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domingo, 6 de julho de 2014

Meu blog chegou em 1,1 milhão de visualizações. E agora?

O Bola da Foca chegou em mais 1 milhão de pageviews neste mês de julho de 2014. O que faço agora?


De todos os blogs que criei sozinho com amigos, este foi o que deu maior sucesso. Discutimos aqui imprensa e mídia através de notícias, resenhas culturais, opiniões e conteúdos jornalísticos. É o blog dos focas de redação, dos eternos novatos, apesar de ter algum tempo de estrada. É um site que defende o jornalismo coletivo e a mídia que fala sobre si mesma.

Estamos no ar desde abril de 2008, há seis anos. Foram 1300 postagens de lá pra cá. Começamos com cerca de 10 colaboradores e chegamos a ter 30 pessoas escrevendo ou dando ideias pra pautas. Foi o período de ouro do blog, entre 2008 e 2010, em que ele se tornou um laboratório de atividades extra-curriculares dos meus colegas jornalistas na Cásper Líbero.

Há dois anos, praticamente, mantenho o blog sozinho após a colaboração de amigos.

Nunca ganhei nenhum tostão pelos trabalhos aqui. O que entrou em publicidade foi reinvestido 100% para pagar os domínios. O servidor é gratuito. Já fizemos podcasts e vídeos no passado, o que demanda tempo de edição de materiais.

Desde 2010, penso sinceramente em profissionalizar o blog, o que requer investimento em dinheiro e uma aposta de que o negócio vai dar certo, além de tempo disponível. A ideia nunca foi levada tão a sério e o blog serviu mais como currículo para meus trabalhos remunerados do que outra coisa.

Eu sempre quis ter um site de sucesso próprio. O Bola da Foca conquistou, sozinho e sem um investimento, cinco certificados do concurso TOP BLOG, promovido pela rádio Mix.FM e outras entidades. Ficou entre os 100 maiores sites de comunicação e marketing em um concurso com 7 mil sites inscritos.

No entanto, sempre fui jornalista. Nunca tive tanto interesse em administrar uma página online e temo que, ao tomar as rédeas de um negócio, eu acabe deixando de escrever.

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Isso sempre levantou dúvidas sobre o que eu deveria fazer - até fevereiro deste ano.

O Bola da Foca tinha audiência consolidada entre 5 mil e 10 mil pageviews/mês, uma audiência modesta. Subitamente, e devido aos links bem indexados no Google, as visitações aumentaram para 45 mil/mês em fevereiro de 2014, 140 mil/mês em março e 160 mil/mês em junho.

Reproduzi aqui alguns conteúdos via licença Creative Commons, que permite cópia de conteúdo com autoria do material, para manter o site atualizado e compartilhar dados ligados à imprensa no Brasil e no mundo. Agência USP de Notícias, Agência Brasil, Agência Pública, Mídia NINJA e outros conteúdos dividiram espaço com textos meus e dos autores.

E a iniciativa, depois de seis anos, parece estar dando resultados. Pelo menos segundo os dados de visitação do Google Analytics.

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Pensei em desistir do blog em inúmeros momentos, mas ele sempre serviu como uma forma de refletir sobre a minha própria profissão e como exigir um jornalismo de qualidade. O site em si não faz notícias de ponta, mas tudo o que está nele trata-se de uma defesa sincera da coletividade voluntária de apuração e reportagem. Tenho orgulho de saber que, quem escreveu aqui, fez isso porque acreditou na iniciativa, aproveitou para praticar e tirou algo de positivo nesta experiência.

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Por estes motivos, lançamos neste ano o Mídia Kit do blog, para captar possíveis anunciantes e quem esteja interessado em investir em jornalismo e crítica de mídia. Acreditamos que a publicidade pode ser associada com este conteúdo, desde que as informações estejam claras ao leitor.

E abro este post para discutir: Como monetizar blogs hoje? Quais conteúdos interessam aos anunciantes atualmente? Vale a pena pensar no site como um administrador de negócios ou como um escritor?

Comente, se achar o assunto relevante.

Foto: Creative Commons/Flickr/wiredforlego

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Sobre jornalismo, mídia social e... post pago?

Produção cultural, twitter e blogs é especialidade de Liliane Ferrari, casperiana capa da revista Veja do dia 8 deste mês sobre mídias sociais. Ela já foi jornalista de inúmeras emissoras de TV importantes, como a Manchete, Bandeirantes e até a FOX Kids. Em uma entrevista ao Bola da Foca ela contou detalhes de seu trabalho na internet e na comunicação atualmente, que estão distante da chamada imprensa hard news.

Por Pedro Zambarda

Bola da Foca: Liliane, você atualmente trabalha com produção cultural e em seus blogs na internet. Quais blogs você atualiza? Como é o seu atual ritmo de trabalho?

Liliane Ferrari: Faço a produção executiva da EXS 09 exposição internacional de sticker art que traz mais de 120 artistas de 25 paises para as cidades de São Paulo, Curitiba, São Carlos, Rio de Janeiro e Buenos Aires. Dou aula na Escola São Paulo na área de Artes Plásticas e Novas Mídias. E coordeno a área de comunicação e produção da maior escola de dança da América Latina, a Pulsarte.

