quarta-feira, 30 de abril de 2008

Isabella, um jornalismo incauto e um não-sei-quê de indignação.

Folha Online: "criança de 5 anos morre ao cair de sexto andar de prédio em SP"; "criança morre ao cair de prédio em SP; perícia diz que proteção foi cortada" (30/03); "mãe de Isabella vai a show de padre Marcelo"; "família de Isabella distribui camisetas da menina em show do padre Marcelo Rossi"; "dois são levados à delegacia após tumulto em frente à casa dos pais de Anna Carolina"; "em show do padre Marcelo em SP, Xuxa comenta o caso Isabella" (21/04); "para polícia, gritos de ajuda podem ter sido do irmão de Isabella"; "polícia ouve avô e tia de Isabella; defesa aponta irregularidades no inquérito"; "para promotor, Alexandre e Anna Carolina choraram mais durante entrevista à TV" (22/04); "perícia completa trajeto da garagem para o apartamento dos Nardoni"; "morador do 1° andar participa da reconstituição da morte de Isabella" (27/04); "saiba como foi a simulação da morte de Isabella" (28/04) . Foram, ao todo (e por enquanto), 230 reportagens tratando da menina, das quais muitas chamadas remetiam às opiniões de celebridades, da população ensandecida e de amigos de amigos de vizinhos dos Nardoni - entre outros comentários pertinentes.
TV Record: o programa jornalístico Balanço Geral, apresentado por Geraldo Luís, tem garantido muitos pontos de audiência à transmissora. Valendo-se de uma abordagem extremamente emocional e um discurso que, não raro, apela por justiça e ordem, o apresentador explora o caso Isabella de todos os possíveis (mesmo inimagináveis) ângulos.
Revista Época: uma reportagem de seis páginas sobre a menina, publicada no dia 07 de abril - pouco mais de uma semana depois de inferido o assassinato, ainda sob investigações. O que poderia ter sido um conciso e objetivo relato de laudos técnicos e depoimentos, fora estendido a uma tese de duas páginas sobre exemplos de casos envolvendo crianças e os possíveis motivos que levariam pais a matar os próprios filhos.
Revista Veja: "Para a polícia, não há mais dúvidas sobre a morte de Isabella: FORAM ELES" é a manchete de capa da última semana. A reportagem traça pequenos perfis que remontam ao tipo de vida que levavam a mãe, o pai e a madrasta de Isabella. Para quem lê a revista, Alexandre Nardoni é o típico trabalhador de classe média, formado advogado sem, contudo, poder exercer a profissão - repetira o exame da OAB umas três, quatro vezes. Um rapaz que, na juventude, fazia o tipo "mauricinho" e ainda hoje conta com uma pequena ajuda financeira do pai. Resumindo, ele não tinha absolutamente nenhum motivo para ter cometido tamanha atrocidade... Tinha?

Termos como "com exclusividade", "comoveu o país" e "menina indefesa" sobrecarregam até os jornais ditos mais respeitáveis. Enquanto isso, tantas outras Isabellas, de 5 anos de idade, indefesas e igualmente felizes são assassinadas Brasil afora todo dia.
O exaustivo acompanhamento da mídia ao caso da menina gerou um acúmulo de informações repetitivas e outras tantas desnecessárias. Amostras de um jornalismo cansado e, para não dizer inconveniente, descuidado. O apelo à figura inocente da menina e a incessante correlação estabelecida entre as evidências apuradas um milhão e novecentas mil vezes e o casal incriminaram os Nardoni muito antes de qualquer avaliação pericial.
Apesar do engodo midiático, vale destacar a atuação da polícia que, magistralmente, conseguiu apurar o caso em um mês. Esta polícia, porém, que chegou, inclusive, a entrar com uma ação judicial em favor do bloqueio do espaço aéreo do tal Edifício London e arredores para reconstituição do crime - e ganhou a causa -, é a mesma dos milhões de casos arquivados, dos milhões não resolvidos, dos mil e um encaminhados para algum departamento, dos prisioneiros com celulares e dos criminosos refugiados.
Adiciona-se ao conjunto (à mídia cínica e à exemplar conduta investigativa) a característica justiça brasileira, que, cheia de recursos, prazos, processos, audiências e adiamentos, resulta numa promotoria à espera de um inquérito ainda a devir. Vem aquela sensação de que ao menos um dos departamentos tem funcionado normalmente - não tanto pela regularidade, mas sim pela demora...

A população ensandecida
Alexandre e Anna Carolina Nardoni foram indiciados por homicídio doloso. Ponto. O que a população tem a ver com isso?
Não raro, os brasileiros sofrem de surtos de indignação. Isso ocorre dentro de grupos específicos - quando estes determinam períodos de greves até que o Estado cuide dos reajustes salariais necessários - ou, mais raramente, dentro de grupos grandes e difusos de gente que dá valor a uma mesma causa. Têm início as caminhadas, as missas de sétimo dia, as homenagens, os protestos em forma de carnaval (Parada Gay), as mensagens de amor e paz.
Esse tipo de mobilização, porém, desanima frente aos altos impostos, assiste ao corte de verbas para a saúde pública, ri e faz piada de quem canta "uiarnuôud" - mesmo cantando igual. É irônica a atitude desse povo.
Quando aparece o senso de justiça, ele destoa em ataques pessoais e demonstrações pífias de inconformidade.
Os muros pichados, as tentativas de atingir o casal, tanto verbal quanto fisicamente, e o abuso à imagem da família Nardoni foram pseudo-protestos infelizes. O ser humano, quando em grupo, é fabricante de excessos.
Se excessos fabricados pela mídia, ou permitidos pela polícia, ou mesmo meras expressões individuais (levemente eufóricas), é difícil dizer. Fato é que são mostras gratuitas de incivilidade, uma moda que pega - e pega mal.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Alta Fidelidade I

Começo hoje minha coluna semanal no Bola da Foca. Misturando o filme Alta Fidelidade e Fernanda Young apresentarei, toda quarta-feira, um top 5 das coisas que me irritam. Por se tratar de um site de jornalismo, minha lista girará, em partes, em torno das ações irritantes dos profissionais da comunicação.

1. Caso da menina Isabela I: cobertura da mídia.
Desde o dia 30 de março temos sido bombardeadas com toda sorte de informação sobre a morte da menina de 5 anos. A curiosidade jornalística muita vezes ultrapassou a linha da ética, do bom senso e do bom gosto. Zapear pelos canais de TV é garantia de encontrar um ou outro apresentador de programas pseudo-jornalísticos relatando sua indignação e fazendo reconstituições do crime. As publicações impressas também não deixam a desejar no quesito jornalismo duvidoso. Além de irritação, vergonha.

2. Caso da menina Isabela II: passeatas e manifestações
Não, não nego a tragicidade do acontecido. Uma criança de 5 anos foi morta e seu pai e madrasta são os principais suspeitos de terem cometido o crime. Terrível e chocante. Mas não me conformo com a reação da população. O que faz um ser humano sair de sua casa para fazer uma passeata de protesto contra morte de uma criança que nunca conheceram? Não me venha me falar de compaixão! Morrem crianças, adultos e idosos todos os dias, de formas tão ou mais trágicas, e eu não vejo ninguém fazendo passeata para eles.

3. Ficar sem internet
Ou melhor, sentir completamente isolado do mundo por não ver a luz verde com a inscrição on-line piscando alegremente. Essa dependência de tecnologia é patética. Por que raios não é possível aproveitar um domingo à tarde sem estar com a cara metida no computador, ouvindo a musiquinha pentelha do MSN e fazendo buscas de caráter duvidoso no Google?

4. Trabalhar no feriado
Uma das piores desgraças de ser um estagiário consiste em fazer plantão no feriado. Papai, mamãe e seu irmão/irmã pentelho na praia/campo/casa da vovó e você, com a cara metida num computador, preso num escritório.

5. Banho gelado
Acordar extremamente cedo e descobrir que o gás acabou e, por conseqüência, a água quente também é definitivamente a coisa mais irritante que pode acontecer com um ser humano numa quarta-feira de manhã.

O novo marketing no cinema

O que Iron Man e Batman: The Dark Knight têm em comum além de seres filmes baseados em super-heróis, grandes blockbusters com grandes atores? Serão um "arrasa-quarteirão" nas bilheterias, você, leitor, pode dizer. E não estará errado, é claro. Mas eu estava pensando em algo um pouco menos óbvio e mais visivel: suas campanhas de marketing. Elas são simplesmente as mais bem sucedidas dos últimos tempos.

Hoje, dia 29 de abril, estamos a algumas horas da estréia mundial de Iron Man e três meses de insuportável espera até a estréia de Batman: The Dark Knight. Mas pode-se dizer, com certeza absoluta, que ambos serão campões de bilheteria em 2008, correndo apenas um pequeno risco de perderem tal posto para o novo Harry Potter e, muito dificilmente, para o 4º epsódio de Indiana Jones. Como posso profeticamente afirmar isso? Simples, eu nunca vi tanta espera por um filme como estou vendo ao redor de Iron Man e, em muita maior escala, ao redor de Batman. A estratégia de marketing de ambos é distinta. Enquanto uma é inovadora e será copiada, a outra é óbvia, mas surpreendente precisa e eficaz. Vamos começar por Iron Man.

