quinta-feira, 25 de junho de 2009

Luto


Me recuso a falar sobre seus problemas pessoais. Me recuso a falar sobre acusações, sobre dividas, sobre excentricidades... hoje me sinto obrigado a falar sobre o artista. O artista com A maiúsculo. O maior cantor do pop que o mundo já viu ou chegará a ver.

Michael Jackson causava arrepios em qualquer ser humano com a menor sensibilidade musical. Desde o início de sua vida, com apenas 8 anos, chocou o mundo com sua voz. Ele roubou a atenção de uma familia inteira no Jackson 5. Conforme o tempo passava, o mundo viu que aquele garoto prodigio não iria desaparecer como muitas outras crianças. O Jackson 5 se foi, mas ele continuou.

Em um show em 1979, James Brown, o criador do funk americano, parou sua apresentação para anunciar a presença de "um garoto timido, com vergonha, mas que fazia seu sangue gelar toda vez que cantava e dançava". Esse garoto era Michael. Sua carreira solo começou de forma avassaladora, compondo músicas com uma qualidade que o mundo nunca vira. Era a energia de James Brown com a magnitude de Elvis Presley.

E então, chegou 1982. E o mundo se chocou com Thriller. Se chocou com o melhor disco pop da história. Se chocou com as vendas do album: mais 60 milhões de cópias. Se chocou com seu clip, que foi o melhor de todos os tempos.

Meu Deus, o que era aquilo? Aquele homem que dançava como o demônio, e cantava como ninguém. Mas era além disso... ele também compunha. E como compunha. Só Michael Jackson para trazer Eddie Van Halen para uma disco pop e misturar tudo de forma única. Só Michael Jackson para misturar tudo de uma forma única, em músicas impossíveis de resistir. Michael se transformava no palco. Deixava de ser um homem frágil e se tornava um monstro invencível, uma figura que não encontrava paralelo.

Ele não parou por aí, Depois de Thriller veio Off the Wall e Bad. A genilidade era pulsante. Entrou na década de 90 e mudou tudo. Pisou mais fundo no soul, se aventurou pela música romântica, tudo feito com magnificiência. Com a música Black and White ousou misturar o rap ao rock. E finalmente, em 1996, fez um dos trabalhos de composições mais espantosos de sua carreira. No Brasil, na favela da Rocinha, Michael trouxe o Olodum. Nunca, jamais, se viu o Olodum tocar como tocou naquela música. Nunca se virá aquilo. They Don't Care About Us era a prova que seu talento ainda pulsava.

O dia 25 de junho de 2009 acaba de entrar tristemente para a história. Escrevo estas linhas com as mãos trêmulas e um nó na garganta. Uma parte muito, muito grande da música morreu hoje.

Michael Jackson nunca será superado. E é, e sempre será, o único rei do pop.

2 comentários:

Vinícius de Melo disse...

O triste é, que depois do impacto da morte, voltou-se a focar novamente as excentricidades do Michael. Era uma ótima oportunidade para revisar a obra de tão grande artista e [os grandes meios de comunicação] estão deixando essa oportunidade passar.

jorge telles disse...

"Off The Wall" veio ANTES do "Thriller".

É bom pesquisar antes de escrever.

Abraços,

Jorge Telles

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