LF: Escrevo, além do meu blog (http://www.lilianeferrari.com), da Rede M de Mulher da ed. Abril, nos corporativos da Trakinas (http://www.maecomfilhos.com.br), Mapfre (http://redemapfremulher.com.br/vivabela), LG (http://bloglge.com.br/). Também sou colaboradora da revista MundoMundano e do portal IdeaFixa.

LF: Em todos os veículos eu tenho total liberdade de escolha de pautas e desenvolvimento dos assuntos com base no meu olhar e experiência.

BF: Você disse na palestra que fez na FAPCOM, dia 28 de junho, que já foi jornalista hard news, da notícia a todo minuto, e que agora não é mais. Como era naquela época? Quais lugares você trabalhou?

LF: Trabalhei na TV Gazeta, TV Bandeirantes, TV Manchete, SBT, FOX Kids. Fui desde rádio-escuta a produtora executiva, passando por editora de matérias internacionais e repórter. O ritmo de trabalho era tão intenso como o que tenho hoje como produtora. Mas ainda não tinhamos a presença forte da internet nas redações era tudo mais à moda antiga.

LF: Penso que o jornalismo se perdeu um pouco justamente pela essência do seu existir, que é trazer fatos todo dia, toda hora, todo minuto. Dizer algo sobre as pautas do momento fez a coisa ficar desinteressante. E essa situação está ainda mais neste estado com a ideia do distanciamento e a não-opinião, que fez com que todos os jornais (impressos/radio/tv) ficassem de tal forma pasteurizados que em '"testes-cegos" parecem que todas as matérias foram feitas em um mesmo local.

BF: Você ainda considera que faz jornalismo, mesmo envolvendo outros tipos de trabalho?

LF: Acho que uso algumas técnicas do jornalismo para levantar informação, redigir rapidinho um post por exemplo. Por outro lado, me distancio do jornalismo quando imprimo pessoalidade e intimidade nos meus textos. Não acho que faço jornalismo não, até penso que os blogs seriam uma "terceira via" na área de Comunicação Social.

LF: Quando cuido do blog de uma empresa, ou estou na produção de alguma exposição sempre uso o critério de 'quem está na redação' ou seja procuro dar enfoque aquilo que é realmente interessante e pautável e não aquilo que o cliente acha bonitinho e pensa que é assunto. O press release, a meu ver, já morreu faz tempo e é hora de novas fórmulas de comunicação entre assessorias e veículos.

BF: Você faz posts e textos pagos em seu blog e em outros blogs? Como ocorre esse tipo de trabalho? Há críticas do público? E elogios?

LF: Faço post pago desde o ano passado. A maioria dos blogueiros detesta essa nomenclatura. A mim não incomoda, afinal é post é pago.

LF: Quando a gente faz um blog, não se pede autorização. Por isso explico: não é como uma TV que recebe concessão para funcionar e ainda faz merchan de muitos produtos. Então deve ser o critério do blogueiro que decide topar ou não escrever um publieditorial. Só a ele cabe decidir. Geralmente a agência entra em contato e apresenta a pauta. Com base na pertinência do assunto para o blog e valor da remuneração, ela é aceita ou não. Costumo identificar esses posts e os incluo na categoria "Publieditorial", para quem ler saber do que se trata. Não é porque está ali que estaria somente "fazendo propaganda", mas para dar transparência sobre o conteúdo.

LF: Sempre há críticas, como não haveria? Eu só faço post pago quando o assunto tem a ver comigo, quando acho interessante para quem lê meu blog e muitas vezes é um assunto que escreveria mesmo se não me pagassem. E as propostas das agências vem bem nessa linha, nunca recebi um pedido de algo que jamais faria. Já os elogios vem naturalmente. Quando eu fiz o post sobre o Carona Chevrolet e contei várias histórias das caronas que já dei por aí muita gente gostou e se divertiu e é aí que está o segredo: não importa se o post é pago. Vale sim se quem o escreve fará de forma chata e burocrática ou de forma bacana e verdadeira. Recomendar serviços e produtos é uma coisa que todo mundo faz na vida, a diferença é que nesse caso uso o blog. Pela visibilidade que eu tenho as empresas me procuram com propostas.

BF: Você é usuária assídua do twitter. Como você acha que o jornalismo pode aproveitar bem essa ferramenta? E outros Social Media? Devemos estar atentos a todas essas novidades?

LF: Quem trabalha com informação, publicidade ou algum tipo de função que seja importante acompanhar as novidades deve ficar de olho nessas ferramentas, pois a agilidade e frescor das novidades está ali em tempo real. Eu adoro o Twitter e para mim tem uma utilidade incrível. Só um exemplo: estava em busca de um apoio para EXS 09 que bancasse a conta pro do Flickr. "Tuitei" e minutos depois já tinha muita gente se oferecendo a ser nosso '"mecenas". Meia hora depois a conta pro estava ativada.

LF: E para o jornalismo a ampliação no nº de fontes que o Twitter oferece é uma preciosidade, além disso é um excelente termômetro para observar a repercussão de assuntos.

Contato de Liliane Ferrari no twitter: http://twitter.com/lilianeferrari

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