quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Brasileiro participou na final de campeonato de servir chopes


Após vinte anos de profissão servindo bebidas, o garçom piauiense Otagilson de Castro dos Santos, 38 anos, teve seu talento reconhecido. Hoje ele disputou, às 15h, a final do World Draught Master, mostrando que poderia ser o melhor do mundo na arte de servir chopes. Infelizmente foi desclassificado antes da semifinal, mas mostrando sua eficiência.

Otagilson começou vencendo no Brasil, contra 30 participantes do envento. Os candidatos serviram a bebida sem alteração de gosto na etapa nacional da competição para obter as melhores notas. Ele trabalha no bar SeoRosa, em Campinas, em São Paulo, e faturou 3 mil reais com a vitória no campeonato aqui, tendo ainda mais orgulho da profissão que escolheu ao vir para o sudeste brasileiro.

O 14º World Draught Master é patrocinado pela marca de cervejas belga Stella Artois. As rodadas de competição ocorreram com a lavagem de copos, a tirada do chope, a lavagem do copo manchado com espuma e a entrega aos avaliadores para provação.


Fonte: Terra

domingo, 24 de outubro de 2010

Rush mostra que rock´n´roll pode brincar com o tempo


Fotos: G1

Presente em São Paulo no dia 8 de outubro, e no Rio de Janeiro no dia 10, a banda consagrada de rock progressivo Rush fez um festival de músicas de períodos diferentes em um show com três horas. E eles provaram que o tempo não mudou o talento deles.

Por Pedro Zambarda


O que se viu em São Paulo, no estádio do Morumbi, foi uma catarse para fãs de música progressiva, instrumentalmente elaborada, no rock´n´roll. O trio canadense Rush se apresentou abrindo com a canção The Spirit of the Radio e um vídeo que brincava com os próprios integrantes em uma realidade alternativa, chamado “Rash”. Essa abertura, com um telão digno de tecnologia Blu-Ray, emocionou os fãs que não viam a banda desde 2002, no show histórico que virou DVD ao vivo.


Quem assistia o espetáculo à distância, era presenteado por filmagens em locais inusitados dos integrantes, como a câmera que registrava o baixista e vocalista Geddy Lee de cima ou outra que captava, com precisão, a movimentação do baterista virtuoso Neil Peart. Os espectadores mais próximos do palco eram brindados com a vibração e a integração do trio diretamente com eles, provocando-os. Para quem está se apresentando desde 1968, os senhores do Rush mostraram uma empolgação invejável para os jovens de hoje.


A primeira parte do show foi dominada por mais músicas recentes do grupo, como os CDs Snake and Arrows, Counterparts e Presto. Subdivisions, do clássico Signals de 1982, mostrou a capacidade do baixista Lee com os teclados, encerrando esse bloco de canções. A execução na segunda parte do CD Moving Pictures, que completou 30 anos em 2010, mostrou o fôlego dos músicos em fornecer um material na íntegra e ainda mais material durante a noite.


A música 2112, executada apenas na parte Overture / Temples of Syrinx, mostrou aos presentes a virtuose da década de 70 do trio, abusando na voz aguda de Geddy Lee e um instrumental inconstante e pesado. Alex Lifeson tocava guitarra com um sorriso estampado no rosto, enquanto Neil Peart roubou as atenções fazendo um solo de bateria que durou cerca de 8 minutos depois de Caravan, uma música lançada neste ano pelo Rush. Peart, mostrando precisão e tocando em velocidade alta, consegue transformar ritmo em melodia, deixando os fãs de bateria e os espectadores que gostam de música elaborada impactados.

Lifeson caprichou na improvisação acústica antes de Closer to the Heart. Rush encantou por trazer clássicos que não tocavam há tempos. Time Machine Tour é um nome perfeito para essa turnê, e os músicos provam que é possível manipular o tempo tocando com perfeição e contagiando tanto os nostálgicos quanto os novos fãs.

Ouça um trecho de Closer to the Heart e saiba como foi a apresentação em São Paulo:

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Informo e me formo


Você normalmente é indicado para a área de jornalismo quando possui aptidão com textos escritos, uma voz similar aos famosos locutores de rádio ou uma desenvoltura diante de uma câmera de vídeo. Superficialmente, a profissão transmite a ideia geral de que o formando faz apenas esses tipos de atividades. Quando ingressei na carreira, sem muitas intenções pré-concebidas, consegui notar que esse conhecimento aparente não se comprova nem na teoria e nem na prática.

