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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Será este o novo destino da indústria fonográfica?

É inevitável falar de indústria fonográfica sem citar Madonna. Ela é detentora de um dos álbuns mais vendidos em 2008, ao lado de artistas como Coldplay e Duffy que, mesmo em tempos difíceis quando falamos em vendagens de CD’s, ainda conseguem se sobressair (vendendo algo em torno de 6 milhões de cópias). É um número muito baixo para 12 ou 13 anos atrás, mas que hoje é significado de um bom negócio.

Madonna é contratada da Warner desde o início de sua carreira, quando lançou o single Everybody, em 1983, e, de lá pra cá, são 25 anos de contrato de sucesso.

O comentário que corre entre fãs da cantora é que, desde o álbum Confessions On a Dancefloor, de 2005, a Warner tem deixado a desejar. Com o lançamento de seu mais recente álbum, Hard Candy, o que vimos foi uma divulgação zero por parte da Warner Music para a maior estrela da casa, que é um nome forte, sinônimo de vendas. Cogita-se até mesmo boicote da grande gravadora a sua contratada.

Eis que no final de 2007 é anunciado: Madonna assina contrato com a empresa Live Nation, gigante do mundo do entretenimento, porém sem experiência nenhuma com o lançamento de álbuns. A empresa, que já administrava suas duas últimas turnês, agora também terá controle total sobre sua música, desde a divulgação e lançamento de singles, CD’s e DVD’s até a administração de seus fã-clubes, site pessoal e exploração da marca Madonna.

Estima-se um contrato em torno de US$ 120 milhões, com vigência de 10 anos a partir de 2009, prevendo o lançamento de três álbuns inéditos e três turnês mundiais. Além disso, Madonna também torna-se acionista da empresa.

Ambos os lados prometem inovação nunca vista anteriormente no modo como sua música chegará aos fãs, de forma ilimitada.

E o negócio mostra-se arriscado, uma vez que a Live Nation decidiu por distribuir o material fonográfico por outro selo que não o seu. Exemplo: a gravação oficial em DVD da turnê Stick & Sweet é de propriedade da Live Nation, porém até segunda ordem, a idéia é lançá-lo pela Universal Music.

Como se não bastasse tamanho passo, a empresa também contratou outros artistas de peso para seu casting, além de Madonna: U2, Shakira, Jay-Z e Nickelback, afirmando que pretende ter os artistas mais famosos do mundo, com apelo nos 5 continentes e foco em grandes turnês mundiais, que como sabemos, é o que realmente rende financeiramente de uns tempos para cá.

Muitas são as dúvidas a respeito dos próximos lançamentos dos cinco artistas em questão. Mas uma que não quer calar: será este o novo modelo para salvar a indústria fonográfica de um colapso? Artistas como o Radiohead tentam nos mostrar alternativas há um certo tempo. Façam suas apostas na que parecer mais promissora.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

God, save the Queen!

Depois de mais de 50 shows e 4 meses viajando pela Europa, Estados Unidos, Canadá, México, Argentina e Chile, Madonna finalmente chegou ao Brasil no último dia 12 deste mês. E após dois shows no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro e três no Estádio do Morumbi, em São Paulo, ela encerrou ontem sua turnê.
Foram noites mal dormidas de frio e muito estresse e ansiedade, muito tumulto, cambistas que misturavam-se a fãs desesperados, informações desencontradas, erros e burocracia na verdadeira maratona que foi a compra dos ingressos para os shows. Fosse na internet, telefone ou bilheterias foi unânime a dificuldade que cada fã enfrentou para estar ali. E eu digo com muita alegria que sim, eu fiz o mesmo! Passei por cada uma dessas dificuldades e posso afirmar que após o último dia 20, cada minuto valeu a pena e que se preciso, faria tudo outra vez. Porque é simplesmente inexplicável a sensação de estar em um show do seu ídolo, principalmente quando o seu ídolo trata-se de Madonna. Se antes do show eu ainda não havia caído na realidade de que iria vê-la, ainda agora, dois dias depois, não consigo ter a dimensão disso tudo. Foram duas horas de show em um universo paralelo.

Por volta das 5 da tarde foram abertos os portões do estádio. Consegui ficar nas barras de ferro que separavam a pista normal da pista VIP. Ainda a esta hora Madonna estava por ali, no palco, andando, conversando e tirando algumas fotos com seus bailarinos. Vestia calça de moletom e uma baby look preta e estava de tênis, o que denuncia seus, no máximo, 1.60 m e pouco de altura. E nem assim a mulher perde a majestade! Apenas pediu para que ninguém fotografasse e ficou ali por mais uns cinco minutos depois da entrada do público. O set do DJ Paul Oakenfold começou às 20:00h, após uma chuva leve que graças a Deus não se repetiu. Apesar de todo o seu esforço, o DJ foi bem fraco e não animou a galera que apenas chamava pelo nome da rainha. As vaias foram enormes. Com um repertório de uma hora, músicas repetidas e até mesmo Marcelo D2, às 21:00h ele recolheu seu equipamento e os enormes “M’s” que ficam um de cada lado do palco (e pasmem, são de pano!) foram acessos. Ainda assim esperamos por mais 25 minutos até que tudo fosse ajustado. As luzes do palco se apagam e a gritaria é ensurdecedora. Apesar do pouco espaço na pista, muitos gritam e já pulam sem nem mesmo Madonna ter aparecido no palco. O vídeo de abertura de “Candy Shop” começa e segundos depois surge ela: a Rainha do Pop! O choro e os gritos são gerais e quando ela começa a cantar é impossível ouvi-la, pois o público canta junto de uma forma contagiante. O famoso telão que se desfaz em fatias é realmente impressionante e, apesar de a música em si não ser das melhores, vale pela entradada da diva no palco.

