quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Nirvana é punk rock?


Não, não fui eu que conclui esse tipo de rotulação. Li isso no blog do jornalista André Forastieri. No mês de aniversário de duas décadas do Nevermind, do Nirvana, acho importante essa afirmação.
O Nirvana foi fundado em 1985. Era uma banda ética e conceitualmente punk na América de Reagan - potencial comercial zero
Eu, como todo mundo, sempre pensei na banda como uma sopa de influências que é o grunge no rock. No entanto, essa afirmação faz todo o sentido se você levar em conta o suicídio do vocalista Kurt Cobain, deprimido com a fama e as drogas, e o impacto que o grupo soltou em sucessos pops como Madonna e Michael Jackson.

O Nirvana foi o último sopro de um som rebelde, simples e direto no mainstream.
Ao mesmo tempo, tinha muitas influências. De Black Sabbath até Pixies.

Fica esse post para você, leitor, pensar sobre. 

Os 20 anos do último sopro de rock legítimo do século XX: Nervermind, do Nirvana


As guitarras abafadas de Kurt Cobain irromperam em 1991 como um som de uma juventude que não foi o rock revolucionário dos anos 60, ou o punk de 70, ou mesmo a diversidade musical dos anos 80, com o disco e a música eletrônica. O Nirvana de Nevermind, que completou duas décadas neste mês, no dia 24, era um rock cru, um sopro de punk e uma música pessoal feita por uma banda que se destacou do cenário pop da MTV na época.

O CD abre com Smells Like Teen Spirit, que era uma música sobre a geração X, que chegava no começo da idade adulta na época. "With the lights out it's less dangerous/Here we are now entertain us" diz a letra, que mostra como os jovens da época possuíam um pensamento vazio e buscando sempre o prazer pelo prazer. O baixo de Krist Novoselic reforça o refrão até nos momentos que a guitarra entra em silêncio. Já a bateria de Dave Grohl marca as principais explosões da faixa.


In Bloom mostra mais uma tiração de sarro com o começo da juventude, que reflete inclusive no clipe: Uma sátira com as apresentações dos Beatles na televisão dos anos 60. Diferente das primeiras canções do CD, Come As You Are é um hino pela memória e pelas pessoas como elas são, com todas as suas contradições. É uma música para amigos e inimigos.

Sobre ideias plantadas, medos e falta de sentido, Breed surge como uma faixa para grudar na cabeça do ouvinte, com uma guitarra constante, praticamente punk. Os urros de Kurt se confundem com a bateria e a melodia, se tornando um grito quase único. O álbum segue para Lithium, que fala sobre doenças mentais, solidão e drogas. O tom escapista da letra combina com o instrumental que varia do acústico até a guitarra elétrica distorcida.

Polly trata menos de ideias e foi escrita sobre o assassinato de Poly Klaas nos Estados Unidos. Kurt Cobain escreveu essa música para tratar sobre estupro, abdução e assassinato. Fez a canção baseada na notícia de jornal sobre o incidente. A música é toda recheada por um violão aparentemente inofensivo, dando um ar irônico.

Territorial Pissings parece o Nirvana do primeiro CD, Bleach. Com métrica totalmente punk, em cinco acordes, a música trata sobre paranóia e é a menor do álbum, com 2 min e 2 segs. Após essa canção, a banda continua no som pesado em Drain You, uma letra sobre amor obsessivo, adicto.

Novoselic emenda o refrão no baixo que abre Lounge Act. Kurt Cobain canta uma música que fala sobre o desejo de saber a verdade, mesmo na completa loucura. Nessa parte final do CD, o contrabaixo e bateria passam a ganhar mais destaque nas composições, como a percussão fluída em Stay Away, com entradas pontuais da guitarra elétrica distorcida.

A sensação de solidão e falta de sentido dominam On a Plain, apesar da suposta felicidade do narrador. O álbum, revolucionário para o rock dos anos 90, termina com a lenta e crescente Something in The Way, com a voz arrastada de Kurt.

Em algumas cópias de Nevermind, a música Endless, Nameless surge como última faixa, explodindo com gritos, distorção desordenadas e desafinação. A faixa destoava totalmente da calmaria da última canção, mostrando como o Nirvana abordou a loucura rock'n'roll. Um CD imprevisível na história da música, que desbancou até o fenômeno Michael Jackson na época.

sábado, 17 de setembro de 2011

Universidade de São Paulo recruta voluntários para estudo sobre gorduras no coração de adultos


A USP está recrutando voluntários para um estudo sobre os efeitos das gorduras no coração de adultos. Pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública procuram homens ou mulheres, de 30 a 74 anos, fumantes e que tenham hipertensão, diabetes ou colesterol alto. O prazo de inscrição termina no dia 30 deste mês.

O estudo vai avaliar os efeitos dos ácidos graxos (ômega-3, ômega-6 e ômega-9) no coração. Os participantes serão submetidos a exames para avaliar o risco de terem doenças cardíacas na próxima década. Serão recrutados 400 voluntários.

Não podem participar grávidas, mulheres que estão amamentando, pessoas que já tiveram infarto, alcoólatras, portadores de doenças agudas ou crônicas graves e quem já está incluído em outra pesquisa.

