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sexta-feira, 4 de maio de 2012

May the fourth be with you: O que 4 de maio, Margareth Thatcher e Star Wars Day tem a ver?


O dia 4 de maio é considerado o Dia de Star Wars, ou o "Star Wars Day". O motivo é a frase do personagem Obi-wan Kenobi, na trilogia clássica: "May the force be with you". Os fãs notaram um som similar entre as palavras force e fourth. E dai o dia ficou selado no imaginário nerd e pop.

Há uma história curiosa sobre esse dia.


A primeira-ministra britânica conhecida como Dama de Ferro, Margareth Thatcher, assumiu seu cargo no Parlamento justamente nesse dia. Em 4 de maio de 1979, a neoliberal Thatcher teria recebido uma homenagem na publicidade de seu partido no dia de sua posse: "May the force be with you, Maggie".

E assim existe uma relação bizarra entre Star Wars e Margareth Thatcher. Mas sem piadinhas com a personagem interpretada recentemente por Meryl Streep.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

A Dama neoliberal de Ferro interpretada por Meryl Streep


Criticada por privatizar as empresas inglesas, por combater sindicatos e por declarar guerra contra a Argentina pelas Ilhas Malvinas (chamada pelo Reino Unido de Falkland), a ex-premiê e atual baronesa Margaret Thatcher ganha traços rígidos e sensíveis na pele da atriz Meryl Streep. Indicada ao Oscar de 2012 de Melhor Atriz, Streep faz sucesso no novo filme Iron Lady, que estreou na última sexta-feira. O filme parece agradar tanto quem simpatiza com essa pessoa, que foi a primeira mulher a assumir o posto de primeira-ministra, quanto aumentar o coro das pessoas que criticam seus planos de austeridade fiscal nos anos 80.

A polêmica do filme, principalmente para os ingleses, é mostrar Thatcher hoje em dia, isolada e sentindo falta de seu marido falecido, Denis Thatcher. Essa face envelhecida da premiê mostra sua fragilidade como pessoa, o que contrasta com a mulher que assume o posto de maior poder no Reino Unido. Com o cargo de primeira-ministra, Streep mostra que a sede de ambição da mulher foi sua principal fonte para ficar no cargo.

Um dos pontos altos no filme, principalmente para pessoas que gostam da política conservadora de Thatcher, é mostrar como ela via a administração doméstica como a saída ideal para lidar com crises econômicas. Ela, como uma mãe que cuida de compras de supermercado, não hesita em fazer cortes para formar reservas. Seus adversários usavam sua origem para atacar suas políticas. Thatcher era chamada de "quitandeira", por ser filha de um comerciante humilde, que sabia cortar gastos.

Outro ponto é a crise que Margaret Thatcher criou ao atacar as Malvinas argentinas. Nem os Estados Unidos queriam que o Reino Unido massacrassem as ilhas do país latino-americano. A ação bélica, na realidade, garantiu que Thatcher ganhasse seu segundo mandato, que formou um ciclo de 11 anos da mulher no poder.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Alan Moore e a crítica ao conservadorismo

1981. Ronald Reagan torna-se presidente norte-americano por dois mandatos consecutivos, consolidando um retorno às políticas do capitalismo tradicional pelo neoliberalismo e acabando com as disparidades econômicas entre os EUA e a URSS pela queda do Muro de Berlim e a abertura comercial das nações socialistas. Um presidente que aliou reconciliação com conservadorismo, conquistando e consolidando seu eleitorado. Dois anos antes, em 1979, Margaret Thatcher assume o cargo de primeira-ministra britânica, diminuindo a atuação política trabalhista na Inglaterra e, junto com seus parceiros americanos, fortalecendo o poder do mercado sem regulagem do Estado pelo mundo.

Entre 1982 e 1983, o roteirista Alan Moore dá vida aos quadrinhos de V for Vendetta, ambientado em uma Inglaterra opressora. Entre 86 e 87, nasce a liga de super-heróis Watchmen, que é uma paródia dos mascarados norte-americanos durante a Guerra Fria, especialmente nos Estados Unidos. Ambos os desenhos, além de integrarem obras importantes do século XX, mostram uma clara crítica de Moore, um escritor polêmico por suas crenças no obscuro e na bruxaria, questionador quanto aos regimes vigentes e ao conservadorismo em geral.

O herói V é um anarquista que luta contra uma Inglaterra dominada por um ditador, Adam, muito semelhante ao poder popularizado de Tatcher. Os super-heróis de Watchmen não possuem poderes especiais, exceto um homem de pele azulada e brilhante chamado Dr. Manhattan, que sobreviveu a experimentos nucleares e pode desintegrar, integrar e manipular todo o tipo de matéria, sendo praticamente um deus do mundo físico. Outros personagens, como o Comediante e a Espectral, refletem a natureza decadente de heróis afetados por uma sociedade que não os aceita, mais próxima da realidade, se um super-homem existisse.

Moore conviveu com Tatcher e Reagan e, ao contrário deles, teceu uma realidade crítica do fim da Guerra Fria e do mundo real em que vivemos, mesmo através de desenhos. Transformou mitos norte-americanos dos anos 50 e 60, como super-heróis, em espelhos de uma realidade suja das ruas oprimida por políticos que não estão em contato com o cotidiano comum. Seja pelo poder estatal ou das corporações em mercados livres, Alan Moore criou novos mitos críticos no último século que passou. Portanto, mesmo que você não concorde com o anarquismo de V, ou com os heróis comuns de Watchmen, é recomendável ver seus quadrinhos neste começo de século.

Lançado em 2006, a adaptação cinematográfica de V for Vendetta adaptou toda a mensagem anti-fascista em uma história mais contemporânea, envolvendo caça ao terrorismo dentro da trama original, além da poesia e dos dotes artísticos do protagonista. O filme transformou-se em uma interpretação fiel de quadrinhos. A mensagem de que V pretendia tornar a explosão do parlamento inglês um símbolo de sua rebeldia contra o governo e um exemplo para sua população alienada é mantido, revivendo os ideais de Guy Fawkes no século XVII.

Em Watchmen, na adaptação aos cinemas de 2009, o plano de unificação na Guerra Fria é transformado em várias bombas nucleares explodindo em diferentes locais do globo, e não um ataque alien, como no gibi, tirando um pouco da surpresa original. Mas todos os personagens característicos de Moore estão presentes, mantendo sua criatividade como autor do conservadorismo social, estampado em seus heróis errantes.

Apesar de rejeitar as versões cinematográficas de suas obras, Moore é um autor que deve ser reaproveitado em tempos de Barack Obama na presidência, com esperanças que o mundo aguarda de um novo Estado americano. Esses novos mitos na verdade não diferem do mundo pessimista de Alan Moore, que possui sim retratos ideais, mas que estão distorcidos pela realidade em que vivem, não sendo pura fantasia e mantendo sua conexão com a crítica, sempre válida socialmente e individualmente.

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