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segunda-feira, 2 de março de 2015

Eu me arrependo de quem eu votei em 2014 para presidente?

Por Pedro Zambarda

Votei na Dilma Rousseff nos dois turnos na eleição passada. Não sou petista e nunca fui filiado a partido nenhum. Cheguei a votar em Marina Silva em 2010. Já anulei votos. Me arrependo do meu voto na presidente pelos ministérios e pela condução econômica. Não me arrependo se a opção fosse Aécio Neves, considerando as acusações pesadas de corrupção de seus aliados, como é o caso de José Agripino Maia do DEM.


Tenho amigos tucanos e tenho amigos que votaram em Aécio Neves por razões que considero justas. Respeito é bom e todo mundo gosta.

Não sou de esquerda, por mais que amigos tentem me convencer do contrário. Tenho forte simpatia com a esquerda dos meus tempos de grêmio na escola, mas mantive uma militância apartidária - e simpática aos partidos. E aumentei minha simpatia pela esquerda após a crise americana de 2008, fora a crise européia. Conheço teses liberais e apoio a livre iniciativa. O problema é que o capitalismo conservador caminha pra formação de oligopólios e isso é tudo, menos um sistema econômico saudável.

Digo tudo isso pra expressar: Se você culpa petistas ou pessoas de esquerda pela crise no Brasil, você só contribui para aumentar o problema. A grande maioria dos escândalos de corrupção no país é formado por conluios empresariais que abastecem políticos e impedem o progresso para atender demandas particulares.

Mesmo se a gente tivesse eleito Jesus Cristo pro cargo de presidente do país, ele seria trapaceado por um congresso comprado e com uma população leniente. São pessoas que se assustam com vidraça de banco quebrada num protesto e não entendem o que é uma formação de cartel corporativo.

Votei na urna sabendo do escândalo da operação Lava Jato que se aprofundava na Petrobras, das alianças do PT com o PMDB ao longo de mais de 10 anos e da precariedade de Dilma em falar em público, pois encontrei ela pessoalmente pelo menos duas vezes cobrindo eleições. Mas lembrei do escândalo do Helicoca de Aécio Neves em Minas Gerais, da Sabesp e Geraldo Alckmin em São Paulo, além do cartel de trens e metrôs do conluio Alstom-Siemens que une alguns dos principais nomes do PSDB.

Votei consciente e não tenho culpa nenhuma caso o governo federal se prejudique na condução de sua gestão. Quem vai sofrer não são os petistas "burros" que votaram em Dilma Rousseff. Seremos todos nós. Estamos dentro do mesmo barco e no mesmo processo político. Não ganhamos nada pensando em separar as pessoas em blocos A ou B.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O antipetismo fervoroso somado com preconceitos criaram as eleições de baixo nível

Por Pedro Zambarda


Dilma Rousseff estava virtualmente reeleita ontem, às 20hrs, e eu profetizei no Facebook: "Vai ter gente xingando os nordestinos e os pobres e virando notícia". Minutos depois, surgiram as primeiras reportagens em portais de notícia relatando episódios pitorescos de preconceito, racismo e xenofobia regional, sobretudo de paulistas e habitantes do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Diziam-se todos eleitores do tucano Aécio Neves e decepcionados com o Partido dos Trabalhadores (PT) chegar ao seu quarto mandato, mesmo que tenha sido após uma eleição apertada e com um governo, no mínimo, controverso.

O segundo turno entre Dilma e Aécio foi uma disputa clássica entre a esquerda e a direita nas urnas, embora nenhum dos dois proponha economia planificada nos moldes soviéticos e nem o neoliberalismo de Margaret Thatcher do Reino Unido. Pelo menos não de acordo com os planos de governo.

Dilma quer dar continuidade aos programas sociais e precisa restaurar o relacionamento com os empresários, com a indústria e com o setor privado em geral. Aécio tinha o apoio dos empresários, mas tentou flertar com os programas sociais para não ter apenas esse apoio. O que aconteceu foi justamente isso: Uma eleição acirrada por causa de programas muito parecidos, pouco inovadores ou mesmo radicais.

