sábado, 30 de abril de 2011

O "reality show" que o Dream Theater fez para escolher seu baterista. Foi necessário?




A banda de metal progressivo Dream Theater liberou, nessa semana, vídeos com um verdadeiro reality show para escolher um novo baterista. Ano passado, o músico Mike Portnoy anunciou que estava saindo da banda, porque queria dar uma trégua nas gravações e o grupo resolveu seguir sem ele. Com brigas divulgas na imprensa, o DT estampou a capa de sites como Blabbermouth e a revista Classic Rock presents Prog.

Confira, abaixo, a lista dos sete candidatos ao post de Mike Portnoy:

- Aquiles Priester, 39 anos, ex-Angra e Paul Di´Anno, atual Hangar.
- Peter Wildoer, 36 anos, do Darkane.
- Marco Minnemann, 40 anos, ex-Kreator, ex-Necrophagist, ex-Ephel Duath e já tocou Joe Satriani.
- Virgil Donati, 52 anos, do Planet X e do Seven The Hardway.
- Derek Roddy, 38 anos, do Hate Eternal, Nile e Today is The Day.
- Mike Mangini, 48 anos, ex-Steve Vai, ex-Extreme e ex-Annihilator.
- Thomas Lang, 43 anos, ex-John Wetton, tocou com Roberto Fripp e Glenn Hughes.

As audições, no final, mostraram um Derek Roddy muito fraco e duro para o estilo do Dream Theater, um Aquiles Priester que mal sabia falar inglês e que se deu mal no jam de instrumentos (muito mais do que sua falha em Dance of Eternity). Ficou a pergunta, assistindo aos vídeos: Era necessário mesmo expôr sete artistas para ocupar o posto de uma banda, numa nítida jogada de marketing para um novo CD?

No final, a banda ficou entre Mike Mangini, com perfil bem parecido com o peso e a versatilidade de Mike Portnoy, e Marco Minnemann, que foge dos padrões, apesar de fazer bem as versões originais das músicas. O Dream Theater optou pela segurança de Mangini, que é amigo pessoal de Portnoy e, possivelmente, honraria sua memória. O ruim é que o próximo álbum pode ser uma mesmice, considerando que o DT sendo um dos melhores grupos da atualidade em inovação musical.

Quer conferir o show que a banda fez na internet com a seleção? Veja todos os vídeos aqui e tire suas conclusões. No ar, fica a questão se isso realmente foi necessário. Se foi, o próximo álbum será fora de série. E é isso que os fãs esperam.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Bola da Vez #14: Sites de música necessários


Algo simples: Música é o básico em nossas vidas. O Bola da Foca recomenda sites para você ouvir, apreciar ou mesmo falar sobre música.

- Last.FM (http://last.fm): Este não é um endereço apenas para ouvir canções, mas para compartilhar gostos. Através de um cadastro e um plugin para o seu programa de música, você pode mostrar pros seus amigos o que anda ouvindo. Quer um exemplo? Clique aqui.

- Grooveshark (http://www.grooveshark.com): Essa é para quem quer ouvir música por streaming, como no Youtube. Embora não tenha certas canções, dá pra montar playlists e fazer a festa do som.

- Whiplash.net (http://www.whiplash.net): Tá afim de discurtir sobre rock ou, até mesmo, enviar suas próprias resenhas? A Whip é o espaço aberto para isso, com notícias o tempo inteiro sobre música.

- Myspace (http://br.myspace.com/): Embora seja conhecida, ela está em baixa. Rede social que passou por uma reformulação para ficar parecida com o Facebook gerou complicações nos cadastros. Mesmo assim, o Myspace ainda vale pelas bandas que estão lá, mostrando música de graça de diversos estilos.

O primeiro sucesso de dois milhões de cópias do Black Sabbath


Soe pesado, algumas vezes rápido e algumas vezes com certa lentidão. Coloque algumas baladas para fazer o ouvinte respirar sua musicalidade. Não faça músicas que ultrapassem seis minutos. Este é o Black Sabbath em Master of Reality, álbum que estreou em julho de 1971. Fará 40 anos no mesmo mês deste ano.

O material foi responsável por jogar a banda no oitavo lugar das paradas britânicas e o quinto nos Estados Unidos. Conseguiu nota máxima no Allmusic, reconhecidamente por fazer canções acessíveis mesmo com todo o peso e seus temas sombrios. O primeiro encarte do vinil era curioso: Era todo preto, com as palavras Black Sabbath na cor roxa. A palavra Master of Reality era visualizável apenas por seus contornos e as letras eram onduladas. No CD, o nome do álbum foi colorido de cinza.

Lester Bangs, notório crítico da Rolling Stone, disse que o Sabbath não cresceu nesse material como fizeram os proto-punks do MC5. Se ele estava certo, não dá pra saber, mas que o quarteto liderado por Ozzy Osbourne acertou em criar um material curto e saboroso para o ouvinte é um fato reconhecido em dois milhões de cópias vendidas.


Sweet Leaf abre o CD com a tosse de Geezer Butler ao usar maconha, jogando, de cara, o tema das drogas, que é uma temática tão cotidiana e polêmica quanto a letra de Paranoid. No entanto, os assuntos sombrios não iam ficar de fora do CD. Apesar da mensagem cristã de Geezer sobre salvação, After Forever já mostra que a religião volta a ser uma abordagem comum para o novo material da banda.

Tony Iommi reduziu três semitons da afinação de sua guitarra e toca de maneira mais suja e obscura nesse CD, acompanhado pelo mesmo ajuste no contrabaixo de Geezer Butler. Embryo é uma pequena peça instrumental que antecede Children of the Grave, uma das músicas que mais mostra o ritmo forte de Bill Ward na bateria. Falando sobre inocentes que se voltam contra as guerras, como em War Pigs, a letra faz uma alegoria da situação com crianças que são enterradas vivas.

