Há mais de um mês, no dia 25 de agosto, participei como tuiteiro do Roda Viva na TV Cultura com Lira Neto, o novo biógrafo de Getúlio Vargas, que lançou sua obra em três volumes generosos da República Velha ao suicídio do estadista. Com presença do mediador Augusto Nunes (revista Veja), o debate foi acompanhado pelos jornalistas Alberto Dines (Observatório da Imprensa), Eleonora de Lucena (Folha de S.Paulo), Ana Weiss (ISTOÉ) e Oscar Pilagallo, além da professora de história da USP Maria Aparecida de Aquino.
O programa foi interessante em abordar a relação de afinidade entre Vargas e o fascismo italiano, além da simpatia entre os militares que apoiavam o jornalista Carlos Lacerda da UDN e os Estados Unidos. O debate falou abertamente sobre a influência externa que criou regimes totalitários no Brasil.
Augusto Nunes escreveu uma resenha muito favorável a Lira Neto na revista Veja. Crítico dos governos do PT, o jornalista demonstrou uma grande simpatia pelo biógrafo, tanto ao vivo quanto nos bastidores. No entanto, quando foi perguntando em quem Lira votaria nas eleições de 2014, veio a resposta desconfortável com um silêncio: "Entre os candidatos postos, votarei na presidenta Dilma Rousseff". Para o intelectual, o Partido dos Trabalhadores representa a social-democracia hoje.
Certamente Nunes discorda do escritor, mas ficou nítido que o entrevistado enxerga o petismo como um movimento político singular no combate às desigualdades sociais, mesmo com todos os defeitos de seus governos. Entre os jornalistas, Alberto Dines e Ana Weiss foram precisos ao questionar Lira Neto se ele apoia ou não Getúlio Vargas, além de traçar paralelos com a política atual nas eleições presidenciais.
Confira o programa.