Iron Man é a primeira incursão da Marvel como produtora, de fato, de um filme baseado em algum personagem. Tudo foi escolhido a dedo pela Fábrica de Idéias, desde o direto Jon Favraeu, os roteiristas Mark Fergus e Hawk Ostby e, principalmente, no elenco, contratando o gênio perturbado e "clone" de Tony Stark, Robert Downey Jr. Se tudo isso já animava, a primeira aparição da armadura foi catártica, na feira anual da Marvel. Fãs se empurraram entre si para ver a March 1 do Homem de Ferro. Sim, já era parte da campanha da Marvel, e eu aposto qualquer coisa que o fato do personagem, que sempre foi importante, mas não central, ser um dos protagonistas de Guerra Civil (minissérie e mega-evento da Marvel nos quadrinhos em 2007) foi uma linda jogada de marketing.

E, com a chegada de 2008, veio a segunda e decisiva parte da campanha de Iron Man. Nada menos que uma tempestade de fotos, videos, brindes para associados e pres-releasings. Depois de pesquisar um pouquinho, mas sem chegar a números realmente concretos, descobri que Iron Man tem o maior número de material liberado desde o primeiro Homem Aranha em 2002, curiosamente, também personagem da Marvel. Como pode-se ver, o estilo de campanha não é inédito, mas seu montante é surpreendente em um período em que Hollywood controla seus gastos religiosamente. E mais, a campanha atingiu a todos, só que seu principal alvo foi direcionado: fãs de longa data do Homem de Ferro. Em nenhum momento existiu a intenção de explicar através do material publicitário quem é o personagem, como se fez com o já citado Homem Aranha, ou com Batman Begins. Ao contrário, o que se fez foi uma intença para deixar bem claro que o filme é feito de fãs para fãs, e caso você não o seja, vai se tornar. O tripé dessa campanha: Robert Downey Jr sendo "transformado" no próprio Tony Stark, muitas cenas com a armadura e a associação de Iron Man com a música homônima do Black Sabbath. Não pode-se negar que deu muito certo. E é justamente esse ponto em que a campanha da Marvel se encontra com a campanha da Warner para Batman: o fóco em seus fãs.

A campanha de Batman: The Dark Knight começou muito cedo. Mais precisamente quando Batman Begins se tornou um sucesso de público e crítica e a continuação se tornou inevitavel. Logo neste momento já começaram a circular na internet especulações sobre o roteiro do próximo filme e principalmente, quem seria o Coringa. Passado quase três anos, o Coringa foi definido, as filmagens começaram e um bombardeamento virtual se deu início. A campanha por Batman pode ser resumida em uma palavra: mistério. Foram meses até o visual de Heath Ledger como Coringa ser revelado, e mais meses até os personagens serem definidos, com a inclusão de Duas Caras no elenco. E então começou a campanha viral.

Dark Knight é um filme bem maior que Iron Man, devido a vários fatores, e o principal dele é a quantidade de dinheiro envolvido. Milhões já foram gastos com uma campanha que foi feita na surdina. Mensagens, jornais virtuais, sites fantasmas e mais "travessuras" do Coringa. A campanha corria solta, mas um grande imprevisto aconteceu: a chocante morte de Heath Ledger. Toda a campanha viral do filme era baseada no Coringa. E não era pra menos, já que durante muito tempo se esqueceu que o protagonista do filme era o Batman de Christian Bale, e só se falava na impressionante atuação de Heath Ledger, que prometia colocar Jack Nicholson no chão. Mas como o ser humano é morbido, o interesse ao redor do filme só cresceu, e a trágica morte de Ledger serviu como um impulso mal-vindo para o filme.

A campanha viral do filme cresceu muito nos últimos dias. Ontem, mais de 200 pessoas se reunirão na Av.Paulista para participar de um jogo proposto pelo Coringa em um site fantasma. Curiosidade: em NENHUM momento houve propaganda por parte do estúdio. Só campanha viral mesmo, que não foi a primeira em São Paulo, Nova York, Londres ou sejá lá onde for. Um jornal período, o Gotham Times, vêm sendo distribuido mensalmente a e-mails aleatórios ao redor do mundo e sempre há nele rabiscos do personagem Coringa. Parece que a Warner perdeu o medo de usar a imagem de Heath Ledger. Quanto à campanha tradícional, ela é extremamente limitada e misteriosa. Não se revela absolutamente nada do roteiro. Somente ontem foi lançado o 2º trailer oficial do filme e as fotos não quase irrelevantes. Há algum tempo atrás isto seria anti-marketing, mas para Batman, foi uma tacada de gênio.

O marketing nas grandes produções mudou. Menos ônibus pintados e cartazes em prédios, e mais campanhas na internet. Os estúdios perceberam que quem vai no cinema, acessa a internet. Menos matérias pagas em revistas e jornais, e mais releases para imprensa. Tais coisas ainda existem, só que meios foram criados para atingir um público altamente consumidor do produto que está sendo vendido. Seja por toneladas de videos e fotos ou seja por jogos misteriosos, as campanhas deram certo e isso pode ser dito antes mesmo dos filmes estrearem. Quanto à qualidade deles? Só nos resta esperar para ver, mas como fui seduzido pelas campanhas, acredito os dois vão ser extradiornariamente bons!

ps: Crítica de Iron Man aqui no máximo até domingo!

Editorial #3

E lá se vai quase um mês de Bola da Foca. Com isso, são 23 postagens, sendo 5 colunas publicadas, 1 crônica, 3 editoriais com esse, 3 notas, 1 notícia, 1 perfil, 2 reportagens e 6 resenhas. Diga-se de passagem, é um bom currículo, levando-se em conta a qualidade dos textos publicados.
No entanto, vale aqui algumas auto-críticas e alguns elogios a serem feitos. O primeiro grande ponto são as briguinhas nos cometários, geral protagonizadas por...mim. Então hoje eu oficialmente digo que isto vai acabar. Qualquer comentário será respondido calma e elegantemente, seja ele qual e de quem for. Vamos tentar fazer disso aqui um espaço para uma discussão saudável.
O segundo ponto é que o blog vem seguindo uma tendência óbvia de se especializar em resenhas e colunas. No entando, não vamos desistir de colocar aqui reportagens e notícias, mesmo que isso acabe por tornar o conteúdo do blog muito desigual.
Terceiro ponto, colaboração. Vamos tentar fazer com que a colaboração aumente, já que mesmo que não haja pessoas que postem com frequência, material extra é sempre bem-vindo. Por isso, vamos tentar chamar mais pessoas para colaborar com diferentes assuntos.

Bom, é isso. Um editorial curto e não tão bem escrito, mas necessário. Abraços a todos.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Um pouquinho de futebol...e esportes em geral

Bom, vou ser bem sincero, não vi o primeiro jogo da final do Paulista entre Palmeiras e Ponte Preta. Então, o que vou fazer hoje é um post rápido sobre alguns dos eventos esportivos da última semana.

-Campeonato Paulista- Mesmo não vendo o jogo, só lendo notícias e acompanhando mesas-redondas, deu pra ver que o Palmeiras está com as duas mãos na taça. Só falta fechar os dedos. O time da Ponte Preta é organizado, bem montado e tem um ótimo goleiro. Mas o Palmeiras é infinitamente superior e, com Marcos em grande fase, é quase impossivel a Ponte marcar dois gols e não tomar nenhum no Palestra Itália. Eu disse quase porque futebol é futebol, sempre há surpresas.

-Formula 1- Se nada de estranho acontecer, Kimi Raikkonen vai ser bicampeão mundial de Formula 1 em 2008. Mas, como assim, sendo que estamos em abril ainda? Simples, a Ferrari tem o melhor carro do grid, e não vejo a McLaren e a BMW crescendo a ponto de incomodar os italianos. Deverão brigar entre si pelo vice. Quanto a Massa, ele sentirá muita falta dos pontos perdidos nas duas primeiras provas do campeonato. Se não tivesse errado na Malásia, hoje estaria a 2 pontos de Kimi, e com chances de ser campeão, mas tirar 11 pontos do finlandês vai ser muito dificil.

-Futebol Europeu- Inter campeão na Itália e Real Madrid na Espanha, pronto, sem novidades. A briga agora fica no inglês entre Manchester United e Chelsea. Ainda aposto minha fichas no Manchester, mesmo diante de dois tropeços seguidos, mas não vou ficar surpreso se um time com Ballack, Lampard, Drogba e Joe Cole for campeão.
Quanto a Liga dos Campeões da Europa, dificil dizer. No embate entre Chelsea e Liverpool, pode dar qualquer coisa depois do 0 a 0 em Liverpool, e entre Manchester e Barcelona, o time inglês é favorito, mas o Barcelona joga todas suas fichas na competição e não pode ser descartado. A única certeza é que o futebol inglês hoje domina o mundo. Não são só os times, já que têm um número elevado de estrangeiros, mas pelo modo de jogar. Nunca se viu antes uma padronização no estilo de jogo de grandes equipes como hoje. Sempre procurando projetar passes, lançamentos e chutes, tornando o futebol quase um tabuleiro de xadrez.

*Bom, é isso. Só pra avisar que o Bola da Foca volta ao normal essa semana, depois de um período com poucas postagens devido à falta de tempo. Abraços.

sábado, 26 de abril de 2008

Talento e Beleza - Show de Marina de la Riva em São Paulo encanta e faz cantar

O álbum de estréia da cantora

Já imaginou Andreas Kisser fazendo um solo de guitarra em uma música do mestre Sivuca? Ou então um bolero transformado em samba? Essa peculiar e interessante mistura musical só foi possível porque Marina de la Riva estava no palco.