Iommi não fica satisfeito e, dessa vez, ataca em uma peça acústica com ares de música erudita. Orchid é outra das criações do guitarrista antes da fabulosa Lord of This World. Mais travada, a música retoma os temas demoníacos sobre possessão de pessoas inocentes, como as letras do primeiro CD Black Sabbath.

Em uma letra inovadora para a banda, Solitude abandona a sujeira das guitarras e os berros de Ozzy Osbourne para falar, serenamente, sobre solidão. Para fechar o material, sem tons cinzentos e mornos, Into The Void fala sobre poluição e sobre o homem se matando com suas criações, rodeado por fraseados bem pesados do instrumental do grupo de heavy metal.

Um disco direto, sujo e curto, mas com variações. Este é o Master of Reality do Sabbath.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Bizarrices da oferta de crédito no Brasil: Ovo de Páscoa pago em 10 vezes sem juros!

A classe C ascendeu economicamente e o governo Lula viveu as maravilhas de uma sociedade brasileira mais igualitaria, oferecendo um acesso maior aos serviços de crédito. Veio o governo Dilma e a economia não estava a "beleza" que era divulgada. No entanto, ainda vemos coisas bizarras assim:


Vi a foto em uma reportagem da The Economist que mostrava um ponto interessante sobre o consumo no Brasil. Infelizmente, a gente tem mania de parcelar tudo, inclusive objetos de pouco valor: leia-se bens com preço inferior a 50 reais. Isso pode ser bom na aparência, mas torna, cada vez mais, o endividamento interno uma realidade mais nítida e cruel. Reflete em um custo de vida mais caro.

Até quando vamos manter essa prática que, bem ou mal, reflete na macroeconomia do país?

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sabbath renasce do paraíso ao inferno


Exatamente hoje, há 31 anos atrás, a banda de heavy metal Black Sabbath lançava seu Heaven and Hell sem seu primeiro vocalista, o marcante Ozzy Osbourne. No lugar dele, um cantor velho, de 38 anos, e assustadoramente baixo, com cerca de 1,50 metro de altura, fez sucesso com sua voz rasgada e melódica. Ronnie James Dio transformou o Sabbath das letras sentimentais, pessoais e até de protesto da era Ozzy em um grupo especialista em músicas obscuras e solos instrumentais elaborados.

Dio também popularizou os famosos "devil horns", os chifres do demônio, após fazer esse símbolo em um show para espantar o mal-olhado diante do público - um costume comum na Itália, de onde seus parentes vieram. Depois de fazer várias vezes o símbolo na turnê, não teve como não comparar a música de Black Sabbath com rituais satânicos, embora a banda nunca faça apologia ao uso de magia negra em suas canções.


Heaven and Hell, o álbum que estreou no dia 25 de abril de 1980, abre com Neon Knights, que fala sobre ilusão, o bem e o mal e a criação da verdade. Dio canta correndo, junto com um ritmo muito mais contagiante em comparação ao antigo Sabbath. Children of Sea, a primeira composição do novo vocalista com o líder e guitarrista Tony Iommi mostra contraste entre o peso e um acústico de abertura, em ritmo mais lento, falando sobre o fim do mundo e o fim das coisas.

Apelando para refrões pegajosos, apesar do solo extenso de guitarra marcando todo o CD, Lady Evil tem uma pegada mais hard rock, para todos os gostos. Já Heaven and Hell é a música viciante que mostra tanto o vocal marcante de Dio quanto o baixo de Geezer Butler, que dá um ar mais improvisado e diferente para uma música que fala sobre as contradições do paraíso e do inferno. A ideia da canção é não passar uma impressão óbvia sobre o bem e o mal.

Falando sobre sorte, Wishing Well é a faixa mais leve de todo o disco, sem mensagens muito densas. Mudando de contrabaixista, Geezer Butler cede espaço para Craig Gluber, que arrebenta com a música meio blues Die Young. A canção fala sobre liberdade juvenil e como ela pode conduzir à morte, em uma clara referência às drogas ou ao que pode limitar a própria vida.

Walk Away fala sobre uma presença feminina e atraente que, simultaneamente, desperta o desejo de fugir. Com uma guitarra lenta e inspirada, Lonely is the Word é o clímax do disco. A solidão caminha com as pessoas pela dura estrada que é a vida. Com uma sensação de pôr-do-sol, o disco mostra como a contrariedade e a densidade das composições deram vida ao novo Black Sabbath dos anos 80. Não é a toa que esse renascimento, do paraíso ao inferno, é tido como um dos melhores CDs daquela década para os fãs de heavy metal.

domingo, 24 de abril de 2011

O que é uma agência de notícias?





Fora do alcance do público, mas diretamente conectada com os veículos de comunicação, as agências de notícias são orgãos privados que fornecem informações para os canais de televisão, jornais e veículos no mundo. Criadas no século XIX, na França, elas surgiram através de empresas como a Havas - que deu origem depois à Reuters em Londres - e como a Agence France-Presse (AFP). Essas companhias foram fruto da Revolução Francesa, do desenvolvimento do capitalismo e do florescimento de meios de comunicação com a prensa moderna de Gutenberg.

Através de contratos, elas fazem a venda de dados sobre bolsas de valores diretamente para investidores e jornais. Outras empresas, como a Agência Estado, vendem informações sobre jornalismo político - que antes eram fechadas no jornal O Estado de S.Paulo - para outros meios de comunicação. No Brasil, a Agência Brasil, em conjunto com a TV Brasil, cede informações públicas em formato jornalístico de graça.

Para quem ainda não entende como boa parte do agencia setting - a ordem das notícias que percorrem os veículos -, pesquisar as histórias das agências de notícias e sua atuação atual esclarece como é a dinâmica da imprensa e como, muitas vezes, ela compartilha conteúdo.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A trajetória nerd e célebre de Steve Wozniak


Stephen Gary “Woz” Wozniak é um homem de 60 anos que aprendeu a programar e construir equipamentos com revistas de eletrônica, ajudou a criar a Apple e é popular por ser dançarino em um programa de celebridades na TV norte-americana.

