quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A vida sobre duas rodas - Caso dos motoboys

Por Francielle Verissimo, estudante do 4º semestre de Jornalismo na Fiam Faam/FMU

Os desafios da profissão de motofretista: a luta da categoria por seus direitos e a guerra com outros motoristas.

A moto acima na esquerda está na antiga lei, e na direita de acordo com a lei. abaixo dois motofretista vestidos com os trajes de trabalho e ao lado o número de identificação no baú 

De acordo com a Lei Federal 12.009/09, o motofretista tem que fazer vistoria a cada seis meses, mas na realidade esse procedimento só acontece uma vez por ano.

"O governo oferece cursos de especialização, pouco mais de  50 mil profissionais já participaram", comenta Pedro Pimenta, assessor de imprensa do sindicato dos motoboys. O curso é obrigatório para o profissional que realiza o transporte de pequenas mercadorias, e tem duração de 30h, sendo 25h de aula teórica  e 5h de prática em pista de treinamento.

O curso é qualificado de acordo com a lei citada acima, e aborda todo o conteúdo necessário para a boa prática da profissão de motofrete, tanto no aspecto da legislação que regulamenta o setor, quanto nos conhecimentos de trânsito e de como pilotar a motocicleta com segurança e cidadania.

"A diferença entre a moto-frete, moto-táxi e moto é que moto-frete faz entrega, mototáxi leva pessoas e é mais comum no interior e moto é para o lazer", contou Pedro Pimenta.

A partir do dia 13 de novembro de 2013, a prefeitura exigirá que os motociclistas alterem ou comprem seus instrumentos de trabalho. Entre as novas obrigações, podem ser citadas: A cor da moto, que deve ser branca  e ter a placa vermelha com letras brancas, o baú, que, além de ser branco, deve possuir faixa refletiva e número de identificação colado atrás (todos os motofretistas têm que ter esse número) e a antena corta-pipa (que corta a linha com cerol). Da mesma forma, são exigidos equipamentos de segurança, como faixas refletivas no colete (que devem ser amarelas) e no capacete (vermelhas e brancas), e botas de couro.  Para os  motofretistas profissionais, além dos equipamentos, é obrigatório ter idade mínima de 21 anos e possuir habilitação por pelo menos dois anos. 

"O dia a dia do motociclista é o seguinte: Ele chega às 8h, pega o serviço, vai para rua fazer a entrega e às 12h faz pausa de uma hora para almoço. Após, retorna ao trabalho, faz o roteiro novamente e finaliza até às 17h. Essa rotina é por contrato fixo. A outra forma de trabalho é esporádica, ou seja,  “bate e volta” .Como o mínimo de expediente é de 2h, e o profissional recebe R$ 16,00 por hora, o ganho gera em torno de R$ 32,00", explica Francisco Abilio, 43, motofretista, e empresário da área.

"O piso salarial é de R$ 1.000,00, e o profissional pode faturar mais R$ 900,00, da seguinte forma: Algumas empresas alugam a moto do motoboy, que recebe R$ 500,00 pelo aluguel e mais R$ 400,00 como uma ajuda de custo para gastos como gasolina, pneu e peças, dando um total de 1.900,00. Mas isso varia de empresa para empresa", esclarece Francisco.

Além da luta por direitos com a prefeitura, os profissionais da área têm uma disputa diária com os motoristas de caminhão, ônibus e táxi. Uma rivalidade que muitas vezes deixa sequelas ou até mesmo leva a morte. 

"A 'guerra' entre motofretistas e motoristas de ônibus é uma grande estupidez, todos poderiam conviver no mesmo espaço, mas a falta de respeito entre eles deixa 'o bicho comer solto', aí só acontece desgraça no trânsito, acidentes e mortes", comenta Julio Cezar de Andrade,22, cobrador de ônibus.

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