quarta-feira, 31 de julho de 2013

O politicamente correto não existe. E é uma muleta

Em primeiro lugar, este texto é opinativo. Contém argumentos, que eu procurei embasar, mas é opinativo. É opinativo porque existe quem afirme que o termo "politicamente correto" existe. E eu acho que é uma falácia, que funciona como muleta de linguagem.


O politicamente correto não existe e é uma muleta, porque esta expressão é utilizada como um recurso por quem não consegue tecer um argumento válido para fundamentar suas próprias teses. É uma desculpa de quem utiliza o termo. Se o humor de comediantes precisa ser politicamente incorreto e apelar para o racismo ou para os argumentos frouxos numa tentativa de ser engraçado, ele não é humor de qualidade. Se a crítica de uma pessoa precisa ser enquadrada em um termo genérico como politicamente correto, é você que falha em sua argumentação mais retrógrada. Você não consegue explicar o outro e utiliza o politicamente correto como uma desculpa.

Quando revolucionários franceses criaram Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em 1789, nenhum girondino ou alto burguês chamou aquilo de politicamente correto. E, caso alguém tenha chamado, o apelido da atitude revolucionária não vingou historicamente, não fez fama alguma. Politicamente correto é, acima de tudo, uma muleta de vocabulário favorável a quem é conservador ou, mais do que conservador, a um indivíduo com dificuldades de conviver com críticas ou diferenças.

O professor de literatura Idelber Avelar, colunista da Revista Fórum, fez um ótimo texto definindo que o politicamente correto nasceu entre as décadas de 1980 e 1990. Ele teria nascido como uma expressão ofensiva da América neoliberal de Ronald Reagan (de direita) contra simpósios como “Correção Política e Estudos Culturais”, promovido pela Conferência das Humanidades Ocidentais em Berkeley (de esquerda). Eu continuo não acreditando na expressão.

Se a direita se vale de uma expressão frouxa para ofender as políticas de esquerda, não vai conseguir fazer história com essa expressão. Vai, talvez, vender livros da série "Guia politicamente incorreto de [insira o assunto aqui]". Vai fazer um sucesso de marketing oco, e só. Esses livros valem por seus conteúdos, e não por serem politicamente incorretos, ou seja lá o que o autor quer que isso signifique. E se a esquerda utilizar esse termo para enquadrar a si própria, não vai validar corretamente seus próprios discursos.

Politicamente correto não existe. E eu espero que você não acredite nele, com toda sinceridade.

Jornalismo eficiente não é jornalismo que pergunta qualquer coisa

Bom jornalismo é praticado com boas fontes e bom tratamento de informação. Quando o jornalismo pergunta qualquer coisa, uma fonte ruim não dará informações suficientes. Quando o jornalismo ruim pergunta qualquer coisa pra uma fonte boa, ele só consegue provar a sua própria tolice. Foi esse tipo de apuração televisiva que a emissora americana Fox News exibiu na última sexta-feira, 26 de julho.

Reza Aslan, a boa fonte que o jornalismo da Fox News não levou em conta

A jornalista Lauren Green, da Fox News, entrevistou Reza Aslan, um ph.D. em história das religiões. A reportagem era sobre o lançamento de um livro Zealot: The Life and Times of Jesus of Nazareth, escrito por Aslan sobre a vida do messias cristão, Jesus Cristo. O problema que a Fox News criou foi ao questionar, de cara, a razão pela qual Reza Aslan decidiu escrever sobre o tema da obra, sendo que ele é muçulmano.

Em uma demonstração de puro preconceito religioso e conservadorismo, Lauren guiou uma entrevista pautada por perguntas fajutas, com comparações esdruxulas (equiparar as diferenças de cristãos e muçulmanos com políticos democratas e republicanos é, no mínimo, bizarro) e autoritária em sua apuração, baseada apenas em comentários negativos do livro que virou best-seller.

Aslan respondeu a primeira pergunta de forma direta: "Para ser claro, eu sou um acadêmico de história da religião com quatro pós-graduações, incluindo uma em Novo Testamento (bíblico) e fluência em grego bíblico, além de estudar os fundamentos do cristianismo por duas décadas, e sou acidentalmente muçulmano. Eu não sou apenas um muçulmano escrevendo sobre o cristianismo, mas sou um expert com ph.D. em história da religião. É o meu trabalho como acadêmico, eu sou professor de religião".

Lauren Green não muda o enfoque em nenhum momento durante a entrevista, querendo martelar a opinião da Fox News de que um muçulmano escrever sobre cristianismo é equivocado ou errado. Jornalismo não é opinião. Jornalismo apura, ouve entrevistado e, mais do que isso, permite que ele tenha voz em uma transmissão ao vivo, sem edição. Lauren Green não praticou um nível de jornalismo aceitável, e ficou boiando apenas no terreno da opinião superficial e sem fundamento, típica da Fox News, apoiadora política do Partido Republicano conservador nos Estados Unidos.

Quer ver este exemplo de mau jornalismo? Clique no vídeo completo do bate-papo abaixo. Após a entrevista, o livro de Aslan teve um aumento surpreendente de vendas. A editora teve que imprimir mais 50 mil cópias para dar conta da demanda. Zealot é publicado pela Random House, virou best-seller no jornal New York Times e tem 336 páginas.


Fonte: BuzzFeed

segunda-feira, 29 de julho de 2013

O guitarrista "pai do heavy metal" é neto de brasileira

Tony Iommi, o guitarrista canhoto criador das músicas Iron Man, Paranoid e War Pigs (ao lado de Ozzy Osbourne e do Black Sabbath), é neto de uma brasileira. O inglês de Birmingham seria um descendente do Brasil.