Sua palestra foi mais freqüentada da quarta edição da Campus Party deste ano, no dia 21 de janeiro, às 19h30. Ele não falou apenas da empresa que criou o computador Macintosh, mas também sobre o que impulsionou sua curiosidade por engenharia e design de computadores. Hoje, Woz é uma celebridade conhecida por ter participado em seriados e reality shows fora do mundo da tecnologia, além de fazer parte da empresa de servidores Fusion-io desde 2009.

Recebido com aplausos, ele começou a palestra falando de como o evento de tecnologia é similar aos clubes de eletrônica que ele frequentava antes de sua carreira empreendedora com Steve Jobs. E ele disse que esse espírito criativo dos desenvolvedores fez parte de todas as suas profissões. “A calculadora científica da Hewlett-Packard era o iPhone da minha época, uma sensação” afirmou, ao falar do período em que se interessou em transformar seu hobby de desmontar e construir aparelhos eletrônicos em um trabalho, que rendeu um emprego na HP ainda na década de 1970.

Woz falou para todos os presentes na Campus Party com um entusiasmo não apenas sobre os equipamentos e os sistemas que programou. A palestra era para promover seu livro autobiográfico, chamado iWoz, que foi traduzido neste ano para o mercado editorial do Brasil. Por isso, ele relembrou diferentes fases de sua carreira.

A formação de Steve Wozniak

“Educação é a base, mas não só a educação das escolas. Pode ser apenas de um amigo, mas é necessário pensar fora da caixa”, afirmou Woz, dizendo também que seu pai foi um dos responsáveis por ele seguir na área de engenharia da computação. Wozniak também pensava muito sobre as tecnologias que estavam em voga quando começou a trabalhar para pagar seus estudos na Universidade de Califórnia, em Berkeley.

“Quando eu vi Pong pela primeira vez, eu sabia que queria fazer aquilo com a televisão que tinha em casa. Steve Jobs veio até mim dizer que estava trabalhando ali ao lado, na Atari, com Nolan Bushnell. Resolvemos fazer videogames”, disse Woz, sobre os serviços esporádicos que ele fez com seu parceiro, imitando o que fazia sucesso no momento. Wozniak também relembrou quando viu Bill Gates alcançar o sucesso programando na linguagem BASIC, que ele copiou depois, código por código. A carreira de Woz essencialmente foi prever e aproveitar as grandes renovações ao seu redor para criar tecnologia.

O videogame Pong, da Atari, foi uma de suas inspirações para criar o Apple II, que possuía uma grande biblioteca de jogos para um dos primeiros microcomputadores. No entanto, um acidente de avião na Califórnia quase arruinou sua carreira em 1981. Graças aos mesmos jogos eletrônicos, ele fez exercícios ainda no hospital para recuperar sua memória, que sofria com constantes amnésias.

Sobre sua saída da Apple, em 1987, Woz respondeu a uma das espectadoras da Campus Party que ocorreu porque ele queria voltar a estudar engenharia da computação em Berkeley e obter seu diploma, ao contrário de Steve Jobs. Ele descreveu Jobs como alguém com um senso incomum para vender tecnologia, ao contrário de sua carreira, que sempre envolveu programação e construção de equipamentos. “Até hoje somos amigos e eu costumo ligar para ele, às vezes”.

A visão de negócios de Wozniak

Woz criou a CL 9 em 1985, no mesmo ano em que Steve Jobs foi demitido da Apple. Nessa empresa, ele criou o primeiro controle remoto universal para televisões, que funcionava em qualquer aparelho e permanece no mercado até hoje. “Eu sou a favor do open souce” disse ele aos presentes na Campus Party. Seu empreendimento com TV não nega que ele queria equipamentos que funcionassem em qualquer situação. Mesmo visionário, o negócio foi encerrado em 1988.

Mesmo com essa nova companhia, Wozniak continuou trabalhando como empregado para a Apple, mas sem um vínculo integral. Ele admira os produtos de Steve Jobs hoje, mas argumenta que o sistema operacional Android, que possui código aberto, está chegando aos usuários por conta do controle que a concorrência exerce em seus programas. “Mesmo assim, o iPhone ainda é o celular com os melhores aplicativos”.

Ele também foi criador de uma empresa chamada Wheels of Zeus, que tentou se lançar no mercado de GPS em 2001. A companhia fechou as portas cinco anos depois. Mesmo assim, Woz afirmou na Campus Party que a tecnologia e o mundo é para os hackers, os interessados em criar, sejam eles com empreendimentos grandes ou pequenos.

Quebrando preconceitos

Ao longo de sua palestra para os brasileiros, Woz afirmou várias vezes que sua vida, seus estudos e seu trabalho sempre foram regados com humor e piadas. Essa felicidade certamente não seria possível sem seu talento com eletrônica ou sua experiência com trabalhos fora do usual em sua carreira.

Desde sua saída da Apple, ele empreende projetos filantrópicos educacionais com escolas na Califórnia. Em 2008, ele tomou a decisão de participar do reality show da emissora ABC Dancing with the Stars, com a dançarina Karina Smirnoff. Mesmo com o preconceito do público com seu quadro físico de obesidade, Wozniak conseguiu chegar na quarta posição da competição e se tornou conhecido fora do mundo da tecnologia. Em muitas entrevistas, ele afirma que há americanos que o conhecem apenas por sua participação na TV.

