesquisas eleitorais, vulgo "boca de urna", continuam?

Este, sim, é Gilberto Kassab.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Panorama Eleições 2008: Caso São Paulo - demais candidatos

Para que as matérias sobre as eleições paulistanas não fiquem parciais, seguem abaixo os candidatos a prefeito que não compareceram em nenhum dos debates (três no primeiro turno e dois no segundo turno) e que foram eliminados para que Gilberto Kassab e Marta Suplicy disputem votos neste domingo, dia 26 de outubro.



Levy Fidélix (28): "O resto é tudo cópia" é a principal frase de efeito do candidato do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), que também já foi apresentador de canais como Bandeirantes e SBT. Mesmo com todo esse carisma típico de um populista (principalmente ao usar um símbolo cômico como o "L" que seus vereadores e ele próprio simbolizam com os dedos), Fidélix amargou poucos votos por uma legenda inexpressiva pela cidade, enquanto candidatos como Marta e Kassab, pouco renovadores em propostas, ganharam por um maior reconhecimento já estabelecido. A campanha do candidato vem de uma proposta que ele criou desde sua entrada na política, em 1986 com a criação do Partido Liberal (PL), o famoso Aerotrem: um trem produzido pela Transrapid International & Co, empresa da qual Fidélix é representante, e que funciona por levitação magnética, valorizando sua velocidade média em relação a veículos como o metrô, que ainda usa trilhos. O propósito de criação desse veículo seria para ligar cidades como Campinas e São Paulo, sem custos de pedágio, exceto uma passagem (que deve, em tese, ser mais barata).





Anaí Caproni Pinto(29): Anaí tem, desde o berço, a influência sindical do pai, o metalúrgico Manoel Caproni, um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT) no ABC Paulista. Participando de movimentos como Voz Estudantil e grupos estudantis de tendência para a Causa Operária, ela participou da fundação e a legalização do Partido da Causa Operária (PCO), do qual ela já foi candidata a governadora. Pelas suas experiências e parcerias com setores proletários, sua candidatura, embora tenha conseguido poucos votos, não era apenas de esquerda, mas estava diretamente relacionada com o operariado industrial de São Paulo.





Edmilson Costa (21): "Pela governança comunista, vote 21" é a chamada da propaganda que traz a tona um conceito de ordem, de socialização e organização. Segundo Edmilson Costa, candidato a prefeito de São Paulo, em entrevista para Veja São Paulo em versão on-line, a cidade é desordenada e distanciada dos pobres, necessitando de uma revolução e um governo de esquerda que traga ordem e igualdade nos moldes leninistas e anti-privatizadores (para conferir com mais detalhes: http://vejasaopaulo.abril.com.br/red/blogs/eleicoes2008/2008/08/edmilson-costa.shtml). O político está no partido de esquerda mais antigo do Brasil, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) criado em Niterói, 1922. Dessa forma, tanto a candidatura quanto a propaganda partidária recupera seus membros históricos, como Luís Carlos Prestes e Vladimir Herzog (apesar de não ser, de longe, o membro mais politizado do grupo). A figura partidária e a de Edmilson se misturam, com propostas que relembram a revolução russa de 1917.

domingo, 19 de outubro de 2008

Panorama Eleições 2008: Caso São Paulo

Essa matéria destina-se a oferecer um pequeno panorama sobre candidatos mais participativos, com seus históricos, suas propagandas e desempenhos durante debates para as eleições para prefeitura na capital paulistana. Os dados de cada personagem dessa disputa ajudam a esclarecer o eleitor sobre os resultados do primeiro turno e o poder de sua decisão para o segundo turno.

Ruy Renato Reichmann (33): Com toda a certeza, um dos candidatos mais enigmáticos e impopulares das eleições 2008 (talvez não menos que Anaí Caproni do Partido da Causa Operária, PCO, ou Edílson Costa do Partido Comunista Brasileiro, PCB). Administrador de empresas e editor de livros acadêmicos e científicos, Reichmann acumulou candidaturas a vereador e governador, em 2004 e 2006, respectivamente, pelo extinto grupo do emblemático Enéas Carneiro: o Partido de Reedificação da Ordem Nacional (PRONA). Nas eleições paulistanas para prefeitura de 2008, Renato Reichmann se restringiu em todos os três debates realizados no primeiro turno a mostrar propostas voltadas para interesses de certas faixas da população. Apesar de seu partido, o Partido da Mobilização Nacional (PMN), erguer uma ideologia nacionalista e progressista, típicas do PRONA, ele se expressou muito mais como político local do que alguém com visão de prefeito. Não gerou grandes polêmicas nos debates, mas fez críticas pontuais aos demais candidatos: questionou Gilberto Kassab sobre creches no último debate da Rede Record no primeiro turno, além de criticar os candidatos com altos índices de aprovação pelo público.