Há de se analisar os votos por estados e por regiões. Dilma Rousseff não venceu só no nordeste. Venceu nas regiões nordeste, norte e nos estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Ainda levou um percentual que variou entre 30% e 40% nos sulistas.

Aécio Neves levou votos de brasileiros que estavam no exterior. E foi maioria no sudeste e no sul. Foi minoritário no nordeste e no norte, mas também teve seus percentuais similares aos de Dilma em São Paulo.

O Brasil não está dividido. O Brasil é complexo, grande e comporta todas as suas contradições, sobretudo em período eleitoral.

Os escândalos de cada candidato são pauta para outro texto. Mas justamente o jornalismo que apurou irregularidades causou um efeito nefasto para a política brasileira: O antipetismo.

Não há uma reação de petistas a ponto de criar um antitucanismo, uma seita anti-PSDB. Os petistas tem orgulho dos programas sociais que, de fato, levaram milhares para fora da linha da pobreza e da miséria. O PT nunca foi bem representado pela imprensa mais alinhada ao PSDB, sempre foi criticado e, pasmém, continua financiando essa mídia.

Mas vamos nos ater ao antipetismo.

O pior das eleições foi protagonizado pelos antipetistas. São eleitores que, acima de tudo, odeiam os últimos 12 anos do PT no governo federal querem tirar o partido do poder, não eleger uma alternativa legítima. São pessoas que, neste momento, não aceitam que eleições podem ser perdidas.

A própria Dilma temia perder as eleições, dado alguns exageros de sua campanha.

O antipetismo acredita em "ditadura comunista", mesmo que os governos Dilma e Lula tenham falado tanto com Cuba e Irã quanto com os Estados Unidos de George W. Bush e a Alemanha de Angela Merkel.

O antipetismo não vê nada de errado em ter como analista político um cantor controverso como Lobão, que mostra a cada dia um desconhecimento de ciência política mais explícito.

O antipetismo aplaude a truculência de Roger, cantor do Ultraje a Rigor. Roger pode militar para quem ele bem entende, inclusive para Aécio Neves. O que ele não pode é insultar pessoas no Twitter que sequer disseram que iriam votar em Dilma, como ele fez incontáveis vezes.

Eu mesmo bati boca com Roger e, na época, não achei que iria votar em Dilma Rousseff. Roger fez questão de me bloquear, sem sequer ouvir a minha opinião crítica sobre o escândalo do metrô do PSDB que ele nunca citou em seu Twitter.

O antipetismo caiu em argumentos furados e de baixo nível. Isso é o combustível para atrair preconceito contra nordestinos. Odiar nordestinos é um passo para odiar negros. Odiar negros também é um bom aval para desprezar minorias como gays e transsexuais. Esse caldo soma-se ao preconceito clássico contra pobres, sendo que você não precisa ser necessariamente rico.

Alguns desses antipetistas agora cogitam fazer mobilizações pelo impeachment de Dilma Rousseff em seu segundo mandato. Utilizam um discurso separatista, para selecionar os estados que não votaram no PT e criar um novo país. Não sabem que esses processos gerariam guerra e sofrimento para as pessoas que convivem com eles.

Antipetistas são antidemocráticos por excelência. E a imprensa peca feio ao alimentar esse sentimento.

As críticas ao PT são sadias quando feitas de maneira sóbria e sem preconceitos, tanto por parte dos eleitores de Aécio Neves quanto pelo de Dilma Rousseff. Também são válidas por partidários mais à esquerda ou mesmo liberais mais extremos. No entanto, o que se formou na última década na política nacional foi a corrente do antipetismo.

O antipetismo é alimentado diariamente na mídia, por meio de colunistas que criaram a tese de que o PT quer se perpetuar no governo e que nada de bom foi feito nos últimos anos por este partido. O Bolsa Família, o Brasil fora do Mapa Mundial da Fome, o Mais Médicos, o Ciência sem Fronteiras, o Pronatec e diversos outros programas que ajudaram o país são sumariamente descartados por essas pessoas.

Não há sequer uma leitura crítica.

O antipetismo não é eleitor de Aécio Neves, necessariamente. Para o anti, qualquer coisa é melhor do que mais quatro anos de PT no poder.