Cheguei ao ensino superior com dois anseios, querendo me tornar um escritor de literatura desde muito novo, aos oito anos, e querendo trabalhar com informática, por gostar muito de computadores e da interação da internet com as pessoas. Durante meu percurso na Faculdade Cásper Líbero, descobri que jornalismo consegue englobar meus gostos justamente por lidar com um objeto de estudo complexo: A confecção da informação. Academicamente, pude ter acesso à obras literárias que reformularam minha escrita, além de descobrir excelentes jornalistas em autores consagrados, como Albert Camus. Profissionalmente, o mundo online se mostrou uma possibilidade aberta para que o jornalismo preencha o conteúdo em rede.

Uma grande virtude do curso da Cásper Líbero, e que pude verificar também no curso da Escola de Comunicação e Artes da USP, é as experiências laboratoriais promovidas por professores. No site de jornalismo da Cásper, pude cobrir a vinda do embaixador norte-americano para a instituição, explicando o funcionamento das eleições na época da ascensão de Barack Obama à presidência. Para o site de Cultura Geral, fiz diversas coberturas de shows de rock´n´roll, o que criou um gosto por jornalismo musical. Na revista-laboratorial Esquinas, pude fazer uma reportagem sobre cibercultura e cyberpunks, que ampliou minhas fontes especializadas em tecnologia. Aprender com experiência e teorias necessárias cria um equilíbrio de conhecimentos para o profissional.

O ensino superior em comunicação ainda enfrenta contradições e paradoxos. Há docentes que valorizam o glamour antigo dos jornalistas, tais como os grandes repórteres e as grandes reportagens. Outros professores dão noções panorâmicas de teóricos da profissão, o que enfurece alguns alunos que não conseguem encontrar relação direta com a prática do trabalho. Por fim, o trabalho jornalístico é paradoxal por não ter uma especialização por conhecimento específico, como é a medicina. Ainda falta ao ensino uma diretriz clara do que é fundamental para a profissão, além do aprofundamento no estudo da carreira. Os alunos também não apresentam o mesmo nível de interesse. Resta aos professores, diante de alguns indivíduos desinteressados, buscar apenas alguns estudantes que demonstram sua vocação dentre salas inteiras.

O mercado de trabalho no jornalismo está em crescimento com os investimentos do Brasil na informática, o que melhorou os instrumentos de trabalho da imprensa. Os problemas se centram nas condições salariais, na alta competitividade e na falta de valorização do serviço. Comparado ao começo dos anos 2000, com o estouro da supervalorização dos negócios digitais que gerou um corte expressivo de empregos, ser jornalista hoje é entrar em um mercado com vagas em áreas variadas, como assessoria de imprensa, blogs, jornais, revistas, televisão, sites e até em trabalhos similares com a publicidade e as relações públicas.

Para minha trajetória, os grandes benefícios da faculdade foram estimular o exercício constante do texto, despertar a paixão por outras mídias - como o rádio e a televisão - e, acima de tudo, estar ligado com as tendências da internet e das novas tecnologias. Ainda existem problemas na abordagem do mundo digital feita por professores, mas sou levado a crer que essas disparidades acontecem por um conflito de gerações diferentes, que viveram e vivem contextos distintos.

Hoje digo: Informo digitalmente. Essa capacidade me foi estimulada pela minha formação como jornalista, que também reforçou meu gosto por literatura e arte. Acredito que, das graduações em ciências humanas, o jornalismo é um curso que será mais atraente dentro de alguns anos, principalmente para alunos pró-ativos, criativos e com disposição. E toda essa condição será possível se houver melhorias constantes na formação superior.

domingo, 17 de outubro de 2010

O que é crescer


Ainda, aos vinte anos, o questionamento continua. Afinal, o que é crescer? Aceitar que tudo o que compôs seu mundo infantil não tem espaço na vida adulta e seguir em frente? Bem que meu pai gostaria que eu fosse adepta deste pensamento.

É curioso como o cotidiano dá a impressão de amadurecimento. Faculdade, estudo, trabalho, responsabilidades – há semanas em que me pego tentando lembrar o que comi no almoço. Tudo isto faz distanciar da rotina despreocupada dos mais jovens.

Foi a decisão tomada há mais de uma semana que mudou a perspectiva: No sábado, um dos poucos em que não tive que acordar cedo, retirei o livro da pilha bagunçada. Na capa, a letra com o título cintilante, o garoto britânico de olhos verdes e cabelos negros que eu tanto conhecia: um velho companheiro.

