Jornalista gaúcho da TV Globo, Flávio Fachel se destacou fazendo reportagens de ciência e comportamento para o Globo Repórter e em séries especiais, entre 1998 e 2010. Atualmente, é correspondente internacional da mesma emissora, na cidade de Nova York. Com exclusividade, o Bola da Foca entrevistou o profissional sobre sua relação com o twitter e a repercussão da Copa do Mundo na África do Sul na internet.
Bola da Foca: Você está gostando da sua experiência com o Twitter? Desde de quando você está nessa rede social? Como você a enxerga? Qual é, realmente, o papel do twitter para o jornalismo, tanto o seu quanto o dos demais profissionais?
Bola da Foca: Você está gostando da sua experiência com o Twitter? Desde de quando você está nessa rede social? Como você a enxerga? Qual é, realmente, o papel do twitter para o jornalismo, tanto o seu quanto o dos demais profissionais?
Flávio Fachel: Estou há um ano. O twitter é um canal onde você pode ter um contato que, antes, se dava em apenas uma via e de forma restrita ao trabalho produzido na TV. Para o jornalismo, o twitter não é nenhuma revolução, como se tenta dizer ou como alguns imaginam. Trata-se de uma ferramenta onde as informações produzidas individualmente circulam na velocidade do boato eletrônico. Isso quer dizer que, em essência, a necessidade da atividade jornalística continua a se fazer presente, tanto no twitter como na mídia tradicional: apurar, selecionar e destacar informações que são importantes para a sociedade. Continua sendo papel do jornalista fazer isso. O twiter ajuda nesse processo como uma espécie de visor da opinião de uma parte da audiência.
BF: As dicas que você fornece sob a tag #telejornalismo estão resultando em feedback positivo? Como as pessoas reagem a um repórter da Rede Globo na internet?
FF: As dicas de telejornalismo têm o objetivo de ser minha colaboração no universo do twitter para a melhoria da qualidade da produção jornalística no Brasil. O retorno é muito bom, com a participação e resposta de estudantes e jornalistas novatos. Antes do advento das mídias sociais, o contato com pessoas de algum destaque era naturalmente difícil. Com a chegada de ferramentas como o twitter, quem deseja abrir as portas para um contato maior com outras pessoas tem essa possibilidade. Estou aproveitando a oportunidade e, até agora, a experiência tem sido positiva.
BF: Como você enxergou a atuação do twitter na Copa do Mundo de 2010? Acha que esse papel deve permanecer nos próximos anos?
FF: Me pareceu uma grande arquibancada virtual. A sensação era a de que estávamos todos em um grande estádio onde podíamos dizer o que estávamos sentindo. Torcida pura, com a vantagem de, de vez em quando, haver a possibilidade de algum contato com os jogadores.
BF: Você acha que a comunidade online fez uma atuação louvável no caso do técnico Dunga e seus comentários mal educados? E no caso da narração de Galvão Bueno? Você acha que existe uma perseguição à Rede Globo na rede?
FF: A rede, a internet, não é uma "instituição". É uma ferramenta universal. Nesse sentido, não há como se determinar que há este ou aquele pensamento dominante circulando entre os servidores do planeta. Não existe apenas uma comunidade on-line. A internet é uma sopa de informações, pensamentos e tendências que devem ser filtradas por cada um de seus usuários da maneira que cada um achar melhor. Desta forma, o que dá pra analisar é essa tendência que você destaca na pergunta. Como resposta, posso dizer: As mídias sociais são como uma imensa praça ao ar livre onde milhares de pessoas falam aos berros. Cabe a cada um dar ouvidos ao que julgar achar melhor. O fracasso do #diasemglobo tem muito a falar sobre essa pergunta. O pedido de desculpas de Dunga na coletiva seguinte também.
BF: Por fim, pergunto se você acredita em uma integração maior entre televisão e internet, sem arriscar todas as fichas no modelo digital. Acha que isso é possível? Se não, por quê?
FF: Acredito que o futuro da TV e do jornal passam pela integração inevitável com a internet por motivos óbvios. Gostaria que esse processo de integração fosse mais rápido, mas os modelos comerciais de sustentação do negócio TV e do negócio internet ainda são muito diferentes. Somente quando essa equação for resolvida, teremos, aí sim, uma TV completamente diferente e muito mais espetacular do que a que existe hoje.
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