Ciro Moura (36): Propostas de financiamento da prefeitura para educação em escolas particulares mesclados com discursos sobre a qualidade da escola pública nos tempos de ditadura militar. Este é Ciro Moura em suas propostas e como permaneceu como candidato "nanico" nas estatísticas. Tipicamente conservador, Ciro se reservou a ataques contra Marta Suplicy e suas tendências de esquerda, mas sem ousar investir em outros candidatos de esquerda e com expressão, como Ivan Valente e Soninha. Disse, no debate da Record que encerrou o primeiro turno, estar "com a consciência limpa", apesar das críticas que recebe por ter uma adesão tão pequena nos resultados que o eliminaram. Seu partido, o Partido Trabalhista Cristão, reflete um conservadorismo até religioso, tendo como membros famosos o polêmico Fernando Collor de Mello.



Ivan Valente (50): Deputado Federal pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Valente compactua com as idéias de Heloísa Helena como esquerda alternativa ao PT. Com apoio de partidos como Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), o candidato criticou principalmente Alckimin, Kassab e a própria Marta Suplicy em debates realizados tanto na Bandeirantes quanto na Record. Quando a Rede Globo de Televisão recusou receber ele, Ciro Moura e Renato Reichmann para um quarto debate antes do primeiro turno, Valente claramente manifestou sua indignação durante panfletagem com eleitores. De fato, ele está certo: o crescimento, mesmo que ainda inexpressivo, de partidos como PSOL, vai contra a oligopolização de tendencias ideológicas em partidos como PSDB e PT. Ele também foi um dos poucos candidatos que compareceu em pessoas nas ruas de São Paulo para conversar com eleitores, sem um tratamento distante das diversas camadas sociais.


Paulo Salim Maluf (11): Descendente de libaneses, o engenheiro da Politécnica da USP Paulo Maluf se lançou com as mesmas bases de sua candidatura e atuação na prefeitura em 1993. O PAS (Plano de Atendimento a Saúde) é uma proposta que colocou patrocínio de empresas para médicos supostamente públicos, sendo que já há um Sistema Unificado de Saúde (SUS), que perderia seu potencial nesse processo. Dessa forma, Maluf não difere de Ciro Moura em propostas, com a diferença que já foi governador e prefeito de São Paulo. As propagandas políticas de Paulo Maluf eram cômicas, na medida que enalteciam sua figura política carismática e, simultâneamente, caricata. Nem parecia o ex-prefeito que prometeu "se Pitta não for um bom prefeito, nunca mais vote em mim". E, durante todos os debates, fez ataques frontais e preconceituosos a candidata Soninha Francine. Em um deles, acusou a proposta da candidata em amplicar a malha cicloviária da cidade de "irresponsável com idosos", que, segundo ele, precisam de automóveis. Outra investida do candidato também foi contra a integridade de Soninha, mostrando a revista Época de 2001 em que afirma que fuma maconha, em um ataque direto durante o último debate da Record no primeiro turno. Isso rendeu uma penalidade durante a discussão e uma imagem de um candidato que, apesar da história e do reconhecimento fácil pelos brasileiros, se prende em preconceitos da ditadura militar. E não é por menos: seu partido, o Partido Progressista (PP), veio do PDS (Partido Democrático Social) que é herdeiro direto do ARENA (Aliança Renovadora Nacional), base política dos generais que governaram com força militar entre 1964 e 1985.

Curiosidade: O site de Paulo Maluf trouxe uma versão de um mapa do programa Google Earth mostrando toda São Paulo e dando destaque a todas as suas obras públicas. Resultado? O mapa desenhou a influência de Maluf e sua intenção de fazer projetos estruturais, de engenharia.

