Eu sei. Você, leitor, já leu diversas mensagens de felicitações ao Dia Internacional da Mulher neste dia 8 de março. Você deve estar cansado disso. Mas espero que você tenha paciência e me leia até o fim.
O dia foi recheado com mensagens de parabéns de homens para mulheres e de mulheres para mulheres. Você já deve ter lido, também, alguns textos criticando a data comercial e como ela reforça um preconceito machista que continua na sociedade, separando apenas um dia para lembrar da repressão que a sociedade patriarcal faz com as pessoas do sexo feminino.
Independente dos seus julgamentos pessoais ou críticos sobre o tema, talvez seja importante pra você saber que o Brasil está entre os 25 países maior número de homicídios intencionais de mulheres. Ele não está próximo de El Salvador, que está no topo da lista e é onde mais de seis mulheres morrem entre 100 mil habitantes, mas está num patamar alto dentro do levantamento da Small Arms Survey.
Não jogarei mais dados neste texto, mas pensar que temos em torno de seis homicídios para cada 100.000 pessoas pode não significar nada para quem faz uma leitura superficial sobre o tema, mas é uma proporção significativa em um total de aproximadamente 192 milhões de brasileiros. E esses são dados de mortes intencionais, que não incluem homicídio culposo, sem intenção de matar.
Nesta data, li um excelente do blogueiro Igor do Bl33p afirmando que cresceu com uma formação machista vinda de seus pais, pessoas que eu imagino que ele estime, por mais que tenham defeitos. Com essas informações claras ao leitor, ele convidou nós, homens, a refletir sobre a repressão que causamos contra as mulheres em toda a nossa história nessa data.
Certamente, essa proposta me parece mais coerente do que dar flores ou doces na data, o que seria seu propósito comercial. Doces e rosas podem ser dados em qualquer data, e não apenas no dia em que se relembra as conquistas femininas que foram alcançadas com muita batalha contra os homens, que não mudam.
Com os dados de homicídios em mente, talvez seja a hora de repensar nossas condições como seres humanos. E entender que guerra de sexos é tão sem sentido quanto as guerras do Oriente Médio que você assiste na televisão.
Não há o que comemorar ou dar de presente se os machos, em seu frágil pensar, não mudam.
Um comentário:
Se eu já li tudo o que tinha que ler, não vou ler essa porra de post. Vim direto aos comentários.
Um abraço,
Jorge Telles
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