No dia 30 de setembro de 2010, Woz participou de um episódio da série The Big Bang Theory. Em sua aparição, o personagem Leonard tenta explicar para a vizinha Penny quem é Steve Wozniak, contando sobre sua história com a Apple. Mas ela insiste que ele é apenas o dançarino gordinho do programa Dancing with the Stars.

terça-feira, 19 de abril de 2011

All-Star Superman nas telonas


A melhor história do Homem de Aço nos últimos anos ganha uma adaptação fantástica para DVD e Blue-Ray

Em 2009, a DC Comics resolveu lançar duas minisséries especiais sobre seus dois principais personagens: Superman e Batman. A intenção era criar um arco curto e fechado, feito pelas melhores mãos disponíveis para o trabalho. O próprio nome das minisséries já chamava a atenção, All-Star. Os resultados foram dispares. All-Star Batman, feita pelas mãos de ninguém menos que Frank Miller, naufragou epicamente. Foi um desastre de vendas e crítica. Já All-Star Superman, escrita pelo polêmico Grant Morrison foi simplesmente um marco na história do Homem de Aço, ganhando agora uma merecida adaptação para DVD e Blue-Ray.

Adaptar All-Star Superman foi, acima de tudo, uma decisão corajosa da DC e da Warner Bros. A minissérie não é uma história “comum”, como A morte do Superman ou Apocalipse, que já foram adaptadas (por mais que a primeira não seja exatamente comum também). A verdade é que, aproveitando a liberdade que uma minissérie lhe dá, Grant Morrison acabou por criar um manifesto sobre o que significa a existência de um ser como Superman, com poderes de um Deus, mas que escolheu lutar por pessoas mais fracas em vez de conquistá-las. Em apenas 12 volumes Grant Morrison faz pelo Superman aquilo que Alan Moore fez por Batman em A Piada Mortal. E o mais impressionante é que tudo foi adaptado à perfeição na animação recém-lançada.

A premissa de All-Star Superman é tão simples quanto fantástica. Tentando salvar uma missão tripulada ao sol, Superman cai em uma armadilha de Lex Luthor, e acaba tendo suas celulas saturadas pela energia solar, o que triplica seus poderes e sua capacidade mental. Contudo, isso também faz dele um paciente terminal. O Superman está morrendo, e ele precisa decidir o que fazer em seus últimos dias. Vale lembrar que, como uma minissérie, Grant Morrison não precisou se preocupar com a cronologia oficial das histórias do Superman, ou com qualquer conseqüência de seu trabalho. Ou seja, ele teve liberdade completa e absoluta.

Com um traço leve e pasteurizado, que lembra um pouco as animações européias, All-Star Superman é um espetáculo aos olhos quando assistida em HD. Cada movimento de plantas e cabelos é trabalhado ao extremo, e podemos perceber cada detalhe. As cenas no espaço se tornam especialmente encantadoras, e poderiam ser muito bem fotografadas e transformadas em um quadro. Mas é no roteiro mesmo que está o motivo pelo qual a animação é memorável. O árduo trabalho de adaptar 12 volumes foi feito com maestria, e embora o trabalho completo de Grant Morrison não esteja na animação, a sua essência foi mantida e respeitada.

Embora a presença maior em cena seja de Superman e Lois Lane, todo o roteiro gira em torno da conturbada e pouco esclarecida relação entre o Homem de Aço e Lex Luthor. Afinal, por que Lex odeia tanto o Superman? De onde vem sua obsessão? Sem querer entregar qualquer tipo de spoiler, Grant Morrison responde esta pergunta usando um terceiro personagem: Clark Kent. Tratar o alter-ego de Superman como um personagem à parte e fazendo-o dialogar com Lex Luthor e com Lois Lane dá uma magnitude muito maior à imagem já batida do herói. E ainda por cima, de forma quase involuntária, responde de forma inquestionável uma dúvida que todo fã já teve: Por que ninguém reconhece Clark Kent como o Superman, mesmo que ele use apenas um par de óculos?

All-Star Superman não é uma história palatável e fácil, e um espectador que não está familiarizado com o universo DC pode ser sentir em um lugar completamente estranho. Discussões e referências sobre este universo são lançadas a todo momento, e seus aspectos e conceitos mais fantásticos e abstratos são tratados como se fossem algo natural e simples. De fato, Grant Morrison fez um trabalho para fãs de Superman, e é assim que a animação também deve ser tratada. Difícil, complexa, profunda, mas absolutamente genial.

domingo, 17 de abril de 2011

Como um filme de terror B, eles criaram o heavy metal


Gravado em 48 horas, com banda ao vivo e um som incrivelmente pesado e mórbido. Foi assim que, em 13 de fevereiro de 1970, numa sexta-feira, a banda Black Sabbath lançou seu primeiro álbum homônimo. O grupo ganhou esse nome porque, segundo o baixista Geezer Butler, eles não entendiam como pessoas iam assistir filmes de terror se sabiam que iam se assustar. Pensavam em fazer um sucesso parecido com seu som diferente.

A música Black Sabbath abre o CD mostrando a voz nasalada do famoso frontman Ozzy Osbourne e os acordes na guitarra elétrica que se assemelham a barulhos de trovões, acompanhados por um fundo que lembra uma tempestade. O clima de terror e o medo da figura demoníaca atraem o ouvinte logo nessa entrada. Próximo dos últimos minutos, o guitarrista Tony Iommi mostra seu talento para as improvisações e faz um solo com escalas aproveitando o retorno do seu instrumento.

Apesar de definirem o som do gênero heavy metal nesse material obscuro, The Wizard é uma faixa que mostra a influência de folk no som do quarteto inglês, que integra o som de gaita com guitarras ritmadas. Ozzy abandona a voz de medo e ganha um tom maleável que mostra seu talento como intérprete. Behind the Wall of Sleep abusa de um fraseado marcante dos instrumentos que também mostram outro talento da banda inteira como criadora de sequências marcantes.

