domingo, 27 de fevereiro de 2011

Sobre as chuvas que assolaram a Zona Norte de São Paulo


Entre os dias 21 e 23 de fevereiro, entre segunda e quarta-feira da semana que passou, acabou a luz no bairro Barro Branco, Zona Norte de São Paulo. A queda de energia afetou regiões próximas. Segundo os jornais Folha de S.Paulo e Estadão, as chuvas na cidade toda derrubaram cerca de 70 árvores.

Na Rua Alcindo Bueno de Assis desabou uma árvore de sete metros, que não partiu, mas caiu pelas raízes. Na queda, ela derrubou outra árvore que derrubou a fiação de vários postes. A CET removeu os restos do vegetal fatiando seu tronco.

A falta de luz trouxe problemas de falta de água para condomínios e casas da região. O local não tinha problemas de enchentes e nem qualquer outra complicação grave por conta das chuvas. Esses incidentes eram mais comuns em regiões marginais, próximas dos rios Pinheiros e Tietê.

O incidente das árvores faz pensar: A gestão pública do governo do estado e da prefeitura dá conta dos desastres climáticos? Aparentemente, não. A luz levou três dias para voltar. Regiões de comunidades carentes ficaram sem energia na semana toda.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Trabalho Interno: Sobre a crise de subprime norte-americana


Documentário conta como tudo foi dar errado na crise econômica de 2008

No dia 15 de setembro de 2008 o mundo parou. O banco norte-americano Lehman Brothers, um dos maiores do país, declarou a falência como o fim de um rápido e espiral processo de declínio iniciado em março do mesmo ano. Contudo o Lehman Brothers não afundou sozinho. Com ele caíram mais dois grandes bancos (Merryl Lynch e Goldman Sachs) e a maior seguradora do mundo, a AIG. O que eles arrastaram neste processo? Praticamente toda a economia global. Menos de 3 anos após sua explosão, a crise econômica de 2008 já ganhou ares lendários e conspiratórios, com muitas passagens mal explicadas. E é justamente esta a função de “Trabalho Interno”, documentário dirigido por Charles Ferguson.

Tentar explicar as causas da maior recessão americana desde a Grande Depressão de 1929 não é fácil e Ferguson sabe disso. Boa parte dos 110 minutos do documentário são extremamente didáticos, explicando termos e processos dentro do sistema financeiro que um espectador médio não teria motivo algum para entender. O filme é divido em 5 parte: Como chegamos até aqui; A Bolha; A crise; Prestação de contas e Como estamos hoje. A primeira, obviamente, é fundamental para entender a crise de uma forma mais profunda que você dificilmente encontrará em páginas de jornais, mas também serve como uma poderosa ferramenta jornalística: através dela, Ferguson quebra qualquer argumento de que sua obra é panfletária, apresentando fatos concretos ao longo das últimas duas décadas.

Para Ferguson a grande causa de toda crise é a constante política anti-regulatória adotada pelo governo americano ainda nos anos Reagan. Ela permitiu que os bancos crescessem de forma absurda, aumentando exponencialmente seu tamanho, números de funcionários e lucros. Na visão de Ferguson, a falta de regulamentação no sistema financeiro cria invariavelmente uma bolha que um dia estoura, e quando estoura, leva consigo tudo ao seu redor. Isto é exemplificado logo nos primeiros instantes do filme, quando ele conta como a Islândia passou de uma das nações mais desenvolvidas do mundo para o primeiro país a quebrar completamente devido à crise.

Narrado por Matt Damon, “Trabalho Interno” se sai muito bem na mais difícil de suas missões: não ser chato. Ferguson se mostra um fantástico roteirista ao intercalar verdadeiras aulas de economia, até mesmo usando infográficos, com momento ques até trazem uma boa dose de humor, graças as respostas evasivas de banqueiros e assessores encurralados durante depoimentos. Fica clara a postura “rir para não chorar” em muitos momentos. Para nós, brasileiros que fomos pouco afetados pela crise, estes momentos e a conclusão do documentário ao sabermos que muitos dos culpados ainda estão bilionários e no poder ganham um ar tragicômico. No entanto, para as pessoas que foram severamente afetas pela crise o documentário é uma espiral sombria que termina de forma trágica.

Durante toda a crise a pergunta que mais se ouvia, seja nos EUA ou por aqui era “Como eles não perceberam que isto estava errado?”. “Trabalho Interno” mostra que muitos não só sabiam que tudo aquilo estava errado, como trabalharam muito para que nada fosse feito para prevenir. A crise econômica de 2008 não foi um acidente ou um erro de cálculo como muito se comenta hoje em dia. Foi em grande parte um crime cometido por especuladores, banqueiros e lobistas ajudados pela falta de regulamentação proposta pelo governo. O mais assustador contudo é saber que muitos destes homens lecionam nas principais universidades americanas, moldando os futuros economistas e CEOs das grandes empresas no mundo.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O adeus de Ronaldo

O ano era 1996. Eu, uma criança que começava a acompanhar futebol pra valer, ouvia falar de um tal de Ronaldo que encantava a torcida do Barcelona. Aos poucos minha memória foi melhorando e percebi que este garoto jogou algum tempo antes no Cruzeiro, e o vi marcar alguns gols. Ele era muito bom, mas ainda não tinha ideia do quanto. Não precisava. Pois, todos os dias desde de 1996, esse garoto Ronaldo, que viria ganhar o apelido de Fenômeno, era lembrado pelos noticiários e pelos torcedores.