Como o fechar de um ciclo, e depois de iniciar e parar a leitura incontáveis vezes, eu finalmente saberia o final da história que acompanhou toda minha vida. E achava estar preparada para isso.

Agora, largada no sofá devorando as páginas, eu volto a ser a garotinha de sete anos que, deitada em sua cama, ouvia atentamente a voz da mãe contar as aventuras mais fantásticas vividas por este menino. E ela tinha pesadelos com o inimigo que, em sua imaginação, era em comum.

Ou a pré-adolescente que tinha o quarto coberto com pôsteres e foi assistir pela primeira vez, e, com uma excitação enorme, o herói de carne e osso. E que no final acabou vendo o seu primeiro filme legendado. O primeiro representa muito para a cinéfila que sou.

Então a jovem estudante vem à mente. Uma que no meio da puberdade encontrava momentos maravilhosos sentada na cama ou no mesmo sofá, curvada diante de sequências cada vez mais grossas. Foi provavelmente um dos primeiros livros a ler sozinha. Foi o primeiro de muitas coisas.

E assim aquele sentimento de preparação, de maturidade, foi dissolvido quando a primeira página foi aberta: “este livro é dedicado a sete pessoas: (...) e a você, que ficou com o Harry até o fim”. Estas palavras me fizeram parar. Até o fim. Durante o crescimento as pessoas precisam de apoios, coisas com as quais, independente do momento da vida em que estão, elas podem contar. Mais uma primeira vez para mim.

O texto na folha seguinte trouxe a emoção – ele diz que os amigos, mesmo depois de mortos, permanecem vivos em seus amigos. Outro choque me atingiu: a vida passa, o tempo chega, também, para Harry Potter. Também para mim.

Agora, separada do fim por apenas 7 capítulos, fui tomada por esta inquietação antes de dormir. Por um lado lembrei dos rostos que me reprimiram quando souberam o que estava lendo, e, por outro, do quão bem me faz sentir.

Eu tinha esquecido, estava perdido em minha rotina o quão incrível é poder sentir-se criança novamente, participar das aventuras, torcer, morder os lábios nas cenas de tensão, e sorrir como se algum segredo me tivesse sido confiado. Enfim, ter um parâmetro, olhar para o primeiro livro e analisar até onde cheguei, tudo o que houve no meio desses 13 anos.

Então eu sei o que é crescer: É buscar o antigo você na memória, plantá-lo ao seu lado e compará-lo com o de hoje. É ser capaz de distinguir onde acertou e onde falhou, é aprender a se desculpar e a não repetir os mesmos erros, é aceitar quem você se tornou e ter coragem para mudar. É conseguir conquistar o mesmo que um de seus heróis: Ter amigos para sempre, porque são eles que vão estar ao seu lado.

Mas o mais importante é manter em mente que eu não seria a mesma pessoa se não tivesse passado por aquela juventude. Não teria tomado as mesmas decisões, não estaria onde estou hoje. O agradecimento então vem - de poder fazer parte de tudo isto, de ter aprendido, me divertido, e crescido ao lado desses livros.

E agora o adeus implicado com o final das páginas me parece fora de lugar, dramático, e não serve. Fica apenas um ‘até logo’, um ‘te vejo depois’, porque ainda há filmes para ver, um parque para visitar, novas experiências a viver, outros pontos de vista para interpretar, e filhos para ouvir.

Porque afinal de contas, o primeiro de tantas coisas e o mesmo de tantos anos é como um amigo: Depois de tanto tempo juntos na jornada, não importa a distância ou a temporada sem contato - um dia eu vou abrir aquele livro e lembrar de tudo, porque ele fez parte da minha infância. E por isso faz parte de mim - até o fim.

E o Bola da Foca conquista TOP 100 2010

15.148 blogs inscritos. 1.100.000 votos contabilizados. Todos esses dados astronômicos resultaram em mais uma vitória do Bola da Foca na blogosfera brasileira. Conseguimos, pelo segundo ano seguido o TOP 100 do concurso TOP BLOG. E o que isso significa?

Significa que ficamos entre os 100 melhores blogs de comunicação da votação popular. Agora, classificados para o segundo turno, você pode eleger o Bola para que ele represente o coletivo da comunicação na internet.

Vote pelo logo ao lado direito e obrigado por nos conceder essa nova conquista.

