terça-feira, 22 de abril de 2008

Um pouquinho de futebol...

E o Palmeiras é finalista do Campeonato Paulista. Ou seja, tudo aquilo que eu escrevi semana passa está errado? O São Paulo que jogou na primeira partida da semifinal era só fogo-de-palha? Bom, sem radicalismos aqui, a resposta para essas perguntas pode ser um sim e um não. Primeiro vou direto ao ponto: O Palmeiras venceu por que é melhor. Um time muito bem montado, com certas deficiências no setor defensivo, mas que são compensadas por um gênio chamado Vanderlei Luxemburgo. Já o São Paulo também é um time forte, mas só quando está com seus 11 titulares em campo, o que não aconteceu no domingo. O time sentiu muito a ausência de Zé Luiz, e o substituto Fábio Santos não esteve à altura. Na verdade, Fábio Santos até agora não esteve à altura nem de ser banco do time. Desta forma, Valdívia teve a liberdade necessária para criar para o Palmeiras, armando contra ataques e pressionando o tricolor. Foi assim que saiu o segundo gol palmeirense, e foi assim que o São Paulo esbarrou na adiantada marcação do adversário.
Bom, não há muito além disso para dizer do jogo, mas há muito o que falar de dois homens: Marcos e Rogério Ceni. Ambos são ídolos de seus times. Últimos remanescentes de um amor à camisa que não se vê mais espalhado pelos campos do mundo. E ontem foi uma partida decisiva tanto para o palmeirense, quanto para o são paulino.
Marcos viveu os últimos três anos em inferno astral. Sempre quando ensaiava uma volta aos campos, em decorrência de uma contusão, se machucava de novo. Não foram poucos os que disseram que a carreira dele havia acabado. E foram muitos os que esqueceram do fantástico goleiro que Marcos foi, ganhando o apelido de São Marcos não só da torcida palmeirense, mas do povo brasileiro, devido sua performance em na Copa de 2002.
Já Rogério Ceni foi o oposto de seu amigo alviverde. Desde de 2005 ele vive uma boa fase que parece não ter fim. O goleiro ganhou uma aura de herói desde a Libertadores de 2005 e a verdadeira batalha contra o Liverpool de Gerrard no mundial do mesmo ano. Passou a ser cada vez mais amado pelos são paulinos e respeitados por aqueles que o odiavam. Tanto em 2006 quanto em 2007 Rogério foi escolhido o melhor goleiro do país, e em uma votação popular no site da Fifa no fim do ano passado, foi eleito o melhor goleiro do mundo. Mas ontem, uma inversão do destino caiu sobre o Parque Antártica.
Marcos finalmente pode gritar ao mundo que está de volta. Ontem, ele fechou o gol contra o São Paulo e vai disputar uma final pela primeira vez desde a Copa do Mundo. Já Rogério Ceni falhou quando não poderia ter falhado. Falhou no principal jogo de um campeonato em que ele não havia falhado até então. E pra piorar, se desentendeu com Valdívia no fim do jogo, uma atitude imaginável em muitos jogadores que estavam em campo, mas não em Rogério Ceni. Ele deve ser punido, merecidamente. Hoje não foram poucos os que decretaram o início da decadência do ídolo são paulino. Esse ano ele fez apenas um gol, de pênalti, e suas faltas já não assustam os adversários como antes.
A própria história de Marcos contradiz uma decadência de Rogério Ceni. Não importa a fase do goleiro, ele não nunca perderá a posição de titular, desde que tenha condição física. O Palmeiras deu suporte incondicional para Marcos mesmo em sua fase ruim. E caso isto acontece com Rogério, o São Paulo não agirá de forma diferente. Mas ainda é cedo para afirmar qualquer coisa sobre o são paulino. Perde-se as contas dos títulos que Rogério deu sozinho para o São Paulo, e quem viu a final do mundial de 2005 sabe do que estou falando. E para não ir longe, o São Paulo nunca teria passado mais de 10 jogos sem tomar gols no Brasileiro do ano passado sem a atuação de seu goleiro. O descrédito hoje dado a Rogério é muito em decorrência da espera para que isso aconteça do que por uma sequência de erros. Não estou denunciando uma conspiração contra ele e nada do tipo, mas não há nada mais chamativo que um ídolo em desgraça. Assim como é igualmente chamativo um ídolo em redenção, e é o que acontece hoje com Marcos. Redenção merecida de um dos maiores goleiros que esse país já viu. E se eu fosse apostar, pra mim vamos ter um próspero período com os dois maiores ídolos no Brasil hoje, jogando em alto nível, ao mesmo tempo. Quem ganha é o Palmeiras, é o São Paulo...é o futebol.

ps: Está coluna vai ser sempre públicada às segundas-ferias. Hoje foi uma ocasião especial devido a semana de provas e ao feriado.

4 comentários:

Ana f disse...

futebol :SS nao mata, nao engorda e nao faz mal. Mas me deixa PERDIDA! haha
VALEU PELO COMENT! ;]

Mônica Alves disse...

Já cansei de te dizer que acho o Rogério antipático, apesar de bom jogador. O Marcos não, merece (e muito) tudo o que conseguiu. Agora resta ver se os dois vão conseguir manter um ritmo bom.
(e viva o Corinthians!)

Pedro Zambarda disse...

Achei que o texto se foca nos goleiros, o que é mais interessante do que simplesmente narrar o jogo.

Não digo isso sendo são paulino, mas jornalista mesmo.

Lau disse...

acrescentado ao que a ana disse: futebol não mata,não engorda, não faz mal, mas causa câncer de próstata(podem verificar, 95% dos que tiveram câcer de próstata já jogaram futebol)

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