O cineasta e diretor de 360, o brasileiro Fernando Meirelles, escreveu um texto de mea culpa na revista Bravo! em agosto deste ano. No artigo, Meirelles defendeu que a crítica severa que recebeu do jornal britânico The Guardian foi resultado de uma falha na exibição do filme no Festival de Toronto. No final da reprodução de 360, segundo o diretor, um som de frequência grave criou um clima de suspense no final do filme que decepcionou a plateia.
A verdade é que, independente da crítica negativa do Guardian, 360 é um material audiovisual que merece ser visto tanto pelo grande elenco - que inclui a brasileira Maria Flor até os consagrados Anthony Hopkins e Jude Law - quanto pelo enredo simples e envolvente. O filme começa com o personagem de Law, um executivo chamado Michael Daily, sobrecarregado de trabalho, que procura uma prostituta eslovaca chamada Mirka. Sua mulher Rose, interpretada por Rachel Weisz, está o traindo em casa, enquanto ele viaja disposto a fechar negócios. O casamento, pelo visto, não anda bem.
A história, então, se transforma uma trama de relacionamentos pessoais mal-resolvidos entre pessoas de diferentes nacionalidades na Europa. A personagem de Maria Flor, a carioca Laura, descobriu que seu namorado está dormindo com a inglesa Rose. Ela foge do apartamento que eles dividem na cidade e decide voltar ao Brasil. Ela conhece, então, John, interpretado por Anthony Hopkins, um homem solitário que perdeu a filha e embarca, de aeroporto em aeroporto, em busca de seus restos mortais, sem esperança de vê-la com vida.
Nenhuma trama do filme conduz toda a narrativa. 360 parece se focar em detalhes de cada história, de cada personagem. O filme se desenvolve nos sotaques dos personagens, nos seus dilemas de vida e nas coincidências que unem suas trajetórias diferentes.
É um longa-metragem sobre cotidiano, construído por Meirelles para tratar de maneira não-clichê sobre amor, prostituição, carreira e viagens em um único material. O filme dá a impressão de ser uma constante de chegadas e partidas em cada um dos personagens. Mesmo sem foco, a história parece suficiente para interessar.
Por fim, não custa dizer: O personagem Serguei, segurança de um dos cafetões das prostitutas, tem um toque de celular com uma música muito parecida com os filmes de Quentin Tarantino, que quebra o clima de tensão entre os personagens. O inusitado é mostrado de maneira simples e gratuita neste material de Meirelles.
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