segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Antes que digam que não falei

Pois bem, o Rio ganhou. A capital carioca sediará as Olimpíadas de 2016. Foi uma vitória que, ao mesmo tempo, foi previsível e surpreendente. Previsível diante do favoritismo do Rio e surpreendente porque vencer uma disputa como esta, contra grandes potências, é sempre um espanto.

Se você leu o post que escrevi há alguns dias – está logo ai abaixo – vai perceber que torci severamente contra a candidatura do Rio. Obviamente fui chamado de até de reacionário por alguns amigos, e ouvi alguns lacônicos “in your face” quando a cidade foi anunciada. Tenho que admitir, minha torcida foi inútil.

No entanto, a partir de agora é tempo de ver o lado positivo da coisa. Por mais que esse papo soe hipócrita, uma saída honrada para o perdedor é que ele é verdadeiro na maioria dos casos. O Pan-07 não foi um bom exemplo para o Rio de Janeiro, e, até agora, a Copa do Mundo ainda não tem sinais de vida. No entanto, diferente de ambos, o projeto olímpico brasileiro foi trabalhado a exaustão. A concorrência era forte, e era justamente isto que faltou ao Pan e a Copa.

O sucesso ou não das Olimpíadas estará diretamente ligado ao sucesso da Copa do Mundo dois anos antes. Serão ao menos 4 anos – de 2013 a 2016 – que o mundo só terá olhos para o Brasil. Aos 509 anos de idade, o Brasil ganha sua derradeira chance de se tornar uma potência global. Se o país tiver êxito em ambos, será enxergado com um respeito nunca antes visto. Uma confirmação da euforia internacional ao nosso redor que existe hoje.

Para que tudo isto dê certo, a responsabilidade é diretamente da população. Sim, é chover no molhado adotar este discurso, mas é necessário. Para uma população que apoiou tanto a Copa e os Jogos, está na hora de cobrarmos de forma proporcional. Mostrarmos que queremos as coisas bem feitas, com organização, agilidade e sobriedade. É hora de mostrarmos que queremos ficar com algo que queremos e que estes eventos sejam de fato um divisor de águas não apenas para o país lá fora, mas para as pessoas que vivem nele. Como isto será feito? Confesso que estou pagando para ver, mas depois das comemorações de sexta-feira, um pequeno e irracional raio de otimismo tomou-me conta.

Por fim, é necessário falar do maior vencedor de sexta: Luiz Inácio Lula da Silva. Pode-se falar o que quiser de Lula, mas o seu carisma é inquestionável. Seu discurso em Compenhague foi impecável, e venceu de longe a disputa pessoal com Barack Obama. Em um mesmo mandato, Lula conseguiu – de forma quase pessoal - os dois maiores eventos do mundo, que o país perseguia a décadas. Se governo pode até ter tido inúmeras falhas, tanto éticas quanto administrativas, é por estes feitos que Lula entrará na história.

ps: A imagem reflete minha opinião sobre o possível mascote dos Jogos. BLANKA. Foi amplamente divulgada no twitter.

Um comentário:

Pedro Zambarda disse...

Não sei se tenho o mesmo entusiasmo.

Mas concordo com o Neto da Bullet:

"Quer dizer que o Lula acabou com a fome, descobriu petróleo e trouxe as Olimpíadas? Obama my ass!" hahahahahahaha.

Posts mais lidos