sábado, 21 de fevereiro de 2009

Quem dera fosse uma guerra...

No dia 3 de Março nós, alunos do 1º ano de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero, realizaremos no 6º andar da Av. Paulista, número 900, um jogo de futsal envolvendo os alunos do 1º Jo Turma A e do 1º Jo Turma B. A idéia do duelo entre os "Blankas" e os "E.Hondas" (personagens do famoso jogo Street Fighter) começou logo na primeira semana de aula, quando se descobriu que existe, de fato, uma quadra no 6º andar da faculdade e que os "bixos Blanka e E.Honda" foram colocados em salas diferentes (com o bixo-E.Honda a ocupar o JoA e o bixo-Blanka, o JoB). Dessa forma, os bixos inspiraram os nomes das equipes, com seus personagens a darem mais "magia" ao dérbi casperiano.
No entanto, neste post, mais do que divulgar o evento, gostaria de fazer algumas considerações que acho extremamente pertinentes.

Sempre vi no esporte uma saída para possíveis problemas, sempre vi no esporte o símbolo de competição sadia e até por isso concordei prontamente com a idéia do jogo. Afinal, nada melhor para se resolver uma rivalidade do que um jogo de futebol cujo final, muito provavelmente, se dará numa mesa de algum bar da Grandiosa Avenida, não é?

Não. Infelizmente o que eu tenho percebido de uns anos pra cá é justamente o contrário. Eu explico.

Meu primeiro exemplo se trata do amistoso de futebol envolvendo as seleções do Brasil e da Itália, que quase não ocorreu por culpa da intriga que surgiu entre os dois países graças ao refúgio político dado pelo governo brasileiro a Cesare Battisti, condenado na Itália por supostos homicídios durante um período conturbado da história do país. Por que levar ao campo um problema tão distante, sobretudo quando em campo se encontrariam diversos jogadores brasileiros cujos times são justamente da Itália? Pra que elevar o problema a esse nível? Como ficariam os jogadores quando fossem atuar por seus clubes? Como seria a reação da torcida ao ver os brasileiros? E além dos jogadores, como se tornaria a vida de todos os outros brasileiros, e não são poucos, que vivem na Itália? Ainda bem que hoje apenas reflito sobre essas questões. Seria muito triste se essas perguntas viessem a ser respondidas. Provavelmente nenhuma resposta dada a elas seria agradável.
O outro exemplo que gostaria de destacar é o de uma bomba que foi atirada durante um jogo da liga israelense de basquete. No dia 13 de Novermbro de 2007, enquanto o jogo entre Hapoel Holon e Hapoel Jerusalém acontecia, uma bomba foi atirada da arquibancada em direção ao banco de reservas do Hapoel Holon. Um segurança percebeu a ação e segurou o objeto, que explodiu em sua mão direita arrancando-lhe três dedos. Jogadores enalteceram a atitude do segurança, o qual segundo eles não fez apenas seu trabalho, mas sacrificou-se para salvar suas vidas.

É preciso se dizer que, ao contrário do que possa se pensar a princípio, a bomba não foi atirada por nenhum palestino ou por qualquer pessoa cujo país tem algum conflito com Israel. A bomba foi arremessada por um torcedor do Hapoel Jerusalém. Melhor? Pior? Não! É simplesmente desprezível!
É justamente esse tipo de ação que me leva a pensar que nós, simples e meros bixos, não estamos tão errados em marcar um jogo de futsal para nos divertirmos e de quebra decidirmos uma rivalidade, com direito a uma confraternização no final. Quem me dera isso fosse uma guerra! Quem me dera ver uma dia uma guerra ser decidida por meio do esporte! Quem me dera poder novamente dizer um dia que o esporte voltou a ser aquele símbolo simples e idealizado de uma competição sadia.

3 comentários:

Unknown disse...

Gostei do texto Felipe..mas cara, o título foi totalmente infeliz. Entendi o significado, e concordo 100% com vc, mas que foi infeliz, isso foi.

Felipe de Paula disse...

Valeu a critica, Thiago! Em pleno Carnaval! Hahahaha... valeu o toque sobre o título. Quando escolhi por este sabia que provavelmente daria polêmica. Mas fico feliz por você ter entendido o porquê! Na próxima prometo pegar mais leve... ;)
Abraço, e valeu de novo!

André Sollitto disse...

Verdade, cara. O toque é importante pois o título vai decidir se a matéria será lida, ou não. De qualquer jeito, só o fato de vc estar aqui, escrevendo, já está valendo. Grande abraço.

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