Colaboradora do Bola da Foca tem coluna na rádio Gazeta AM

Integrante do Bola da Foca desde 2008, a jornalista Roxane Teixeira transformou sua participação neste blog em um projeto maior. Com os textos "Pequeno Dicionário Estiloso", Roxane transformou seu conteúdo em uma coluna de moda no Jornal Rádio Gazeta AM, feito por alunos da Faculdade Cásper Líbero para um público aberto, totalmente fora do meio universitário.

O programa vai ao ar de terça e de quarta-feiras, às 18h. É com felicidade que vemos um projeto simples, mas com profundidade, ultrapassar mídias e sair do blog para outros veículos.

Roxane disponibiliza os programas de rádio na internet pelo endereço http://roxaneteixeira.wordpress.com/gazeta-am/. Para ler os textos dela aqui, no Bola, clique no link http://bit.ly/dbeHgg

Esse post não é apenas um elogio aos nossos integrantes, que continuam trabalhando no jornalismo fora daqui, mas é um estímulo para qualquer estudante trilhar o mesmo caminho. Não vejam as matérias que vocês fazem apenas como simples textos, despretensiosos. Projetos da época universitária podem ganhar seriedade ainda na faculdade.

Tudo o que produzimos, com informação de qualidade, tem possibilidades de crescimento.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Quando o circo se faz necessário


O que está ocorrendo na mina San José, em pleno deserto do Atacama, no Chile, é um acontecimento que entrará para a história do Século XXI.

Da mesma forma que os ataques de 11/9, o Furacão Katrina, o tsunami no Oceano Índico ou os terremotos no Haiti e no Chile, a história dos 33 mineiros presos por mais de 2 meses há mais de 600 metros de profundidade são daquelas que atraem atenção do mundo, que criam histórias e imagens que nunca serão esquecidas.

E de todos os acontecimentos citadas, essa situação é a mais peculiar, única em todos os aspectos. Única pois nunca se viu nada em igual na tragédia com um resgate,elaborado e executado em proporções épicas. Única pois é a única história que se desenrolou lentamente, através de dois meses e com acontecimentos diários. Por fim, única pois seu final foi completamente feliz.

O mundo acompanhou por revistas, jornais, sites, blogs, perfis de Facebook e Twitter. Não faltou gente cobrindo e comentando a saga dos 33 mineiros chilenos, considerados heróis desde o principio. Segundo a última contagem são 1500 jornalistas, de quase 100 países cobrindo in loco o resgate, alguns de forma mais ativa, outros menos. É impossível prever quantos livros sairão dessa cobertura, a maior do século até aqui.

Um filme chileno, intitulado Os 33 já foi anunciado, e ninguém dúvida que a versão hollywoodiana sairá em breve. Enfim, um verdadeiro circo foi montado para os derradeiros dois dias de suspense. Mas como em poucas vezes, o circo foi necessário.

Na internet, e apenas na internet diga-se, não faltam críticas ao circo jornalístico e político que se fez em torno do resgate dos mineiros. Nâo faltam criticas à cobertura 24 horas, aos termos usados por jornalistas, comentaristas e, principalmente, à presença constante do presidente chileno Sebastian Piñera na mina, abraçando cada um dos resgatados. Críticas que soam, na melhor das hipóteses, a uma vontade intrinseca que jornalistas sentem impelidos a criticar fatos alheios que não estão acompanhando.

É uma aversão natural ao papel espectador onde a natural necessidade de comentar e relatar se tranforma em uma necessidade de criticar. Embora isto seja compreensivel, não deixa de ser uma atitude antipática e, até, antiética. O fato é que qualquer jornalista que se preze gostaria de estar acampado ao lado da mina de San José. Um bom exemplo é o contado pela ótima reporter Patrícia Campos Mello, em seu blog no Estado: Uma equipe de um pequeno jornal chileno foi dirigindo por mais de 3000 km de Buenos Aires até ao local.

A história foi escrita como poucas vezes vimos, de forma bonita, sem sangue e com lágrimas de alegria. Um país sul-americano deu um espetáculo de organização, eficiência e rapidez ao lidar com uma tragédia que se tornou nacional. Um presidente agiu de forma exemplar, cuidando pessoalmente de todos os aspectos ao redor do resgate e quando necessário, delegando tarefas que não lhe cabiam.

