segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Jason is back!

Poucos gêneros no mundo do cinema tem fãs tão fanáticos quanto o terror. Talvez a única comparação que possa ser válida seja com os fãs de ficção cientifica. Mas algo me diz que, no final das contas, são praticamente o mesmo público. Esses fãs têm seus ídolos. Freedy Kruger, Michael Myers, Hellraiser, Ash e, talvez o maior deles, Jason Voorhees. A série Sexta Feira 13 estreou no cinema em 1980, e ao longo desta década angariou fãs ao redor do mundo, cada vez mais sedentos por assassinatos cometidos pelo homem da máscara de hockey. O grande problema é que a série durou mais do que devia, e acabou se tornando uma piada ao longo do tempo, com inúmeros capítulos finais e ressurreições de Jason. Bom, a boa notícia é que Jason está de volta! E a notícia muito boa é que, desta vez, ninguém vai rir dele!

O novo Sexta Feira 13, que chegou ao cinema, obviamente, na última sexta feira 13 de fevereiro, não é um novo capítulo da série, mas sim um recomeço. Podemos dizer que o sistema usado foi semelhante àquele adotado em Superman Returns. O que temos aqui é um reinicio da série, no entanto, sem recriar ou ignorar sua origem icônica. Para entender melhor isso talvez um recall seja necessário. No primeiro filme, em 1980, Jason Voorhees mal aparece em cena. Quem traz o terror à Crystal Lake na verdade é sua mãe que, ao descobrir que seu filho Jason se afogou no lago, se vinga de cada um dos monitores do acampamento. Com exceção de uma, que é responsável por dar um fim à loucura da Sra. Voorhees. O problema é que o pequeno Jason, com o rosto deformado pelo afogamento, assiste escondido sua mãe ter sua cabeça decapitada. E a partir daí dá início a sua eterna vingança contra qualquer forasteiro que se aproxime de Crystal Lake.

O filme, dirigido por Marcus Nispel (O Massacre da Serra Elétrica), começa a partir daí, com uma excursão de pós-adolescentes à Crystal Lake para tentar encontrar uma lendária plantação de maconha. Não é preciso dizer que cada um deles é assassinado por Jason, e isto tudo é apenas seqüência de abertura do filme, com nada menos que 5 mortes. A “segunda parte” acontece quando um grupo de amigos vai passar o fim de semana numa casa à beira do lago e acabam se deparando com Clay (Jared Padalecki, de Supernatural), que está a procura de sua irmã desaparecida que estava na excursão inicial do filme. Bom, a partir daí a coisa não se difere muito do que nos acostumamos a ver na série.

O grande mérito de Nispel e dos roteiristas foi voltar ao terror clássico dos anos 80. Nada de invenções, referências ao terror oriental ou rituais de sadismo como nos acostumamos a ver nos últimos tempos. O que temos aqui é o bom e velho “slasher movie”: um grupo de jovens, que adoram sexo e drogas, são perseguidos e eliminados um por um por um cara sem motivo aparente. No entanto o que acontece, e no bom sentido, é uma evolução natural do gênero, principalmente focada na figura de Jason. Com um novo ator sob a máscara, o serial killer deixou de ser uma máquina lenta e acéfala, que mata como um robô assassino. O novo Jason Vornhess é um caçador habilidoso e letal, que arma armadilhas como ninguém, atira precisamente com arco e flecha e manuseia facilmente o seu mortal e clássico facão. E sim, Jason corre! A mudança é necessária e bem vinda por um simples motivo: agora o vilão é humano. Quando golpeado, ele balança, cai e por vezes até sangra. E para os mais atentos e fãs mais leais é possível até encontrar um distorcido senso de justiça por trás de suas ações.

As mortes são criativas, e nunca se repetem. Ora são cruéis e mórbidas, ora são engraçadas. E como em um bom filme de terror, vale dizer que a sensação de que muitos daqueles jovens eram idiotas o suficiente para merecer aquilo ainda está lá. Com uma abertura nos EUA que se aproxima dos 50 milhões de dólares, podemos dizer com toda certeza que Jason está de volta, e em sua melhor forma. É um bem-vindo sopro, cheirando à sangue e ossos quebrados, indicando que o bom e velho terror que tanto amamos ainda está vivo.

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