Americano e com apenas 9 anos de idade, Sean Goldman - filho de David Goldman e da brasileira Bruna Bianchi - veio para o Brasil com a mãe há 5 anos, quando acabou o casamento de seus pais. Aqui, o menino foi criado por Bruna, pelo padrasto João Paulo Lins e Silva e pela avó materna, Silvana Bianchi. Ano passado, ao dar a luz para seu segundo filho - uma menina -, Bruna faleceu, deixando Sean nas mãos de seu marido e de sua mãe.
Há algum tempo está travada uma luta na justiça pela guarda do garoto. De um lado, seu pai David, querendo levá-lo para os EUA. Do outro, a avó e o padrasto, que pediam que o menino continuasse vivendo no Brasil.
Durante a última semana, no Rio de Janeiro, o americano David aguardava pela cassação da liminar que o impedia de levar Sean consigo para os Estados Unidos. E ela veio: nesta terça-feira, dia 22, o presidente do STF, Gilmar Mendes, determinou que o menino deveria ser entregue de maneira imediata ao pai. Na quinta-feira, 17, o ministro do STF, Marco Aurélio de Mello, aceitou o recurso da família brasileira e decidiu que o garoto deveria ficar no Brasil até ser ouvido pela justiça. Contudo, a palavra que vale é a de seu superior, o presidente Mendes.
Nesta manhã, Sean foi levado pela avó ao Consulado dos Estados Unidos, no Rio de Janeiro. Agarrado ao padrasto, ele vestia uma camiseta da seleção brasileira de futebol. O local estava cheio de fotógrafos, cinegrafistas e repórteres. Ali, a avó declarou: "meu neto foi vendido".
O menino, que havia escrito um bilhete em verde e amarelo para o presidente Lula dizendo "quero ficar no Brasil para sempre", não teve sua vontade respeitada. A politicagem americana ameaçou cortar benefícios diplomáticos com o Brasil, e Gilmar Mendes, obviamente, atendeu a essa chamada. Isso é aceitável quando se discute um acordo comercial ou um novo tratado, mas é uma crueldade quando se trata da vida de uma criança.
Aliás, que belo pacote de natal Mendes deu à nação brasileira! Sean é americano e Roger Abdelmassih não é criminoso.
Um comentário:
A vontade do indivíduo é posta completamente de lado, mais de uma vez, por desejos políticos.
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