Em seu segundo show na casa Tom Jazz na Avenida Angélica, dia 18 de abril de 2008, Marina de La Riva cantou e encantou. Clichês à parte, essa frase a define bem.
Com cerca de quarenta minutos de atraso, a artista subiu ao palco, pouco depois de seus seis músicos: Daniel Oliva Augusto (guitarra), Fabio Augusto Sameshiwa (baixo acústico), Felipe Barros Maia (teclado), Jorge Luis Ceruto Enchevarria (trompete), José Antonio Rodrigues (teclado), Ricardo de Almeida Valverde (percussão) e Jonhatas Elias Gabriel (percussão) – todos trajando preto e Marina de vestido, com lindas orquídeas lilases que prendiam um lado de seu cabelo.

O repertório do show é baseado nas músicas de seu CD de estréia Ta-Hi, título da composição do maestro brasileiro Joubert de Carvalho e famosa na voz de Carmem Miranda. Nesta música, Marina convidou para dividir o palco Nina Becker, integrante do grupo Orquestra Imperial . Nina, entretanto, não foi a única surpresa da noite: Andreas Kisser, guitarrista da banda Sepultura, foi convidado por Marina para tocar sua guitarra em “Adeus, Maria Fulô”, o primeiro grande sucesso do compositor paraibano Sivuca. Uma sintonia fina da guitarra pesada do Sepultura com o acordeom nordestino do mestre.

O show seguiu mesclando composições de Juan Pichardo, como o bolero “Ojos Malignos” – que Marina transformou em samba (no CD essa faixa conta com a participação de Chico Buarque) –, “Pensamiento”, de Rafael Gómez, composta em 1910, o bolero cubano “Si Liego a Besarte”, de Luis Carlos Romero, e “Mariposa / La Comparsa”, de Ernesto Casadi Lecuona.

Por ser filha de pai cubano e mãe brasileira, é natural que Marina una a sonoridade dessas duas culturas musicais e faça um resgate de sua própria história e de suas raízes. A canção de ninar cubana “Drume Negrita”', de Emilio Granet, e “Sonho Meu”, de Dona Ivone Lara, mostram a que veio Marina de la Riva: de alma latina e sonoridade contemporânea, cria novos arranjos para canções antigas e contemporâneas, sejam elas brasileiras ou cubanas.

Com uma forte presença de palco, Marina prende a atenção do público – brincadeiras e pequenas histórias sobre algumas músicas reforçam o clima intimista. O jogo de luzes simples e o palco relativamente pequeno e muito próximo às mesas da platéia criam uma atmosfera convidativa, e fazem com que um show de aproximadamente uma hora e dez minutos pareça passar muito mais rápido.
“Caminante, no hay camino, se hace camino al andar”. É com este provérbio espanhol que Marina de la Riva finaliza seu show, sob muitas palmas. A cantora que compõe o time da nova geração da MPB brasileira agradece várias vezes a presença de todos ali, as flores recebidas e os amigos que dividiram o palco com ela, finalizando: “Obrigada por fazerem parte do meu caminho”.


Por Lidiane Ferreira

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Planet Green - O Dia da Terra




Durante essa semana está sendo realizada no Discovery Channel a Semana Planet Green. Uma série de programas com o intuito de conscientar as pessoas que a natureza precisa de ajuda, e rápido. A programação estará espalhada por vários horários no Discovery, e chamadas darão notícias e dicas de como preservar o meio ambiente.

O Dia da Terra foi comemorado no sabádo passado, dia 19, e infelizmente poucas pessoas tomaram conta da comemoração.A data, que foi criada em 22 de Abril de 1970, tem como finalidade a conscientização em relação ao meio-ambiente, e por motivos obvios, ganhou uma importancia maior desde o ano passado. No Google, as letras do site foram trocadas de forma a mostrar uma imagem da natureza. No National Geaographic, o dia inteiro foi de programas do meio-ambiente, assim como no Discovery Channel e chamadas foram feitas nos canais Time-Warner (TNT, Warner, Cartoon Network e CNN).

Aqui vai a nota, para quem gosta de programas sobre a natureza, e quem acha a atítude válida.

Pequeno tremor atinge áreas Sudeste e Sul do Brasil

Ontem, às 21h, foi registrado um tremor de intensidade 5,2 na escala Richter, suficiente para causar pequenos danos, durante aproximadamente 30 segundos do litoral paulista, cidades interioranas e a capital São Paulo até cidades como Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro.

O epicentro do fenômeno foi no Oceano Atlântico, a 215 km da baía de São Vicente. Segundo estudos, foi o maior tremor registrado nos últimos 100 anos no Brasil. Chefe do Observatório Sismológico Universidade de Brasília (UnB), Lucas Vieira Bastos afirmou, de acordo com a Agência Estado, que outro fenômeno como este pode ocorrer, embora ele ressalte que a magnitude seja inferior ao registrado ontem, 5,2.

De acordo com estudantes da Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero nesta manhã, o tremor não foi sentido com intensidade na metrópole paulistana. O fenômeno gerou discussões na internet, poucos minutos depois, em comunidades onlines como o Orkut, embora em tom de descontração, sem maiores temores.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Um pouquinho de futebol...

E o Palmeiras é finalista do Campeonato Paulista. Ou seja, tudo aquilo que eu escrevi semana passa está errado? O São Paulo que jogou na primeira partida da semifinal era só fogo-de-palha? Bom, sem radicalismos aqui, a resposta para essas perguntas pode ser um sim e um não. Primeiro vou direto ao ponto: O Palmeiras venceu por que é melhor. Um time muito bem montado, com certas deficiências no setor defensivo, mas que são compensadas por um gênio chamado Vanderlei Luxemburgo. Já o São Paulo também é um time forte, mas só quando está com seus 11 titulares em campo, o que não aconteceu no domingo. O time sentiu muito a ausência de Zé Luiz, e o substituto Fábio Santos não esteve à altura. Na verdade, Fábio Santos até agora não esteve à altura nem de ser banco do time. Desta forma, Valdívia teve a liberdade necessária para criar para o Palmeiras, armando contra ataques e pressionando o tricolor. Foi assim que saiu o segundo gol palmeirense, e foi assim que o São Paulo esbarrou na adiantada marcação do adversário.
Bom, não há muito além disso para dizer do jogo, mas há muito o que falar de dois homens: Marcos e Rogério Ceni. Ambos são ídolos de seus times. Últimos remanescentes de um amor à camisa que não se vê mais espalhado pelos campos do mundo. E ontem foi uma partida decisiva tanto para o palmeirense, quanto para o são paulino.
Marcos viveu os últimos três anos em inferno astral. Sempre quando ensaiava uma volta aos campos, em decorrência de uma contusão, se machucava de novo. Não foram poucos os que disseram que a carreira dele havia acabado. E foram muitos os que esqueceram do fantástico goleiro que Marcos foi, ganhando o apelido de São Marcos não só da torcida palmeirense, mas do povo brasileiro, devido sua performance em na Copa de 2002.
Já Rogério Ceni foi o oposto de seu amigo alviverde. Desde de 2005 ele vive uma boa fase que parece não ter fim. O goleiro ganhou uma aura de herói desde a Libertadores de 2005 e a verdadeira batalha contra o Liverpool de Gerrard no mundial do mesmo ano. Passou a ser cada vez mais amado pelos são paulinos e respeitados por aqueles que o odiavam. Tanto em 2006 quanto em 2007 Rogério foi escolhido o melhor goleiro do país, e em uma votação popular no site da Fifa no fim do ano passado, foi eleito o melhor goleiro do mundo. Mas ontem, uma inversão do destino caiu sobre o Parque Antártica.
Marcos finalmente pode gritar ao mundo que está de volta. Ontem, ele fechou o gol contra o São Paulo e vai disputar uma final pela primeira vez desde a Copa do Mundo. Já Rogério Ceni falhou quando não poderia ter falhado. Falhou no principal jogo de um campeonato em que ele não havia falhado até então. E pra piorar, se desentendeu com Valdívia no fim do jogo, uma atitude imaginável em muitos jogadores que estavam em campo, mas não em Rogério Ceni. Ele deve ser punido, merecidamente. Hoje não foram poucos os que decretaram o início da decadência do ídolo são paulino. Esse ano ele fez apenas um gol, de pênalti, e suas faltas já não assustam os adversários como antes.
A própria história de Marcos contradiz uma decadência de Rogério Ceni. Não importa a fase do goleiro, ele não nunca perderá a posição de titular, desde que tenha condição física. O Palmeiras deu suporte incondicional para Marcos mesmo em sua fase ruim. E caso isto acontece com Rogério, o São Paulo não agirá de forma diferente. Mas ainda é cedo para afirmar qualquer coisa sobre o são paulino. Perde-se as contas dos títulos que Rogério deu sozinho para o São Paulo, e quem viu a final do mundial de 2005 sabe do que estou falando. E para não ir longe, o São Paulo nunca teria passado mais de 10 jogos sem tomar gols no Brasileiro do ano passado sem a atuação de seu goleiro. O descrédito hoje dado a Rogério é muito em decorrência da espera para que isso aconteça do que por uma sequência de erros. Não estou denunciando uma conspiração contra ele e nada do tipo, mas não há nada mais chamativo que um ídolo em desgraça. Assim como é igualmente chamativo um ídolo em redenção, e é o que acontece hoje com Marcos. Redenção merecida de um dos maiores goleiros que esse país já viu. E se eu fosse apostar, pra mim vamos ter um próspero período com os dois maiores ídolos no Brasil hoje, jogando em alto nível, ao mesmo tempo. Quem ganha é o Palmeiras, é o São Paulo...é o futebol.

ps: Está coluna vai ser sempre públicada às segundas-ferias. Hoje foi uma ocasião especial devido a semana de provas e ao feriado.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Perdendo a cabeça no dia de Tiradentes

Enquanto o brasileiro aproveita o feriado para descer a serra, não dando a mínima importância para o que aquela data representa, ou o que deveria representar, o francês sai à rua de rosto pintado, emocionado, flanando por Paris com sua bandeira nacional no peito todo 14 de Julho, data da queda da Bastilha. A questão aqui não é dar ênfase à educação, tradição, nível de entendimento ou ignorância popular, mas às intenções e consciência.