A informação está em sua autobiografia, "Iron Man: Minha Jornada com o Black Sabbath", que foi traduzida pela editora Planeta para o português. 

O pai chamava-se Anthony Frank Iommie e era filho de uma brasileira. Já a mãe, Sylvia Maria, era italiana. Embora tivessem religião, Tony Iommi herdou apenas a crença em Deus, sem nenhuma filiação à Igreja Católica.

"Acho que minha avó era do Brasil. Meu pai nasceu no aqui (na Inglaterra). Ele tinha cinco irmãos e duas irmãs. Meus pais eram católicos, mas só os vi ir à igreja uma ou duas vezes", diz o guitarrista. A revelação aparece no primeiro capítulo do livro, "O nascimento de um lobinho".

Além de Ozzy, Tony Iommi teve parcerias históricas com Ronnie James Dio, Glenn Hughes e Ian Gillan do Deep Purple. Também formou os músicos Ray Gillen e Tony Martin, dentro do Black Sabbath, entre 1986 e 1995.

Fonte: Whiplash.net

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Banda Klatu embala show no Dia do Rock e prepara lançamento do segundo disco

Banda paulistana de rock Klatu lançará, no dia 2 de agosto, seu disco Um Pouco Mais Desse Infinito em um show no Kabul, casa de shows em São Paulo (R. Pedro Taques, 124 - Consolação). Os ingressos saem por  R$ 20 na porta e R$ 15 na lista (reservas@kabul.com.br) e a apresentação começará às 23hrs. No dia 13 de julho, Dia do Rock, a banda deu um show muito bacana na Livraria Saraiva do Center Norte, chamando atenção de fãs do grupo e de admiradores de rock que estavam presentes no estabelecimento.

Algumas fotos estão abaixo:








O disco tem oito faixas, incluindo o excelente cover de "Molho Inglês". Há uma resenha que fiz no site Whiplash.net. O grupo estava na ativa desde 2008 e já participou da trilha-sonora do filme da cineasta Lais Bodanzky, chamado As Melhores Coisas do Mundo (2010). Ela também dirigiu o filme Bicho de Sete Cabeças (2000), com Rodrigo Santoro, que trata sobre o uso de maconha e os tratamentos abusivos em hospitais psiquiátricos.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Concerto Games Classic vai rolar na cidade de Curitiba

Você gosta de música erudita e de videogame? A cidade de Curitiba recebe no mês de julho o evento Games Classic


Composto por uma orquestra com 45 músicos instrumentistas, coral com 12 cantores e uma banda de rock, o espetáculo traz a energia das trilhas sonoras dos grandes clássicos dos videogames.

O evento apresenta uma proposta inovadora e imersiva. Diante de telões, a orquestra toca em sincronia com vídeos e show de luzes, trazendo a plateia para dentro do universo dos games.

Um dos destaques desta edição do Games Classic é participação do músico Nino, um dos pioneiros da Game Music, guitarrista e fundador da popular banda MegaDriver. Com sua guitarra estilizada, Nino executará os temas de dois jogos que consagraram sua banda, Sonic The Hedgehog e Top Gear.


O espetáculo terá, ao todo, 90 minutos de duração, abordando games clássicos como Super Mario Bros, The Legend Of Zelda, Chrono Trigger, Final Fantasy, Diablo, World Of Warcraft, Street Fighter 2, Mega Man, entre diversos outros.

O Games Classic será realizado no dia 28 de Julho, domingo, às 16h. Ocorrerá no Teatro Guaíra em Curitiba, Paraná.

Mais Informações: gamesclassic.com.br

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Mídia NINJA e o problema dos blogs com o jornalismo

Blogs são excelentes veículos de reflexão, opinião e análise. No entanto, ainda são veículos fracos na aplicação do jornalismo em tempo real, geralmente limitados por pouco dinheiro ou mesmo por não optar por esse caminho trabalhoso de conteúdo. Post pago e pequenos anunciantes ainda não financiam grandes reportagens ou mesmo reportagens constantes.

Eis, então, que surgiu um novo veículo relevante no cenário nacional. A Mídia NINJA (@midianinja), idealizada pelo jornalista Bruno Torturra (@toturra), decidiu cobrir de perto as manifestações contra a tarifa de ônibus em São Paulo e os demais protestos em todo Brasil. Deu muito certo, e em formato blog/rede social. Ninja é uma sigla para “Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação”.


Os blogs continuarão com limitações de verbas. No entanto, com uma boa pauta na mão - no caso, os protestos nas ruas - você pode viabilizar novos veículos através dos sites. Em contato com os manifestantes, NINJA fez streaming em vídeo que chegou a atrair 20 mil pessoas. Conseguiram transmitir material autovisual em até 1h30min de gravação.

Você acha que o jornalismo morreu, ou está morrendo? Dá uma olhada na página do Facebook do NINJA e na cobertura constante no Twitter deles. Os blogs e as redes sociais podem, novamente, salvar o jornalismo. Mesmo com a notícia sendo um produto caro, difícil de ser adquirido de forma inédia e trabalhoso.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Internet presta homenagens 130 anos do nascimento do escritor Franz Kafka

Franz Kafka nasceu em Praga, cidade que atualmente fica na República Tcheca, em 3 de julho de 1883. Hoje, o escritor autor de O Processo e A Metamorfose completa 130 anos do dia de seu nascimento. Sites na internet já fizeram homenagens ao autor.


Google homenageou Kafka com um Doogle, um logotipo personalizado, na página de buscas. No símbolo, aparece o homem-inseto Gregor Samsa, protagonista de "A Metamorfose"



Pirikart, a série de tiras de Adriano Kitani, já havia feito uma homenagem pop ao escritor, comparando-o ao herói japonês Kamen Raider

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