De todos os blogs que criei sozinho com amigos, este foi o que deu maior sucesso. Discutimos aqui imprensa e mídia através de notícias, resenhas culturais, opiniões e conteúdos jornalísticos. É o blog dos focas de redação, dos eternos novatos, apesar de ter algum tempo de estrada. É um site que defende o jornalismo coletivo e a mídia que fala sobre si mesma.
Estamos no ar desde abril de 2008, há seis anos. Foram 1300 postagens de lá pra cá. Começamos com cerca de 10 colaboradores e chegamos a ter 30 pessoas escrevendo ou dando ideias pra pautas. Foi o período de ouro do blog, entre 2008 e 2010, em que ele se tornou um laboratório de atividades extra-curriculares dos meus colegas jornalistas na Cásper Líbero.
Há dois anos, praticamente, mantenho o blog sozinho após a colaboração de amigos.
Nunca ganhei nenhum tostão pelos trabalhos aqui. O que entrou em publicidade foi reinvestido 100% para pagar os domínios. O servidor é gratuito. Já fizemos podcasts e vídeos no passado, o que demanda tempo de edição de materiais.
Desde 2010, penso sinceramente em profissionalizar o blog, o que requer investimento em dinheiro e uma aposta de que o negócio vai dar certo, além de tempo disponível. A ideia nunca foi levada tão a sério e o blog serviu mais como currículo para meus trabalhos remunerados do que outra coisa.
Eu sempre quis ter um site de sucesso próprio. O Bola da Foca conquistou, sozinho e sem um investimento, cinco certificados do concurso TOP BLOG, promovido pela rádio Mix.FM e outras entidades. Ficou entre os 100 maiores sites de comunicação e marketing em um concurso com 7 mil sites inscritos.
No entanto, sempre fui jornalista. Nunca tive tanto interesse em administrar uma página online e temo que, ao tomar as rédeas de um negócio, eu acabe deixando de escrever.
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Isso sempre levantou dúvidas sobre o que eu deveria fazer - até fevereiro deste ano.
O Bola da Foca tinha audiência consolidada entre 5 mil e 10 mil pageviews/mês, uma audiência modesta. Subitamente, e devido aos links bem indexados no Google, as visitações aumentaram para 45 mil/mês em fevereiro de 2014, 140 mil/mês em março e 160 mil/mês em junho.
Reproduzi aqui alguns conteúdos via licença Creative Commons, que permite cópia de conteúdo com autoria do material, para manter o site atualizado e compartilhar dados ligados à imprensa no Brasil e no mundo. Agência USP de Notícias, Agência Brasil, Agência Pública, Mídia NINJA e outros conteúdos dividiram espaço com textos meus e dos autores.
E a iniciativa, depois de seis anos, parece estar dando resultados. Pelo menos segundo os dados de visitação do Google Analytics.
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Pensei em desistir do blog em inúmeros momentos, mas ele sempre serviu como uma forma de refletir sobre a minha própria profissão e como exigir um jornalismo de qualidade. O site em si não faz notícias de ponta, mas tudo o que está nele trata-se de uma defesa sincera da coletividade voluntária de apuração e reportagem. Tenho orgulho de saber que, quem escreveu aqui, fez isso porque acreditou na iniciativa, aproveitou para praticar e tirou algo de positivo nesta experiência.
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Por estes motivos, lançamos neste ano o Mídia Kit do blog, para captar possíveis anunciantes e quem esteja interessado em investir em jornalismo e crítica de mídia. Acreditamos que a publicidade pode ser associada com este conteúdo, desde que as informações estejam claras ao leitor.
E abro este post para discutir: Como monetizar blogs hoje? Quais conteúdos interessam aos anunciantes atualmente? Vale a pena pensar no site como um administrador de negócios ou como um escritor?
Comente, se achar o assunto relevante.
Foto: Creative Commons/Flickr/wiredforlego