Essas características são elevadas ao máximo em N.I.B. (música em homenagem ao apelido do baterista Bill Ward por sua barba). Com um refrão de guitarra elétrica grudendo que surge depois de um solo de baixo de Gezzer, Ozzy começa a cantar em um ritmo blues rock, que lembra a música negra americana. O tema abordado pela canção é similar ao de Black Sabbath, mas do ponto de vista de Lúcifer, o diabo em pessoa. Iommi mostra novamente seu dom para a criação de inovações como solista e coloca uma improvissão digna de um bom jazz no meio da música.

Evil Woman tem a pegada de um bom single - com uma letra deslocada do resto do CD - e sai da temática religião e espiritualidade normal do Black Sabbath. O formato da música é bem pop, o que mostra a influência de Beatles nas interpretações de Ozzy Osbourne. A canção, originalmente, é um cover de uma banda chamada Crow, que destoa do restante do álbum.

Sleeping Village rouba a cena com um acústico melancólico de abertura, saindo um pouco do som elétrico. Ozzy canta a lamentação e o isolamento de uma vila interiorana. A abertura breve reflete o modo de vida que os Sabbath tinham em Birmingham, uma cidade pobre e cinza na época em que eles faziam sua rock´n´roll. A música encerra com improvisações da guitarra, bateria e baixo, mostrando a habilidade dos integrantes em quebrar regras de harmonia ou de regularidade em suas criações.

Warning mostra as habilidades individuais de cada integrante da banda em um grande jam de 10 minutos. Em Wicked World, os fraseados da guitarra elétrica voltam com um Ozzy cantando em um volume mais agudo e rápido.

Apesar de algumas criações puxadas pelo jazz e pelo blues mais puro, esse material do Sabbath é bem fácil e divertido de se ouvir. Algumas construções complexas nas músicas ficam mais leves com a combinação de acordes simples que a banda escolheu. O material também é uma chance de ouvir a voz de Ozzy Osbourne no começo de carreira. É um disco de 41 anos que continua agradável para se apreciar hoje, sem perder suas qualidades.

The Gameboys, o som de gamers com feeling na Virada Cultural 2011


Outra atração na Virada Cultural 2011, a banda paulista The Gameboys faz uma música sobre temas de videogames bem mais leve do que o Megadriver, e com mais inspiração no som. Com bastante teclado e solos, a banda formada em 2007 na Faculdade Santa Marcelina (FASM), faz versões que agradam gregos e troianos, sem ficar preso ao heavy metal.

Confira, abaixo, uma apresentação deles na FASM, tocando uma versão extensa e abrangente de músicas do jogo The Legend of Zelda. Vale a pena ouvir.

Não conhece Megadriver? Confira um dos primeiros vídeos deles

Divulgado por "Nino Megadriver" no começo da carreira deles, o audiovisual mostra uma versão da música Green Hill Zone do jogo Sonic tocada com uma guitarra montada com uma carcaça do videogame Megadrive. Vale a pena pelo peso e pela criatividade (apesar de ter qualidade de filmagem baixa).

Um dos sons dos games na Virada Cultural 2011

Cerca de 15 minutos antes das 3h da manhã do dia 17 de abril, a banda Megadriver foi ao palco da Dimensão Nerd, área dedicada aos amantes de videogame, RPG e animes na Virada Cultural de São Paulo. Grupo formado pelo guitarrista Antonio "Megadriver" Tornisiello, o grupo explodiu com seus solos bem elaborados e o baterista, que incrementou seu instrumento e agora abusa de pedais duplos e várias viradas.

O público vibrou com músicas que foram de Final Fantasy até animes como Dragon Ball e séries japonesas como Jaspion. O principal guitarrista chegou a gritar, com voz gutural, a palavra Sega antes de tocar clássicos do jogo Sonic. Na versão tradicional da banda para o jogo Top Gear, as pessoas disputaram espaço em um bate-cabeça bem humorado, mas sem ninguém sair machucado do empurra-empurra.

O Megadriver estava divulgando seu novo CD - Metal for Gamers. Como eles não cobram direitos autorais pelas músicas, pois são covers de outros compositores, os discos eram distribuídos de graça e há download pela web. Por isso, no show podemos notar que o sucesso deles é mesmo com apresentações.


No entanto, ao terminar as músicas, que contaram com o apoio de um vocalista no final em composições mais originais, ficou a sensação que a banda não está variando muito a escolha do setlist. Falta, para eles, talvez mais tempo para compôr material novo e, assim, dar uma mudada nas escolhas no palco.

Mesmo assim, é cativante perceber como música de videogame reuniu pessoas tão diferentes. Entre o público havia uma senhora na terceira idade que era desenvolvedora de jogos para celulares no UOL. Haviam também muitas crianças e jovens curtindo o som pesado e empolgado do Megadriver.

sábado, 16 de abril de 2011

Governo Dilma prevê salário mínimo de R$ 616 para próximo ano



O novo governo já prevê salário mínimo de 616,34 reais no próximo ano, mesmo com os cortes no orçamento neste ano. Reajuste obedece a fórmula aprovada pelo Congresso no início do ano, que estabelece correção pela inflação oficial pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do ano anterior mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos atrás, que foi 7,5% em 2010.

Ou seja, o aumento do rendimento do brasileiro vai acompanhar a inflação, que não se sabe se será maior do que no governo Lula. A estimativa, no entanto, leva em conta a inflação mais baixa que a apontada pelo mercado. Segundo o Planejamento, o IPCA acumulado neste ano será de 5%.

O relatório Focus, outra pesquisa divulgada toda semana pelo Banco Central, aponta que a inflação oficial fechará 2011 em 6,26%, apostando em um dado maior. Os dois percentuais, ainda assim, mostram um controle efetivo do governo sobre a economia.

Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Bola da Vez #14: Tumblrs interessantes


Tumblr é uma plataforma para blogs assim como temos aqui o Blogger e como outras pessoas usam o Wordpress. Com design atraente, o sistema é focado para textos curtos, e é conectado com redes sociais como o Twitter e o Facebook. Por ter esse formato, muitas pessoas utilizam para postar fotografias e material visual.

