domingo, 20 de janeiro de 2013

Hobbit: Uma jornada colorida e animada

A história é sobre 13 anões que fugiram de Erebor, um reino destruído pelo Dragão Smaug e sua sede por riquezas e euros coletados por anos na região. Liderados por Thorin II, O Escudo de Carvalho, a comitiva encontra o mago Gandalf, que promete o retorno da Montanha Solitária e de suas riquezas. O feiticeiro recruta um último integrante para a aventura: Um pequeno Hobbit chamado Bilbo Bolseiro.



Dirigido por Peter Jackson, o mesmo diretor da trilogia do livro Senhor dos Anéis de J.R.R. Tolkien no cinema, em 2001, 2002 e 2003, o Hobbit tem os personagens com a mesma estética desses outros três filmes, mas a forma como se desenrola o enredo é bastante diferente.

Jackson resolveu dividir a saga de Bilbo, que é contada em um livro, em três partes. Isso deu margem para que o diretor trabalhasse com folga todos os aspectos da história, colocando inclusive elfos e personagens que são citados apenas em notas de rodapé ou no livro Silmarillion, que é um copilado sobre a Terra-Média escrito por Tolkien. 

Por essas divisões, O Hobbit: Uma jornada inesperada, que foi lançado no dia 14 de dezembro do ano passado, tem uma narrativa animada e longa. O filme de Peter Jackson tem 170 minutos de duração, ou seja, quase três horas de longa-metragem.

O diretor ainda filmou o material em 48 quadros por segundo, o dobro dos 24 quadros que a maioria dos filmes são gravados. O que essa experiência de técnica de produção resultou? Em um filme em 3D melhorado, que flui nos olhos do espectador que está cansado de efeitos em três dimensões feitos de qualquer maneira.

O roteiro começa com um gancho na história do próprio Senhor dos Anéis. O filme começa com Frodo vendo seu tio Bilbo registrando suas aventuras com o Smaug, Gandalf e os anões em um livro, sem saber o que está escrito ali. Frodo vai encontrar com Gandalf, o que daria começo à saga do Um Anel, enquanto Bilbo começa a recordar de fatos ocorridos há 60 anos atrás.

A visita do mago cinzento mudou a vida do pequeno Hobbit. Bilbo viajou ao lado de Thorin Escudo de Carvalho, que é retratado como Jackson como um anão destemido e muito parecido com o herói Aragorn, de SdA.Thorin utiliza inclusive uma espada élfica, muito parecido com os humanos, e é um príncipe que perdeu o reino de Erebor. Bilbo também conhece Glóin, o anão que é pai de Gimli, futuro amigo de Frodo. No filme também estão presentes Fíli e Kíli, dois anões arqueiros que lembram elfos de outros filmes de Peter Jackson.

Nem todos os 13 anões tem papeis fundamentais no filme, mas Gandalf tem a missão de protegê-los até que eles tentem reconquistar Erebor. A fotografia que Peter Jackson propõe no filme é colorida e animada, muito diferente da história depressiva e trágica que se mostra nas figuras melancólicas de O Senhor dos Anéis.

Os vilões também sofrerão uma modificação no roteiro de Jackson. O foco do primeiro filme é o exército de wargs, montarias selvagens, do orc conhecido como Azog, que é branco e não tem uma das mãos. Smaug, o dragão que causou o exílio dos anões, é jogado para os demais filmes. Mas uma cena histórica foi mantida, para a história estar conectada com O Senhor dos Anéis: O encontro entre Bilbo e Gollum/Sméagol. Gollum é portador do Um Anel e Bilbo consegue enganá-lo em um jogo de charadas em uma caverna. O Hobbit rouba o artefato, causando os eventos que terminarão na Guerra do Um.

A reunião entre personagens históricos da ficção de Tolkien como Galadriel, Sauruman, Gandalf e o mago castanho Radagast mostram que Peter Jackson quis mesmo inserir elementos de Silmarilion para dar um ar adulto ao conto infanto-juvenil de Tolkien. O Hobbit parece, nos cinemas, uma saga que mostra Gandalf como o homem que articula o pequenino Bilbo para esconder o que era de interesse da Terra-Média toda. O Um Anel encontrado por Bilbo seria guiado por Frodo, seu sobrinho, para a destruição, antes que ele corrompesse toda a vida do universo fantasioso de J.R.R. Tolkien.

O Hobbit é um filme recomendado para quem está inteirado no universo de Senhor dos Anéis ou que tenha, no mínimo, visto os longas anteriores de Peter Jackson. Caso você não tenha visto, de repente Hobbit pode ser sua porta de entrada para essa ficção medieval.

Posts mais lidos