Tanto o mártir quanto o feriado são criações republicanas a fim de consolidar distância das interferências lusitanas e, além disso, trata-se de um fato histórico de forte caráter manipulador. A historiadora Françoise Jean de Oliveira Souza, doutoranda pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, explica bem essa vertente em trecho de uma matéria para a revista especializada História Viva: “A Inconfidência como objeto passível de ser novamente apropriado permitiu à historiografia refazer as linhas gerais do levante sempre que a conjuntura política brasileira teve necessidade de reavivar o sentimento nacional. Seu legado simbólico foi retomado de tempos em tempos, mais especificamente nos momentos de rupturas históricas no decorrer do século XX.”. Ao pensarmos em ruptura no século XX nos vem na cabeça, de imediato, os militares de 1964, os quais souberam utilizar desse emaranhado de acontecimentos históricos unidos a sentimento nacional para se auto-intitularem “os novos inconfidentes”, continua a historiadora.

Em viés de uma discussão metodológica, o caso se encaixa perfeitamente na frase do pensador italiano Benedetto Croce de que "toda história é história contemporânea". Tudo o que ocorrer e for interpretado por alguém de época posterior não pode ser tido como a máxima verdade; não existe verdade sobre o passado, existem discursos diferentes sobre um mesmo assunto. E isso não significa que um discurso feito por alguém contemporâneo ao fato há de ser o mais verídico. Cada autor adere à ideologia que o favorece, usa os instrumentos/documentos que o favorece, articula tudo de forma a favorecê-lo em seus objetivos almejados com aquele discurso. Não há necessidade de, depois disso, cair na paranóia conspiratória de que nunca saberemos nada do que se passou, ou de que não podemos confiar em nenhum dado, partindo para a discussão acerca da veracidade da Conjuração Mineira e do papel de Joaquim José da Silva Xavier.

Mas discussões, por mais descabidas que pareçam ser, demonstram que existe interesse, curiosidade e argumentos, que acabam por levar o indivíduo a correr atrás dos fatos para embasar suas idéias e teorias; gera-se assim mais conhecimento. Elas estão em falta por aqui, pelo menos em relação a assuntos desse gênero. Tiradentes não é só nome de feriado, e poucos sabem disso. Penso que ele perderia a cabeça se visse que hoje, apesar de um dia com seu nome, a maioria dos cidadãos brasileiros não conhecem sua história, e muito menos a do próprio país. Opa, perder a cabeça? Juro que a piada não foi intencional. Explico: além de morto, seu corpo foi esquartejado e exposto em praça pública (a velha tática de intimidação e exemplo), e sua cabeça, após o primeiro dia ao relento, sumiu, e até hoje ninguém sabe o paradeiro dela.

Nota-se claramente que a intenção republicana de coroar uma espécie de patrono da liberdade deu certo, uma vez que Tiradentes e a Inconfidência Mineira são rapidamente associados à luta pela independência do Brasil. Mas a de gerar comoção coletiva embebida em nacionalismo falhou; já que, para os nativos da terra dos papagaios, motivo para engrandecer o país, vestir a camisa verde e amarela, estender uma bandeira na janela de casa e cantar “eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor” é, apenas, a Copa do Mundo.

Bandeira de Minas Gerais

domingo, 20 de abril de 2008

Colégio com jeito de Faculdade


Federal de São Paulo: as histórias curiosas de seus estudantes

Fotos e Texto de Pedro Zambarda de Araújo, 2º Ano de Jornalismo
Faculdade Cásper Líbero

Andando pela Rua Pedro Vicente, você chega à entrada de uma escola diferente. O viaduto do metrô Armênia abriga a alma solitária dos mendigos que tentam dormir. Às 6h é perceptível um odor forte nas redondezas, algo que lembra biscoito, das indústrias. A Avenida Cruzeiro do Sul corta a rua ao meio, com um tráfego de automóveis respeitável por todo dia e alguns picos de engarrafamento.

Os seguranças do portão no número 625 da Pedro Vicente verificam carteirinhas e prontuários dos estudantes, evitando que visitantes entrem sem justificativa. Passando pelas grades, temos a sensação de adentrar em um campus universitário. É quase isso: o Centro Federal de Educação Tecnológica de São Paulo, conhecido simplesmente pelo apelido “Federal” comporta alguns cursos superiores, como licenciaturas em Física e Geografia, além de várias disciplinas distintas, embora ainda não seja considerada universidade pela falta de cursos biológicos.

Apesar de ser, originalmente, a Escola de Mestres e Aprendizes de 1909, com o passar do tempo, a escola se firmou no domínio federal em cursos na área de edificações e mecânica. Esse diferencial criou o nome ETFSP (Escola Técnica Federal de São Paulo), que era concorrida nos anos 1970. Por isso, os alunos passaram a ser submetidos em um exame chamado vestibulinho, similar ao vestibular de alternativas, para entrar na escola, com vagas limitadas.

A área interna, formada por dois gigantes “caracóis” – edifícios com rampas em volta de suas estruturas – e um prédio que os conecta, permite observar vários problemas de infra-estrutura, como a conservação dos vidros. Qualidade, nessa escola, não é o edifício, mas sim as aulas.
Os professores têm formação ao nível dos alunos. Muitos têm mestrados e um corpo mais reservado possui graduação em doutorado. Danilo Densa, ex-aluno, afirma que “em diversas ocasiões, fomos tratados de igual para igual com docentes, mestres e doutores”. Outro ex-estudante, William Gnann, questionou a formação dos professores comparando com suas aulas. “Como em qualquer outra escola, tem-se excelentes professores, bem como professores ´não tão excelentes assim´. É que falta didática a alguns...".

O currículo dos estudantes de ensino técnico, com o passar dos governos, passou a se desprender da escola comum. Assim, durante a gestão Fernando Henrique Cardoso, cursos superiores foram criados na Federal e o ensino médio se isolou do técnico. A escola adquiriu o nome de Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET-SP) em 1999. Com a mudança de cursos, o colegial se diferencia com projetos experimentais, grêmio estudantil, teatro e música.

Densa, ex-presidente do Grêmio Livre Estudantil Charles Chaplin (GLECC), falou sobre um momento tenso na agremiação do ensino médio. “Houve a greve dos CEFETS e Universidades Federais em 2005, por 3 meses, que apoiamos pelo aumento salarial dos professores. Porém, a greve se alongou até o limite do ano letivo, o que fez os estudantes irem contra os professores”.

Apesar da parte política forte e dos alunos, o CEFET-SP também tem um diferencial entre os professores. Rafael Takano, ex-aluno da Federal entre 2001 e 2003, fala de um professor que considerou especial. “Lobinho dava provas em grupo. Um ano antes de eu ter aula com ele (2001), o professor chamou os pais de uma menina, porque ela fazia a prova sozinha e não deixava ninguém ver. O professor explicou o porquê da avaliação em grupo”. Rafael ainda enfatizou: “para ele, na vida, você nunca vai fazer as coisas sozinho, nunca vai chutar, vai ligar pro colega de trabalho, supervisor e perguntar ´pra que serve isso aqui, como eu posso fazer isso?´. Ele nos ensinou como lidar com isso, como se comunicar. A menina quase levou suspensão”.

Outro aluno de 2001, Ricardo Sousa Fukui, do curso superior de Licenciatura em Física, também fala de curiosidades da escola, embora seja mais crítico. “A direção não diferencia tratamento dos alunos do superior com alunos do ensino médio”, reclamou. Mas, apesar de suas queixas, Fukui acredita no potencial da escola.

O bosque, próximo à saída da Federal na Avenida Cruzeiro do Sul, é um atrativo que dá um diferencial nesse clima “quase universitário”. “Quando passei no vestibulinho, não acreditei que a área além dos campos fosse da escola. Achei surreal quando soube” declarou Takano. Fukui completa a descrição sobre o bosque: “Lá eu me sinto livre. Não por fazer coisas que não deveria, mas por saber que não preciso daquele tipo de fiscalização”.

E, com o burburinho dos passos sobre as folhas do bosque, a visão de duas torres, o logotipo CEFET-SP, o barulho do trânsito da Cruzeiro e a proximidade da escola com o Shopping D, visitamos esse local que guarda histórias estudantis com milhares de paradoxos.


quinta-feira, 17 de abril de 2008

Diferentes faces de um mesmo personagem: as Lolitas de Stanley Kubrick e Vladimir Nabokov

Por Laís Clemente



Lolita, não importa em qual versão, é sempre uma história polêmica. Seja no original de Vladimir Nabokov ou nas adaptações cinematográficas de Kubrick e Adrian Lyne, o enredo sempre leva a diferentes interpretações, tudo é questionável, principalmente no tocante a real inocência de Dolores Haze, a Lolita. Se pegarmos como base de análise o filme do renomado diretor Stanley Kubrick e o romance de Vladimir Nabokov, perceberemos uma predileção por parte do diretor em enfatizar que o sedutor da trama é a menina Dolores, cuja idade não é mencionada em nenhum momento. Durante 153 minutos, Kubrick mostra e esconde fatos, demonstrando sua visão da história. O passado europeu de Humbert Humbert, por exemplo, que é quando o leitor tem a oportunidade de vislumbrar a obsessão do narrador por meninas de 9 à 13 anos é totalmente ignorado pelo diretor. Na película, Humbert, mesmo nos momentos em que vê outras meninas (como na cena do baile) só tem olhos para Lolita, o que reforça a idéia na mente do espectador de que ele era apaixonado não por ninfetas, mas por aquela em especial.