Hoje, 14 de fevereiro de 2011, é mais fácil lembrar de Ronaldo por seu sobrepeso nos últimos anos. Pelo fracasso na luta pela Libertadores com o Corinthians, ou até mesmo pelo escândalo com três travestis no Rio de Janeiro em 2009. Mas, daqui há algum tempo, talvez menos do que pensamos, a imagem que ficará de Ronaldo é a do maior artilheiro da história das Copas. Do cara que fazia aquilo que todos achavam impossível. Das seguidas voltas por cima quando todos – todos mesmo – acreditavam que sua carreira estava acabada.

Tendo explodido para o mundo no fim dos anos 90, Ronaldo foi também o primeiro e maior nome do “futebol midiático”. Seu rosto e seu nome extravasaram em muito a fronteira do futebol e dos cadernos de esporte. Cada movimento seu foi perseguido, fotografado e comentado nos últimos 15 anos. Não existe um buraco, um mistério na carreira de Ronaldo como existe na de Pelé ou de Puskas. Quem viu Ronaldo jogar, viu todos os seus gols, todos seus altos e baixos. E graças a isto, poucas vezes Ronaldo teve o direito ao Olimpio no qual os grandes gênios da bola possuem.

Com a vinda ao Brasil, ele se humanizou de uma vez por todas. Jogando pelo Corinthians, deixou de ser inquestionável para todos e muitos torcedores de times rivais esqueceram de tudo que ele fez. Mas agora tudo acabou. Não existe mais rivalidade clubistica. Não existe mais aquela dúvida sobre se ele dará mais uma última volta por cima. Chegou a hora do descanso de um dos maiores jogadores da história. Contudo, uma coisa é certa: Ainda ouviremos falar muito dele. E pessoalmente, só resta uma coisa a dizer depois de todos estes anos amando futebol. Muito obrigado, Ronaldo!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

WikiLeaks revela que Hillary Clinton interceptou relações de Cuba e da Venezuela com a Rússia


Foi revelado hoje, pelo site do WikiLeaks, que Hillary Clinton, a atual secretária de Estado do governo Obama, interceptou a diplomacia cubana e venezuelana sobre suas relações com a Rússia. A estadista questionou se Moscou prefere o governo de Hugo Chavéz ou a atual administração de Raúl Castro, que substituiu o irmão Fidel no poder de Cuba.

As transmissões de 2009 revelam que os russos mantém relações apenas econômicas com os atuais países. A revelação do WikiLeaks mostra que a política externa do Estados Unidos ainda mantém um teor opressivo de "Guerra Fria", mesmo com a queda do sistema socialista.

O rock e o blues estão de luto: Foi-se Gary Moore


Hoje o mundo está de luto pelo guitarrista irlandês Gary Moore. O músico faleceu na madrugada de hoje, por razões desconhecidas, durante o sono. Ele estava de férias na Espanha. Tinha 58 anos.

Moore teve uma carreira solo brilhante, assim como sua passagem na banda de rock clássico Thin Lizzy, nos anos 70 e 80. Em 1990, gravou o álbum Still Got The Blues, que imortalizou seu solo de guitarra em uma balada de mesmo nome. No começo dos anos 1970, fez parte de uma banda chamada Skid Row, mas que não tem nenhuma relação com Sebastian Bach.

O guitarrista ficará eternizado como suas influências: Jimi Hendrix, Eric Clapton e todos os músicos que ganharam nome resgatando o blues da música negra para o rock branco. Confira, abaixo, o solo de Moore em Still Got The Blues.



Informação via Whiplash.

Os elementos do Jornalismo: Para entender a década passada

Para quem está no primeiro ano de faculdade, há um livro bom para se interar sobre as principais discussões sobre jornalismo dos últimos anos. Bill Kovach foi editor do The Atlanta Journal-Constitution e fundou um grupo chamado "Comitê dos Jornalistas Preocupados", que passou a fiscalizar a imprensa norte-americana diante de seu público de leitores e espectadores. Tom Rosenstiel é diretor do "Projeto Excelência no Jornalismo" (PEJ). Os dois escreveram junto um clássico chamado Os elementos do Jornalismo: O que os jornalistas devem saber e o público exigir, lançado em 2003.

A obra literária é resultado de discussões sobre as coberturas do Watergate - polêmicas da administração Nixon - e do Whitewater - controvérsias da presidência de Bill Clinton. Para os autores e os profissionais consultados, a imprensa americana estava se transformando em uma rede de publicidade, em que os jornalistas estavam perdendo sua credibilidade com o crescimento da internet e da voz da população.

Foram realizados 21 fóruns com 3.000 pessoas presentes nesses comitês formados. Também foram consultados 300 jornalistas. O livro concluí que, na conduta ética de nossa profissão, devemos adquirir muito mais uma responsabilidade do que convicções sem discussões sobre o ofício de jornalista. E a imprensa, além de livre de governos e corporações, deve ser objeto de debate durante todo o tempo.

Hoje, jornalistas norte-americanos sobrevivem em blogs e em formatos cada vez mais digitais, a mídia impressa tenta se adaptar nesse novo contexto e a TV sofre metamorfoses constantes. Se você está ingressando hoje nessa carreira, não deixe de conferir o livro, que sintetiza muitas das questões polêmicas entre os anos 2001 e 2010, um período já superado na história do jornalismo. E uma volta ao passado é sempre recomendável.

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