Interessados devem ligar para os telefones (11) 3091-9538 ou (11) 3061-7865 (somente no período da tarde) ou entrar em contato pelo e-mail cardionutri@gmail.com.

Via Agência Brasil

As principais comemorações no mundo da música e do rock'n'roll no mês de setembro


Dia 12 de setembro (foto 1) - Aniversário do baterista Neil Peart, do Rush

Considerado por diversas revistas especializadas como um dos maiores instrumentistas do mundo, o mestre das baquetas do prog rock do Rush completou 59 anos. Recentemente, Neil Peart escreveu o livro Far and Away: A Prize Every Time, sobre suas viagens de moto na América do Norte e na América do Sul. Peart elogiou, nesse livro, os ritmos brasileiros.
O baterista foi eleito o melhor do rock pela revista Modern Drummer nos anos de 1980, 1981, 1982, 1983, 1984, 1985, 1986, 2006, 2008. A revista DRUM! elegeu Neil Peart o baterista do ano nos anos de 2008, 2009 e 2010, acumulando três vitórias seguidas.

Dia 16 de setembro (foto 2) - Aniversário do guitarrista de blues B.B. King

O "Blues Boy" completou 86 anos nesta sexta-feira. Apesar de tocar guitarra sentado, com o peso da idade, B.B. King ainda faz turnês internacionais. Ele se apresentou no Brasil no ano passado.


Dia 24 de setembro (foto 3) - Aniversário de 20 anos do CD Nevermind, do Nirvana

Um marco na cultura pop, esse álbum do Nirvana desbancou Michael Jackson do topo das paradas e voltou a dar evidência ao rock'n'roll nos anos 90. Consolidou a presença de bandas como Soundgarden, Pearl Jam e Mudhoney, todas do cenário grunge de Seattle, nos EUA. Reviveu referências do punk rock e do heavy metal

Enfim, esse material de Kurt Cobain, Krist Novoselic e Dave Grohl é um clássico que sempre merece ser ouvido. E, agora, ele é maior de idade.

domingo, 11 de setembro de 2011

Até os deuses são mortais - Resenha do show do Blind Guardian em SP


Blind Guardian foi uma das bandas que me formou quando eu tinha 15 anos de idade. Seu heavy metal melódico, fortemente inspirado nos livros do inglês J. R. R. Tolkien, o escritor de Senhor dos Anéis, fez eu me interessar por música pesada. No dia 9 de setembro, o grupo fez uma apresentação em São Paulo, trazendo suas músicas tradicionais, novas canções e algumas novidades.

O grande problema das apresentações de minhas bandas favoritas, muitas vezes, é que eu vou assistir com uma expectativa igualmente grande. Não, o Blind Guardian não me decepcionou. Decepcionante mesmo foi a (falta de) qualidade da casa de shows Via Funchal. A banda entrou no palco, tocando com sua perfeição notável, e as caixas de som propagavam um chiado granulado, que embolava as guitarras de André Olbrich e Marcus Siepen.

Depois da decepção dos instrumentais, os equipamentos da casa de shows acabaram com a voz do vocalista cativante Hansi Kürsch. O som começou baixo e misturou os timbres graves de Hansi com o resto da banda. Para quem estava no centro Via Funchal, o som estava muito instável, melhorando só a partir da música Fly.

Mesmo com esses contratempos, foi cativante ver Hansi correndo de um lado até o outro do palco, puxando o público e fazendo seus gestos dramáticos nas faixas, interpretando as canções. A apresentação começou com Sacred Worlds, uma das músicas mais épicas do Blind Guardian e abertura do novo CD, At The Edge of Time. Do novo álbum, Tanelorn foi a outra música tocada, cantada em coro pelo público. O resto do show foi composto por clássicos.

O que mais chamou atenção foi a quantidade perceptível de músicas do CD Tales from the Twilight World, de 1990. Welcome to Dying, Traveler in Time e Lord of The Rings deixaram o setlist muito mais variado e cativante para os fãs da fase tradicional do grupo. And Then There Was Silence e Wheel of Time mostraram a grande capacidade da banda em executar grandes faixas.

Embora seus agudos não fossem tão notáveis (será que é a idade chegando?), Hansi Kürsch caprichou nos graves e no fôlego para cantar. Para coroar o restante do show, Time Stands Still (At the Iron Hill), Bright Eyes, Valhalla, The Bard's Song e Mirror Mirror mostraram canções que sempre são tocadas pela banda. Já Fly foi a única música que relembrou o CD A Twist in the Myth, de 2006, menos épico e com faixas mais acessíveis.

Para os fãs, só a presença do Blind Guardian em São Paulo foi histórica. Mesmo com esse sentimento, não teve como não reclamar do mau trabalho de som feito pelo Via Funchal. O som que deixou nossos "deuses do metal" mais mortais.

Setlist completo:

1. Sacred Worlds
2. Welcome to Dying
3. Nightfall
4. Fly
5. Time Stands Still (At the Iron Hill)
6. Bright Eyes
7. Traveler In Time
8. Tanelorn (Into the Void)
9. Lord of the Rings
10. Valhalla
11. Majesty
12. And Then There Was Silence

Bis

13. Wheel of Time
14. The Bard's Song - In the Forest
15. Mirror Mirror

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