Listei abaixo cinco tumblrs que valem a pena serem vistos. Os critérios não foram apenas a boa aparência das páginas, mas também a maneira inovadora que alguns blogs abordam certos assuntos. Confiram.

- Exame.com (http://examecom.tumblr.com): Esse blog é interessante não só pelo assunto, que é economia e negócios, importante para todos, mas pelo formato. O site divide a tela entre várias matérias, vídeos e galerias de fotos interativas. Para quem quer ver várias matérias com um design limpo, vale a visita.

- Porra, Maurício! (http://porramauricio.tumblr.com/): Dedicado aos desenhos da Turma da Mônica, do autor Maurício de Sousa, Pablo Peixoto tira sarro com piadas de duplo sentido em alguns quadrinhos da obra. As piadas são simples, inteligentes e bem selecionadas. Humor de primeira.

- Sniper-Serra (http://sniperserra.tumblr.com/): Este blog morreu, mas ainda vale ser visitado. Brincando com uma foto que foi divulgada na imprensa do ex-governador de São Paulo, José Serra, com um rifle, os posts fazem piadas com política. Vale ser revisto, porque 2010 foi um ano importante com a eleição de Dilma Rousseff.

- Scanwiches (http://scanwiches.com/): Escanear sanduíches resulta em um bom blog? Não sei, mas essa página mostra muitas coisas que você só vai encarar no almoço de uma outra maneira. Com um fundo preto sinistro, Scanwiches mostra scans de comida. Apenas isso. E não deixa de ter sua genialidade (embora seja meio estranha).

- I Love Charts (http://ilovecharts.tumblr.com/): Essa é para quem gosta de infográficos - feitos à lápis ou estilizados. O autor mostra informações feitas com caneta e até ilustrações elaboradas. Vale pela criatividade dos grafistas e pelas informações que eles colocam em choque.

O atirador do Massacre em Realengo fala ao Jornal Nacional e ao Youtube




Dia 7 de abril de 2011, o jovem Wellington de Oliveira Menezes pegou dois revólveres, um 32 e outro 38, foi até a escola Tasso da Silveira, no bairro Realengo, no Rio de Janeiro. No local, matou 12 crianças, entre 12 e 15 anos. Fugiu da polícia, levou um tiro e se matou.

Agora aparecem nas TVs e entre os vídeos de Youtube: A mensagem de Wellington antes de morrer, no dia 5. A mensagem ganhou os holofotes no Jornal Nacional de ontem, na rede Globo. A tragédia mostra o bullying - zoações e repressões de pessoas na infância - e o imprevisível para a televisão.

Culpa da mídia, das armas, dos videogames, dos exemplos violentos? Certamente não. Wellington fez o que fez porque tinha que fazer, segundo as próprias palavras dele, sem sentido.

domingo, 10 de abril de 2011

Dilma completa 100 dias de um governo diferente de Lula


A nova presidente do Brasil completa três meses e 10 dias com uma gestão peculiar frente ao Brasil. Dilma Rousseff parece ter uma abordagem mais técnica sobre os problemas econômicos do país, sobre a postura política que um governo deve ter e, inclusive, sobre sua própria postura diante de líderes de outros países, como Barack Obama, que visitou as terras brasileiras mês passado.

Confira, abaixo, 10 acontecimentos que marcam a gestão Dilma com as atuais comemorações:

1) Presidente transformou o palácio do Planalto em uma mostra aberta de 80 artistas plásticas brasileiras, mulheres, incluindo Tarsila do Amaral e seu Abaporu.

2) Dilma não fez alarde durante seu almoço com o vocalista do U2, Bono Vox, na sexta-feira. Órgãos de comunicação do governo não transformaram o evento em uma "festa", como seria na gestão de Lula. Eventos similares, especialmente solenidades, foram tratados da mesma maneira. Alguns acusam o governo de estar vetando o acesso da imprensa para determinadas decisões.

3) O governo ficou com imagem de austero durante a sucessão da presidência da mineradora Vale. Segundo reportagens de O Estado de S.Paulo e da Folha de S.Paulo, o ministro Guido Mantega tentou intervir para que a saída de Roger Agnelli diminuíssem as exportações de recursos para a China. Na visão dos analistas de Dilma, a força da Vale internacionalmente enfraquece o mercado nacional.

4) O ministro da Fazenda, Guido Mantega, decepcionou em tentar conter a constante desvalorização do dólar, que chegou na faixa de R$ 1,65 neste semana. A ausência de medidas econômicas por parte do governo pode fazer explodir a inflação no país.

5) José Sarney, novamente presidente do Senado, suspende concursos públicos e benefícios de horas extras, tentando tirar sua imagem de patriarcalista como autoridade política. Os cortes estão em sintonia com a contenção de gastos do governo.

6) Henrique Meirelles aceitou o cargo de responsável pela Autoridade Pública Olímpica (APO). Seu trabalho, depois de sair do Banco Central, será organizar toda a estrutura do país para eventos esportivos internacionais. Até o momento, isso permanece uma incógnita.

7) Dilma mostrou envergadura, diante da visita de Obama no Brasil, para tratar de assuntos delicados sem desrespeitar o presidente americano. Dilma quer garantir um local no Conselho de Segurança da ONU e está insistindo com Barack Obama para melhorar as relações entre os dois países. Ponto muito positivo para um começo de mandato.

8) A postura do governo se tornou mais crítica em relação ao Irã. Ao contrário de Lula, os ministros de Dilma criticam o autoritarismo de Mahmoud Ahmadinejad e seus constantes desrespeitos aos Direitos Humanos.

9) O governo Dilma criticou a intervenção americana na Líbia, mantendo coerência diplomática.

10) Dilma reforça a estratégia de Lula com o aumento do Bolsa Família, mas traz um enfoque para as donas de casa, tendo um diferencial. O objetivo, desde o governo anterior, é aumentar a entrada de pessoas para a classe média.