Já Nabokov, toma um partido diferente. Apesar de utilizar como narrador-personagem o próprio Humbert Humbert, que tenta a todo momento justificar seus atos, o autor expõe momentos em que argumentos de H.H. caem em contradição. Ao final do livro, por exemplo, ele reencontra uma Lolita no auge de sua adolescência e, ainda por cima, grávida. A imagem lhe gera certa repulsa, o que desmente a alegação de que ele amava Lolita independente de sua idade. Em Nabokov, o que H.H. ama mesmo são os traços infantis da menina.


Outro personagem que não pode passar despercebido é Clare Quilty. Personagem-chave na trama original, ele ganha especial destaque na telona. Ele aparece logo na primeira cena e não sai do filme desde então. Seja em uma convenção de policiais ou disfarçado de psicólogo – algo que, é importante frisar, sequer aparece no livro – ele parece fazer troça de H.H. durante toda a película. Além de estar sempre presente, devido ao salto no tempo que inicia o filme, o espectador sabe quem ele é e qual o seu papel na trama, algo que Nabokov optou por deixar para o suspense das páginas finais.


Desde o início deste texto tenho me referido a Dolores Haze como "menina". Corrijo-me, pois até isso é questionável em Lolita. Depende muito da interpretação que se dá a história. Para Kubrick, Lolita é uma adolescente provocante que encanta um viúvo de meia idade. Para Nabokov, ela é uma criança que teve sua vida destruída por um pedófilo de mente suja.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

A Androginia das Estrelas


The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars popularizou o chamado Glam/Glitter Rock e fez uma história conceitual sobre a própria música

Por Pedro Zambarda de Araújo
Feito originalmente para o site
Whiplash.net

Quando um jovem, que é inglês e observador, como sempre foi, chega aos Estados Unidos da América, sua vida sofre drásticas alterações. Em 1971, o músico David Bowie teve essa experiência, saído de uma sociedade conservadora e mergulhando no universo underground norte-americano, com bandas como Velvet Underground, The Stooges e, principalmente, The New York Dolls, que despertou profunda admiração.

Os Dolls, grupo do guitarrista Johnny Thunders e do vocalista David Johnansen, utilizavam roupas de mulheres em suas apresentações, apesar de serem heterossexuais, em sua maioria. Aquilo despertou em Bowie um personagem que marcaria sua carreira nos anos 1970: Ziggy Stardust, um marciano rockstar que é enviado até a Terra para transformar a mente dos seres humanos. Com a maquiagem que caracterizou Alice Cooper, anos antes, o visual feminino e o cabelo repicado e tingido de laranja avermelhado, Bowie deixou sua fase hippie, onde usava cabelos longos e composições típicas da década anterior.

Essa explicação introdutória é necessária. O LP, posteriormente transformado em CD, The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars, de 1972, não é apenas uma simples gravação de músicas de sucesso, mas uma peça de teatro que caracterizou o aclamado glamour rock: bissexualidade, atitude, temas polêmicos, visual andrógino e forte interação com o público.

Sua primeira faixa, Five Years, inicia a história de Ziggy com todo o sofrimento existente na Terra. Com rimas simples, Bowie ilustra a vida cotidiana, enquanto berra em plenos pulmões o refrão, resultando em uma música de peso. Soul Love quebra o clima causado pela introdução, trazendo uma peça predominantemente acústica, com letras positivas de renovação e exaltação do amor. “New love - a boy and girl they talking” mostra uma admiração descompromissada.

Moonage Daydream, a terceira música, traz a intervenção dos marcianos, que falam de uma relação elétrica. David Bowie assume um vocal nitidamente afeminado, que caracteriza sua atuação como Ziggy Stardust, sob o som de piano, baixo, guitarra e bateria. Com a quarta faixa, a chegada triunfal do “alien” se concretiza, de forma quase divina. O solo de guitarra em seqüência dos acordes no violão cria uma harmonia em Starman, assim como sua letra tranqüilizadora: “There´s a Starman waiting in the sky...”.


Com uma melodia extremamente folk, It Ain´t Easy fala do duelo entre a satisfação e as dificuldades que se encontram no caminho. Lady Stardust, pela ambigüidade de sua letra, trata da sexualidade de Ziggy, além da natureza obscura e reflexiva de suas músicas. “And he was alright, the band was altogether” faz uma primeira menção à banda que acompanha Ziggy Stardust, chamada no CD pelo nome The Spiders from Mars.

Star, música chamada, originalmente, de Rock´n´Roll Star, fala sobre como se tornar um ídolo e mudar o mundo, tal como os músicos de rock. A canção é acompanhada por um piano constante, que marca uma progressão ritmada de seus instrumentos. Música com a introdução definitiva dos Spiders from Mars, Hang Onto Yourself é uma música com poucas letras e muito dançante, mostrando que a história conceitual não se manifesta somente por palavras.

Ziggy Stardust é a música que resume a obra de setentista de David Bowie: “Making love with his ego. Ziggy sucked up into his mind”. Vemos a clara decadência no glamour do astro, o retrato de crítico de Bowie sobre o cenário musical, embora ele mesmo participasse de orgias e tivesse uma vida bissexual pública, um cotidiano completamente desregrado e voltado para si mesmo.

Suffragette City abandona o vocal feminino de David para incorporar uma balada carregada antes da conclusão do CD. Rock´n´Roll Suicide conclui, na verdade, a música-tema Ziggy Stardust, mostrando o astro cometendo suicídio no palco, fumando cigarros que, no fundo, simbolizam sua vida. Bowie berra, antes da morte de Ziggy, o memorável “You´re wonderful! Gimme your hands!” que não se trata apenas de um clímax musical, mas do ápice de uma verdadeira peça teatral, seja sobre si mesmo ou sobre pessoas jovens que morrem após uma vida desvairada.

Com todas essas excelentes 11 faixas, mais os extras lançados na reedição do CD em 1990, como Johnny I´m Only Dancing, Velvet Goldmine, a inédita Sweet Head e as versões demo de Ziggy Stardust e Lady Stardust, temos em mãos não somente uma obra-prima comercial de 1970, mas um retrato artístico do que é viver o rock.

Não é pela rebeldia ou pelas aventuras sexuais que os cantores de glam viveram que a vida de quem admira o rock´n´roll é curta. Bowie não se restringe a demonstrar apenas seu estilo musical, porque a própria invenção de Ziggy Stardust e sua atuação remetem, além dos estereótipos, até emoções, êxtases.

Diversas teorias rondam esse material primordial para quem quer, realmente, conhecer a música dos anos 70. O próprio nome de Ziggy aponta diferentes influências de Bowie – uns dizem que veio de Iggy Pop, a versão oficial alega que a inspiração real foi Vince Taylor, frontman do The Playboys, da década de 50.

Vale a pena ouvir o material, que é raridade em lojas hoje em dia.

terça-feira, 15 de abril de 2008

20 anos e 2 dias de uma obra-prima

Convencionou-se dizermos que existem 7 artes, cada uma abordando um nuance do ser humano, que define tal arte com variada sensibilidade. E toda grande arte tem um, ou vários, momentos chaves, aqueles que são feitos para quebrar barreiras e elevá-la ao um próximo nível. O primeiro exemplo que vem a minha cabeça é o que Cidadão Kane fez com o cinema, transformando-o, modificando seu modo de ser visto. No entanto, não consigo me lembrar de nenhum cineasta que tenha feito o cinema ser admito como arte, ou um pintor que fez o mesmo com a pintura e etc...isso por um motivo óbvio: Eles nasceram arte e sempre foram reconhecidos como tal. Mas um homem, ou para ser justo, dois, vêm a minha mente quando penso em como as historias em quadrinhos se tornaram arte: Alan Moore e Neil Gaiman. Um é mestre do outro, e ambos revolucionaram o mundo.


Alan Moore é tudo menos um cara convencional. Sempre foi um amante de literatura, mas acabou criando Hqs, o que nunca foi seu sonho. É rico, mas vive em uma casinha simples em Northampshire na Inglaterra, e suas historias já renderam milhões de dólares no cinema, mas ele nunca levou um tostão com isso. E por último, ele nunca escreveu um personagem sem que tenha alterado totalmente a forma como ele é visto, e neste contexto, sua maior “vitima” não foi um heroi, mas um vilão que habita a mente de grande parte das pessoas: O Coringa. Sem exageros, nenhum outro vilão foi tão brilhantemente retratado como o Coringa de A Piada Mortal.

