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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Aprendendo a gostar de Os Vingadores


No começo de maio, eu escrevi uma resenha que afirmava que Vingadores era um filme que "agrada fanáticos por detalhes de quadrinhos". O texto foi recebido negativamente por fãs dos heróis da Marvel nas telonas e pelas pessoas que acreditaram que o filme teve êxito em sua proposta. No mesmo mês, ele se tornou a maior bilheteria do Brasil, ultrapassando Avatar, que arrecadou fortemente com a tecnologia 3D que aumentou os preços de seus ingressos.

Com essas informações, resolvi fazer uma segunda resenha sobre esse mesmo filme. Eu ainda continuo com as impressões ruins iniciais. O longa-metragem parece um punhado de efeitos especiais, sem muita história (que foi distribuída nos filmes de cada um dos heróis) e feito para agradar quem acredita nos Vingadores como um grupo de super-heróis cativante. No entanto, mesmo com esses defeitos, e com a atuação do ator Robert Downey Jr. que prioriza piadas no papel do Homem de Ferro, eu encontrei qualidades no filme que são notáveis comparando com outros sucessos.

Vingadores não segue a fórmula das versões cinematográficas de Batman, por exemplo. Ao contrário dos heróis da DC Comics, eles não fogem de suas características essenciais e não tentam ser humanizados nas telonas. A riqueza dos personagens da Marvel é parecerem totalmente distantes da humanidade. Com exceção do Homem-Aranha e de alguns poucos casos, eles são seres totalmente voltados para seus objetivos de vida. Eles utilizam máscaras para não revelar suas fraquezas. Alguns, como o Capitão América, não possuem poderes espalhafatosos, mas são envolvidos pelo seu próprio ideal.

O Hulk, que eu critiquei tanto na primeira resenha, age como um monstro totalmente fora de controle. Bruce Banner sutilmente consegue controlar essa aberração, mas ele age o filme todo como se fosse uma criação que pode fazer quase tudo com sua super força. Thor, irmão do vilão do filme, se sente responsável por uma invasão que pode aniquilar a Terra, a principal história do longa.

Por essas peculiaridades e diferenças, os filmes da Marvel tem um valor no cinema além de entreter os aficionados por HQs. E resenhar duas vezes um longa-metragem pode ser uma experiência interessante. 

terça-feira, 1 de maio de 2012

Os Vingadores: A seu próprio modo, um filme perfeito


Sempre quando vou escrever sobre um filme, ou se alguém me pergunta se ele é bom ou não, tento responder a uma questão muito simples: o filme entrega o que promete? Ele “cumpre seu papel”? Existem três respostas diretas para isso, que podem por fim ser desenvolvidas. Sim, não e “vai além”. Pois bem, sendo assim, sabendo o que estava esperando quando comprei os ingressos e sentei na poltrona do cinema, Os Vingadores não apenas entrega o que promete, mas vai além.

Não vou gastar um parágrafo explicando o que é o filme. Afinal, se você mora nesse planeta e tem acesso à internet, sabe o que é. Mas uma coisa vale a pena ser dita: Os Vingadores é a celebração máxima de mais de 60 anos de história da Marvel nas HQs. E nada é mais justo que esta celebração ocorra através de um filme que quase ninguém acreditava que pudesse ser feito e ter sucesso. E não foi nada fácil chegar lá. Foram 5 filmes de 4 heróis diferentes, sendo dois deles razoavelmente desconhecidos do grande público (Homem de Ferro e Thor), construindo um universo que mistura tecnologia, magia e ficção cientifica. Coisas que o cinema nunca viu misturadas, mas coexistem no Universo Marvel desde a década de 60.

Tudo funciona no filme, para iniciados ou não iniciados. Sim, espera-se que as pessoas ao menos tenham visto os filmes anteriores, mas não se cobra delas conhecimento sobre os quadrinhos, assim como não foi feito até aqui. Todos os elementos presentes anteriormente são trazidos de volta, sem perder muito – ou quase nenhum – tempo em flashbacks, mas também tendo o cuidado de fundir aqueles personagens de forma natural. E qual a forma natural para que os personagens Marvel se unam? Brigando antes! Sim, isso está em todos os quadrinhos e é trazido para o cinema ao pé da letra. Afinal de contas, personalidades como a de Tony Stark, Steve Rogers, Bruce Banner ou Thor jamais coexistiriam em paz. São opostos demais para isso. E o roteiro transpõe isso para o cinema perfeitamente. Alguns dos melhores momentos do filme são as discussões entre Tony Stark e Steve Rogers, homens não apenas de tempos diferentes, mas de filosofias diferentes.


