A nova feminista Charlotte Roche, de 31 anos, é a escritora do primeiro livro alemão a atingir o topo da lista mundial de mais vendidos do site Amazon.com. Zonas úmidas ou, originalmente, Feuchtgebiete, chegou ao Brasil na semana passada, pela Editora Objetiva.
Casada e mãe há seis anos, Charlotte resolveu, logo em sua estreia como escritora, lançar um romance sobre os delírios sexuais e comportamentos íntimos de uma jovem chamada Helen. A personagem, desleixada a ponto de sair de casa vestindo uma calcinha furada, faz crítica às mulheres “limpinhas”, obcecadas por depilação e higiene pessoal. Foi assim que Roche, também atriz, produtora, cantora e apresentadora de TV reforçou sua célebre figura: um milhão de cópias de seu livro foram vendidas só na Alemanha, que não é seu país natal, já que nasceu na Inglaterra.
A autora, em entrevista para o site da Revista Época, assumiu que queria “escrever um livro bem honesto sobre o corpo feminino”. Roche, de vez, tenta quebrar os tabus femininos como a higiene, a sensualidade e a ausência de pelos no corpo. A personagem Helen não é uma mulher romantizada: tem hemorroidas (e se orgulha delas), possui necessidades fisiológicas, mestrua, e pratica masturbação.
Helen tem muito de Charlotte, da história familiar da autora. Entretanto, não se pode pensar que a protagonista de Zonas úmidas seja uma generalização das mulheres. A autora se preocupa com leitores homens que possam ter uma nova e errônea interpretação aversiva ao sexo feminino. Roche fez de Helen um tipo exagerado, apesar de acreditar que muito dela deveria ser adotado pelas pessoas.
Não que Charlotte seja anti-higiênica, mas ela defende que a atração entre os humanos se dê pelo cheiro natural, não pela escolha de uma “essência industrializada provinda de um perfume ou desodorante”. A inglesa também reforça que mulheres que mantêm depilação completa na região pubiana “ficam parecendo bebês, menininhas” e não “mulheres de verdade”. Ela acha que existe uma paranóia entre as mulheres quanto à depilação, tanto que, certa vez, Roche resolveu deixar os pelos das axilas crescerem para, no fim, provar a reação negativa das pessoas – algumas chegaram a mandar e-mails dizendo que a odiava por isso.
Charlotte considera-se uma nova feminista por não seguir os padrões tradicionais de suas antecessoras. Auto-denominada “filha” das antigas feministas, a escritora acredita que estas tinham posicionamento lésbico e, por isso, não entenderiam de pornografia – assunto que considera de âmbito heterossexual. Ela acredita que as primeiras feministas, muitas vezes, acabavam pondo-se contra os homens e desprezando o ato de fazer sexo com um homem ou calçar saltos altos para mesmo, em virtude atrativa. Roche aponta que, como uma jovem feminista, ela quer promover a amizade com os seres do sexo oposto.
Ao fim da entrevista, Charlotte responde sobre as recorrentes piadas quanto ao odor vaginal. Ela confessa que cresceu numa sociedade em que os homens acabavam relacionando o cheiro de uma vulva ao de um peixe morto. Confusa, a escritora se pergunta, então, por que homens gostam de sexo oral. E para não deixar de falar do Brasil, ela só soube reconhecer algo “negativo” provindo do Brasil: a depilação completa, em que a mulher se põe em posição ginecológica e os pelos são arrancados com cera.
O livro Zonas úmidas, de 208 páginas, já está a venda. Preço médio: R$34,90.
17 comentários:
Li a crítica desse livro na Época, e com essa sua agora..sei lá, uma incomoda curiosidade de lê-lo brotou em mim
Achei o texto ótimo, com exceção do parágrafo comprado que se referia à livraria cultura. Só essa livraria vende o livro?
É, eu pensei em colocar 'preço médio de tantos reais', tendo visto o preço na Livraria Cultura... mas como eu não sou o IBGE pra ficar fazendo estatística, resolvi não generalizar e acabar tropeçando.
Não vi problema nenhum em passar o preço da Cultura. Como preços de livros novos no Brasil são praticamente tabelados e a Cultura é obviamente uma referencia..não vi problema algum
É problema se o seu leitor for alguém da livraria Saraiva, por exemplo. Apesar de não haver a intenção, o último parágrafo favorece claramente a livraria Cultura. Bastava dizer que o preço médio nas livraria era este, sem especificar nenhuma.
Leitor pode começar a ler o texto... "Pô, que legal, texto bom, quero ler o livro"
"Olha, 34 conto, até é pagável"
Aí logo depois:
"Putz, que merda, foi a livraria Cultura que mandou fazerem o texto."
Não percam a credibilidade de um texto bom por causa de detalhes desnecessários.
Tá.
Realmente, “preço médio” ficaria melhor. Mas isso não compromete muito o texto, que está ótimo.
Parabéns também pela escolha da foto que ilustra a matéria: ela chama a atenção e instiga à leitura.
Tradução do comentário acima:
"Uau, que mulher gata, agora sim eu gostei de um texto!!"
Hahahaha... Não é bem isso, Thiago.
Estava me referindo à expressão da Charlotte Roche na foto. Ela passa ao mesmo tempo uma expressão de malícia e naturalidade, que resume bem o post.
As imagens trazem muito mais significados do que saber se uma pessoa é “gata”. A Lidia entendeu isso, motivo pelo qual escolheu essa entre diversas fotos da Chalotte que poderia usar. Há inclusive uma foto da autora fazendo “gestos obscenos”. A idéia do post seria completamente mudada se essa imagem fosse usada. Entendeu, Thiago?
Eu só acho que o fotógrafo deveria ser citado, como em muitos outros posts deste blog.
A idéia de citar o fotógrafo é uma boa Diego. Tenho alguns poucos posts com citações das fontes de imagens.
No entanto, muita imagem pode ser divulgação livre. Seria necessário perguntar a Lídia onde ela pegou a imagem (google imagens geralmente é de divulgação mesmo).
O bom humor morreu mesmo
É verdade que eu peguei essa imagem com o propósito que o Diego apontou. E eu peguei de um flickr... Eu não credito porque essa porcaria de blogspot não tem sistema legal de legenda de imagens... daí eu teria que mexer com html (ou tem alguma ferramenta pra isso?)..
Bom, já que geral tá incomodado com o 'post vendido' (bota aspas nisso, ai se a cultura me desse dinheiro em vez de arrancar)... E vou colocar o nome do fotógrafo.
eu não tava incomodado com a Cultura.
Bota o nome do fotógrafo no final =P
Ah coloquei embaixo da foto mesmo... foda que o cara nem nome deixou no perfil...
Muito legal a proposta do livro. Mas, sei lá, ainda sou fã das limpinhas :D (ou melhor, "DA")
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