A história se foca na gênese do palhaço do crime. Conta como ele se tornou uma ensandecido criminoso a partir de um simples comediante, e ele tem uma tese para explicar a própria origem: a única coisa que separa um homem são de um louco é um dia ruim. E ele vai até o fim para provar tal tese, sequestrando o Comissário Gordon, fazendo com que ele veja sua filha se tornar uma paraplégica e atormentando sua mente. Se até o mais calmo e racional homem se tornar um louco, qualquer um pode. E o alvo de tais desses atos é diretamente Batman.
O homem morcego é apenas o coadjuvante da HQ, e isso é ressaltado pelo genial traço de Brian Bolland. Ele contrasta discreta e magistralmente toda a insanidade na face do Coringa com a neutralidade de um Batman que aparece pouco. Tal neutralidade significa uma única coisa: esta história é sobre o Coringa. Só existe um momento em que Batman ganha traços que extraem alguma personalidade, justamente quando ele é visto apenas como uma sombra, ao lado do vilão, num final catártico.
Mas enfim, o que Moore traz de tão novo em “Piada Mortal”?
Frank Miller, em “O Cavaleiro das Trevas” redefiniu a relação entre Batman e Superman. Um era trevas e o outro luz, simples assim, mesmo que isto seja profundamente complexo. Já Moore, trouxe em “Piada Mortal” uma revolucionaria forma de olhar para a relação da Batman e Coringa. Como o próprio homem morcego indaga, como duas pessoas que se conhecem tão pouco, podem se odiar tanto? E a resposta do Coringa é direta: “A única coisa que me separa de uma pessoa sã é uma dia ruim, qual foi o seu?” Está talvez seja uma das mais lendárias frases da história das Hqs. Para Moore, Batman e Coringa são iguais, dois cumes da mesma faca. Dois homens que perderam suas mentes diante de tragédias pessoais. E isto é a própria historia de uma sociedade ensandecida e uma cidade decadente, que se afunda na própria tragédia. Se Batman é o espelho de Gotham, então Coringa é o espelho de Batman. Em vez de tentar explicar toda a complexidade por trás da análise de Alan Moore, vou encerrar com o mais genial monólogo que já li em uma história em quadrinhos. Uma piada, proferida por aquele que se tornou o maior vilão da nona arte: “Era uma vez dois caras em um hospício. Um disse ao outro que havia como escapar pelo alto do prédio, e eles foram até lá. Um olhou para o outro, e juntos caminharam até a beirada do prédio. Vendo que os guardas se aproximavam o primeiro disse, 'já sei como escapar! Eu vou acender minha lanterna entre este prédio e o próximo. Ai você passa pelo feixe de luz.' Nisso, o segundo respondeu: 'Você está louco? Como eu sei que você não vai apagar a lanterna no meio do caminho?'” E então, o homem vestido de morcego e o homem com o rosto pintado riram juntos.
obs: Esqueci na postagem inicial, então aqui vai a ficha técnica com os devidos créditos da HQ
Roteiro: Alan Moore
Desenho: Brian Booland
Cor: John Higgins
Ano: 1988, com produção iniciada em 1985

JORNALISTA É TORTURADA E MORTA AO COBRIR GUERRA

Nesta segunda-feira, morre aos 30 anos a jornalista e escritora Natália Russo após sofrer tortura pelos militares estadunidenses na guerra contra o Iraque. Seu corpo foi encontrado numa sala da área pertencente ao Exército. Algumas de suas anotações foram usadas para queimar parte de suas pernas e braços. Segundo investigadores criminalísticos, a captura foi extremamente cruel e violenta. O presidente George W. Bush Filho Clone se recusou a dar declarações sobre o assunto.
A escritora era conhecida por livros de filosofia e de situações de conflitos bélicos. O Best-seller “O Poder Não Quer a Verdade” revela informações exclusivas sobre a lavagem cerebral nos “voluntários” que vão à guerra em favor dos EUA. Seu editor, o jornalista britânico Robert Fisk, e seu companheiro de guerras, Bruno Martins, ambos do jornal The Independent, declaram que Natália recebia freqüentemente ameaças de morte dos norte americanos por informações reveladas em seus livros. “Uma bala atingiu sua cama domingo e logo depois ela me ligou pra se despedir, pois não tinha certeza se estaria viva por mais uma semana. Nessa mesma noite a torturaram até a morte”, diz Bruno, indignado. Fisk revela que a jornalista não queria voltar apesar de tudo o que estava passando, “ela tinha coletado sua última informação para mais um livro, a luta contra a alienação social era seu único critério”.

Nascida em Joinville - SC, formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e em Filosofia pela USP, Natália pretendia concretizar uma realização pessoal e social: “... transformar o olhar banalizado do público sobre as guerras em uma briga com o governo, pois é ele o singular causador de todo o estrago já feito. Sua ausência será a paz encontrada.” – Terra de Sangue, 2012.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Um pouquinho de futebol...


Existem jogos e jogos. Eles nunca são todos iguais, e nunca se repetem, e é por motivos assim que o futebol é o esporte mais popular que existe. Por mais que um time seja favorito, por mais que sua equipe seja melhor e seu treinador superior, sempre existe algo a mais. Pode ser um jogador, uma jogada, um juiz, um lance e, em alguns casos, uma camisa e um estádio. Foi isso que aconteceu ontem no Morumbi.

O Palmeiras talvez seja hoje o time que está jogando o melhor futebol no país. Tem um grupo equilibrado e de qualidade, que alterna experiencia e vigor em doses exatas, e tem no seu banco o melhor treinador do país, um dos melhores do mundo. Do outro lado o São Paulo enfrenta um início de temporada complicado. Apontado seguidamente nos últimos três anos como o melhor clube do país, o time sofreu com uma grande esvaziada em seu elenco e uma troca no estilo de jogo. No primeiro jogo entre os dois times, na primeira fase do campeonato paulista, foi um massacre tanto no placar quanto do ponto de vista tático: 4 a 1 para o Palmeiras. Não houve, e não há ainda, um comentarista que não aponte o Palmeiras como favorito.


Mas o que houve ontem no Morumbi mostra que nunca se deve subestimar um grande clube em uma partida decisiva. Ao contrário do que faz o Corinthians nos últimos anos, o São Paulo não acreditou que apenas sua tradição lhe daria a vitória, e entrou em campo com a consciência que tinha um time pior, que precisava trabalhar para superar o adversário. Muricy Ramalho voltou ao esquema de três zagueiros, aproveitando a volta de Alex Silva, e ajeitou a marcação para anular Valdívia e Diego Souza, principais articuladores do Palmeiras. Zé Luiz foi o responsável de grudar no meia chileno. No ataque a estratégia era simples: Hernanes articulando as jogadas pelo meio, possibilitando que Jorge Vagner tenha espaço para alçar bolas na área e Adriano definir. E a partida se definiu desta forma, em uma bola cruzada na área para Adriano, de mão, marcar. Sim, de mão, assim como Maradona em 1986. Um lance impossível de ser visto pelo juiz, impossível de ser marcado pela zaga, e que com certeza será discutido por tempos. Pois assim é o futebol, feito de pequenos lances que por um acaso do destino ocorreram. O segundo gol do São Paulo saiu de um falha de um zagueiro, e o gol do Palmeiras de um pênalti. Mas isso não será lembrado, e pouco importa.


O que importa, é que ontem o São Paulo, de uma forma ilegal, mas emblemática, ressurgiu das cinzas. Não é o favorito ainda, o Palmeiras precisa só vencer, mas com certeza é outro time. Não porquê jogou melhor, mas por quê ele tirou tudo o que pôde de si mesmo, de sua tradição – e não apenas dela- e de seus estádio, e fez valer sua camisa de uma forma que muitos julgaram que não existia no clube do Morumbi: humildade. Só restam 90 minutos para sabermos quem vence: A tática sempre presente de Luxemburgo, ou coração nunca dantes visto de Muricy.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Jornalistas: perspectivas e o mercado de trabalho.

Por Andrea Wirkus e José Roberto Gomes Júnior, 1° ano de jornalismo.
Faculdade Cásper Líbero.

Matéria feita originalmente para o Site de Jornalismo.


Objetividade, clareza, disposição e um pouco de criatividade. O jornalista tem a obrigação de manter-se informado para poder informar.


O jornalismo é uma profissão antiga. E, embora seja possível encontrar antecessores do jornal e dos jornalistas em todas as sociedades organizadas ao longo da história, a atividade demorou a assumir o nome que tem hoje e uma série de características que a definiriam tal como a conhecemos.
Antes de tudo, o jornalista era um mensageiro; atualmente, é um mensageiro multimídia, cuja possibilidade de atuação se estende pelas mais diversas áreas. Entretanto, é fato: ele tem a obrigação de ler e escrever bem - habilidades nem sempre desenvolvidas com maestria.
Caio Túlio Costa, diretor-presidente do Internet Group e professor da disciplina Ética Jornalística pela Faculdade Cásper Líbero, afirmou que "os jornalistas chegam ao mercado de trabalho mal preparados, apresentando dois graves problemas. O primeiro é a formação humanística insipiente - falta capacidade crítica, substância. O segundo a qualidade ruim, tanto da escrita como da leitura: eles não sabem escrever e lêem mal". Isso gera uma situação desagradável dentro do contexto de um mercado atualmente favorável para os jornalistas, cujo perfil básico descreve um profissional capaz de transmitir informações com máxima clareza e concisão.
Esse aquecimento de mercado se deve, em grande parte, ao fortalecimento das novas mídias. A internet e os tablóides de rua, por exemplo, acabam por recrutar cada vez mais profissionais. Vale ressaltar, no entanto, que as exigências também aumentaram. Versatilidade, rapidez e atenção a todas as notícias e ocorrências do dia são pré-requisitos básicos para quem pretende se sair bem.
Com relação às contratações e à quantidade de vagas disponíveis, o economista e assessor econômico do Sindicato dos Jornalistas, Carlos Montoya, disse que, em São Paulo, "o mercado formal (com carteira assinada) e o informal, que inclui os freelancers e PJ's (pessoas jurídicas), estão em equilíbrio, meio a meio. Cada um dispõe de metade dos profissionais formados na área".
Montoya ressalta também que, no mercado formal, são criados de 500 a 700 novos postos de trabalho todo ano. O ramo da assessoria de imprensa é o que registra mais jornalistas atualmente. Segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), são, aproximadamente, 35.350 jornalistas contratados pelo regime de CLT em nível nacional. Destes, aproximadamente 10.800 são registrados em São Paulo. Ao considerar também o mercado informal, estes dados dobrariam.

