quinta-feira, 19 de maio de 2011

Um Rush épico, curto e com muito sci-fi



Herança direta de 2112, lançado em 1976, o CD Hemispheres da banda Rush chegou para as prateleiras em 1978. O disco reunia músicas épicas, longas - sendo uma delas com quase 20 minutos -, mas em um material conciso. Para quem quer conhecer rock progressivo pela primeira vez, sem risco de tédio, vale a pena ouvir esse álbum. Ele possui apenas quatro músicas.

As ideias principais do trio Neil Peart, Alex Lifeson e Geddy Lee foram temas de livros de ficção científica e fantasia para as letras e muito virtuosismo instrumental. Cygnus X-1 Book II: Hemispheres começa o CD falando de um buraco negro em uma galáxia chamada Cygnus, em um épico inspirado em uma música do álbum Farewell to the Kings, contando, literalmente, a história espacial de um livro. A letra é recheada de referências aos mitos gregos e até ao clássico de Miguel de Cervantes, Dom Quixote.

Depois de solos de guitarras, interlúdios acústicos e toda a história de uma viagem espacial, o Rush mergulha na música Circunstances. Em uma letra autobiográfica, o baterista Neil Peart narra suas desilusões enquanto vivia na Inglaterra, com um emprego que não gostava, longe de casa. A música não destoa dos clássicos de ficção científica e fantasia que o Rush traz em outras canções, mas traz um complemento humano ao CD.

The Trees é a música mais fantasiosa e leve do material. Fala de uma briga entre árvores em uma floresta, inspirada em uma história em quadrinhos que o baterista Neil Peart viu antes de escrever a letra. O ritmo é um crescendo, partindo de um instrumental acústico para uma guitarra elétrica progressivamente mais rápida.

Com um dos refrões instrumentais mais conhecidos do Rush - e sem os vocais agudos de Geddy Lee - La Villa Stragiato fala de um sonho delirante do guitarrista Alex Lifeson. As passagens envolvem monstros, um fantasma do herói Aragorn - da saga literária Senhor dos Anéis - e várias improvisações com sua guitarra elétrica. Lifeson utiliza bastante solos com escalas diferentes, harmônicos para variar do grave ao agudo, rapidamente, e frases pegajosas nas seis cordas, que ficam na cabeça do ouvinte.

Para quem conhece toda a discografia de Rush, Hemispheres pode parecer um trecho muito pequeno das grandes obras da banda. Para quem não conhece, o material é uma porta de entrada atraente para ficar viciado pelo grupo. Tudo isso em apenas quatro canções, com muitas referências literárias e musicais concentradas.

2 comentários:

Unknown disse...

Album FODA do Rush. Algum dia ainda vo entende o preconceito de muitos "entendidos" de música contra o Rush. Tá, a voz do Geddy Lee as vezes é irritante, mas de resto, não faz mto sentido

Pedro Zambarda disse...

Acho que é um álbum que desce mais fácil do que o Moving Pictures, que todo mundo ouve. Tem umas passagens muito simples e marcantes :)

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