O quão importante as
especificações técnicas realmente são em um game? O quanto a qualidade dos
gráficos realmente pesa? Ou as escolhas ou pequenos defeitos na jogabilidade de
fato afetam toda a experiência? Em tempos de games AAA, mais caros que filmes
de Hollywood, a resposta natural é que eles são fundamentais. E isto acaba
afetando nossas escolhas na hora de comprá-los, afinal em um país onde cada
jogo custa R$ 150, é bom ter certeza, certo? Mas, às vezes, deixamos passar
algumas boas surpresas, e com certeza Spec
Ops: The Line está entre a melhores deste ano.
Lançado em meados de agosto com
pouco ou quase nenhum hype pela 2K Games, Spec
Ops é um shooter em 3ª pessoa que vai muito além das típicas histórias de
guerra contadas nos games (leia-se Call
of Duty). O Capitão Martin Walker e mais dois soldados são enviados pelos
EUA para a cidade de Dubai, destruída depois de um série de tempestades de
areia, para descobrir o que aconteceu com o batalhão 33, liderado pelo herói de
guerra Coronel John Conrad.
A princípio, a sinopse pode
parecer genérica, mas percebe-se que existe algo a mais no game quando juntamos
as peças. Walker e sua equipe, formada pelos tenentes Adams e Lugo, encontram
um cenário completamente diferente do que foi descrito, com Dubai tomada pelos
homens de Conrad que, em vez de seguir sua ordem inicial e evacuar os poucos sobreviventes,
passaram a controlá-la, idolatrando a figura de Conrad. A partir daí, o que o
jogador vive é uma espiral de caos, loucura e horror, retratando o que há de
pior na guerra.
Se isto não parece novo para
você, tudo bem, pois Spec Ops
simplesmente foi baseado em um dos maiores romances sobre guerra de todos os
tempos, Heart of Darkness, de Joseph
Conrad (o nome não é mera coincidência). A adaptação não é pretensiosa e
ocorre de forma tão sutil que, mesmo se o jogador leu o livro ou assistiu Apocalypse Now (adaptação
cinematográfica do romance), demorará a perceber a origem do texto de Spec Ops. Mas o que não é sutil é a
decadência mental e moral do personagem principal.
Não é nada fácil retratar os
horrores da guerra em um game. Mesmo tentativas um pouco mais ousadas, como Call of Duty: Black Ops, acabam
esbarrando na glorificação do tema. Afinal, seu público-alvo prefere deste modo para que se possa gastar mais boas horas no multiplayer. Sabendo disso, a 2K foi
mais a fundo e “chutou o balde”. Esqueça as sutilezas e frases de efeito. Em Spec Ops o horror da guerra é esfregado na cara do jogador através da pele do Cap. Walker, dublado de forma precisa
por Nolan North (Uncharted).
Como disse no início, tecnicamente
o game é bom, mas não há nenhuma primazia técnica. As ruínas de Dubai são maravilhosamente
bem construídas, lembrando a cidade moderna de hoje. Contudo, o design dos
personagens são genéricos, embora não necessariamente ruins. Não são coisas
quadradas e esquisitas, mas ninguém vai se lembrar de suas feições. Como
shooter o game é competente e a IA é um ponto alto, assim como a
vulnerabilidade do personagem – fique exposto por alguns segundos a mais e a
morte é certa. Contudo, em tempos de Gears
of War e Uncharted, algumas
falhas realmente irritam, principalmente nos sistema de cobertura.
Mas, sendo sincero, é um pena que
estes defeitos tenham que ser lembrados. E é uma pena ainda maior que Spec Ops: The Line tenha sido lançado
sem qualquer barulho e com notas medianas, o que afetou diretamente as suas
vendas. Pois em tempos em que Call of
Duty vende 100 milhões cópias com gráficos maravilhosos, mas histórias que
envergonhariam até os roteiristas de Independence Day, Spec Ops vai além. Se inspira em um dos grandes romances já
escritos e aborda uma questão que nunca foi tratada nos games: A guerra, não
importa o quão justa ou correta ela possa parecer, é um horror. É um pesadelo
real, onde não apenas o civis sofrem, mas também aqueles que carregam as armas
têm suas vidas destruídas ou afetadas para sempre.
2 comentários:
buffalo bills jerseys
michael kors handbags
tiffany and co outlet
browns jerseys
cheap oakley sunglasses
texans jerseys
chaussure louboutin pas cher
bengals jersey
nike trainers uk
fitflops shoes
nike roshe run
yeezy boost
harden shoes
af1
nike polo shirts
adidas neo
hogan outlet online
ultra boost
michael kors handbags
longchamps
Postar um comentário