No site do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (http://www.sjsp.org.br/), é possível encontrar um quadro com os diversos pisos salariais para quatro principais segmentos, além da assessoria de imprensa: jornais, revistas, rádio e televisão, da Capital, do Litoral e do Interior.

R2-D2 hospitalizado.


O ator Kenny Barker, de 73 anos foi internado em virtude de uma crise de asma. Ele estava viajando para os EUA, quando sofreu a crise e acabou internado em um hospital de Chicago. Segundo seu filho Kevin, a asma é um problema recorrente e não é grave.

Agora... quem é Kenny Barker? Simplesmente a pessoa por trás do andróide R2-D2, da saga Star Wars. Ele ficava dentro da fantásia de robô e se movimentava por pequenas rodinhas. Segundo o próprio ator a temperatura lá dentro chegava a quase 60ºC. O motivo da viagem era nada menos que uma convenção de fãs de Star Wars em Chigaco, tipo de evento que Barker nunca deixa de participar.

Bom, melhoras ao nosso querido R2-D2. Afinal de contas, já perdemos Obi-Wan Kenobi.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Adeus Moisés, El Cid, Ben-Hur...



Um dos apelidos dados à indústria hollywoodiana nos meados dos anos 50 foi “fábricas de sonhos”, apelido esse dado graças a sua capacidade de transformar o impossível em possível, e meras pessoas em grandes astros. E entre os seus grandes astros fabricados estava Charlton Heston. Nascido em Evanston em 4 de outubro de 1923, ele foi um dos maiores astros americanos nas décadas de 50 e 60, sempre encarnando o homem bruto e forte, mas sempre ético e moral. Postura esse que ele reproduziu por toda sua vida, que se encerrou no ultimo domingo, aos 84 anos, vítima de uma doença degenerativa.

Heston ficou conhecido primeiramente com seu papel em O Maior espetáculo da Terra de 1952. Mas foi como ninguém menos que Moisés que ele ficou mundialmente famoso. Em os Dez Mandamentos, de 56, um dos filmes mais caros da historia, Heston entregou uma de suas atuações mais marcantes. Era um Moisés épico, forte e com uma sensibilidade interna que era difícil de se imaginar em um ator como ele. E então com Ben-Hur de 1959, ele atingiu seu auge. O filme, considerado um dos maiores da historia, ganhou 11 Oscars, incluindo de melhor ator para Charlton Heston. Oscar merecido diga-se de passagem.

Seu apogeu durou mais 10 anos, quando em 68 estrelou o clássico sci-fi Planeta dos Macacos, isso depois de encarnar entre outros, El Cid. Como o coronel George Taylor, Heston se ressaltou seu estigma como herói masculino e forte, no entanto, seu talento dramático foi ressaltado. Afinal, quem não se lembra da última cena do filme? Com certeza entre o maiores momentos do cinema.

Infelizmente, o ator ficou conhecido pela mais nova geração como o conservador que apóia o porte incondicional de armas, graças à covarde entrevista feita por Michael Moore no documentário Tiros em Columbine. Ela mostrou um Heston com 81 anos, debilitado pela doença, que não entendia o porque de Moore o estar acusando de compactuar com o alto nível de mortes nos EUA. A geração que viu isso, não ficou sabendo do homem que marchou ao lado de Martin Luther King, e foi ao congresso americano lamentar a morte John F. Kennedy e se pronunciar contra a guera no Vietnã. Vejo sua mudança para um lado conservador, como um fator natural da idade, e de uma leve desilusão com seu país, que ele nunca deixou de amar. O fato de ter defendido os direitos as armas, não fez dele um anti-pacifista, pelo contrário, apenas salientou sua paixão pela democracia. Tais idéais podem ser contestados? Sim. Mas nunca seu caráter, como fez Michael Moore.

O mundo no ultimo domingo perdeu um grande ator, e poucos perceberam isso.

“Take your filth hands out of me, you damn dirty ape!”
Coronel George Taylor

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Editorial #2 - O porquê do Bola da Foca

Nada como começar um ótimo projeto com um ótimo editorial. E o Pedro fez isso de forma magistral. Não poderia completar nada além do que já foi dito por ele, exceto contar o porquê da idéia do Bola de Foca.

A idéia inicial me surgiu enquanto eu divagava, preso no caótico transito da av.Paulista pós-reformas. Pensava eu: É impressionante a relativa falta de espaço que nós, alunos de jornalismo, temos para escrever livremente. Existem orgãos para isso na Cásper Libero, sem dúvida alguma, mas serão eles suficientes e, principalmente, eficientes? O Esquinas, Imprensa e os sites serão ideais para nós...como posso dizer...treinarmos?

O fato é que existe uma oferta muito pequena de locais para isso na Cásper diante de uma demanda muito grande de alunos. Exemplos claros são matérias muitos boas que são simplesmente excluidas do Esquinas e do Imprénsa, ou colocadas nas "gavetas" dos sites. Sem mencionar ainda, os textos que são publicados, mas são totalmente amputados, sobrando apenas resquícios do que deveriam ser. Então aqui está, uma tentativa modesta de abrir esse espaço entre nós alunos de jornalismo, futuros alunos de jornalismo e, porque não, aqueles que não são e nem serão alunos do curso, mas tem uma imensa vontade de escrever. Assim sendo, aqui vão algumas sugestões:

1- Textos aqui serão editados? Sim. Mas somente seu tamanho e erros grossos. Idéias NUNCA serão editadas, a não ser que sejam derespeitosas à alguma pessoa. E nenhuma alteração será feita no texto sem o conhecimento do autor.

2- Achou uma boa notícia? Tente evitar o máximo possivel o Ctrl C + Ctrl V. Afinal, se alguém for procurar uma simples notícia, o Uol é o local mais facil. Prefira transcreve-lá com sua opinião impressa.

3- Qualquer, repito, qualquer assunto aqui é permitido, desde que seja interessante.

4- Se você é leitor apenas, e quer fazer parte do Bola da Foca, simplesmente procure a mim ou ao Pedro, ou a qualquer membro do blog. Quanto mais gente, melhor.

Bom, é isso. Abraços a todos, e que o Bola da Foca dure por muito tempo!

A Voz do Heavy Metal em pleno vigor

Por Pedro Zambarda de Araújo, 2º ano de jornalismo. Faculdade Cásper Líbero.
Matéria feita originalmente para o Site de Cultura Geral.

1995 marcou a última vinda do vocalista John Michael “Ozzy” Osbourne ao Brasil, no festival Monsters of Rock, realizado no estádio do Pacaembu. Dessa forma, escrever uma resenha sobre o retorno de Ozzy ao Brasil é, mais do que falar de um mito no rock, retratar o contato de novos fãs do estilo com a pessoa responsável pela sua repercussão. No dia 5 de abril de 2008, o Parque Antártica, em São Paulo, recebeu o príncipe das trevas junto das bandas Black Label Society e Korn.

Quando Ozzy era vocalista no Black Sabbath, sua primeira banda na década de 1970, foi famoso por agitar platéias e possuir uma qualidade vocal que se tornou marcante em vários hinos do rock pesado. Com o passar dos anos, o uso excessivo de drogas desgastou Osbourne a ponto dele não ter mais condições para se apresentar em palcos, tornando suas aparições raras.

Black Rain, álbum lançado em 2007 pelo “Madman”, como Ozzy também costuma ser chamado, trouxe um novo som com a qualidade dos discos de peso em sua carreira. No entanto, o grande diferencial desse trabalho para os outros foi a afirmação categórica do artista que, desta vez, não teria usado nenhum tipo de substâncias ilícitas em sua gravação. Na apresentação em São Paulo no Parque Antártica, isso ficou mais claro.

Com aproximadamente 40 mil pessoas presentes, que iam chegando aos poucos, as bandas Black Label Society e Korn fizeram suas apresentações de abertura. Os shows começaram às 19h30min e se estenderam até a meia noite, transformando a apresentação em um verdadeiro festival (principalmente considerando o preço dos ingressos, que variaram entre R$180 e R$300, na platéia VIP).

A bandeira da caveira estendeu sobre o palco, revelando a entrada da primeira banda. Essa cobertura permitiu que a entrada dos músicos fosse discreta, retratada apenas pelos telões espalhados no estádio de futebol. Frontman do Black Label Society, o guitarrista Zakk Wylde, também instrumentista da banda de Ozzy, fez uma apresentação repleta de solos e boa dose de técnicas. Com um chapéu de mafioso e tocando músicas como New Religion, do álbum Shot in Hell, lançado em 2006, Wylde parecia um “viking”, batendo a mão no peito e incitando o público. No entanto, na execução das músicas dos álbuns Máfia, de 2005, e Blessed Hellride, de 2003, os ruídos da guitarra elétrica de Zakk soaram abafados para quem estava mais próximo ao palco e o vocal dele não estava bem claro. A apresentação em si evidenciou mais sua performance com os integrantes da banda, como o segundo guitarrista Nick Catanese, tão barbudo e bárbaro quanto Wylde, além de Craig Nunenmacher detonando a bateria e o John DeSevio no baixo.

