quinta-feira, 5 de maio de 2011

THOR - Marvel acerta a mão em sua mais audaciosa cartada no cinema

Os primeiros 20 minutos de Thor são a melhor coisa que a Marvel já fez desde que iniciou sua incursão própria nos cinemas com Homem de Ferro. Esta frase abre este texto por um motivo tão simples quanto crucial para o filme. Todo o principio de Thor, que se passa apenas nos reinos, ou mundos, de Asgard e Jotuheim, é a cartada da Marvel que foge da zona de conforto criada com os dois filmes do Homem de Ferro e O Incrivel Hulk. Saem os super-heróis criados pela ciência do homem, e entram os deuses com poderes ganhos pela magia.

Existiam poucas maneiras de trabalhar toda a mitologia por trás de Thor sem que ela soasse fantasiosa demais, ou até mesmo ridícula. Afinal, os filmes de heróis de hoje se baseiam fortemente na temática “pé no chão” criada pela série X-Men e trabalhada com perfeição por Chistopher Nolan nos dois Batmans. Então, como falar de um herói que vive em um reino imortal que se conecta à Terra através de uma ponte de arco-iris, que tem como arma um martelo super-poderoso que o faz voar? Impossível? Não, especialmente quando a Marvel resolve colocar o riquíssimo universo do Deus do Trovão nas experientes mãos de Kenneth Branagh.

Enquanto a DC/Warner coloca seus dois grandes heróis nas – confiáveis – mãos de Christopher Nolan, a Marvel tem outra tática. Dá seus projetos nas mãos de diretores cujos estilos casam bem com o produto. Branagh, famoso por suas adaptações de Shakespeare, caiu como uma luva no mundo mítico de Thor. Balancear o mundo terreno com Asgard em um mesmo filme chega a ser uma tarefa monstruosa, e seria quase impossível se sair bem em ambas. E como já disse anteriormente, Brannagh se dá melhor na fantasia do que na realidade.

Cada cena na terra de Asgard é como uma pintura em dourado. O take inicial, mostrando o reino, é espetacular e talvez o único momento do filme que justifique o 3D. E caminhando contra a corrente, apenas as cenas externas foram feitas em computação gráfica. Todas as cenas internas são gravadas em sets incrivelmente bem-feitos, o que traz uma sensação de realidade incrível ao filme. Quanto à paisagem terra, o filme se restringe ao estado americano do Novo México, local onde Thor cai.

Outro grande mérito da Marvel é não deixar de arriscar quando monta o elenco de seus filmes, e mais uma vez acerta em cheio. Chris Hemsworth encarna Thor com perfeição, transparecendo toda sua arrogância e impetuosidade no começo do longa-metragem. O herói também mostra igualmente uma honra no final de sua “jornada”. Natalie Portman, em um piloto automático altamente carismático, cumpre bem seu papel, enquanto Stellan Skarsgard dá os primeiros contornos a um personagem que pode se tornar muito importante nos próximos filmes. Mas a grande força de Thor está mesmo no trono de Asgard e naquele que quer tomá-lo.

Odin, O Pai de Todos, é um ser que deve transparecer poder, força, sabedoria e intimidação apenas com sua própria presença. E poucos atores têm esta capacidade como Anthony Hopkins. Cada minuto seu na tela é como uma grande nuvem que encobre os outros atores que apenas tentam sair de suas sombras. E quem se sai bem nesta tarefa é o desconhecido Tom Hiddleston, como Loki. Interpretando o mais complexo personagem e o vilão mais interessante surgido pelas mãos da Marvel no cinema até aqui, Hiddleton se mostra um mestre na sua interpretação minimalista.

Esqueça as risadas irônicas que estamos acostumados a ver em vilões. A maldade de Loki está intrínseca em sua própria essência. Sua ambição e suas artimanhas estão além de seu controle, e dentro de si, elas batalham com o seu amor pela sua família e pelo seu lar. Loki não enlouqueceu como Obi Stane, de Homem de Ferro, e nem sente orgulho de sua maldade. Ele apenas o é, e não pode fazer nada para que isto mude. Na verdade se existe um “porém” em Thor é a relação entre o Deus do Trovão e Loki. Nos poucos momentos na tela ela soa tão complexa e intrigante, que é impossível não desejar apreciá-la por mais tempo. Podia ser melhor desenvolvida.

E se não bastasse tudo isso, Thor também serve como a penúltima costura para o evento que será Os Vingadores. Se antes as referências a outros filmes da Marvel eram escondidas, apenas para fãs, agora elas são evidentes. Frases como “Isso é coisa do Stark”, ou “o cientista especialista em raios gama” soam absurdamente naturais, enquanto o nome SHIELD é dito a todo momento. E para que tudo funcionasse, deveria haver um modo de mesclar o misticismo com a ciência, e a saída que a Marvel foi encontrou se encaixa perfeitamente. “A mágia de ontem é a ciência de hoje”, é uma frase que resolve muitos dos dilemas dos fãs a este respeito. Com direito a uma participação especial não-creditada de um dos protagonistas de Os Vingadores, Thor é como uma costura lisa e sem falhas de um universo que até 4 anos atrás parecia fadados às HQs e animações.

Thor não é um filme perfeito. Ainda está abaixo de obras-primas como O Cavaleiro das Trevas, mas é um êxito extremamente importante para o cinema. Prova-se que é possível sim misturar fantasia com o mundo real de uma forma não apenas bem feita, mas como também flertar fortemente com a arte durante o processo. Prova também que não existe personagem, por mais fantasioso ou “ridículo” que não possa ser tratado de maneira séria e sóbria. Thor, caso se saia bem nas bilheterias, é uma porta para um tipo totalmente novo de filmes baseados em super-heróis.

3 comentários:

Pedro Zambarda disse...

Interessante a proposta da Marvel em conectar seus filmes, e em tratar a mitologia em Thor. Mas fico pensando se a DC não acerta mais fazendo sucesso em apenas uma franquia.

Btw, eles devem tomar cuidado para não ferrar em filmes como Wolverine e Homem-Aranha 3.

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Darren Demers disse...

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