Soninha Francine Gaspar Marmo (23): Jornalista uspiana e com carreira nas emissoras de televisão MTV e TV Cultura (apesar de sua demissão polêmica pela capa da Época em 2001), Soninha faz parte de um novo grupo de políticos no cenário que, apesar de ter seus representantes conservadores (ACM Neto), dão uma tônica menos partidarista e ideológica, mas mais valorizadora de idéias em sintonia com problemas atuais. A principal bandeira da candidata, principalmente na campanha bem estruturada na internet, é a causa ambiental, ampliando uma rede de bicicletas e bicicletários mais eficiente na cidade. Nos debates, desde os primeiros que ocorreram pela Rede Bandeirantes de Televisão, Soninha foi explicitamente contra a corrupção e seus agentes. Segundo ela, foi a principal causa do seu desligamento do Partido dos Trabalhadores (PT) e entrada no Partido Popular Socialista (PPS, que é uma dissidência do PCB e parece estar mais alinhado aos interesses de Soninha do que o partido de Lula). Dessa forma, um dos alvos prediletos da candidata em debates televisivos foi Paulo Maluf. Ambos foram protagonistas de cenas hilárias, onde Maluf solta a pérola "pertenço ao mesmo partido há 41 anos", no último debate da Record, sendo que o PP, pelo menos em tese, existe apenas desde 1985. Soninha foi eficiente em mostrar defeitos na atual política, apesar de ser ainda "tímida" em suas propostas.

Geraldo Alckimin (45): O que acontece quando um candidato tem um partido de oposição a presidência sólido, mas é fraco em seu discurso e em suas propostas? Esse é Geraldo Alckimin, médico nascido em Pindamonhangaba e vice-governador ao lado do histórico Mário Covas. Apesar dessa história e do governo do estado que teve antes de José Serra, ele não difere de Serra em propostas, assim como não difere de Gilberto Kassab, que era vice do parceiro de partido, mesmo sendo do extinto PFL/atual Democratas. Com essa situação, as pesquisas feitas pela Folha de S.Paulo e outras instituições o colocavam logo atrás de Marta Suplicy, a favorita para vencer o conflito eleitoral desde o começo. O que se faz em uma situação dessas: você deve atacar aquele que está na sua frente ou abaixo de você? A resposta é óbvia, não é? No entanto, Alckimin fez uma escolha que, pelo que tudo indica, foi muito equivocada, e atacou veemente Gilberto Kassab, tanto via publicidade quanto pelos debates na televisão. Isso gerou, ao contrário também do que se pensava, não uma vitória com folga de Marta no primeiro turno, mas a ascensão de Kassab nas eleições, um fenômeno reforçado por pesquisas da Folha. O resultado da incompetência estratégica de Alckimin, seu péssimo carisma (ele chegou a soar irritante no debate da Record, recorrendo a termos como "meu eleitor sabe...", "meu eleitor faz...") e sua prepotência quanto às conseqüências mostra um Partido da Social Democracia (PSDB) fragilizado também na figura de José Serra, que ao invés de ser associado a Geraldo que é parceiro, está impregnado na candidatura de Kassab, suposto "inimigo". O próprio PSDB enviou nota, após o fim do primeiro turno, se desculpando pelos ataques a Gilberto Kassab e assumindo uma aliança com o político dos Democratas. Alckimin, que já tentou a presidência e ficou em 2º lugar, hoje mal consegue ser prefeito.

Marta Suplicy (13): Era a estrela do começo das eleições, pois o apoio do presidente Luis Inácio Lula da Silva em pessoa durante seu comício na zona leste paulistana parecia consolidar, de fato, a influência do Partido dos Trabalhadores (PT) entre os pobres de São Paulo. Isso se provou inócuo diante de outro candidato melhor estruturado em seu marketing, menos apelativo a alianças (exceto a de José Serra) e menos mal-educado em público, pois Marta foi grosseira com programas de humor como o CQC de Marcelo Tas ou até mesmo com jornalistas da Folha de S.Paulo. Essa situação desfavorável somada ao explícito anti-esquerdismo de São Paulo, por uma maior concentração de elites e de renda em relação a outros estados, transformou-se no amargo 2º lugar de Marta Suplicy no final do primeiro turno, passando apenas o fracassado Geraldo Alckimin. Agora, na campanha de segundo turno, o que a ex-prefeita faz? Propagar marketing sobre as ambiguidades de Kassab. Isso funciona? Não. Em São Paulo nunca irá funcionar com uma clara oposição às tendências socialistas e assistencialistas que o PT gera, condenadas tanto pela própria esquerda quanto pela direita. Ao que tudo indica, a vitória de Kassab será esmagadora e Marta terá sua derrocada justamente pelo mesmo pecado de Geraldo Alckimin: a insistência ineficiente. No caso de Alckimin, isso gerou uma derrota deprimente. No caso de Marta, será em proporções nacionais, mesmo com o reforço presidencial (e da futura candidata a presidente, pois Dilma Rousseff compareceu na propaganda do segundo turno visando auxiliar a petista e endurecer a posição partidária perante o democrata).

