Na cena do Rock Alternativo desde 1992, o Weezer só alcançou o sucesso dois anos depois, com seu álbum azul, num conceito similar ao álbum branco dos Beatles. Com influências diretas de Sonic Youth – distorção intercalada por breves instrumentais acústicos e limpos –, os garotos de Los Angeles falam sobre cotidiano, vida adolescente e todo o ambiente que inspirou a banda em 94.
My Name is Jonas começa com uma guitarra e uma bateria forte com tempos bem quadrados, similares a um Ramones ou qualquer outra banda de punk rock que você já ouviu. A entrada acústica é cortesia do primeiro guitarrista da banda, Jason Cropper, que saiu do durante as gravações. Com uma letra sobre a vida urbana, a música conquista simplesmente por sua levada, sem dar muita importância ao tal do Jonas mencionado nas letras, perfeita para abrir shows. Já No One Else traz a pitada pop que fez a banda conquistar os holofotes, falando sobre um desabafo desaforado de um homem deixado por uma garota, acompanhado por uma guitarra mais swingada.
A dor de cotovelo do narrador continua na música The World Has Turned and Left Me Here. Agora, ao invés de ele confessar o abandono da menina, ele lamenta a solidão e reclama das mudanças que acontecem no mundo. The world has turned and left me here / Just where I was before you appeared / And in your place an empty space / has filled the void behind my face. Essa sequência de músicas gruda na cabeça de qualquer ouvinte por tratar de assuntos simples, sem muita pretensão.
O vocalista e guitarrista solo Rivers Cuomo continua demonstrando talento para composições na música Buddy Holly. Fazendo referência ao roqueiro dos anos 50, a banda usa o nome dele para falar de um amor platônico de Cuomo no colegial por uma menina asiática. Woo-hoo, and I know you're mine / Woo-hoo, and that's for all time. Toda essa face romântica dos músicos muda em Undone – The Sweater Song, que tem progressões instrumentais muito pesadas e sombrias, similares à dos ingleses do Radiohead, enquanto a letra fala sobre destruir um suéter, acompanhada por diálogos. Nonsense puro.
Surf Wax America é contagiante, com uma letra rimada e uma guitarra rápida e ritmada. Comparar dirigir um carro com surfar é uma metáfora da vida, que a banda guia em uma música contínua. Say It Ain’t So volta com a calmaria e uma letra mais romântica, apesar de interrupções bruscas de um instrumental mais pesado.
In The Garage, começando com uma gaita caipira, fala sobre livros de RPG e das influências Heavy Metal do vocalista Cuomo, além da história do começo do Weezer. I've got the dungeon Master's Guide / I've got a 12-sided die. A banda chega a citar uma banda famosa enquanto segue tocando com seu som característico: I've got posters on the wall / My favorite rock group KISS / I've got Ace Frehley / I've got Peter Criss / Waiting there for me / yes I do, I do.
Holiday e Only in Dreams fecham com mais temas românticos, passando de um feriado aproveitado a dois até a sensação de conquista presa na imaginação. No final das gravações, a banda contou com a participação de Brian Bell, que entrou como guitarrista fixo. Matt Sharp, que atualmente não está no Weezer, marca com seu baixo simples, mas presente. Patrick Wilson faz a bateria necessária ao som da banda. Se você é nerd, curte uma música sem muitas pretensões, mas bem feita, não deixe de ouvir o álbum azul clássico dos roqueiros de L.A.
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