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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A Cultura do Medo

“Por que se sentir incomodado por um véu ou pelo carinho entre os homens? Medo de perder o privilégio de medir os demais por suas regras e de aceitar a igualdade?”
(Carta Capital nº 658, 10/08/11)







A notícia dos atentados na Noruega, no último dia 22, foi uma das mais impactantes do ano – talvez até maior do que a morte do terrorista Osama Bin Laden nos minutos finais do dia 1º de maio, após dez anos de buscas e guerra.




Por que os atos de Anders Behring Breivik, responsável pela explosão de um carro-bomba e um tiroteio que vitimaram 76 cidadãos, teriam mais força do que o assassinato do “homem mais procurado do mundo”? Que encabeçou a ação que matou 3278 pessoas pelo choque de um avião em cada uma das torres do extinto World Trade Center, um no Pentágono, e um quarto que teve fim em uma área rural, em 11 de setembro de 2001?




A Noruega é conhecida por ser um país com índices de educação e qualidade de vida no topo do ranking mundial, tomada como exemplo e modelo a ser seguido. Por isso o choque, que implantou nos espectadores a dúvida de que, quem sabe, realmente não exista nem um lugar seguro no planeta. E, quando questionado sobre os fins que justificariam o seu meio, Breivik alegou ser contrário ao “marxismo cultural” e a uma considerada “invasão” muçulmana.




Mas, acima de tudo, ele é contra a democracia. Contra pessoas que andavam nas redondezas da sede do governo, contra o encontro de jovens organizado pelo Partido Trabalhista, contra tudo e todos que não estivessem de acordo com a sua visão e crença social, de acordo com a sua cultura anti-marxista e raça não-muçulmana.




Confesso que é difícil aceitar algumas coisas que surgem. Minha irmã mais nova, por exemplo, insiste em escutar músicas de garotos prepotentes que usam roupas fluorescentes para fixar, sem fundamento, uma filosofia vaga e vazia. Disse isso para ela, mas sem sucesso. É preciso entender que já faz parte do cotidiano da geração y¹, de sua cultura. Mudei a estratégia: Apresentei grupos excelentes, artísticos e atuais, apoiei outras bandas que ela já gostava, e esperei o resultado. Funcionou.




O medo nos torna vulneráveis. O medo de falhar, de discordar, de não ser suficiente, de, de repente, acordar em mundo que não reconhecemos, um mundo que não validamos. Vulneráveis não somente aos outros, mas em nós mesmos, propensos a sucumbir as nossas próprias resoluções e desesperos. Então devemos aprender a ponderar, a buscar alternativas sóbrias que satisfaçam os desejos de mudança.




Foi o que faltou a Breivik, o que faltou a Osama, a Hitler, a Stálin, a Bush, a Obama, e a todos que optaram pela violência - que nunca é a solução, e recompensa seu feitor com a perda da razão que já lhe era duvidosa. É provável que o norueguês fique confinado na prisão mais humana do mundo, o que representa a esperança do país que sofreu, como tantos outros, a irresponsabilidade de um dos seus.


quarta-feira, 13 de abril de 2011

O atirador do Massacre em Realengo fala ao Jornal Nacional e ao Youtube




Dia 7 de abril de 2011, o jovem Wellington de Oliveira Menezes pegou dois revólveres, um 32 e outro 38, foi até a escola Tasso da Silveira, no bairro Realengo, no Rio de Janeiro. No local, matou 12 crianças, entre 12 e 15 anos. Fugiu da polícia, levou um tiro e se matou.

Agora aparecem nas TVs e entre os vídeos de Youtube: A mensagem de Wellington antes de morrer, no dia 5. A mensagem ganhou os holofotes no Jornal Nacional de ontem, na rede Globo. A tragédia mostra o bullying - zoações e repressões de pessoas na infância - e o imprevisível para a televisão.

Culpa da mídia, das armas, dos videogames, dos exemplos violentos? Certamente não. Wellington fez o que fez porque tinha que fazer, segundo as próprias palavras dele, sem sentido.

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