quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Como eu conheci Guy Kawasaki

"A equipe Macintosh era uma coleção de egomaníacos".

Guy Kawasaki em São Paulo, dia 11 de agosto de 2010.

Este artigo foi inspirado neste outro.

Origem japonesa. Camisetas coloridas ou floridas. Havaiano. Palestra que mais parecia um show. Sorriso que, de tanto estar estampado no rosto, soava sempre forçado. Um senso de humor afiado. Este era o Guy Kawasaki que conheci na manhã do evento LG Lab, próximo da paulista. Uma palestra internacional com o evangelizador da marca Apple, do Macintosh.

O evangelho bíblico trouxe as boas novas divinas para os mortais que não conheciam o judaismo e o cristianismo. Kawasaki divulgou e popularizou uma máquina chamada Macintosh em 1984, percussora dos modernos PCs. Desenhado por Jeff Raskin, o computador novo da maçã criou uma série de aparelhos que divulgaram a Apple pelo mundo. Mesmo com todas as limitações da década de 1980, Guy Kawasaki contribuiu para transformar a empresa de Steve Jobs, praticamente, em uma religião distinta na informática.

E eu pude acompanhar a sua genialidade ao vivo. Kawasaki, na palestra A Arte da Inovação, mostra como podemos de maneira simples compreender fenômenos comerciais. As besteiras ditas no mercado de produtos tecnológicos, para ele, estão ligadas aos "bozos", ou seja, aos homens que debocham do cenário em que se encontram. "Tudo está em função da seu valor único e valor de mercado", enfatizou o comunicador. E ele ensinou isso até criticando as apresentações de muitos profissionais no setor de marketing, defendendo o uso de pouco slideshow e mais conteúdo.

Ele emergiu, como ele mesmo disse, de um time de megalomaníacos que competia com a equipe do aparelho Apple II, dentro da mesma companhia. Como empreendedor do Vale do Silício, ele consolidou uma marca e criou uma reputação. Ele é uma marca de um período importante do setor corporativo norte-americano.

Diz, entre sorrisos, que acredita que o papel vai acabar. Muitos discordam dele. Diz, sorrindo ainda mais, que serviços bons funcionam com mantras efetivos, frases curtas que o traduzem. E ele se traduz como o homem que popularizou o Mac. Fala apaixonado sobre o iPad da Apple. Se estivesse trabalhando com Steve Jobs, certamente estaria com a equipe do iPhone, com seu touchscreen revolucionário. Teve a ousadia suficiente para criar sua própria empresa de social media, a Alltop.

Para jornalistas, publicitários e comunicadores em geral, considero Kawasaki um exemplo. É óbvio que, quando ele saiu da Apple, a Microsoft estava muito a frente com seus IBM-PCs. Mas ele deu holofotes para uma tecnologia única de microcomputação doméstica. E tive a oportunidade de conversar com o sujeito, que não perde piadas com a visão distorcida que americanos tem com o Japão.

Detalhes sobre a palestra que ele deu no dia, aqui.

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