Com informações da Agência Estado e do site Exame.com.

Líderes africanos vão tentar cessar-fogo na Líbia


Liderados pelo presidente da sul-africano Jacob Zuma, cinco líderes africanos vão para a Líbia hoje para se reunir com o líder Muammar Gaddafi e com os rebeldes para tentar fechar um cessar-fogo no país. A tentativa é para estabelecer um diálogo entre os dois lados do conflito, que já levou a morte para, pelo menos, oito mil pessoas.

Fazem parte da comitiva os presidentes da República Democrática do Congo, da Mauritânia, do Mali e de Uganda. A União Africana pediu o fim imediato dos confrontos na Líbia e propôs um período de transição para implementar reformas políticas no país, de maneira democrática.

Rebeldes querem que o acordo inclua a saída de Gaddafi e de seus filhos do poder. A Otan continua atacando forças do ditador pelo ar, e conseguiu destruir 15 tanques no final de semana.

Aproximadamente 34 nações estão envolvidas nas operações internacionais na Guerra da Líbia, sob comando da Otan. De acordo com a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), a missão é proteger os civis. Há relatos de rebeldes que foram acertados por ataques da coalizão de países.

Com informações da Agência Brasil e da BBC.

sábado, 9 de abril de 2011

Yuto Miyazawa: O prodígio da guitarra e do heavy metal


O garoto japonês acima chama-se Yuto Miyazawa e tem apenas 11 anos. A guitarra Flying V da Jackson que ele carrega é, praticamente do eu tamanho. Mesmo tão novo, ele consegue fazer versões de músicas de bandas como Lynyrd Skynyrd e Jeff Beck. Mas o que ele gosta mesmo é de Ozzy Osbourne e de seu falecido guitarrista, Randy Rhoads.

Yuto consegue, com essa idade, tocar guitarra, cantar e fazer os solos complicadíssimos de Rhoads ao mesmo tempo. Seu dom lhe rendeu o prêmio em 2008 como maior talento prodígio na guitarra elétrica do Guinness Book.

Para conhecer um pouco sobre seu talento, veja dois vídeos abaixo. Um deles é a música Mr. Crowley, tocada quase inteiramente pelo garoto. No outro, Ozzy Osbourne convidou o menino para tocar Crazy Train na apresentação da Blizzcon, em 2009.




sexta-feira, 8 de abril de 2011

Três anos de Bola da Foca em fotos

Este blog tem três anos de vida. Nasceu com o intuito de agregar textos de diferentes pessoas interessadas em jornalismo. Para comemorar, infelizmente o autor deste post está sem creatividade. Então ele resolveu republicar duas fotos da equipe do Bola da Foca nos prêmios TOPBLOG dos anos de 2009 e 2010. E feliz aniversário para nós e para a imprensa, com suas virtudes e defeitos!

Em 2009: Ana Júlia Castilho, Mariana Bruno, Pedro Zambarda,
Priscila Jordão, Fernanda Briones e Ariane Fonseca

Em 2010: Pedro Zambarda, Priscila Jordão e Ariane Fonseca

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Sobre Kurt Cobain e os suicidas


Kurt Cobain se matou em 5 de abril de 1994. Como li num texto do jornalista André Forastieri, a atitude do roqueiro pode, sim, ser encarada como uma enorme covardia para o mundo da música e do rock. No entanto, o falecimento do vocalista do Nirvana imortalizou a banda, criou ainda mais fãs e, certamente, incentivou mais suicídios.

A fama de Cobain e do Nirvana acontece porque todos nós temos curiosidade em morrer. O suicídio é, certamente, a via mais rápida para chegar nesse desconhecido. É, de fato, uma convardia diante da coisa maravilhosa que é viver - para muitos. No entanto, essa via acelera os nossos desejos estranhos de nos tornar "um nada" diante da existência.


Exemplo similar aconteceu com a atriz Cibele Dorsa. Dia 25 de março ela pulou de seu apartamento no Morumbi e morreu. O motivo: Diferente de Cobain, que não aguentava a fama e o vício de heroína, ela teve vontade de morrer depois do suicídio de seu noivo, o apresentador Gilberto Scarpa. Dorsa foi manchete da revista Caras, que recebeu processo do ex-namorado de Cibele, Doda, mencionado em uma carta de suicídio. O fascínio da atriz pela morte foi tão grande que ela chegou a tuitar antes de se jogar do prédio.

E hoje, tivemos mais um exemplo de suicida. No Rio de Janeiro, pela manhã, um jovem chamado Wellington Menezes de Oliveira entrou em uma escola pública, baleou 27 pessoas e matou 12 crianças. O caso ganhou repercussão nacional. Adivinhem o desfecho? Ele foi baleado pela polícia e, antes de ser capturado, se matou. O crime, até o momento, não tem explicação. Uma carta foi deixada, misturando mensagens religiosas com uma confissão: Oliveira era portador de HIV.

A herança de Cobain, e de todos os suicidas, é o fascínio pela morte. Tal como ela é em relação com a vida, a atitude dessas pessoas é, de fato, inexplicável.

Sobre o dia do jornalista e o destino de alguns focas


"Blogueiro não é jornalista".

Acordo todo dia - de semana - às 4h da manhã. Lavo o rosto. Lavo muito bem o rosto, porque alguns dias é difícil levantar. No entanto, quando estou no ônibus, já perto da editora Abril, me animo bastante. Me tornei jornalista do site da Exame assim que peguei o diploma. Sim, aquele que, segundo o senhor Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, não vale nada.

Consegui isso com estágios e, sobretudo, com os tempos livres que me dediquei a este blog, o Bola da Foca. Amanhã este filhote completa três anos. Hoje é Dia do Jornalista.

