sábado, 2 de outubro de 2010

Maranhão. Ferreira Gullar. José Sarney


Maranhão é um Brasil que paulistanos e fluminenses normalmente não reconhecem. Ao folhear a edição 38 da revista Brasileiros, passando os olhos no texto de Alex Solnik, vi algo além de Ferreira Gullar e seu novo livro Em Alguma Parte Alguma. Podia enxergar algo além de enxertos de poesia e trechos sobre a vida pessoal de Gullar.


"Não, Sarney foi meu amigo da juventude. Ele tem a minha idade, com diferença de meses..." afirmou Gullar ao jornalista. Incrível como São Luís deu origem a dois indivíduos completamente diferentes, mas ligado pelas letras: José Sarney e Ferreira Gullar. O velho Gullar ainda se considera amigo do político, especialmente sobre temas abrangentes como a literatura. O velho Gullar chega aos 80 anos com um prêmio Camões neste ano. O velho Sarney continua como líder do Senado nacional.

O histórico de Gullar é intimamente ligado com a esquerda. Suas declarações misturam arrependimento e boas lições desse engajamento, que se iniciou nos anos 50. Sarney representa hoje um "dinossauro do conservadorismo". Gullar alega que a política é a principal diferença entre eles.

Gullar e Sarney são duas caras do Maranhão, duas faces de um nordeste desconhecido para muitos nordestinos e brasileiros. Gullar é uma representação cultural na poesia e na crônica política. Sarney é uma autoridade da Academia Brasileira de Letras. Gullar e Sarney são retratos de um Brasil do século XX que se prolonga, até hoje.

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