Com todo o respeito ao criticos, mas todo o capital politico Piñera acumulou neste episódio foi merecido. Se ele não é um herói, porque este título apenas pode ser dado aos mineiros, o presidente do Chile teve participação crucial no grande desfecho. Ocorreu tudo perfeitamente no deserto do Atacama nos últimos dois meses. Não há nada a criticar. Talvez seja isto que incomode tantos jornalistas de Twitter por aí.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Cásper Líbero vence novamente o Prêmio CBN de Jornalismo Universitário

Em 2009, Karina Gomes e Paulo Scheuer conquistaram o Prêmio CBN de Jornalismo com uma reportagem sobre refugiadas e ex-detentas estrangeiras egressas do tráfico internacional de drogas em São Paulo. Neste ano, outro grupo de alunos da Faculdade Cásper Líbero conquistou essa premiação prestigiada no radiojornalismo.

André Marchezano, Débora Centoamore e Rafael Lacerda conquistaram o concurso com uma reportagem sobre o Projeto Correspondentes, com o mote "educação e cidadania dentro de um envelope". Os estudantes fizeram a apuração e edição em áudio apenas para o concurso, sem muitas expectativas de vencer a premiação.

Débora e Rafael já colaboraram com textos no Bola da Foca. É com muito orgulho que, entre 200 reportagens inscritas, justamente a deles tenha conquistado tal reconhecimento.

Para ouvir a matéria em áudio deles, clique aqui. Entrevista com o grupo aqui.

Matéria do Prêmio CBN de 2009 aqui.

sábado, 2 de outubro de 2010

Maranhão. Ferreira Gullar. José Sarney


Maranhão é um Brasil que paulistanos e fluminenses normalmente não reconhecem. Ao folhear a edição 38 da revista Brasileiros, passando os olhos no texto de Alex Solnik, vi algo além de Ferreira Gullar e seu novo livro Em Alguma Parte Alguma. Podia enxergar algo além de enxertos de poesia e trechos sobre a vida pessoal de Gullar.


"Não, Sarney foi meu amigo da juventude. Ele tem a minha idade, com diferença de meses..." afirmou Gullar ao jornalista. Incrível como São Luís deu origem a dois indivíduos completamente diferentes, mas ligado pelas letras: José Sarney e Ferreira Gullar. O velho Gullar ainda se considera amigo do político, especialmente sobre temas abrangentes como a literatura. O velho Gullar chega aos 80 anos com um prêmio Camões neste ano. O velho Sarney continua como líder do Senado nacional.

O histórico de Gullar é intimamente ligado com a esquerda. Suas declarações misturam arrependimento e boas lições desse engajamento, que se iniciou nos anos 50. Sarney representa hoje um "dinossauro do conservadorismo". Gullar alega que a política é a principal diferença entre eles.

Gullar e Sarney são duas caras do Maranhão, duas faces de um nordeste desconhecido para muitos nordestinos e brasileiros. Gullar é uma representação cultural na poesia e na crônica política. Sarney é uma autoridade da Academia Brasileira de Letras. Gullar e Sarney são retratos de um Brasil do século XX que se prolonga, até hoje.

E o metal progressivo muda

Notícia velha, mas não custa escrever sobre.

Dia 8 de setembro, o baterista Michael (Mike) Stephen Portnoy deixou a banda Dream Theater. Ele, queria um hiato na banda. John Petrucci, Jordan Rudess, James LaBrie e John Myung queriam continuar gravando CDs ininterruptamente.

Certamente a separação deve ter envolvido brigas e desentendimentos entre esses caras, que são os melhores músicos do metal progressivo internacional. No entanto, as notícias deram a entender que Mike apenas saiu para ter seu tempo. E que o novo baterista será temporário.

Dream Theater é um marco na música internacional que, sem dúvida, teve grande parte do seu nome construído por Portnoy. O baterista permitiu a seu pai que nomeasse a banda, caracterizou seu som com uma percurssão pesada e quebrada em seu tempo.

Ter a notícia de um dos músicos formadores do estilo teve que sair de sua banda matriz é triste. O DT prolongou uma tendência iniciada pelo Rush, Genesis e Yes nos anos 1960. Muitos fãs se exaltaram e tentaram atribuir o acontecimento aos projetos paralelos de Portnoy: Na banda de heavy metal Avenged Sevelfold, ou no projeto de ícones do rock progressivo Transatlantic.

Essa crise entre fãs e as mudanças no prog é um pouco triste, mas isso deve se apaziguar nos próximos dias.

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