Resolvi tirar o dia para escrever um texto não elogiando a profissão. Jornalismo enfrenta problemas de salários, de condições de trabalho, de valorização profissional e de pouco conhecimento do próprio público. Somos obrigados, muitas vezes, a deixar de lado pautas importantes para atender interesses que, quase sempre, não são os necessários para uma sociedade em busca da prosperidade.

Mas resolvi escrever sobre os destinos de alguns dos colaboradores deste blog.

Eu trabalhei com assessorias de tecnologia, sites de tecnologia e hoje estou num espaço de economia e negócios. É um assunto que nunca dominei mas que, confesso, está me ensinando a entender melhor o mundo que me rodeia. Tudo funciona economicamente - inclusive quando a coisa não envolve dinheiro.

O Thiago Dias ficou no "lado negro" da assessoria de imprensa, mas ele é feliz (acho eu) com a FSB Comunicações. A Mariana Bruno está fazendo trabalhos na Casa Cláudia, também na Abril. A Ana Júlia Castilho também está no mundo de assessoria de imprensa, mas continua com o dom dela para filmagens.

A Priscila Jordão deu sorte grande e é estagiária na Reuters. A Larissa Tsuboi teve uma passagem marcante pela revista Veja. O Leonam Bernardo faz matérias bacanas para o site da Veja São Paulo. O José Edgar de Matos foi pro Terra Esportes. O Cauê Fabiano foi para o Macworld e o amigão dele, o Rafael Lacerda, pro Olhar Digital. A Lidia Zuin continua pesquisando na Cásper e editando revistas da faculdade.

Esqueci de alguém? Me lembre nos comentários. Só não me xingue, por favor.

E essa ladainha toda nesse texto tosco serve para dizer uma coisa: Essa capa da revista Imprensa não é de toda verdade. Algumas pessoas deste blog estão começando suas carreiras jornalísticas de uma maneira interessante, em veículos importantes, e escreveram sem pretensões em um blog. Blogueiros podem ser jornalistas, embora nem todos eles sejam.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O novíssimo heavy metal e a energia do Avenged Sevenfold


Fotos do G1

Muitos jovens de 16 anos estavam vestidos com camisetas que tinham caveiras aladas desenhadas neste último domingo, dia 3 de abril. Era a apresentação da banda de new metal Avenged Sevenfold (AX7), no Credicard Hall, zona sul de São Paulo. Assim como System of A Down e Linkin Park, o som dos caras não era nada leve, mas ainda assim cativa principalmente os mais novos. O que o público não sabia é o quanto a apresentação ia ser pesada.



O show começou às 20h20, com vinte minutos de atraso. Os sinos pacíficos de Nightmare não sinalizavam bem o som que estava prestes a vir. A base suja e pesada de Zacky Vegeance surgiu e ficou em contraste com a outra guitarra melódica do solista Synyster Gates. Johnny Christ, de moicano e blusa branca, veio disparando no contrabaixo. Todos os sons estavam exageradamente altos por culpa da produção. Mesmo com as caixas de som estourando, o público vibrou, gritou e pulou em sintonia.


O vocalista Matthew Charles Sanders, conhecido pelo apelido M. Shadows, era um espetáculo peculiar. Mesmo com o som desregulado do Credicard Hall, sua voz potente e absurdamente forte conseguia se destacar entre instrumentos embolados. Quando a música Beast and The Harlot foi tocada, praticamente todos os presentes sabiam a letra e cantaram junto com a banda. A canção foi bastante divulgada pelo jogo Guitar Hero II. Os sons se regularam nessa música e todos apreciaram o metal furioso do Avenged sem os problemas técnicos da abertura.

Para quem assistiu os shows dos camarotes e da arquibancada, deu um pouco de aflição ver os bates-cabeças em três rodas gigantes nas pistas normal e VIP. Mesmo assim, o público pareceu curtir a bagunça no show, que tinha músicas propícias para se movimentar e gritar junto. Infelizmente, a aglomeração deixou alguns dos espectadores passando mal com desmaios.

O novo baterista, que assumiu oficialmente a banda no lugar do contratado Mike Portnoy - ex-Dream Theater -, não fez feio. Arin Ilejay tocou com vontade e suas baquetas acertaram com precisão as músicas que abusavam de pratos. Elas foram compostas originalmente por Sullivan "The Rev", baterista falecido da banda, no final de 2009. Uma homenagem foi prestada ao músico em So Far Away, uma das músicas mais calmas e melódicas da apresentação.

Mas a música mais lenta foi Fiction, perto do final. O estranho na música era a presença de um piano que, aparentemente, não foi tocado pela banda. O instrumento era mais uma lembrança ao The Rev. Afterlife fez os fãs tradicionais da banda lembrarem do som em 2007. God Hates Us recuperou o peso. O show acabou, após muitos gritos e saudações agradecidas, com Save me. O espetáculo todo foi de 1h30 de rock repleto de solos, distorção e som agressivo.

A banda ainda disse que demorou para voltar, sendo que eles fizeram uma apresentação no SWU com Portnoy, no ano passado. Para o público, ficou a sensação que eles são jovens, esforçados e competentes - assim como seus fãs, que tem um autêntico carinho pelo grupo. Provavelmente retornarão diversas vezes, após produzirem mais material novo.

Pedro Zambarda foi convidado ao show pela assessoria da Ericsson. A análise do espetáculo não sofreu qualquer influência da empresa.

sábado, 2 de abril de 2011

Hoje tem turnê Scream, de Ozzy Osbourne, no Brasil

Hoje Ozzy se apresenta em São Paulo, não mais com o guitarrista Zakk Wylde, no Arena Anhembi. O ícone do heavy metal traz uma nova revelação da guitarra: Gus G, um jovem que está tornando sua música mais limpa e crua.

Para quem não lembra, o primeiro texto com apuração in loco do Bola da Foca foi seu show em 2008. Agora ele volta ao Brasil, cumprindo sua promessa de fazer mais shows por aqui.

Posts mais lidos