Para qualquer fã, são duas horas que passam como apenas trinta minutos. Mas ainda assim, o show em si é bastante corrido, com uma música emendando em outra, sem pausa até mesmo durante as trocas de roupa de Madonna, quando os dançarinos fazem performances e vídeos distraem o público nos telões. Logo após sua entrada triunfal cantando a primeira música, ela embala a segunda, “The Beat Goes On”, com uma coreografia já conhecida e muito divulgada pelas emissoras do Brasil, onde ela conta com vários dançarinos e utiliza um carro antigo (e belíssimo!) no palco.

Agora Madonna pega sua guitarra, vai para a ponta da passarela e canta um sucesso do álbum Bedtime Stories, de 1994: “Human Nature”, com direito ao vídeo de Britney Spears no telão. Finaliza com “It’s Britney Bitch!” e todos gritam e aplaudem enquanto as batidas e trombetas de “4 minutes” anunciam que “Vogue” irá começar. Madonna coloca seu microfone no cós da calcinha e começa a coreografia maravilhosa que foi feita para esta versão mais atualizada da música. Ela dança muito, faz caras e bocas, poses, mostra toda sua boa forma e é seguida por seus bailarinos e pelo público que canta com muita empolgação o grande hit de 1990. Termina o primeiro bloco do show.

Após o remix de “Die Another Day” e da luta entre bailarinos no ringue armado na ponta da passarela, Madonna volta ao palco com um visual todo colorido, pulando corda e cantando “Into The Groove”, outro clássico lá dos anos 80. Faz pole dance em cima da picape do DJ, pula duas cordas ao mesmo tempo, canta e dança. É inacreditável o fôlego da mulher! Os gritos “Madonna, Madonna, Madonna!” começam pela milésima vez e assim permanece durante todo o show. Além de toda a tecnologia usada, o calor do público paulistano é outro ponto alto da noite, com inúmeras demonstrações de afeto à Rainha.

Começa a performance de “Heartbeat”, que não é das mais empolgantes para o público. Com uma coreografia que envolve uma luta entre ela e seus dançarinos, nada é de muito destaque além das imagens lindas que aparecem no telão.

Outra vez com a guitarra em mãos, ela volta para a ponta da passarela para cantar um de seus primeiros sucessos, “Borderline”, que como todo grande sucesso empolga demais o público, que mais uma vez chega a encobrir a voz da própria Madonna ao cantar junto com ela.

Em “She’s Not Me”, ela surge com seus óculos de coração, canta por todo o palco e passarela e no finalzinho começa a lutar com suas sósias vestidas de Material Girl, Like a Virgin, Blonde Ambition e Open Your Heart. Entre retirar o véu da Like a Virgin, torcê-la para trás e enforcar a outra com este mesmo véu, Madonna dá um beijo na boca de uma das dançarinas e xinga outra de “puta” em um português super engraçado! E alerta: “don’t fuck with me”. Alguém se atreve?

A última música desse bloco é “Music”, de 2000. Sucesso entre o público, que canta em alto e bom som com a cantora. Sem nenhuma surpresa.

Após outro “interlude” com mesma fórmula dançarinos + vídeos, inicia-se o terceiro bloco da noite. Ouve-se sons de trovão e chuva e dois círculos de LED descem do teto enquanto projeções de água são feitas neles. Esta parte dispensa explicações, fotos ou vídeos. É o momento mais bonito do show, inexplicável para quem não viu. Ainda com as projeções de água, Madonna surge dentro dos cilindros de LED com uma capa de seda preta, em cima de um piano que gira enquanto um homem toca. A música é “Devil Wouldn’t Recognize You”, de seu mais novo CD, Hard Candy, e uma das melhores do mesmo. A platéia delira e pára apenas para ver e ouvir e Madonna, como sempre, dá um show e sai do palco enxugando suas lágrimas diante do imenso carinho dos fãs.

Começam batidas flamencas e a música da vez é “Spanish Lesson”, detestada por muitos fãs e que sabe-se lá como foi parar no repertório da turnê. Porém, má escolha ou não, nada que Madonna faça desanima seus fãs, que com música boa ou ruim, desde que vindo dela, cantam e dançam junto!