Gilberto Kassab (25): Ele não era nada, ou era "apenas" o terceiro lugar, e agora é a estrela. Kassab não deve ser condenado pelo passado dele, como muitos imaginam (Marta constantemente o associa com Partido da Frente Liberal, PFL, tradicionalmente conservador e, de fato, o antigo partido de Kassab) e nem mesmo por ser solteiro ou sem filhos. A vida pessoal do candidato dos Democratas realmente não interessa aqui, mas sim a complexidade de sua gestão, se de fato em São Paulo ela foi boa é a pergunta. Uma coisa é clara: não é o que se divulga na propaganda. No entanto, como vice de Serra, ele conseguiu prosseguir com as políticas do titular sem questionar e pertencendo a outro partido. O jogo de Kassab é no mínimo curioso, para não dizer "camaleônico". Ele é a amostra, junto com Soninha Francine, da "morte" das ideologias no Brasil, que foram muito mal propagadas durante o regime militar e, hoje, com regime democrático e liberdades, ela não consegue mais sustentar boas idéias. Gilberto Kassab não consegue se portar com o tamanho conservadorismo de Serra, mas não chega a ter uma característica socializante como governos de esquerda. Talvez o seu traço social seja mais sutil do que muitos pensam, reformando o piso da Avenida Paulista, que realmente necessitava de reformas há muito tempo e, dessa forma, deixando de ter olhos apenas voltados para o assistencialismo ou para prédios mirabolantes como os de Maluf. Já a sua lei de "Cidade Limpa", também ao contrário do senso comum, não foi corretamente empregada e tirou o emprego de muitas pessoas sem uma regulamentação clara, a não ser por suas multas. Em campanha, o candidato do Democratas foi o único que acertou a dose de críticas a Marta, criando jargões dignos de jingles de rádios (embora eu considere questionavel a qualidade deles). Pelo mascote que ele criou, o chamado "Kassabinho", ele abandonou uma figura de político taciturno e severo para uma fisionomia agradável, mesmo com uma dicção que não colabora (ele tem língua presa). No entanto, reforçando o que falta em Marta, nem ele e nem ela discutem projetos educacionais ou mudanças internas nas escolas que já existem, mas apenas falam sobre ampliação de CEUs e escolas já realizadas. Ele, sendo o político no topo das pesquisas (e alguns diriam, até incentivado por elas), prova a ausência de originalidade em projetos de gestão, mesmo com as mudanças claras no cenário político, que era impregnado pela corrida PSDB x PT.

Resultados do Primeiro Turno:

1º Gilberto Kassab/Alda Marco Antonio (DEM) - 2.140.423 votos (33,6%)

2º Marta Teresa Suplicy/Jose Aldo Rebelo Figueiredo (PT) - 2.088.329 votos (32,8%)

3º Geraldo Jose Rodrigues Alckmin Filho/Antônio Carlos de Campos Machado (PSDB) -1.431.670 votos (22,5%)

4º Paulo Salim Maluf/Aline Lemos Correa de Oliveira Andrade (PP) — 376.734 votos (5,9%)

5º Sonia Francine Gaspar Marmo/João Batista Moraes de Andrade (PPS) — 266.978 votos(4,2%)

6º Ivan Valente/Carlos Alberto Giannazi (PSOL) - 42.616 votos (0,7%)

7º Ruy Renato Reichmann/Lucas Albano Ribeiro dos Santos (PMN) — 7.234 votos (0,1%)

8º José Levy Fidelix da Cruz/Marcelo Ayres Duarte (PRTB) — 5.518 votos (0,1%)

9º Edmilson Silva Costa/Fernanda Pereira Mendes (PCB) —4.300 votos (0,1%)

10º Ciro Tiziani Moura/Antonio Rodriguez Junior (PTC) - 3.825 votos (0,1%)

11º Anai Caproni Pinto/Afonso Teixeira Filho (PCO) —1.656 votos (0,1%)

Atual previsão do DataFolha para disputa entre Marta e Kassab (de 18 de outubro):

Gilberto Kassab - 53%

Marta Suplicy - 37%

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

lembrando flusser

Por um período de poucos dias o curso do ano é interrompido para parcela apreciável da população brasileira. A correnteza histórica dos dias e das semanas passa a formar represa, chamada "Carnaval", e passa do tempo histórico para o tempo da eterna repetição do refrão sincopado. As máscaras impostas pela história sobre a gente humilde caem e revelam a sua verdadeira face. O aparente ascensorista é revelado acrobata, a aparente vendedora de loja é revelada princesa. Rasgado o véu da história aparece a verdade, o substrato a - histórico da sociedade brasileira. O seu "paganismo", a sua "negritude".

