Tudo acaba. E quando estamos
falando de uma série de TV, é melhor que acabe mesmo, de forma anunciada e
programada, mostrando o verdadeiro desfecho que aqueles personagens merecem
ter. Mas não há como negar a tristeza que bate quando os créditos do último
episódio sobem. Diferentemente de um filme, a longa duração de séries cria uma
conexão com o telespectador que vai além de gostar ou de não apreciar. Se torna uma
prazerosa rotina e, como tal, é difícil dizer adeus a ela.
Poster do último episódio de House |
Pois bem, House acabou. Depois
de 8 temporadas e 176 episódios, a que talvez tenha sido a série mais influente
e mais reconhecida do século XXI (junto com 24 Horas) chegou ao fim.
Obviamente não vou comentar sobre o episódio final, já que ainda não foi
exibido no Brasil. Mas algumas coisas precisam ser ditas sobre a série, que viu
sua audiência cair um pouco nos últimos meses, assim como uma natural crise
criativa. A verdade é que mesmo nos últimos episódios, onde o roteiro parecia já
ter se esgotado, House ainda tinha seus momentos brilhantes.
Tendo como principais pilares uma história ousada para a TV da época – a série começou em 2004 –, a
performance do comediante inglês Hugh Laurie no papel de House não
demorou para se tornar a série mais popular dos EUA, a ponto de colecionar prêmios. De
forma sutil, House foi uma adaptação moderna de Sherlock Holmes, apresentando
um personagem que em sua genialidade e vício por casos médicos impossíveis Ele era incapaz
de estabelecer conexões humanas, exceto com seu melhor e único amigo, James
Wilson (e não, ter as mesmas iniciais de John Watson não é mera coincidência).
Só que o mais importante e o
principal motivo por trás da popularidade e da qualidade da série é o fato de não ser uma série médica. Alguns até podem dizer que a viam por conta dos
casos, mas o que cativava em House era uma humanidade difícil de achar nos seriados atuais. Cada episódio dissecava mais profundamente os personagens. E quando achávamos que os havíamos entendido, tudo se revirava. Não porque o
roteiro era indeciso, mas porque as pessoas o são.
O que fica é que, depois de 8
temporadas, House precisava de um fim, porque tudo precisa. O seu maior
legado é a certeza de que vale a pena investir personagens controversos, que
obscurecem qualquer relação entre bem e mal. O certo e o errado que tínhamos, até
então, em séries. A TV americana soube aproveitar isso. Séries como Mad Men,
Justified, Game of Thrones e Dexter são descendentes diretas de House. Fica a
esperança de que algum dia, em um futuro que parece ser distante, a TV brasileira também aprenda essa lição.
Um comentário:
r]É realmente deixar de lado uma série como essas foram anos se dedicando, assistindo todos os episódios, mais pelo menos ela teve um fim bonito!
Bruns
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