Esse movimento cresceu graças ao preconceito entre as altas classes sociais com os mais pobres, sobretudo com uma vitória de um partido tradicional da esquerda brasileira em 2002. No entanto, há antipetistas com as mais diversas rendas nos dias atuais, porque a mídia massificou a mensagem de que o partido de Lula e Dilma deu um golpe para permanecer no poder, ignorando os votos de diversas pessoas que não enxergavam nem José Serra e nem Geraldo Alckmin como opções nos últimos 12 anos. E, certamente, não consideraram Aécio Neves um bom candidato agora.

Não há problemas em criticar o PT e nem em não votar no partido, mas é realmente lamentável ver os argumentos rasos quando os antipetistas são confrontados por reportagens sérias que mostram corrupção no PSDB e na oposição política ao governo federal. A ideia desse material jornalístico não é mostrar que "todos os políticos são corruptos", mas são informações que devem ser consideradas por qualquer um na hora de decidir na urna e na hora de acompanhar um governo.

Foram os eleitores “esclarecidos” de São Paulo que reelegeram Geraldo Alckmin governador do estado em primeiro turno, perpetuando o PSDB na região por 24 anos. O tucano quebrou o orçamento da maior universidade brasileira, a USP, colocou a Polícia Militar contra os professores em protestos, desalojou pessoas miseráveis no centro da capital paulistana e agora está acabando com a reserva de água da Cantareira, abastecida pela Sabesp, o que pode criar um racionamento sem precedentes no estado, como já ocorre em cidades como Itu.

Em 12 anos de governos do PT, a direita perdeu a oportunidade de fazer uma candidatura mais propositiva e com menos apelo às acusações de corrupção. O único efeito colateral dessa opção foi ter criado uma massa antipetista, com ajuda da grande mídia nacional.

O maior desafio do PSDB nestes próximos quatro anos não será derrotar o PT nas urnas em 2018, mas refazer a base eleitoral de seu partido. Do caso contrário, entusiastas do separatismo, da Ditadura Militar, do preconceito regional e racial serão os apoiadores de seus candidatos. Ou seja, o antipetismo mais apaixonado.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Candidato petista defende reforma política para avanço de causas LGBT

Por Pedro Zambarda

O site Diário do Centro do Mundo (DCM), do portal iG, entrevistou o candidato à deputado federal Maurício Moraes, do PT de São Paulo. Maurício é gay e ex-jornalista de veículos de jornalismo como Folha de S.Paulo, Estado de S.Paulo e BBC. Sua candidatura foi viabilizada pelo ex-ministro da Saúde e candidato ao governo estadual paulista, Alexandre Padilha.


"É necessário fazer uma mudança para assegurar direitos. O avanço das políticas LGBT só vai ocorrer com uma reforma política. No atual formato, o Congresso só se constitui, por exemplo, de candidaturas ao cargo de deputado federal que dispõem de milhões reais de investimento. Por isso, só com a diversidade a gente consegue discutir reformas importantes, caso contrário essa bancada evangélica prevalece sobre os outros", disse Maurício Moraes ao DCM.

Maurício também disse que não se sentiu incomodado por ter trabalhado com jornalismo durante a época do escândalo do mensalão durante os dois governos do ex-presidene Lula. Confira a entrevista na íntegra.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Virando o jogo

Depois de toda a barulheira sobre o apoio a Sarney para a presidência do Senado, o PSDB declarou-se do lado de Tião Viana (PT-AC), trazendo uma nova dinâmica para o pleito que era considerado ganho pelo PMDB. Ao que tudo indica, Sarney foi deixado de lado porque o PSDB não conseguiria todos os cargos no Senado que pleiteava em troca do apoio - que incluem a vice-presidência e a quarta secretaria da Casa. Para completar, Viana declarou-se contra a PEC [proposta de emenda constitucional] do terceiro mandato, principal exigência dos tucanos. Negociatas à parte, não deixa de ser estranho ver o PSDB apoiando uma candidatura do Partido dos Trabalhadores para um cargo tão importante dentro do governo.

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