quinta-feira, 7 de abril de 2011

Sobre Kurt Cobain e os suicidas


Kurt Cobain se matou em 5 de abril de 1994. Como li num texto do jornalista André Forastieri, a atitude do roqueiro pode, sim, ser encarada como uma enorme covardia para o mundo da música e do rock. No entanto, o falecimento do vocalista do Nirvana imortalizou a banda, criou ainda mais fãs e, certamente, incentivou mais suicídios.

A fama de Cobain e do Nirvana acontece porque todos nós temos curiosidade em morrer. O suicídio é, certamente, a via mais rápida para chegar nesse desconhecido. É, de fato, uma convardia diante da coisa maravilhosa que é viver - para muitos. No entanto, essa via acelera os nossos desejos estranhos de nos tornar "um nada" diante da existência.


Exemplo similar aconteceu com a atriz Cibele Dorsa. Dia 25 de março ela pulou de seu apartamento no Morumbi e morreu. O motivo: Diferente de Cobain, que não aguentava a fama e o vício de heroína, ela teve vontade de morrer depois do suicídio de seu noivo, o apresentador Gilberto Scarpa. Dorsa foi manchete da revista Caras, que recebeu processo do ex-namorado de Cibele, Doda, mencionado em uma carta de suicídio. O fascínio da atriz pela morte foi tão grande que ela chegou a tuitar antes de se jogar do prédio.

E hoje, tivemos mais um exemplo de suicida. No Rio de Janeiro, pela manhã, um jovem chamado Wellington Menezes de Oliveira entrou em uma escola pública, baleou 27 pessoas e matou 12 crianças. O caso ganhou repercussão nacional. Adivinhem o desfecho? Ele foi baleado pela polícia e, antes de ser capturado, se matou. O crime, até o momento, não tem explicação. Uma carta foi deixada, misturando mensagens religiosas com uma confissão: Oliveira era portador de HIV.

A herança de Cobain, e de todos os suicidas, é o fascínio pela morte. Tal como ela é em relação com a vida, a atitude dessas pessoas é, de fato, inexplicável.

Posts mais lidos