Criador e desenvolvedor de projetos para divulgação de marcas e comunicação digital na agência paulistana SeePix, Hugo Rosso é também baixista da banda LM, que toca alguns covers em bares na noite. Disposto a falar sobre crise financeira, ele faz parte de uma série de pequenas entrevistas sobre esse assunto que serão divulgadas aqui no Bola da Foca, abordando profissionais de diversas áreas.
Por Pedro Zambarda
Bola da Foca: Hugo, no seu atual trabalho como foi a reação com a crise financeira que assola o sistema de financiamentos? Houve um aumento de serviços ou uma escassez de demanda? Se você puder, explique com detalhes.
Hugo Rosso: Até o momento a crise não atingiu os trabalhos desenvolvidos pela SeePix, não houve uma queda de demanda e as negociações existentes com clientes continuam ativas. O que podemos notar é que, por enquanto, a crise financeira atingiu as agências que trabalham com mídia offline, conseqüentemente também atingindo as gráficas.
BF: Em tempos de crise, você, sem responder pela empresa, apenas por você, acredita no investimento financeiro maciço na internet? No que a internet se distingue das outras mídias? Como uma empresa pode se beneficiar com investimentos digitais?
H: Não sei se investimento maciço seria o termo correto, mas acredito sim no investimento na internet. A internet ainda é um meio barato para se trabalhar e as oportunidades são inúmeras, pois existentes soluções voltadas para cada tipo de necessidade e empresa. Fora que a inovação é constante no meio.
H: Na web as empresas podem direcionar a atuação e mensurar todos os resultados, o que é mais difícil de realizar em outros meios de comunicação. A mensurabilidade da internet é fantástica, pois abre caminho para realização de testes e mudanças de perfil de campanhas, caso sejam necessárias.
BF: Certo. E pra fechar, que outras áreas você acredita que sairão bem após os problemas enfrentados com a escassez de empréstimos? É apenas sua opinião. Fique à vontade para especular.
H: Putz, boa pergunta!
H: Eu apostaria no próprio segmento financeiro. Os bancos que sobreviverem à crise consolidarão seus mercados e assumirão a fatia de mercado aberta pela falência de seus concorrentes. O restante do mercado terá de rever seus conceitos de valor e terão que tampar os buracos abertos.
BF: Você acha que a internet vai ocupar esses buracos?
H: Não. Falando de Brasil, a internet ainda é muito restritiva e a crise afeta a população como um todo. Então, deixar a internet tampar os buracos seria ignorar a maior parte da população brasileira, e isso não seria interessante, nem justo. Mas creio que a internet seja um dos caminhos.
H: Uma boa parte do problema disso tudo é que estávamos, e ainda estamos, vivendo uma economia virtual, gerando uma deturpação da economia real. Agora que essa economia virtual quebrou, teremos de redescobrir a economia real.
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