Bruce Banner surge como um homem atormentado que não é visto pelos seus companheiros como nada além de uma bomba pronta para explodir, exceto por Stark, que além reconhecê-lo como gênio o que é, enxerga nele uma arma pronta para ser usada. Quanto a Thor, o homem de outro mundo mas que ama a Terra, é o único que conhece a ameaça que os uniu: Loki. E uma coisa vale a pena ser dita. O Universo Marvel  não é exatamente grande panteão de vilões, porém alguns se destacam, e Loki é um deles. A Marvel Studios tomou uma atitude ousada em escalar o irmão de Thor como vilão de seu grande evento e acertou em cheio. Se Loki era personagem shakespeariano em Thor, aqui ele surge como um vilão clássico de quadrinhos, caricato, ameaçador e, até certo ponto, compreensível na medida certa. Seus diálogos separados com cada um dos heróis são um ponto alto, o momento onde cada um consegue brilhar também como personagem.

Christopher Nolan estabeleceu um noto gênero de filme de heróis com Batman Begins, um gênero único e maduro, mas isto não significa que seja o único. Os Vingadores é colorido, explosivo, engraçado e divertido como alguns dos grandes quadrinhos da Marvel são. Se quiser sobriedade nesse universo, procure os X-Men. Aqui estamos falando de diversão, uma diversão com personagens carismáticos e fortes, mas ainda assim, diversão. E se a proposta era entregar isto, Os Vingadores não é apenas um bom filme. É, ao próprio modo, perfeito. A dúvida que fica agora é qual o caminho que a Marvel Studios tomará depois que seu grande evento foi concluído. Não sei, mas espero ansiosamente por ele.

Os Vingadores: Filme que agrada fanáticos por detalhes de quadrinhos. E só


Eu tenho consciência que o longa-metragem Os Vingadores será o sucesso no verão americano e nas bilheterias ao redor do mundo. A publicidade forte do filme pode fazer ele chegar nas maiores vendas de ingressos da história. Como jornalista, não posso deixar de fazer críticas, não para querer ser diferente, mas para prestar um serviço de qualidade com quem tiver um pouco mais de distanciamento do filme.

Não considerei Vingadores um bom filme. Ele é fiel com os quadrinhos - até certo ponto. Capitão América tem toda a pose de herói correto. Nick Fury, embora seja alterado pela interpretação de Samuel L. Jackson, convence como líder da S.H.I.E.L.D. Loki faz sentido como vilão.

No entanto, Thor continua sendo um personagem oco, Tony Stark continua querendo apagar totalmente a importância de Homem de Ferro e o Gavião Arqueiro vira, meramente, um herói para criar cenas mirabolantes com seu arco e flecha. A Viúva Negra traz cenas de lutas espetaculares, mas o filme deixa uma sensação amarga, muito similar a de Transformers, de que tudo é feito pelos efeitos especiais.

Entenda: Ninguém vai ver Os Vingadores esperando um filme cerebral. No entanto, X-Men First Class ensinou que dá pra fazer uma boa história de heróis sem porradas absurdas e vilões que parecem se multiplicar na tela. E o pior papel de herói sobra pro Hulk. Apesar de Stark estampar a frase mais legal do filme - "Vocês tem um exército. Nós temos um Hulk" -, ele acaba reduzido a um alívio cômico. O herói é um gigante verde, invulnerável e sem história nenhuma. Qualquer um que já leu HQs sabe que até o Hulk tem seus limites.

Vingadores acerta na porrada, traz alguma diversão, mas não dá nenhuma ideia de verossimilhança. Posso estar errado, mas em pouco tempo, ou este filme não será lembrado, ou algum diretor pode fazer uma releitura muito superior. Essa dúvida deixou um gosto meio amargo após a sessão de cinema.

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