Em menos de uma hora, Zakk terminou as músicas e, ao som da guitarra jogada ao chão, no fundo, ele fez uma despedida breve, sem muitas palavras. O palco, às 20:30, começava a ser preparado para a entrada da banda do estilo new metal chamada Korn.

Notou-se, entre o público, que os admiradores da banda de Jonathan Davis não eram bem queridos pelos fãs de Black Label e do próprio Ozzy. A música do Korn, que mescla letras de rap e experimentalismos com sintetizadores sonoros, fez algumas pessoas circularem, beberem cerveja. No entanto, mesmo dentro do estilo do new metal, o Korn fez uma apresentação agitada, sempre conversando com o público.

Muitos músicos convidados, como Kalen Chase, na percussão, Shane Gibson, guitarrista, Ray Luzier, baterista, Zac Baird, nos teclados, e um DJ mascarado desconhecido, participaram em peso com o trio oficial do Korn. Literalmente “montado” em seu microfone estilizado, o vocalista Jonathan Davis exclamou frases de agradecimento a Ozzy Osbourne, pela oportunidade de participar de um show tão cheio (embora muitos não gostem de sua banda), e aos seus fãs, pelo incentivo na estrada.

As músicas tocadas pelo Korn foram desde A.D.I.D.A.S, de seu álbum Life is a Peachy de 1996, até Coming Undone, do álbum See You in the Other Side de 2005, fazendo uma miscelânea geral do grupo. Invocaram, em um cover rápido, a música We will rock you, do Queen, cantada em uníssono por muitos no Parque Antártica.

Korn encerrou sua atuação no palco às 22h. Com o logotipo de Ozzy Osbourne exibido no telão, o palco foi sendo preparado aos poucos e às vistas do público que começava a se amontoar nas grades. Em menos de 20 minutos, foi possível ouvir, claramente, a voz do Madman dizendo “I can hear you!”.

Sem entrar no palco, Ozzy instigou o público, que saudava com um “Olê, olê, olê, olá! Ozzy! Ozzy!”. O telão passou a mostrar vídeos de vários filmes, como Piratas do Caribe III – No Fim do Mundo e Borat: Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América, com o Ozzy no lugar de seus personagens principais, fazendo piadas infames e levando o público às gargalhadas. Seriados como Lost e Família Soprano também foram parodiados.

Após as saudações iniciais, Ozzy Osbourne entrou no palco ao ritmo de I don´t wanna stop, balada com riffs pesados de seu novo CD, Black Rain. Como o próprio nome da música diz, Ozzy está longe de parar de cantar, assim como seus excelentes músicos. Zakk Wylde subiu no palco pela segunda vez na noite, rasgando com o solo de Bark at the Moon, do álbum homônimo de 1983, que levou os fãs aos tempos clássicos de Ozzy.

Extremamente gentil e energético, o Madman atirou a fita preta que envolvia sua testa e se ajoelhou para saudar o público no intervalo entre as músicas. “I love you all” foi uma de suas declarações, mescladas com um pedido de desculpas pela ausência de 13 anos dos palcos brasileiros. Suicide Solution, do clássico Blizzard of Ozz de 1980, foi rodeado de gritos de incentivo do histórico vocalista, acompanhado pelo baixista Rob Nicholson e o baterista Mike Bodin, além de Adan Wakeman, filho do ex-tecladista de Ozzy no Black Sabbath, Rick Wakeman.

Após atirar baldes d´água no público, fazendo sinais de que o clima estava quente, e mostrando a bunda no final da última música, Ozzy mostrou como sabe provocar e ter o público sob seu comando. Mr. Crowley, música composta ao místico e, supostamente, satanista Aleister Crowley, adquiriu tons gregorianos com o teclado que simulou um órgão de igreja. Esse espiritualismo e magia que as canções de Ozzy transmitiram eram presentes em todos os ouvintes, que não estavam ali somente pelo heavy metal que ele criou em 1970, mas pelo showman que o Madman, de fato, é.

Entretanto, essa herança do passado do quase sexagenário Ozzy esteve explícita nesse show de clássicos. Após a execução de Not going away, também do CD Black Rain, Ozzy Osbourne lançou a pergunta: “Let´s play Black Sabbath?”.

War Pigs foi a resposta imediata. Com cenas de guerras no telão, a canção de protesto contra o Vietnam do ex-frontman do Sabbath era conhecida por todos os presentes, que vibravam e pulavam com sua evolução gradual.

Dando uma pausa nos clássicos de sua banda, Ozzy retornou às músicas de sua carreira solo em Road for Nowhere, do álbum No More Tears de 1991. Recebendo duas bandeiras brasileiras, uma pequena que mostrou ao público e outra grande que estendeu sobre suas costas, Ozzy tomou goles de café e chá de sua pequena tigela, em frente ao público, confirmando sua atual saúde. “Are you going crazy? This time, it´s a song with crazy!”. Dessa forma, causou com a balada Crazy Train, também do Blizzard of Ozz.

Após a última música, Zakk Wylde foi deixado no palco. Solando de maneira muito mais precisa do que no show do Black Label, o guitarrista que mais acompanhou Ozzy em sua carreira fez um cover dos antológicos músicos Jimmi Hendrix e Eddie Van Halen, tocando a guitarra com a boca e de costas. A performance de Wylde que contagiou o público lhe custou cortes nos dedos, que ficaram sangrando até o final do show. Manchando todas as guitarras em que pegou, o instrumentista deu uma demonstração do que o rock´n´roll é feito: atitude, nem que isso machuque suas mãos.

Iron Man foi outro retorno claro aos tempos de Black Sabbath de Ozzy. I don´t know foi a música emendada que encerrou a energia latente na música anterior. Contagiada pelo repertório, pela atitude dos músicos e a atmosfera da apresentação, o público pediu a memorável No more tears. “Are you sure?...Ok!” exclamou o Madman.

Os agudos dessa música marcaram o público. “I still can´t hear you” fazia os brasileiros gritarem mais e mais alto. Here for you, a balada dos teclados no novo CD, lembrou quase imediatamente músicas leves de Ozzy, como Changes e Dreamer, atendendo aos espectadores que não apreciam os números mais pesados do Madman. I don´t want to change de world encerrou, supostamente, o show.

“One more song! One more song! One more song!” vociferou o Parque Antártica, suplicando para que Ozzy voltasse. A clássica Mama I´m comming home trouxe Zakk em uma guitarra dupla, fazendo o som de violão e guitarra. Paranoid, também originalmente do Black Sabbath, encerrou uma noite de músicas marcantes e antigas que Ozzy Osbourne trouxe nessa turnê, mesclando com pouca coisa de seu novo material.

Antes de se despedirem, Zakk Wylde apontou para um grupo de pessoas na platéia VIP, que estendem as mãos para o alto. Com seu temperamento selvagem, ele atirou um cabeçote de amplificador para o público, sem a intenção de machucar, mas comprovando sua selvageria como músico. Com essa última imagem, temos o panorama de Ozzy e sua banda: loucos, muito longe de estarem velhos ou acabados e, acima de tudo, com disposição não somente para tocar, mas para divertir seu público. Obrigado, Ozzy Osbourne, pelo desempenho memorável.

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Editorial #1

Por Pedro Zambarda de Araújo, 2º ano de jornalismo. Faculdade Cásper Líbero.

Normalmente estudantes de comunicação ficam debruçados sobre livros durante o tempo livre, ou até mesmo durante os estágios. Resolvemos fazer diferente.

Bola da Foca é o resultado de desocupações. Também é resultado de um percentual pequeno de atividade - mentalizar um título esdrúxulo que possa agregar gente que gosta de noticiar, quase-profissionais que desejam ter os seus textos publicados em algum lugar. É um jornal, que agrega, algumas vezes, temas de revista, e segue em formato blog.

Por que um blog? Sites dão despesas mensais e não são de leitura rápida. Não tenho nenhum teórico ou sociólogo para me basear, mas é fato que, ao procurar assuntos e um menu diverso, você gasta menos tempo do que a notícia na sua cara. Fora o fato que blog tem tudo haver com os "descolados" jovens do século XXI, ou algo do naipe.

Não pretendemos fazer algo convencional: a notícia aqui vale desde o gato preso no telhado até, novamente, a situação do trânsito em São Paulo. A apuração é feita por estudantes, por jornalistas amadores, mas carrega as mesmas subjetividades de um jornal profissional. Quem diz o que é informação, aqui, somos nós.

Criatividade é compatível com jornalismo aqui. Há regras, como em qualquer periódico, mas são poucas. Na real, aqui é uma casa da mãe joana mesmo, com todo respeito.

O projeto foi feito em alguns minutos, ontem, dia 8 de abril. Deve ter sido durante a tarde, numa ligação dentro da Faculdade Cásper Líbero, onde estudamos jornalismo. A idéia? Thiago Dias. A execução? Thiago Dias e Pedro Z. de Araújo.

Colaboradores, jornalistas fixos, focas, leopardos, tigres, etc, farão qualquer tipo de texto que se encaixe nos formatos jornalísticos - editorial, notícia, nota, reportagem, coluna de opinião, crônica, resenha.

Também não pretendo ser um editorialista chato. O texto acaba por aqui mesmo.

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