Sem dúvida, o Carnaval, embora tenha origem "pagã", não é africano. Talvez seja fortemente adubado por elementos etruscos. O seu parentesco com os "Lupernalia" romanos o sugere. Como também o fato de ter ele triunfado, sob capa transparente cristã, no norte italiano renascentista e barroco. Em terras, portanto, etruscas. Quando resultou em comédia dell'Arte naquela precursora bem estruturada e, no entanto, improviso Happening, do Living Theater, e da Obra Aberta.

Mas o Living Theater não é Carnaval brasileiro. E embora os etruscos tenham um curioso sabor de sacralidade sensual e violenta, que Lawrence captou e que pode lembrar o Niger, os fundadores das escolas de samba não são os etruscos. Muitos mais o são as fraternidades tribais da costa ocidental africana. O Carnaval brasileiro síntese entre etruscos e bantos? Mas se o for, é síntese perturbadora.

A margem esquerda parisiense descobriu a África no começo do século, e procurou assimilá-la. Picasso elevou a África não histórica no nível da consciência histórica branca. Esta é a síntese picassiana: a história ocidental abarca a África com seu abraço. Não é a síntese carnavalesca. Nela a Grande Mãe África absorve a - historicamente do Ocidental. O caso de Picasso é o projeto ocidental, ao expandir-se, se abre ao Não-ocidente. O caso do Carnaval brasileiro é este; o projeto ocidental é absorvido, e deixa de ser projeto. E não é apenas o caso do Carnaval brasileiro. Também o é o caso de toda futura cultura brasileira, a ser porventura realizada.

Que as aparências não nos enganem. O Carnaval dos clubes burgueses não é Carnaval brasileiro. É Carnaval picassiano sem a originalidade e a genialidade de Picasso. Como não é cultura brasileira o que atualmente assim se mascara. Porque o Carnaval brasileiro não é um pôr máscaras, mas um tirar máscaras, e as máscaras ocidentalizantes ainda não caíram da face da nossa cultura. O Carnaval ainda não veio.

Publicado em "Folha de São Paulo" em 12/02/1972

Vivemos um mundo onde as máscaras não são postas e sim tiradas a cada novo olhar domesticado por nossa vida carnavalesca. Viva o carnaval diário tupiniquin! Tupy or not Tupy...

Bob Rabbit
direto da terceira margem do rio , olhando para o andar 3 1/2...

Eu quero ver gol!

Novamente o grito de gol ficou preso na garganta do brasileiro. Pela terceira vez consecutiva dentro de casa, a nossa seleção não saiu do zero (Argentina, em Minas Gerais e Bolívia na própria cidade maravilhosa, mas no estádio do Engenhão).

Sem criatividade, o Brasil não superou a Colômbia, mesmo com um Maracanã recebendo um bom público – 54.910 pagantes -, mas muito aquém de um passado recente. O empate manteve a seleção na segunda colocação das Eliminatórias, mas a insatisfação do brasileiro com sua equipe é clara e cocreta.

O Brasil demonstrou a dificuldade na criatividade logo de início do jogo, em que os colombianos montaram duas linhas de quatro jogadores (defesa e meio-campo), que compactaram a equipe visitante e diminuíram os espaços para os brasileiros.

Insistindo pelo jogo central, a seleção contou com a ineficiência da individualidade de Robinho e Kaká, além de constantes erros de passes; a conseqüência desses fatores foram o início das vaias dos cariocas, logo aos quinze minutos da primeira etapa. A voz do povo pedia atitude à seleção, algo que se perdeu com Dunga no comando. O Brasil foi feliz quando jogou no contra-ataque, contudo não sabe ser Brasil – ir pra cima e pressionar o adversário. A Colômbia utilizou-se do contra-ataque, e jogava melhor.

As vaias individuais também chamaram a atenção. O primeiro a sofrer foi o lateral-esquerdo Kleber, do Santos. O camisa 6 tocava na bola e a torcida se enfurecia; a exigência era a escalação de Juan Maldonado, lateral do Flamengo (time da casa). O Brasil criou algumas oportunidade de gols, porém nada que fizessem a seleção merecer a vitória no primeiro tempo. Após o apito do árbitro, a chuva de vaias pairou pelo Maraca.

