A cada ano que começa, um novo suposto fenômeno nasce na Formula 1. Alguém que poderia seguir o caminho "de brasas" deixado por Michael Schumacher em 2006. O primeiro destes fenômenos surgiu em 2004, quando Schumacher ainda estava em atividade. Foi um caso em que comprovou para o mundo todo a genialidade de Fernando Alonso, o homem que derrotou pela última vez Michael Schumacher.
Em seguida veio a vez de Lewis Hamilton, o piloto mais polêmico da Fórmula 1 nos últimos tempos. Ele divide genialidade com erros crassos e atitudes de caráter duvidoso além de, ainda por cima, ter sido o último campeão mundial. Pois bem, acontece que nesse meio tempo, desde 2007, aos poucos surge um nome que desperta calafrios nos amantes da Formula 1, um pequeno garoto do interior da Alemanha que lembra muito aquele outro alemão e, até certo ponto, um certo brasileiro: Sebastian Vettel.
21 anos de idade, franzino, de sorriso fácil, nada na aparência de Vettel demonstra algum traço do quão especial este garoto é. No ano passado, guiando pela modesta Toro Rosso, Vettel fez um campeonato espetacular, coroado com uma pole e uma vitória sensacional em Monza - templo do automobilismo mundial - de ponta a ponta e sob forte chuva. Sem cometer nenhum erro, Vettel deu a primeira vitória à irmã menor da Red Bull.
Na época, o jornalista Flávio Gomes cravou: “Vettel já fez muito mais na Formúla 1 que Lewis Hamilton, com um resultado mais imponente que o segundo lugar de Senna pela Toleman em Mônaco”. Quem conhece Fórmula 1 sabe o que este comentário significa. E hoje, menos de um ano depois, Vettel repete a façanha, de novo sob chuva, de novo em uma equipe que nunca venceu, de novo de ponta a ponta. Venceu com autoridade o GP China, sem errar em uma corrida que todos erraram.
Dimensionar até onde Sebastian Vettel vai não é fácil, mas já não é nenhuma heresia colocá-lo como a maior promessa do automobilismo. Existe um campeão mundial por trás daquele sorriso de moleque e "um algo a mais". Um espírito diferente do que estava presente nos olhos de Ayrton Senna , Michael Schumacher e Fernando Alonso. Espírito esse que ainda não se viu nos olhos de Lewis Hamilton.
Em uma Fórmula 1 que virou de cabeça para baixo, com equipes pequenas humilhando poderosas, será interessante ver a temporada de Vettel, ver até onde este garoto pode ir pilotado um carro que lhe dá condições de vitória. E será ainda mais interessante vê-lo disputando as mesmas curvas, em condições de igualdade com os três campeões mundiais em atividade. Se eu fosse apostar, diria que ele vai se sair muito bem.
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