terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Mais um filme sobre amor... e sobre filmes

Abraços Partidos (Los Abrazos Rotos, no original) é como todo o filme de Almodóvar: tem a Penélope Cruz, cenas de sexo nonsense, personagens caricatos, gays, cenários hispânicos e falas carregadas de metalinguagem. Muitos podem não gostar desse tipo de produção, mas é inegável que essa história, em específico, consegue arrancar risos facilmente de uma platéia atenta às sutilezas.

O personagem Harry Caine (Lluís Homar), que na verdade se chama Mateo Blanco, começa a contar sua história no presente, sobre seu trabalho como roteirista de cinema. Ao saber da morte do empresário Ernesto Martel pelos jornais, Caine começa a revirar seu passado, quando perdeu a visão em uma tragédia obscura. A aparição do diretor Ray-X, interpretado por Rubén Ochandiano, procurando pelos trabalhos de Harry Caine aumentam o suspense do passado.

Almodóvar, contruindo seu quebra-cabeça, volta no tempo para mostrar a história de Lena, interpretada com maestria por Penélope Cruz. De família humilde, secretária de Martel oferece serviços sexuais para que o empresário ajude financeiramente seu pai, com câncer de estômago. Lena transforma-se na amante oficial do ricaço, sendo sustentada por sua fortuna, mas infeliz e sem muito amor ao parceiro. O ano é 1993.

Caine, que na época ainda se chamava Mateo Blanco e dirigia filmes, era um talento em ascensão no mercado cinematográfico. A protagonista Lena vê, na produção dele chamada Garotas Malas, uma oportunidade de brilhar nas câmeras, um amor de infância. Ernesto Martel se opõe à vontade da amante, mas, quando lhe é oferecida a oportunidade de produzir o filme, ele topa. No meio dessa intriga, floresce o amor entre Blanco e Lena, enquanto o filho de Martel, que tem o mesmo nome do pai (e uma semelhança incrível com o roqueiro Iggy Pop), vigia ambos.

O amor entre Mateo (Harry Caine) e Lena: cineama é uma paixão comum

Ray-X, que é o filho de Ernesto Martel crescido, é responsável por muitas risadas e atrapalhadas ao longo do filme. A assistente de Caine, Judit, e seu filho Diego fazem participações importantes no triângulo amoroso Martel - Lena - Caine.

O figurino de Penélope Cruz nas filmagens de Garotas Malas varia bastante.

Resumindo: o filme é um melodrama sobre um relacionamento forçado e outro que surgiu do trabalho, tendo como pano de fundo um longa-metragem de Mateo Blanco. É uma mensagem sobre o próprio cinema, que causa risadas, envolve e não decepciona, com todos os traços pessoais de Almodóvar.

Lena com menosprezo do amante Ernesto Martel. Sexo por dinheiro.

Posts mais lidos