segunda-feira, 27 de abril de 2009

Um time pequeno contra um fenômeno.

Ronaldo não jogou absurdamente ontem. Não fez arrancadas maravilhosas, não abriu para receber a bola sempre que pode. Tentou vários dribles e não conseguiu realizar pelo menos metade deles. Se algum leigo em futebol, que passou os últimos 15 anos em Marte – ou nos Estados Unidos – visse aquele jogador razoavelmente rechonchudo em campo, diria que ele era um fardo para o time. No entanto, sempre existe um porém quando o assunto é Ronaldo.

Costuma-se dizer no futebol que devemos pensar duas ou três vezes antes de tirar um goleador de campo. Por mais que não esteja jogando bem, ele sempre pode decidir. Ronaldo potencializa esta frase. Não estava jogando mal, nem bem, mas o destino quis que uma bola perdida caísse em seus pés, e, de lá, ele, Ronaldo, quis que ela passasse milimetricamente entre Fábio Costa e o chão, indo parar no fundo da rede. Esse foi o segundo gol do Corinthians contra o Santos. O primeiro havia sido marcado pela barreira que desviou a cobrança de falta de Chicão.

Dizem os jornalistas esportivos que o Santos chegou heroicamente na final do paulista. Dizem que o Santos deu vexame na Copa do Brasil, obviamente o torneio mais importante, diante do desconhecido CSA de Alagoas. Ambas as afirmações eram verdadeiras. No entanto, eram dois Santos distintos. A dúvida era: qual irá enfrentar o Corinthians? O "Santos do paulista" – sim, com letra minúscula – ou o "Santos da Copa do Brasil"?

O Santos do paulista jogou bem, muito bem até. Dominou o Corinthians, marcou bem, atacou sempre que pôde e exigiu muito do bom Felipe. Mesmo após o gol de Chicão – ou da barreira - o time do paulista até que tentou chegar lá. Mas aí entrou em campo o time da Copa do Brasil. Era o atacante da Copa do Brasil: o pobre Kleber Pereira, que esqueceu como se finaliza, como se corta um zagueiro, como se tira um goleiro da jogada. Foi aí que Ronaldo, o atacante do outro time, o ensinou, na história previamente contada. O Santos do paulista então resolveu seguir seu atacante e se tornou de uma vez por todas o Santos da Copa do Brasil. O time pequeno que se acovarda diante do adversário. O time que mesmo diminuindo a vantagem não agride, não cria, se acovarda e se apequena.

Mas então o outro camisa 9 mostrou como se agigantar. Faltava algo ainda nesta sua volta, algo que pudesse coroar de uma vez por todas seu renascimento. Algo que realmente valesse a pena, e não comerciais de cerveja. Faltava uma final, nem que fosse no paulista. Pois Ronaldo resolveu fazer isso sobre um time que se tornou pequeno. O destino novamente quis que a bola caísse em seus pés, uma bola novamente perdida em campo. Mas foi Ronaldo que quis fazer um corte seco no pobre zagueiro santista. E foi o Fenômeno, e não mais Ronaldo, que quis que a bola cobrisse Fábio Costa e caísse dentro do gol. E assim o Fenômeno teve sua volta coroada. Coroada pela única pessoa que pode coroar alguém no futebol. “Ele fez um gol de Pelé” afirmou... Pelé.

3 comentários:

Pedro Zambarda disse...

Cara, discordo da sua avaliação. Acho que o Santos não foi eficiente, tava mais pra afobado.

Ronaldo não jogou 100%, mas jogou o suficiente, além do fato de ser um "astro".

Daniela disse...

Também acho, o Ronaldo deu show de bola, eu era uma que não acreditava mais nele, os dois gols foram dignos de Copa do Mundo, como reconheceu o Pelé.

Daniela disse...

Pessoal, não conhecia este tal Ronald Rios. Achei boa a edição de vocês, colocar o vídeo para quem não conhece, eu ouvi a primeira parte do Podcast antes de ver o vídeo. Gostei da vinheta do Podcast! Vamos falar em aula, pois este tipo de trabalho pode valer como interdisciplinar com a minha disciplina e a de rádio. Falamos. Parabéns!

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