terça-feira, 11 de maio de 2010

E o jornalismo esportivo afunda ainda mais

A imprensa esportiva brasileira desceu hoje ao seu momento mais baixo nos últimos anos, e olha que não falta concorrência. Diante da lista dos 23 convocados de Dunga para a Copa do Mundo, blogs e perfis no twitter de jornalistas que deveriam falar com propriedade se transformaram em discussões de boteco, tão produtivas quanto as mesmas. Dunga foi chamado de burro por alguns, anta por outros, e muitos “viraram a casaca” e passaram a torcer para Holanda e Dinamarca, apenas para citar alguns exemplos. Mas, o que causou tanta revolta?

A Seleção Brasileira e seu técnico vivem um momento único. Se em 2002, 1998, 1994 e 1990 era criticada pela falta de resultado, hoje é criticada justamente por se manter fiel ao grupo que proporcional ótimos resultados nos últimos 3 anos. Chega a ser um paradoxo. Conforme a lista de nomes vinha sendo divulgada, percebia-se que não haveria nenhuma surpresa. O único nome que tenha feito um “ohh” se pronunciado foi o de Grafite, no lugar de Adriano. Uma surpresa bem manjada, pode se dizer. Tudo que se via na imprensa esportiva brasileira era uma revolta crescente contra o time que se transformou em favorito para a Copa. E sim, era um absurdo dois moleques que nunca vestiram a camisa amarela estarem de fora.

Dunga, que nunca foi um grande orador, deu um show em sua entrevista, para o espanto dos mais de 500 repórteres presentes na coletiva. Falou bem, não gaguejou e deixou o único momento de nervosismo para seu assistente Jorginho. Respondeu todas as perguntas, sem fugir ou atacar, como costumava fazer. E quando foi indagado sobre Neymar e Ganso, disse a mais pura verdade. Nunca foram testados, jogam bem há apenas 4 meses e quando vestiram a camisa amarela nas seleções de base, foram mal. E ainda por cima, alfinetou os “jornalistas” Milton Neves, lembrando de como muitas opiniões no meio são compradas por empresários. Ponto para Dunga.

Não é necessário que todos concordem com Dunga, longe disso. O ponto é a coerência e o respeito. A coerência (qualidade que virou defeito para alguns) é da mídia com ela própria. Afinal, foi ela que exigiu a entrada de um técnico com pulso forte após o fracasso de 2006. E mais, também exigiu alguém que tirasse jogadores que viviam de nome, como o hoje esquecido Ronaldinho Gaúcho. Ela também exigiu jogadores que sentiam orgulho em vestir a camisa da seleção. Pois bem, ai está. Foi o que Dunga fez. E dentro desta própria coerência, Neymar e Ganso jamais poderiam ser convocados, afinal de contas, desde quando vencer as zagas pífias de Santo André, Corinthians, São Paulo e Atlético-MG credencia alguém para enfrentar muros como Cannavarro e Ferdinand? Muita calma.

De novo, não se deve concordar totalmente com Dunga ou não apresentar falhas em sua convocação, mas o respeito deve ser mantido, e a memória preservada. Colheremos na África do Sul o que plantamos na Alemanha em 2006. Se isto é bom ou ruim, saberemos apenas em Julho. Mas uma coisa: que não me venham comemorar depois aqueles que hoje morreram de amores por Dinamarca, Holanda ou Inglaterra.

4 comentários:

Poha disse...

PORRA CASPER!!! DEFENDENDO O DUNGÃO!!! FAZ ISSO NUM BAR PRA VOCE VE!!! PORRA DUNGA!!! JA DIZIA O VIADO SÁBIO DO CELSO UNZELTE MAIS OU MENOS ASSIM: ESSA SELEÇAO AÍ VAI JOGAR DIREITINHO PORRA, TÃO DIREITINHO QUE A MERDA DA COPA NAO VAI TER GRAÇA NENHUMA, SEU RETRANQUEIRO DO INFERNO!!! EU QUERO IMPROVISAÇÃO NESSA MERDA!! FODA-SE A COPA VEM JUCA!!!!

Unknown disse...

Muito interessante colocação, Thiago. E muito oportuno o momento. De fato, a imprensa que exigiu consistência do treinador em 2006 é a mesma que cobra improvisos e surpresas em 2010.

Importante destacar que nunca veremos uma crítica dessas na imprensa (talvez, no máximo, em colunas de ombudsman).
Bola da Foca strikes again!

Pedro Zambarda disse...

Porra Cásper comentando.








Co-mé-dia.

Anônimo disse...

Quebrou o cú seu merdinha

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