Obviamente necessitávamos de alterações, porém nosso glorioso Carlos Caetano não se movimentou, mantendo o mesmo time do fraco primeiro tempo. O início dos 45 minutos finais foi agitado, logo no início Jô exigiu boa defesa do experiente goleiro Agustín; porém a máquina novamente emperrou e o Brasil voltou à mediocridade.

Dunga acordou, levantou-se e chamou Mancini para dar maior movimentação no ataque. O jogador da Internazionale substituiu o apagadíssimo Elano. Imediatamente após a primeira alteração, Alexandre Pato ocupou o lugar de Robinho no campo. O artilheiro da “era Dunga” abusou da individualidade, e mereceu as vaias que recebeu – talvez essa tenha sido a pior partida de Robinho com a verde-amarela. Pato, pelo contrário, em seu primeiro toque na bola quase abriu o placar.

O jogo continuava morno, e esfriou de vez para o zagueiro Juan, da Roma. O defensor voltou a sentir uma lesão crônica na coxa esquerda, dando lugar a Thiago Silva, do Fluminense. Com a entrada de Thiago, o clima clubístico instalou-se no “maior do mundo”. Devida a péssima campanha do Flu no Brasileirão, rubros-negros, vascaínos e botafoguenses entoaram o coro de “Segunda Divisão”. A crítica virava ironia, e o “Adeus Dunga” subia de volume conforme os segundo se passavam.

A seleção sentiu a pressão e perdeu-se em campo. A confusão animou a Colômbia, que se tivesse um time mais qualificado, teria vencido o Brasil em pleno Rio de Janeiro. Após 90 minutos de um sofrível futebol, restou ao brasileiro protestar contra Dunga, pedindo a cabeça do treinador. Vale lembrar que a culpa não se restringe ao comandante; jogadores e principalmente dirigentes, em nome de Ricardo Teixeira, guiam o Brasil para o caminho da impopularidade e falta de identidade. O carisma do penta-campeão esfriou, nem o brasileiro agüenta mais assistir a sua seleção.

Quer saber, concordo com o Thiago, verei o futsal, classificado à final da Copa do Mundo. Ou o Brasileirão, emocionante a cada rodada que se passa. Choque-rei no Domingo, esse eu não perco.

Nota: O técnico Alfio Basile demitiu-se do comando da seleção Argentina. O principal favorito à vaga é Sérgio Batista, treinador que guiou os argentinos ao ouro em Pequim.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Fim do Conflito no Palácio dos Bandeirantes

Encerrado às 21hs, a manifestação de policiais civis e a resistência de policiais militares nos arredores do Palácio do Governo de São Paulo encerrou com 24 feridos, muitos deles levados ao hospital Albert Einstein, nas proximidades.
Vidros de viaturas da Polícia Civil foram quebrados durante os embates. Bastante criticados pelos meios de comunicação, os manifestantes, além de usarem carros da corporação, portaram armas. A crise gerou uma imagem ruim tanto para a instituição polícia quanto para o governo do estado de São Paulo.

Serra se pronuncia no SPTV sobre greve

Em entrevista ao vivo com o âncora Carlos Tramontina da Rede Globo de Televisão, há cinco minutos atrás, o governador José Serra alegou que a manifestação, segundo ele, composta por cerca de mil pessoas, é "articulada" por organizações como a CUT e partidos políticos, não estando alinhadas com o restante da greve dos policiais.

Serra também disse que está em negociações com o comando da Polícia Civil de São Paulo e que a situação está "sob controle". A proposta do governo estadual, contra o pedido de aumento de 15%, é aproximadamente 6,3% nos salários de ativos, aposentados e pensionistas.

A manifestação continua, com interdições até nas ruas que circundam o estádio de futebol do Morumbi.

Greve da Polícia Civil chega ao Palácio do Governo de SP

Conflito iniciado às 16hrs entre policiais civis e militares no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual no bairro do Morumbi, zona sul de São Paulo, é o um episódio polêmico da greve da Polícia Civil de São Paulo, iniciada em 16 de setembro.

Com adesão de 80% das delegacias, o conflito ocorreu por uma passeata contra recusa insistente do governador José Serra em ceder 15% de aumento salarial aos investigadores e funcionários ligados a instituição, além de 12% de reajuste nos anos seguintes. O governador encontra-se, neste momento, dentro do Palácio, enquanto bombas de efeito moral são disparadas por PMs que protegem o local dos protestos da Polícia Civil.

Posts mais lidos