Ela volta para a ponta da passarela com seu violão e canta “Miles Away”, dedicando a canção à São Paulo. Imagens polêmicas como as de fome da África e mapas de todo o mundo são mostrados no telão. Linda!

Puxando “uh, uh!” Madonna canta agora “La Isla Bonita”, junto com os ciganos e seus bailarinos. Como aconteceu com esta mesma música na última turnê, a performance é uma verdadeira celebração para Madonna e sua equipe. Ela aparece muito livre e feliz, sorridente, cantando e dançando com todos.

Vem a parte mais chatinha do show: “Doli Doli” onde os ciganos tocam e cantam enquanto uma dançarina faz a dança das 7 saias. Madonna senta-se na ponta do palco, toma uma bebidinha, conversa com um dos ciganos, sorri e aplaude muito a performance da dançarina e também corresponde ao afeto do público.

E como se compensasse a parte chata, Madonna inicia a parte que seria a mais linda de todo o show. Senta-se e em volta dela ficam os ciganos tocando. Ela começa a interagir com o público, que não a deixa começar a música “You Must Love Me” com gritos “I love you”. Madonna sorri e agradece e conversa sobre este ser o penúltimo show da turnê, diz estar triste pelo fim, mas feliz por finalizá-la no Brasil e promete voltar em breve (aham, sei) com direito a carinha fofa e ‘buh, buh’ como quem está chorando. Todos derretem-se com tamanha fofura! Pergunta se querem que ela volte e todos respondem que sim. Ela começa a cantar. Durante a música, mais uma vez os fãs gritam seu nome e um pouco depois 70 mil pessoas gritam “we love you, we love you!” repetidamente. Madonna mal consegue cantar nesta hora e começa a chorar outra vez. Com o término da música, o incansável público continua declarando seu amor com gritos de “I love you” e Madonna pergunta: “who?” ao que todos respondem “Madonna! Madonna! Madonna!”.

O vídeo interlude de “Get Stupid”, faz uma critica às guerras, destruição ambiental, preconceitos e etc. Imagens do presidente norte-americano Barack Obama aparecem, assim como outras de desastres ambientais, guerras e fotos do ensaio que Madonna fez para a revista Vogue. Partes da letra da música “The Beat Goes On” fazem parte do vídeo.

Começa o último bloco do show, com Madonna cantando “4 minutes” com Timbaland nos telões e Justin Timberlake em telões que se movem pelo palco. Madonna esfrega-se e pendura-se neles. O figurino com ombreiras vermelhas enormes à la Power Rangers não colabora muito e é um favor a ausência delas na próxima música.

Like a Prayer” começa, um sua nova versão eletrônica. Incrivelmente, a polêmica música de 1989, é o melhor momento do show, onde o estádio parece vir a baixo! É de arrepiar e todos cantam e pulam muito com uma energia contagiante! Definitivamente o ápice de todo o show. Ponto também para as mensagens espirituais nos telões, as imagens e os efeitos de luzes. O número termina com Madonna entrando novamente dentro do cilindro de LED e queimando no fogo.

Com lasers sendo projetados, começa “Ray Of Light” que apesar de ser figurinha repetida há três turnês, ainda consegue empolgar o público, ainda que seja em sua versão com guitarra. Lindos efeitos de pontos de luzes nos telões!

Como é de costume, antes de cantar a estragada versão rock de “Hung Up”, Madonna pergunta ao público o que gostariam de ouvir. A escolha mal feita é “Express Yourself”. Nada contra a música em si, apenas a repetição da escolha, já que a mesma canção foi escolhida na grande maioria dos shows da turnê.

E vem a versão rock de “Hung Up”, que anima, mas não tanto quanto a original disco. Cenas de um tabuleiro de xadrez 3D em diversos ângulos são mostrados nos telões. Cada peça eliminada do jogo explode e vira pó. Madonna faz seu solo de guitarra e simula sexo com a mesma, como não podia deixar de ser.

Em uma das mais animadas músicas da noite e também a última do show, Madonna começa cantar "Give It 2 Me". Duas horas de show não são o bastante para fãs que não viam seu ídolo há 15 anos, e a animação continua sendo enorme! Desta vez ela não veste a camisa do Brasil como fez nos outros shows, seus dançarinos apenas seguram uma bandeira do país nas mãos e tudo vira uma grande festa no palco, onde Madonna abraça e rola no chão com seus dançarinos, canta, pula, grita e diz “thank you São Paulo”, desaparecendo atrás do telão onde aparece escrito “Game Over”.

Para fechar a noite e se despedir, “Holiday” toca nas caixas de som.

E é assim que nos despedimos da Rainha do Pop, que continua passando sua imagem de perfeição e majestade. Vemos uma Madonna mais livre e mais leve no palco, fazendo em um show não tão bonito aos olhos quanto a sua Confessions Tour, sempre soberana, mas com certeza um show onde a dona do espetáculo aparece toda simpática, fofa e engraçadinha e também se diverte mais, mostra-se mais. E um público caloroso que é um show a parte!

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